08 Preservacao de Nascentes

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  • 8/3/2019 08 Preservacao de Nascentes

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    MANUAL TCNICO, 08 ISSN 1983-5671

    Mrian Peixoto Soares da Silva

    Thiago Rodrigues Lyrio Barbosa

    Deborah Guerra Barroso

    08

    Niteri-RJjulho de 2008

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    MANUAL TCNICO, 08 ISSN 1983-5671

    Mrian Peixoto Soares da Silva

    Thiago Rodrigues Lyrio Barbosa

    Deborah Guerra Barroso

    08

    Niteri-RJjulho de 2008

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    PROGRAMA RIO RURALSecretaria de Estado de Agricultura, Pecuria, Pesca e AbastecimentoSuperintendncia de Desenvolvimento Sustentvel

    Alameda So Boaventura, 770 - Fonseca - 24120-191 - Niteri - RJTelefones : (21) 2625-8184 e (21) 2299-9520E-mail: [email protected]

    Governador do Estado do Rio de Janeiro

    Srgio Cabral

    Secretrio de Estado de Agricultura,Pecuria,Pesca e Abastecimento

    Christino ureo da Silva

    Superintendente deDesenvolvimento Sustentvel

    Nelson Teixeira Alves Filho

    Silva, Mirian Peixoto Soares da.

    Preservao de nascentes / Mirian Peixoto Soares da Silva, Thiago

    Rodrigues Lyrio Barbosa, Deborah Guerra Barroso. -- Niteri : ProgramaRio Rural, 2008.

    19 f. ; 30 cm. -- (Programa Rio Rural. Manual Tcnico ; 8)

    Programa de Desenvolvimento Rural Sustentvel em MicrobaciasHidrogrficas do Estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Agricultura,Pecuria, Pesca e Abastecimento.

    Projeto: Gerenciamento Integrado de Agroecossistemas em MicrobaciasHidrogrficas do Norte-Noroeste Fluminense.

    ISSN 1983-5671

    1. Manancial. I. Barbosa, Thiago Rodrigues Lyrio. II. Barroso, DeborahGuerra. III. Ttulo. IV. Srie.

    CDD 333.705

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    S u m r i o

    1. Introduo.................................................................................4

    2. Recomendaes tcnicas..............................................................7

    3. Estimativas de custo..................................................................14

    4. Consideraes...........................................................................14

    5. Referncias bibliogrficas...........................................................15

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    Preserv ao de Nascent es

    Mrian Peixoto Soares da Silva1

    Thiago Rodrigues Lyrio Barbosa1Deborah Guerra Barroso2

    1 . I n t r o d u o

    O processo de colonizao e consolidao do territrio brasileirocaracterizou-se, principalmente, pela explorao predatria de seus recursosnaturais, incluindo desmatamentos de encostas e das matas ciliares, alm do usoinadequado dos solos, afetando negativamente a qualidade e a disponibilidadedos recursos hdricos, principalmente os superficiais. Grandes extenses dematas foram eliminadas ao longo dos sculos para dar espao agropecuria e minerao, deixando um rastro de degradao. Embora haja consenso de queno se pode permitir a destruio do que ainda resta das florestas nativas, oritmo atual de desmatamento caminha na direo oposta (RIBEIRO et al., 2005).

    A disponibilidade hdrica em corpos dgua e reservas de gua potvel do

    meio rural fundamental, no s para o desenvolvimento das atividadesagropecurias, como tambm para o abastecimento dos centros urbanos, para aproduo industrial e para a gerao de energia (RAMOS et al., 2004).

    Diante da importncia da preservao dessas reas, objetivando disciplinare limitar as interferncias antrpicas sobre o meio ambiente, o artigo 2 doCdigo Florestal Brasileiro (BRASIL, 1965) contempla a criao das reas dePreservao Permanente (APP), que so definidas como reas cobertas ouno por vegetao nativa, com a funo ambiental de preservar os recursoshdricos, a paisagem, a estabilidade geolgica, a biodiversidade, o fluxo gnicode fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaes

    humanas.A mata ciliar, tambm conhecida como mata de galeria, mata de vrzea ou

    floresta ripria, segundo o Cdigo Florestal, deve-se manter intocada, e casoesteja degradada, deve-se prever a imediata recuperao (ATTANASIO et al.,2006).

    Caracteriza-se pela condio de saturao decorrente da proximidade dolenol fretico na maior parte do ano. Essa mata constitui um sistema essencialao equilbrio ambiental e, portanto, deve representar a preocupao central parao desenvolvimento rural sustentvel.

    1 Eng. Agr., Tcnico do Projeto Semeando o Verde: Conservao Ambiental, Trabalho e Renda.2 Prof. de Silvicultura da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF/LFIT/CCTA. Av. Alberto Lamego, 2.000 - Horto - 28013-600 - Campos dos Goytacazes - RJ -Coordenadora do Projeto Semeando o Verde: Conservao Ambiental, Trabalho e Renda.

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    A largura da faixa de mata ciliar presente ao longo das margens dos rios eao redor de nascentes e de reservatrios a ser preservada dever estarrelacionada com a largura do curso d'gua. No caso das nascentes (mesmointermitentes) e olhos dgua, essa faixa deve ter, no mnimo, um raio de50m (BRASIL, 1965).

    Nesse contexto, faz-se necessria a adoo de medidas relativas conservao do solo e da vegetao, de forma a minimizar os impactos negativosque vm sendo causados aos fragmentos florestais que ainda restam.

    Nascente e sua relao com a bacia hidrogrfica

    A bacia hidrogrfica uma unidade geogrfica constituda por uma rea dasuperfcie terrestre, que contribui na formao e no armazenamento dedeterminado curso dgua. As bacias de cabeceiras so pequenas reas de terraslocalizadas em regies montanhosas, onde se formam as nascentes e drenamcrregos e riachos. Uma bacia hidrogrfica, normalmente, constituda porinmeras microbacias, que por sua vez possuem inmeros pequenos riachos queformam a malha de drenagem dessa bacia (ALVES, 2000).

    Dentro de uma bacia hidrogrfica, a gua das chuvas apresenta osseguintes destinos: parte interceptada pelas plantas, evapora-se e volta para aatmosfera; parte escoa superficialmente formando as enxurradas que, atravs deum crrego ou rio abandona rapidamente a bacia. Outra parte se infiltra no solo,ficando temporariamente retida nos espaos porosos e absorvida pelas plantasou evapora atravs da superfcie do solo. O restante alimenta os aqferos, queconstituem o horizonte saturado do perfil do solo. Essa regio saturada podesituar-se prxima superfcie ou a grandes profundidades (CALHEIROS et al.,

    2004). Esse processo conhecido como ciclo hidrolgico e est esquematizadona Figura 1.

    Figura 1: Ciclo hidrolgico e sua relao com a bacia hidrogrfica.

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    Atravs de suas copas, as rvores atuam tambm na interceptao eabsoro da radiao solar, contribuindo para a estabilidade trmica dospequenos cursos d'gua. De acordo com Zakia (1998), em condies decobertura de floresta natural no perturbada, a taxa de infiltrao de gua nosolo normalmente mantida em seu mximo. Nessas condies, raramenteocorre a formao de escoamento superficial, a no ser em locais afetados pelasatividades relacionadas com a explorao da floresta. As caractersticas do pisoflorestal constituem uma das condies principais para a manuteno dainfiltrao e da transmisso da gua no solo. O processo de gerao deescoamento direto, produzido pela chuva, em uma microbacia florestada diferente daquele que ocorre em bacias no florestadas. No Brasil, ainda existempoucos estudos envolvendo o comportamento hidrolgico de bacias hidrogrficasonde se encontram florestas plantadas. Isso demonstra a importncia do apoio aprojetos que propem o levantamento e a anlise de alguns dos aspectosrelacionados ao comportamento hidrolgico de uma bacia na produo de gua(TONELLO, 2005).

    As nascentes podem ser definidas como o afloramento do lenol fretico,que vai dar origem a uma fonte de gua de acmulo (represa) ou cursos dgua(ribeires e rios). Elas se localizam em encostas ou depresses do terreno ouainda no nvel de base representado pelo curso dgua local; podem ser perenes(de fluxo contnuo), temporrias (de fluxo apenas na estao chuvosa) eefmeras (surgem durante as chuvas, permanecendo por apenas alguns dias ouhoras) (CALHEIROS et al., 2004).

    Diversos fatores podem alterar a quantidade e a qualidade da gua dasnascentes de uma bacia hidrogrfica, como por exemplo a declividade, o tipo e o

    uso do solo, principalmente das zonas de recarga, responsveis pela drenagemda gua do divisor natural at a nascente. Essa captao influencia oarmazenamento da gua subterrnea e o regime da nascente e dos cursosdgua. A conservao dessa gua depende da conservao dos outros recursosnaturais existentes no sistema (PINTO et al., 2004).

    As zonas de recarga so caracterizadas por solos profundos e permeveislocalizados em reas de relevo suave, e so fundamentais para o abastecimentodos lenis freticos. Nas bacias hidrogrficas, essas reas podem serconstitudas pelos topos de morros e chapadas (SOUZA; FERNANDES, 2000).

    A presena de rvores nos topos dos morros e das sees convexas,

    estendendo-se at 1/3 das encostas, indispensvel para a recuperao econservao das nascentes, tema devidamente regulamentado pela ResoluoCONAMA, n. 303, de maro de 2002.

    Pinto et al. (2004), ao fazerem a caracterizao das nascentes perenes dabacia hidrogrfica do Ribeiro Santa Cruz, localizado em Lavras-MG, e de suasreas de recarga, observaram que, das 177 nascentes, 44 (24,86%)encontravam-se degradadas, 107 perturbadas (60,45%) e apenas 26 (14,69%)encontravam-se preservadas. As principais perturbaes encontradas nasnascentes foram: compactao do solo pelo gado e pelas prticas de preparopara o plantio de culturas agrcolas, presena de lixo, estrume, eroso, grandes

    voorocas e desmatamento.Dentre as principais funes das matas ciliares possvel destacar: ocontrole da eroso nas margens dos cursos dgua, evitando o assoreamento

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    dos mananciais; a reduo dos efeitos de enchentes; a manuteno daquantidade e qualidade das guas; o auxlio na proteo da fauna local; oequilbrio do clima; a melhoria da qualidade de vida; e a filtragem dos possveisresduos de produtos qumicos, como agrotxicos e fertilizantes, ou seja, elasfuncionam como reguladores do fluxo de gua, sedimentos e nutrientesentre os terrenos mais altos da bacia hidrogrfica e a rede de drenagem,desempenhando o papel de tampo e filtro. A ausncia ou a reduo da mataciliar pode impedir a formao de corredores naturais que possibilitam o fluxognico das espcies, tanto da flora quanto da fauna, reduzindo de forma direta eindireta a biodiversidade da regio e outros prejuzos econmicos spropriedades rurais.

    No Estado do Rio de Janeiro, os rgos pblicos ambientais responsveispela fiscalizao das APPs so o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente edos Recursos Naturais Renovveis), o IEF (Instituto Estadual de Florestas), oBatalho Florestal, a Delegacia de Proteo ao Meio Ambiente e setoresambientais de algumas prefeituras.

    2. Recom endaes tcn icas

    Para a recuperao e preservao das nascentes e mananciais empropriedades rurais, podem-se adotar algumas medidas de conservao eproteo do solo e da vegetao que englobam desde a eliminao das prticasde queimadas at o enriquecimento das matas nativas (CARVALHO, 2004).

    Independentemente do sistema a ser adotado, as reas passveis de

    revegetao sempre devem ser isoladas dos fatores de degradao, de modo areduzir maciamente os custos do plantio, j que o potencial de auto-recuperao pode ser preservado ou at restabelecido no tempo, dependendo dohistrico de uso e do entorno da rea (ATTANASIO et al., 2006). A construo decercas, fechando a rea da nascente, num raio de 50 metros a partir do olhodgua, evita o pisoteio, a compactao do solo e a destruio das mudas poranimais existentes na rea, como o gado, porcos, galinhas e outros. Amanuteno do aceiro, com no mnimo 10m de largura em volta da cerca, evitaainda que o fogo, em caso de incndio, atinja a rea de nascente (CARVALHO,2004), o que poderia prejudicar o processo de regenerao.

    Dependendo das caractersticas da situao identificada na rea, so trsas possibilidades de sistemas de restaurao a serem usados. Muitas vezes,numa mesma microbacia, podem ser usados os diferentes sistemas de acordocom as caractersticas dos vrios trechos a serem recuperados, e um sistemapode englobar os demais ao longo do tempo, como forma de potencializar arestaurao da rea, que o objetivo maior de todas essas aes. Os sistemasde restaurao so:

    Regenerao Natural - quando determinada rea de floresta sofreinterferncia, como a abertura natural de uma clareira, desmatamento ou

    incndio, a sucesso secundria se encarrega de promover a colonizao da reaaberta e conduzir a vegetao atravs de uma srie de estdios sucessionais, deespcies dos diferentes grupos ecolgicos, que vo se substituindo ao longo do

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    tempo, transformando as condies ecolgicas locais at atingir status deecossistema bem estruturado, diversificado e mais estvel. Esse processodepende de uma srie de fatores, como a presena de vegetao remanescente,banco de sementes no solo, rebrota de espcies arbustivo-arbreas, proximidadede fontes de sementes e intensidade e durao da interferncia. Dessa forma,cada rea degradada apresentar uma dinmica sucessional especfica(MARTINS, 2001).

    Essa a situao de mais fcil restaurao, j que consiste apenas noisolamento da rea dos fatores de perturbao, e de aes posteriores eseqenciais de manejo que potencializam a auto-recuperao dessas reas,como conduo da regenerao natural, adensamento de alguns trechos maisdegradados, enriquecimento da rea para incremento da diversidade etc.(ATTANASIO et al., 2006).

    Quando houver a ocorrncia de espcies invasoras, principalmentegramneas exticas e trepadeiras, elas podem inibir a regenerao natural dasespcies arbreas, mesmo que estejam presentes no banco de sementes ou quecheguem rea via disperso. Nesse caso, recomendado o controle daspopulaes de invasoras agressivas e o estmulo regenerao natural(MARTINS, 2001).

    Banco de semente autctone o estoque de semente que existe no solodo prprio local a ser recuperado, que se quer preservar, manejar e incrementar.Determinados processos de degradao podem eliminar a floresta sem, todavia,destruir o potencial de germinao das espcies que esto estocadas, na formade sementes, na camada superficial do solo. Desse modo, atravs do manejoadequado desse solo, as sementes a estocadas podem ser induzidas a germinar.

    No processo de sucesso florestal, as espcies que compem o banco desementes so principalmente aquelas das fases iniciais da sucesso, que ficamno solo aguardando alguma perturbao, com conseqente alterao dascaractersticas do ambiente (luz, temperatura e umidade), para germinarem eocuparem a rea, promovendo a recuperao e a catalisao dos processosecolgicos. Assim, para induzir o banco de sementes das espcies queinteressam restaurao da rea, basta o revolvimento e a exposio luz dacamada superficial do solo (0-5cm) (ATTANASIO et al., 2006).

    Quando o banco de sementes do solo est esgotado e no existe fonteadjacente de propgulos (sementes ou plntulas), o sucesso desse processo

    natural estar diretamente relacionado com o grau de degradao doecossistema (GARWOOD, 1989, citado por MALAVASI et al., 2005).Embora de baixo custo, a regenerao natural normalmente um

    processo lento. Se o objetivo formar uma floresta em rea ciliar, num temporelativamente curto, visando rpida proteo do solo e do curso d'gua, devemser utilizadas outras tcnicas que acelerem o processo de sucesso (MARTINS,2001).

    Enriquecimento de espcies na comunidade - utilizado em reas onde halgum tipo de vegetao, ou por germinao espontnea do banco de sementes,

    introduo por animais ou simplesmente indivduos remanescentes aps odesmatamento.

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    Independente do modo como ocorreu essa ocupao, geralmente h baixadiversidade de espcies (normalmente espcies iniciais da sucesso),necessitando, assim, de interveno pelo enriquecimento com espcies maistardias, plantadas em alta diversidade florstica e gentica, com o intuito degarantir a restaurao dos processos ecolgicos por meio de mudas ousementes.

    importante ressaltar que, para o enriquecimento, fundamental aescolha de espcies atrativas para a fauna, visando introduo e manutenode polinizadores e dispersores, favorecendo a sustentabilidade do ecossistema(MARTINS, 2001).

    Para a reconstruo de uma floresta com elevada diversidade regional, sousadas outras estratgias de restaurao que no apenas o plantio de mudase/ou semeadura direta, como o transplante de plntulas alctones (oriundas deoutras reas), inclusive usando reas de florestas comerciais (fora de APPs eReserva Legal) como fonte de propgulos para restaurao; o uso de serapilheirae banco de sementes alctones; o uso de espcies atrativas da fauna (poleirosnaturais) e poleiros artificiais, que pela imprevisibilidade das espcies envolvidas,garantam o resgate no s de espcies arbreas, mas tambm de outras formasde vida (ATTANASIO et al., 2006).

    Implantao da Comunidade Florestal - sistema adotado em reas cujafloresta original foi substituda por alguma atividade agropastoril altamentetecnificada e a vegetao natural remanescente no entorno da rea no florestal ou foi totalmente destruda. necessrio que todas as espciesflorestais sejam introduzidas; para isso, deve-se utilizar a seqncia cronolgicade sucesso: espcies pioneiras, espcies secundrias iniciais, espciessecundrias tardias e/ou clmax, podendo-se usar a semeadura direta ou oplantio de mudas (ATTANASIO et al., 2006) (Quadro 1).

    As espcies, conforme seus grupos ecolgicos, podero ter sua distribuiovarivel no espao e no tempo. Pode-se adotar o plantio inicial de pioneiras paraposterior introduo das espcies tardias, em especial para reas com maiorgrau de degradao, ou o plantio simultneo, com a proporo de 70% deespcies iniciais e 30% de tardias.

    Dessa forma, a adoo de um desses sistemas depender dascaractersticas de cada situao encontrada no campo, no que se refere cobertura vegetal da rea (atual e anterior) a ser revegetada, ao histrico deuso, existncia ou no de propgulos de espcies lenhosas na rea a serrecuperada e proximidade dessas com reas de remanescentes florestais bemconservados, que podem atuar como possveis fornecedores de propgulos.

    Caracterizao da rea

    Para a recuperao de mata ciliar em torno de uma nascente, fundamental a realizao prvia de levantamento da rea com relao aosaspectos hidrolgicos, edficos, climticos e a todos os outros aspectos que

    possam interferir num sistema de plantio nesses moldes.

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    Preparo do solo

    Limpeza da rea

    De acordo com o nvel de infestao, deve ser realizada uma roada com oobjetivo de retirar da rea espcies de plantas daninhas que possam competir

    por gua, luz e nutrientes com as espcies de interesse. Esse controle deve serfeito na forma de um coroamento ao redor do local onde ser feita a cova.

    Controle de formigas cortadeiras

    As formigas cortadeiras constituem um dos problemas fitossanitrios maisgraves no Brasil e podem causar grandes prejuzos em reas agrcolas, pastoris eflorestais.

    O seu controle dever ser realizado atravs de iscas formicidasgranuladas.

    Essa prtica deve ser intensificada principalmente nas primeiras fases deimplantao do povoamento, j que esses insetos tm preferncia por plantas jovens, que so mais suscetveis desfolha. Como conseqncia, infestaesseveras podem dizimar o plantio.

    As iscas so de fcil aplicao e seu custo inferior aos demais mtodosqumicos (termonebulizao e polvilhamento).

    O primeiro procedimento a ser seguido quando se est utilizando essatcnica fazer a medio do formigueiro, o que feito com passadas de mais oumenos um metro ou com uma trena, medindo-se a maior largura e o maiorcomprimento do murundu. Essas duas medidas so multiplicadas para se obter aestimativa da rea do formigueiro em metros quadrados. As dosesrecomendadas a serem aplicadas por metro quadrado so especificadas naembalagem do produto e devem ser obedecidas rigorosamente para evitar aparalisao apenas temporria das atividades externas das colnias tratadas comsubdosagens ("amuamento" do formigueiro) ou o consumo desnecessrio doproduto. No entanto, quando a altura do murundu (no caso de savas) for maiorque 80cm, recomenda-se aumentar a dosagem da isca em torno de 20%. aconselhvel dividir a quantidade de isca a ser aplicada pelo nmero de olheirosde alimentao, para garantir a distribuio homognea do formicida no interiorda colnia. As pores de isca devem ser colocadas sobre folhas, cascas secas de

    rvores, telhas ou em pedaos de bambu para proteger o produto da umidade.Sempre que possvel, a isca deve ser coberta para evitar a contaminaode animais. As iscas devem ser aplicadas ao lado da trilha, a mais ou menos20cm dos olheiros. A aplicao deve ser feita em dias secos e em formigueirosativos, de preferncia com as formigas cortando e carregando folhas para ointerior do ninho (bem cedo ou no final do dia).

    Alguns pontos importantes devem ser considerados:

    No armazenar as iscas granuladas junto com produtos que exalem odores,para que no haja contaminao e/ou rejeio pelas formigas.

    Na hora da aplicao, a isca no deve ser tocada com as mos, para evitar acontaminao do aplicador e da isca. A aplicao deve ser feita com um medidor,como uma colher ou colmo de bambu, por exemplo.

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    Abertura das covas

    A marcao das covas dever ser feita de acordo com o espaamento e otraado (ex. triangular) escolhido. recomendada a utilizao de gabaritos(normalmente so usadas duas varas com as quais se definem as distncias nalinha e nas entrelinhas de plantio) para facilitar a realizao dessa atividade. A

    abertura das covas, no tamanho de 30x30x30cm, poder ser feita com enxadoou cavadeira.

    Durante o coveamento, o solo retirado da cova dever ser enriquecido comfertilizantes, retornando cova para fixao das mudas. Outro cuidadoimportante no deixar espaos sem solo entre o torro da muda e as paredesda cova, pois permitem a formao de bolhas de ar que podem comprometer odesenvolvimento das mudas (KAGEYAMA et. al, 2001).

    Adubao

    Nem sempre a adubao nos plantios necessria, uma vez que essaoperao eleva substancialmente os custos de implantao. Tanto a calagemcomo a adubao so efetuadas mediante anlise de solo, por meio da qual seprocura corrigir e prevenir as deficincias nutricionais. Baixos teores de Ca e Mgno solo sero corrigidos pela aplicao de calcrio.

    De acordo com citaes de Furtini Neto et al. (2000), a aplicao de 20gde N, 40g de P2O5 e 30g de K2O por cova, eleva consideravelmente ocrescimento de algumas espcies florestais nativas. Os valores aproximadosreferentes citao anterior so 100g de sulfato de amnio, 200g de super-fosfato simples e 50g de cloreto de potssio. Por ser em nascentes, a utilizao

    de adubos orgnicos devidamente curtidos e disponveis na propriedade podereduzir os custos e evitar riscos de contaminao do lenol fretico.

    Conforme a anlise do solo e a adaptao das mudas, dever ser realizadamais uma ou duas adubaes de cobertura, de forma criteriosa, com nitrognio epotssio, de seis meses a um ano aps o plantio, em perodo chuvoso.

    Plantio das mudas

    Definio das espcies

    A vegetao em torno das nascentes funciona como barreira viva naconteno da gua proveniente das enxurradas. Por isso, durante a definio dasespcies a serem plantadas e do esquema de distribuio, algumas questesdevem ser consideradas, como, por exemplo, quantas e quais espcies devemser utilizadas, quantos indivduos de cada espcie e qual o melhor arranjo para adistribuio das espcies (BOTELHO et al., 1996).

    Portanto, devem-se plantar espcies nativas (Anexo I) com ocorrncia emmatas ciliares da regio; plantar o maior nmero possvel de espcies para geraralta diversidade florstica, na tentativa de reproduzir o ambiente natural; plantarespcies atrativas fauna; e respeitar a tolerncia das espcies umidade do

    solo.Florestas com maior diversidade apresentam maior capacidade de

    recuperao, melhor ciclagem de nutrientes, maior atratividade fauna, maior

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    proteo ao solo contra processos erosivos e maior resistncia a pragas edoenas. No planejamento da revegetao, deve-se considerar, tambm, arelao da vegetao com a fauna, que atuar na polinizao e disperso desementes, contribuindo com a prpria regenerao natural. Espcies regionais,com frutos comestveis pela fauna, ajudaro a recuperar as funes ecolgicasda floresta (MARTINS, 2001).

    Em viveiros do Estado do Rio de Janeiro, no h disponibilidade de grandenmero de espcies, entretanto, o produtor dever utilizar o maior nmeropossvel, dando prioridade a mudas de boa qualidade.

    As pioneiras so espcies de ciclo de crescimento rpido que produzemgrande quantidade de sementes, facilitando a renovao natural da reaplantada, j que possuem, em sua maioria, durao mxima de 20 anos. Exigemmuita luz solar e servem para fornecer proteo ao solo e condiesmicroclimticas necessrias ao estabelecimento das espcies dos estgiossucessionais posteriores. J as espcies tardias, apresentam desenvolvimentomais lento e necessitam do sombreamento parcial das espcies pioneiras para sedesenvolverem. Produzem sementes e frutos e possuem vida mdia de 100anos.

    Espaamento de plantio

    No devem ser realizados plantios em cima da nascente, respeitando-se oespao de aproximadamente 5 metros de distncia entre o plantio e o corpodgua.

    A renovao dessa vegetao deve, sempre que possvel, acontecer de

    maneira natural.Devido proximidade com a nascente, deve-se evitar o adensamentoentre plantas. Recomenda-se que o plantio das mudas de espcies pioneiras esecundrias iniciais seja feito com espaamento de 3x4m, 4x4m ou maior, pois esperado que ocorra maior absoro da gua na fase inicial do crescimentodessas espcies devido s caractersticas do grupo ecolgico a que pertencem(Quadro 1).

    Recomenda-se que as covas das espcies pioneiras sejam dispostas emziguezague (quincncio), proporcionando melhor filtragem dos resduos e maiorfixao das encostas.

    Em regies ridas, h nascentes que apresentam vazo restrita, quediminuem significativamente ou mesmo secam temporariamente. Para essascondies, o tipo de vegetao circundante pode representar preocupaoquanto ao consumo de gua das plantas no seu processo de evapotranspirao.

    Essa preocupao baseia-se na hiptese de que plantas com diferentesprofundidades do sistema radicular tendem a explorar, hidricamente, vriasprofundidades do solo, em diferentes intensidades. Verifica-se, na literatura,alguma divergncia de resultados e concluses com relao a esse assunto.

    Por essa razo, so necessrios estudos que contribuam para o melhorentendimento do tema, importante no s para nascentes de regies semi-ridas

    ou de vazo intermitente, como tambm nas de regies midas, sob condio decompetio pela gua.

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    Quadro 1 - Caractersticas de espcies arbreas nativas do Brasil que compem osdiferentes grupos ecolgicos.

    Grupo Ecolgico

    Caractersticas PioneirasSecundrias

    IniciaisSecundrias

    TardiasClmax

    Crescimento muito rpido rpido mdio lento ou muitolento

    Madeira muito leve leve mediamente dura dura e pesada

    Tolerncia sombra

    muito intolerante intolerantetolerante noestgio juvenil

    tolerante

    Altura dasrvores (m) 4 a 10 20

    20 a 30(alguns at 50)

    30 a 45(alguns at 60)

    Regeneraobanco desementes

    banco deplntulas

    banco deplntulas

    banco deplntulas

    Disperso desementes

    ampla (zoocoria:

    alta diversidadede animais); pelovento, grandedistncia

    restrita(gravidade);

    ampla (zoocoria:poucas espciesde animais); pelovento, grandedistncia

    principalmentepelo vento

    ampla (zoocoria:

    grandesanimais);restrita(gravidade)

    Tamanhos defrutos esementes

    pequeno mdiopequeno a mdiomas sempre leve grande e pesado

    Dormncia dassementes

    induzida (foto outermorregulada) sem sem

    inata (imaturi-dade do embrio)

    Idade da 1reproduo(anos)

    prematura (1 a 5)prematura(5 a 10)

    relativamentetardia (10 a 20)

    tardia(mais de 20)

    Tempo de vida(anos)

    muito curto(menos de 10) curto (10 a 25) longo (25 a 100)

    muito longo(mais de 20)

    Ocorrncia

    capoeiras, bordasde matas,clareiras mdiase grandes

    florestassecundrias,bordas declareiras,clareiraspequenas

    florestas secun-darias e prima-rias, bordas declareiras e clarei-ras pequenas,dossel floresta esub-bosque

    florestas secun-drias em estgioavanado desucesso, flores-tas primrias,dossel e sub-bosque

    Fonte: Martins, 2001

    Plantio

    No plantio, so retirados os recipientes sem destruir o torro da muda e,se necessrio, efetuadas podas das razes enoveladas. A muda colocada nacova sobre a poro de terra j enriquecida com adubo e corretivo; o resto damistura ser utilizado para cobrir o torro, que ser compactado com os ps oucom o auxlio de um chucho para evitar inclinao da muda na cova. Caso noocorra chuva, deve-se fazer, pelo menos, uma irrigao por semana no primeiroms de plantio e uma a cada duas semanas no segundo. As mudas devem sertutoradas em varetas guias de bambu com altura de 1m para orientao de

    crescimento e para ajudar na localizao das mudas no campo (CALHEIROS,2004).

    Aps 30 dias do plantio, executa-se o replantio das mudas que morreram.

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    Procedncia das mudas

    As mudas devem ter boas condies de sanidade e altura mnima de30cm. Para que essas caractersticas sejam atendidas, as mudas devero sercompradas em viveiros certificados.

    As mudas podero ser adquiridas em hortos florestais mantidos por rgos

    pblicos ou em viveiros particulares da regio.No site www.if.ufrrj.br/rioesba/ da RIOESBA (Rede Mata Atlntica de

    Sementes Florestais do RJ, ES e BA) h um cadastro de fornecedores de mudas esementes do Estado do Rio de Janeiro.

    3. Es t im at i vas de cus to

    Os custos para a implantao de uma APP em torno de uma nascente, peloprocesso de plantio de mudas, esto descritos no Quadro 2. Os clculos foram

    baseados em uma rea cercada de 100x100m. Os preos das mudas iro variarde acordo com as espcies escolhidas para a rea, em funo das caractersticasda regio. O espaamento entre mudas considerado foi o de 4x4m. No foramcontabilizados os gastos com cerca.

    Quadro 2 - Estimativa de custo referente implantao de uma APP num raio de 50mem torno da nascente.

    Discriminao Unidade Quant.ValorUnit.

    Valor Total(R$)

    Anlise de solo 1 25,00 25,00

    Preparo da rea (mo-de-obra)

    Coveamento p/ mudas H/D 8 25,00 200,00

    Calagem e Adubao de covas H/D 2 25,00 50,00

    Plantio de mudas H/D 4 25,00 100,00

    Tratos Culturais

    Roada/coroamento H/D 6 25,00 150,00

    Adubao de cobertura H/D 1 25,00 25,00

    Insumos

    Isca granulada 4 5,00 20,00

    Mudas (plantio e replantio)unidade 700 1,00 700,00

    Calcrio saco 2 7,00 14,00

    Adubos saco 2 45,00 180,00

    TOTAL DE VALORES APROXIMADOS 1.464,00

    H/D=homem/dia

    4. Con s ider aes

    Diante das recomendaes citadas, fica evidenciada a importncia doplantio de espcies florestais nas margens das nascentes e sua relao com a

    manuteno desse recurso no sistema. Cabe ao produtor o direito de defenderseu potencial hdrico e o dever de preservar suas nascentes e as vegetaes queas protegem.

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    Nesse contexto, a importncia de trabalhos de pesquisa e extenso torna-se ainda mais relevante, mostrando que atravs de uma ao coletiva,envolvendo a populao, os rgos pblicos e os profissionais da rea, possvelchegar a um consenso em relao racionalizao do uso dos recursos hdricos.

    5. Refe r nc ias b ib l i og r f i cas

    ALVES, S. C. A gua como elemento fundamental da paisagem em microbacias.Informe Agropecurio, Belo Horizonte, v. 21, n. 207, p. 9-14, nov./dez. 2000.

    ATTANASIO, C. M. et al. Adequao ambiental de propriedades rurais,recuperao de reas degradadas e restaurao de matas ciliares.Piracicaba: ESALQ, Departamento de Cincias Biolgicas, Laboratrio de Ecologiae Restaurao Florestal, 2006. 63 p.

    BOTELHO, S. A.; DAVIDE, A. C.; FARIA, J. M. R. Desenvolvimento inicial de seisespcies florestais nativas em dois stios, na regio sul de Minas Gerais. Cerne,Lavras, v. 2, n. 1, p. 43-52, 1996.

    BRASIL. Lei n 4.771, de 15 de setembro de 1965. Institui o novo CdigoFlorestal. Dirio Oficial da Unio, Braslia, 16 set. 1965.

    CALHEIROS, R. de O. et al. Preservao e recuperao das nascentes (degua e de vida). Piracicaba: Comit das Bacias Hidrogrficas dos RiosPiracicaba, Capivari e Jundia, Cmara Tcnica de Conservao e Proteo aosRecursos Naturais, 2004. 140 p.

    CARVALHO, S. L. de. Medidas que preservam nascentes e mananciais. Jornal daIlha, Ilha Solteira, SP, p. A-7, 19 fev. 2005.

    FURTINI NETO, A. E. et al. Fertilizao em reflorestamento com espcies nativas.In: GONALVES, J. L. de M.; BENEDETTI, V. Nutrio e fertilizao florestal.Piracicaba: IPEF, 2000. cap. 12, p. 351-383.

    KAGEYAMA, P. Y. et al. Restaurao da mata ciliar: manual para recuperaode reas ciliares e microbacias. Rio de Janeiro: SEMADS, 2001. v. 13, 104 p.

    MALAVASI, U. C.; GASPARINO, D.; MALAVASI, M. M. Semeadura direta narecomposio vegetal de reas ciliares: efeitos da sazonalidade, uso do solo,excluso da predao, e profundidade na sobrevivncia inicial. Semina: cinciasagrrias, Londrina, v. 26, n. 4, p.449-454, out./dez. 2005.

    MARTINS, S. V. Recuperao de matas ciliares. Viosa:Aprenda Fcil, 2001.

    143 p.

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    PINTO, L. V. A. et al. Estudo das nascentes da bacia hidrogrfica do RibeiroSanta Cruz, Lavras, MG. Scientia Forestalis, Piracicaba, n. 65, p.197-206, jun.2004.

    RAMOS, P. R.; RAMOS, L. A.; LOCH, C. Sensoriamento remoto como ferramentapara a gesto ambiental e o desenvolvimento local. In: CONGRESSOBRASILEIRO DE CADASTRO TCNICO MULTIFINALITRIO, 2004, Florianpolis.Anais... Florianpolis: UFSC, 2004. p. 1-7.

    RIBEIRO, C. A. A. S. R. et al. O desafio da delimitao de reas de preservaopermanente. Revista rvore, Viosa, v. 29, n. 2, mar./abr. 2005.

    SOUZA, E. R.; FERNANDES, M. R. Sub-bacias hidrogrficas: unidades bsicaspara o planejamento e a gesto sustentveis das atividades rurais. InformeAgropecurio, Belo Horizonte, v. 21, n. 207, p.15-20, nov./dez. 2000.

    TONELLO, K. C. Anlise hidroambiental da bacia hidrogrfica da Cachoeiradas Pombas, Guanhes, MG. 2005. 69 f. (Mestrado em Cincia Florestal) Universidade Federal de Viosa, Viosa, 2005.

    ZAKIA, M. J. B. Identificao e caracterizao da zona ripria em umamicrobacia experimental: implicaes no manejo de bacias hidrogrficas e narecomposio de florestas. 1998. 99 f. Tese (Doutorado em Cincias daEngenharia Ambiental) Escola de Engenharia de So Carlos, SP, 1998.

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    Anexo I: Lista de espcies nativas do Estado do Rio de Janeiro com potencial pararecuperao de matas ciliares, com recomendao do Grupo Ecolgico.

    Nome Cientfico Nome Vulgar G.E. Indicao

    Acacia polyphylla monjoleiro Si B, C

    Acnistus aborescens marianeira P

    Aegiplila sellowiana tamanqueira, molulo P C

    Albizia polycephalla canjiquinha P

    Alchornea iricurana iricurana Si

    Alchornea triplinervia tapi Si A, B

    Andira anthelmia angelim-pedra St

    Andira fraxinifolia angelim-rosa St

    Andira legalis angelim-coco St

    Allophylus edulis murta Si C

    Anadenanthera peregrina angico-branco Si

    Annona cacans araticum, araticum cago Si B, C

    Annona glabra araticum Si

    Apulea leiocarpa garapa St C

    Aspidosperma ramiflorum matambu St

    Aspidosperma parvifolium guatambu St

    Astronium graveolens aroeira St C

    Bauhinia forficata pata-de-vaca Si B, C

    Bixa orellana urucum P

    Bonbacopsis glabra castanha-do-maranho St

    Cabrelea canjerana canjerana St B, C

    Caesalpinia ferrea pau-ferro C

    Caesalpinia echinata pau-brasil C

    Calophyllum brasiliensis guanandi C A, B

    Cariniana estrellensis jequitib-branco St C

    Cariniana legalis jequitib-rosa St C

    Casearia sylvestris guaatonga Si C

    Cecropia glaziovi embaba vermelha P B, C

    Cecropia hololeuca embaba P B, CCedrela fissilis cedro-rosa St C

    Cedrela odorata cedro-vermelho St A, B

    Centrolobim robustum ararib St

    Chorisia speciosa paineira St B, C

    Cinnamomum glaziovii canela-mirim St

    Citharexylum myriathum tarum Si

    Clethra scabra peroba-caf P A, B

    Columbrina glandulosa saquaraju St C

    Copaifera lansdorffii leo-de-copaba, copaba St B, CCopaifera trapezifolia copaba St

    (continua)

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    (continuao)

    Nome Cientfico Nome Vulgar G.E. Indicao

    Cordia ecalyculata louro-mole St B, C

    Cordia trichotoma louro-pardo, canela-batata St C

    Croton florinbundus capixingui P C

    Cupania oblongifolia camboat StDalbergia nigra jacarand-cavina St

    Didymopanax acuminatus mandioquinha Si

    Duguetia lanceolata corticeira St C

    Enterolobium contortisiliquum orelha-de-negro St B, C

    Erythrina speciosa mulungu-do-litoral Si A, B

    Erythrina verna mulungu Si

    Eugenia brasiliensis grumixama St

    Eugenia supraaxilaris pitanga-selvagem St

    Eugenia uniflora pitangueira St CEuterpe edulis palmito-doce, jussara C B

    Ficus clusiaefolia figueira-vermelha Si

    Ficus hirsuta figueira Si

    Ficus insipida mata-pau Si

    Gallesia intergrifolia pau-dalho St B, C

    Genipa americana genipapo St A, B

    Gochnatia polymorpha camar P

    Guarea guidonea carrapeta C A, B

    Guatteria australis imbi St

    Guatteria dusenii envira St

    Hibiscus pernambucensis algodoeiro-da-praia P

    Hyeronima alchorneoides uricurana Si A, B

    Hymenaea coubaril jatob St B, C

    Inga capitata ing Si

    Inga edulis ing Si

    Inga laurina ing-feijo Si

    Inga marginata ing-dedo Si A, B

    Inga sessilis ing-macaco Si

    Inga vera ing-banana Si A, B

    Jacaranda macrantha caroba Si A, B

    Jacaranda micrantha caroba Si

    Jacaranda puberola carobinha St

    Jacaratia spinosa mamo-jaracati Si C

    Johannesia princeps cutieira Si

    Lecythis pisonis sapucaia St

    Lonchocarpus cultratus mal-casado St

    Luhea grandiflora aoita-cavalo Si C

    (continua)

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    (continuao)

    Nome Cientfico Nome Vulgar G.E. Indicao

    Machaerium nictitans bico-de-pato, jacarand-ferro St B, C

    Machaerium stipitatum jacarand-roxo St B, C

    Matayba guianensis camboat St

    Melanoxylon brauna brana-preta CMiconia cinnamomifolia jacatiro St

    Mimosa bimucronata maric P

    Mimosa scrabella bracatinga P

    Myrcia rostrata guamirim-de-folha-mida Si B, C

    Myrocarpus frondosus leo-pardo St

    Nectandra lanceolata canela-amarela St A, B

    Nectandra leucantha canela-parda St

    Nectandra oppositifolia canela St

    Nectandra puberula canela-guaic StOcotea odorifera canela-sassafrs St C

    Pera glabrata sapateiro St

    Peschieria affinis leiteira P

    Piptadenia gonoacantha pau-jacar P C

    Piptadenia paniculata angico, monjolo Si

    Platymenia foliolosa vinhtico St

    Platymiscium floribundum jacarand-do-litoral St/C

    Pourouma gianensis embaubarana Si

    Pouteria caimito abiu St

    Pseudobombax grandiflorum paina-do-brejo Si B, C

    Psidium guajava goiabeira Si B, C

    Psidium guineensis ara Si

    Pterocarpus rohrii pau-sangue St

    Pterogyne nitens pau-amendoim Si

    Rapanea ferruginea capororoca P C

    Rheedia gardneriana bacupari C B, C

    Rollinia mucosa berib St

    Rollinia sylvatica araticum-do-mato, cortia St B, C

    Schinus terebinthifolius aroeirinha, aroeira-pimenteira P A, B

    Schyzolobium denudatum ang St

    Schyzolobium parahyba guapuruvu Si B, C

    Senna multijuga aleluia Si

    Sesbastiania commersoniana branquinho St

    Sophora tomentosa cambu St

    Sparattosperma leucanthum ip-cinco-folhas Si

    Stryphnodendron polyphyllum barbatimo SiSwartzia simplex pacov-de-macaco C

    (continua)

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    (continuao)

    Nome Cientfico Nome Vulgar G.E. Indicao

    Syagrus romanzoffiana jeriv, coquinho babo St B, C

    Symphonia globulifera anani St B

    Tabebuia cassinoides Pau-de-tamanco, caxeta St A, B

    Tabebuia chysotricha ip-amarelo-do-morro St CTabebuia hepthaphilla ip-roxo St

    Tabebuia impetiginosa pau-darco-roxo St B, C

    Tabebuia serratifolia ip-amarelo St

    Tabebuia umbellata ip-amarelo-do-brejo St A, B

    Talauma ovata pinha-do-brejo C A

    Tapirira guianensis fruta-de-pombo Si A, B

    Tibouchina granulosa quaresmeira Si

    Tibouchina mutabilis manac-da-serra Si

    Trema micrantha crindiva, candiba P C

    Trichilia casaretti catuaba Si

    Veronia difusa vassouro P C

    Virola oleifera bicuba St B, C

    Vitex polygama maria-preta Si

    Xylopia brasiliensis pindaba, asa-de-barata C B, C

    Xylopia sericea imbi-pimenta C

    GE= grupo ecolgico: P= pioneira; Si= secundria inicial; St= secundria tardia; C= clmax(Fonte: Kageyama, 2001)

    A = reas encharcadas permanentemente; B = reas com inundao temporria; C = reas bem drenadas, noalagveis(Fonte: Martins, 2001).

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    SECRETARIA DEAGRICULTURA, PECURIA,PESCA E ABASTECIMENTO

    SUPERINTENDNCIA

    DE DESENVOLVIMENTOSUSTENTVEL