37
Ano II Número 92 Data 07 a 11/06/2012

07 a 11 Jun 2012

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Clipping CAOMA Eletrônico

Citation preview

Page 1: 07 a 11 Jun 2012

AnoII

Número92

Data07 a 11/06/2012

Page 2: 07 a 11 Jun 2012

Londres/Cingapura – O cresci-mento populacional, a urbanização e o consumo vão causar danos irre-versíveis ao planeta, alertou ontem o Programa da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnu-ma), que também fez um apelo por um acordo urgente sobre novas metas verdes para salvar o meio ambiente. O alarme foi dado pela entidade na publicação Panorama Ambiental Global 5 (GEO-5), resultado do quin-to levantamento da saúde ambiental global feita pela ONU desde 1997 e compilado por mais de 600 especia-listas. Editado uma semana antes da abertura da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sus-tentável (Rio+20), uma das maiores reuniões globais para tratar sobre o tema dos últimos anos, o relató-rio indica que desde 1992, quando ocorreu a Rio92, ou Cúpula da Terra – também no Rio de Janeiro, e que deu início às primeiras ações dos países em prol da preservação –, os sinais vitais da Terra continuaram a se deteriorar, desde o desmatamen-to das florestas, a pesca excessiva, a poluição do ar e da água até o clima caótico e as crescentes emissões de gases causadores de efeito estufa. O GEO-5 mostra que, das 90 metas e objetivos ambientais de referência, só houve progresso significativo em quatro (veja quadro). Uma delas foi a eliminação da produção e do uso de substâncias que agridem a camada de ozônio, avanço que evitará milhões de casos de câncer de pele até 2050 e outros milhões de casos de catarata até 2100.

Também houve progressos nas pesquisas para reduzir a contamina-ção dos oceanos, que continua, no entanto, sendo dramática e provoca, entre outras questões, grave deterio-ração dos recifes de coral. O informe aponta pequenos progressos em 40 objetivos ambientais da ONU, por exemplo, no aumento de áreas pro-tegidas, como parques nacionais, e uma redução do desmatamento. Na América Latina foram promovidas políticas de redução da destruição da Amazônia, indica o GEO-5, que co-memora o fato de países como a Co-

lômbia terem desenvolvido sistema de transporte coletivo que ajuda a re-duzir as emissões de gases com efeito estufa. Contudo, em escala global, a emissão de gases poderá dobrar nos próximos 50 anos, o que causaria uma alta da temperatura média de pelo menos três graus de hoje até o fim do século, lamenta o Pnuma.

“O TEMPO É CURTO” A Con-ferência da ONU que começa na quarta-feira no Rio de Janeiro deve atrair mais de 50 mil pessoas, entre representantes de governos, empre-sas e de grupos ambientalistas, para tentar definir novas metas globais em torno de sete temas principais, incluindo água, alimentos, segurança e energia. O GEO-5, que levou três anos para ficar pronto e é descrito pela ONU como seu principal exame da saúde do planeta, exorta os gover-nos a criar metas mais ambiciosas ou endurecer as já existentes, que, em sua maioria, não foram cumpridas. “O tempo é curto. Chegou o momen-to de acabar com a paralisia da inde-cisão, reconhecer os fatos e encarar a humanidade comum que une todos os povos”, disse o subsecretário-ge-ral da ONU e diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner.

Os governos devem concentrar suas políticas sobre os principais fa-tores causadores de mudanças climá-ticas, destacando o crescimento popu-lacional e a urbanização, o consumo de energia baseada nos combustíveis fósseis e da globalização. Os cientis-tas relacionaram a queima de com-bustíveis fósseis – carvão, petróleo e gás natural – a uma aceleração das mudanças climáticas, como secas se-veras e inundações. Os modelos atu-ais sugerem que as emissões de gases podem dobrar nos próximos 50 anos, levando ao aumento da temperatura global em 3 graus ou mais até o fim do século. A maioria dos impactos da mudança climática será sentida em muitos países em desenvolvimento, particularmente na África e na Ásia, onde o crescimento populacional e o aumento do consumo estão colocan-do mais ênfase na diminuição dos re-cursos naturais, segundo o relatório.

ELE TEME O FRACASSO O

secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, luta para tentar evitar o fra-casso da cúpula Rio+20, que reunirá líderes de mais de 100 países, o que seria, segundo ele, “trágico” para o planeta. A reunião entre chefes de Estado e governos deve promover a emergência de uma “economia ver-de” combinada ao desenvolvimento, à luta contra a pobreza e à proteção ambiental, e estabelecer uma nova governança internacional para o meio ambiente em um mundo de mais de 7 bilhões de habitantes, cujos recursos naturais se esgotam.

Apesar dos esforços de Ban Ki-moon, vários líderes mundiais estarão ausentes na Rio+20, incluindo o pre-sidente americano, Barack Obama. Do lado europeu, o francês François Hollande e o presidente russo, Vla-dimir Putin, confirmaram presença, assim como o presidente da Comis-são Europeia, José Manuel Barroso, e o primeiro-ministro espanhol, Ma-riano Rajoy. No entanto, nem a chan-celer alemã, Angela Merkel, nem o premier britânico, David Cameron, vão participar. “Temos que decidir se queremos a prosperidade comum ou caminhos de consequências muito negativas, trágicas, para a humani-dade”, advertiu o secretário-geral da ONU.

SEM OBRIGAÇÕESA cúpula Rio+20 não vai bus-

car o mesmo resultado da Cúpula da Terra do Rio há 20 anos, que levou ao Protocolo de Kyoto cinco anos depois sobre a limitação das emis-sões de gases de efeito estufa e a um tratado sobre a biodiversidade. A reu-nião deste mês ocorre sob o cenário de uma economia global em crise e diante de preocupações profundas sobre o futuro financeiro da Europa. Os objetivos desta vez no Rio são aspirações, não obrigações. A expec-tativa de negociações sobre um esbo-ço do texto final tem sido carregada. Cerca de um quinto do texto já foi acordado antes da reunião, informou a ONU esta semana. O evento tem início na quarta-feira, dia 13, mas os chefes de Estado e governos só en-tram na negociação no período de 20 a 23 de junho.

RIO-20

Soa o alerta ambiental Exame de saúde do planeta mostra poucos avanços desde a Eco 92.

Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, luta por acordo global no Rio

EstadO dE mInas – On LInE – 07.06.2012

Page 3: 07 a 11 Jun 2012

AVANÇOSRedução dos riscos de

saúde alcançada pela elimi-nação progressiva dos com-bustíveis à base de chumbo tem benefícios econômicos estimados em US$ 2,45 tri-lhões por ano, ou cerca de 4% do produto interno bru-to (PIB) global.

Eliminação da produ-ção e do uso de substâncias que agridem a camada de ozônio

China, Índia e Coreia do Sul estão promovendo energia renovável e eficiên-cia energética e concorda-ram com metas voluntárias de redução de emissões, em uma virada positiva em relação à energia mais ver-de

A perda anual de flo-restas saiu de 16 milhões de hectares na década de 1990 para cerca de 13 milhões de hectares entre 2000 e 2010. Ainda assim, é o equivalen-te a uma área

do tamanho da Ingla-terra sendo derrubada anu-almente

SITUAÇÃO AINDA DRAMÁTICA

Perdas na agricultura, danos de eventos climáticos extremos e os maiores cus-tos de saúde vão reduzir

o PIB globalA região da Ásia-Pací-

fico vai contribuir com cer-ca de 45% das emissões de CO2 globais relacionadas à energia até 2030 e por volta de 60% das emissões glo-bais até 2100, num cenário normal

Cerca de 20% das es-pécies de vertebrados es-tão ameaçadas. O risco de extinção está aumentando mais rápido para os corais do que para qualquer outro grupo de organismos vivos,

com a condição dos recifes de coral declinando 38% desde 1980

Estoques de peixes di-minuíram a uma taxa sem precedentes nas últimas duas décadas. A pesca mais do que quadruplicou desde os anos 1950 a meados dos anos 1990 e se estabilizou ou diminuiu desde então

Mais de 600 milhões de pessoas devem ficar sem acesso a água potável até 2015, enquanto mais de 2,5 bilhões de pessoas não terão acesso a saneamento básico

Desde 2000, os reser-vatórios de água subterrâ-nea se deterioraram ainda mais, enquanto o uso mun-dial de água triplicou nos últimos 50 anos

O número de zonas costeiras mortas aumentou dramaticamente nos últi-mos anos: das 169 zonas costeiras mortas no mundo todo, apenas 13 estão se re-cuperando

Europa, América do Norte e região da Ásia-Pa-cífico estão consumindo

os recursos do planeta a níveis insustentáveis

As emissões globais de dióxido

de carbono aumenta-ram quase

40% entre 1992 e 2010, lideradas principalmente pelo rápido crescimento das nações em desenvolvimen-to, como Brasil,

China e ÍndiaA biodiversidade está

em declínio, principalmente nos trópicos, com uma que-da de 30% desde 1992. Em maio, o grupo ambientalis-ta WWF disse que o mundo teria de ser 50% maior para ter terra e florestas suficien-tes para os níveis atuais de

consumo e emissões de car-bono

RECOMENDAÇÕES Há necessidade de me-

tas claras de longo prazo para o

desenvolvimento e o meio ambiente e de uma res-

ponsabilidade mais forte nos acordos internacionais

Há necessidade de mais

programas que colo-quem valor

sobre os ecossistemas e os serviços que eles for-necem às economias, como o ar fresco das florestas, ba-cias hidrográficas de rios e proteção de tempestade dos manguezais

As nações devem in-corporar o

valor das florestas, rios, deltas e outros ecossistemas nas contas nacionais, colo-cando, assim, um “preço na natureza”

POPULAÇÃO DE-SINFORMADA

Pesquisa divulgada ontem pelo Ministério do Meio Ambiente mostra que 78% dos brasileiros não sa-bem o que é a Rio+20. Dos 22% cidadãos que atesta-ram saber do que se trata o evento, 89% disseram ter a informação de que a confe-rência das Nações Unidas pode “mudar a maneira como usamos os recursos naturais do planeta”. Ainda nesse grupo, 11% acreditam que a Rio+20 tem por obje-tivo tratar de outros temas. Apesar de a maioria do país desconhecer a conferência, a ministra do Meio Am-biente, Izabella Teixeira, disse que os 22% são um número expressivo, já que na época da Rio92, apenas 3% sabiam o que era o en-contro.

Raio-x do planetaEstadO dE mInas – On LInE – 07.06.2012

Page 4: 07 a 11 Jun 2012

Paloma OlivetoBrasília – Reciclar o lixo, economizar água e poupar energia elé-

trica são hábitos cada vez mais comuns, diante de um planeta que ago-niza com a escassez de recursos naturais. Nem o mais consciente dos consumidores, porém, imagina que pode estar contribuindo, indireta-mente, para a perda da biodiversidade mundial. Em uma iniciativa iné-dita, um grupo de pesquisadores resolveu investigar como a intrincada rede de comércio internacional contribui para colocar em risco plantas e animais endêmicos. Eles concluíram que importações e exportações são responsáveis por 30% das espécies ameaçadas em todo o mundo.

O estudo, publicado na edição de ontem da revista Nature, usou como base a lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, na sigla em inglês), que faz um inventário de espécies ameaçadas e em risco de extinção. Os pesquisadores cruzaram essas informações com dados referentes a 15 mil commodities produzidas em 187 países, inclusive o Brasil, e ava-liaram o impacto na biodiversidade em mais de 5 bilhões de cadeias de fornecimento. Os resultados revelaram um padrão: os países mais pobres e em desenvolvimento estão destruindo o hábitat de plantas e animais para atender às demandas dos mais ricos. No topo da lista dos importadores que mais contribuem para a perda da biodiversidade, es-tão Estados Unidos (EUA), Japão e União Europeia. Apesar de citado devido ao desmatamento para criação de gado e plantio de soja e café, o Brasil não aparece no ranking das nações mais afetadas devido à ex-portação. O problema é maior em países do Pacífico (veja quadro), onde não apenas a devastação de florestas ameaça animais e plantas, mas também a poluição gerada pelas atividades extrativistas e industriais.PoluiçãoNa Indonésia, por exemplo, os pesquisadores constataram que, apenas nas relações comerciais com o Japão, 39 espécies estão ame-açadas devido à produção de bens manufaturados. Já as exportações para os EUA custam ao país 33 tipos de peixes, em risco por causa da poluição provocada por navios pesqueiros. “Essa questão da poluição tem sido um problema importante particularmente nos países asiáticos e, em especial, na China. No estudo, mostramos que um quinto das es-pécies do país que aparecem na lista vermelha estão ameaçadas devido à poluição. O crescimento econômico chinês está acelerado e vemos produtos e peças de montagem fabricados por lá em várias partes do mundo. Mas quem mais se beneficia disso são os Estados Unidos e o Japão”, conta Barney Foran, pesquisador da Universidade de Sydney e principal autor do estudo. Foran destaca que os países desenvolvidos estão protegendo suas espécies devido a políticas de conservação, com a criação de parques, redução de poluição industrial e regulamentação do desflorestamento e das áreas destinadas à pesca.

“Mas isso às custas da biodiversidade de nações menos desen-volvidas, onde a cultura de proteção ambiental é baixa, principalmente porque, no mundo globalizado, esses países dependem excessivamente da exportação de commodities”, critica. Com 37% da população viven-do abaixo da linha da pobreza e 43% de znalfabetos, a Papua Nova Guiné é outro caso de economia que gira em torno da exploração dos recursos naturais para exportação. As florestas, que cobrem cerca de 65% do país, têm sido devastadas para o plantio de cacau, coco e café, resultando em 171 espécies ameaçadas.

Na Malásia, uma das maiores fornecedoras mundiais de matéria-prima para bens de consumo e produção industrial, a agricultura afeta diretamente 135 espécies. Alimentos Pesquisador de economia ecológi-ca e ciências ambientais da Universidade de Oxford, Alexandros Gaspa-ratos diz que o declínio da biodiversidade do Sudeste asiático tem sido combatido por alguns projetos de reflorestamento e conservação, mas isso não foi suficiente, ainda, para evitar as perdas.

“O hábitat de plantas e animais está sendo substituído pela ex-pansão agrícola, produção de biocombustível e a extração de madeira”, diz. “Fatores internos, como pobreza, crescimento populacional e falha de políticas públicas, estão interligados com a perda da biodiversidade, mas observamos que esses problemas passam de uma escala local para

a global, por causa do comércio”, acrescenta Gasparatos. “Estamos en-frentando uma crise mundial de alimentos, e isso é um agravante, pois realmente precisamos de terra para cultivo. Então, o desafio é desen-volver políticas efetivas, mas que não prejudiquem a biodiversidade”, opina.

Oferecer uma ferramenta de reflexão e ação para a implantação de políticas justas é o objetivo do estudo, segundo Barney Foran. “Temos de começar a pensar na perda da biodiversidade como um problema mundial, que ultrapassou as barreiras regionais. Os consumidores têm direito de saber que os produtos que chegam às suas mãos têm um alto custo à biodiversidade. Programas de certificação, como já ocorre no caso da madeira, poderiam ajudar a dar valor a bens explorados de ma-neira sustentável”, alega.

Quem é o responsável?De quem é a responsabilidade de combater os problemas ambien-

tais? Embora, historicamente, essa tenha sido uma demanda direcio-nada para a população e, principalmente, para os governos, um ator fundamental para a diminuição dos gases do efeito estufa, a redução do desmatamento, a despoluição da água e outros tantos entraves am-bientais vem sendo deixado de lado: as empresas. Esse é o ponto de vista defendido pelo ambientalista Pavan Sukhdev, da consultoria GIST Advisory, em artigo publicado na edição de ontem da Nature.

Segundo ele, a iniciativa privada vem sendo absolvida da obriga-toriedade de implantar ações efetivas que ajudem a combater os proble-mas ambientais. Uma reengenharia de toda a organização da produção e do consumo poderia obter resultados bastante eficientes, garante Sukh-dev, que chefiou a Iniciativa Verde do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) entre 2008 e 2011.

O especialista informa que 60% do produto interno bruto (PIB) e dos empregos de todo o planeta vêm da iniciativa privada. “O con-sumismo é frequentemente acusado (de piorar os problemas ambien-tais), e os consumidores de fato podem fazer escolhas cruciais”, explica. “Mas, nesse caminho de escolhas econômicas, são as corporações, não os consumidores, que ocupam o assento do motorista, e elas estão nos levando à direção errada.”

Outro problema na relação entre empresas e meio ambiente apon-tado por Sukhdev é o poder econômico exercido pelas companhias para forçar os governos a adotarem medidas que nem sempre são ambien-talmente amigáveis. “O lobby corporativo muitas vezes influencia as políticas nacionais para criar vantagens para determinadas indústrias ou empresas, em detrimento do bem público.” Ele diz que cerca de US$ 1 trilhão de subsídios prejudiciais sustentam a economia marrom, diz, se referindo às atividades que vão contra os interesses ambientais do planeta. “Incluindo mais de US$ 650 bilhões em preços de produção e subsídios para combustíveis fósseis, e mais de US$ 300 bilhões para a agricultura e a pesca na maior parte insustentável”, afirma. bem-estar social A solução, batizada pelo especialista de Corporações 2020, seria as empresas colocarem entre suas prioridades o capital do bem-estar social e humano trazido pela redução da escassez ambiental e dos riscos ecológicos. “A empresa alemã de artigos esportivos Puma está lideran-do o caminho da transparência. Ela mede, avalia e publica dados sobre suas emissões de carbono, uso de água doce, poluição e desperdício”, elogia Pavan Sukhdev.Origem Desconhecida Convidado pela Nature a comentar a pesquisa, Edgar Hertwich, do Departamento de Energia da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega, lembra que, ao com-prar um jogo de xadrez feito de marfim, o consumidor pode suspeitar que contribuiu para a morte de um elefante. “Mas, se você compra sal-sicha, não tem como saber a origem do porco usado foi alimentado com soja plantada em uma fazenda que invadiu o hábitat de um elefante.” Apesar de as causas individuais de ameaça a espécies serem identifi-cadas facilmente quando elas estão na lista vermelha, as forças por trás dessas causas imediatas tinham, até agora, escapado da quantificação. Essa compreensão incompleta escondeu de nós o grande cenário dos diferentes motores por trás da perda da biodiversidade”, escreveu.

Devastação exportada Estudo mostra como o comércio internacional afeta a biodiversidade: 30% das espécies estão ameaçadas

porque países mais pobres destroem para atender demandas dos mais ricos

EstadO dE mInas – On LInE – 08.06.2012

Page 5: 07 a 11 Jun 2012

Sob a ameaça de sérios impactos ambientais, o Mi-nistério Público Federal pediu nesta semana a interrupção imediata das obras de um apart hotel em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O órgão tam-bém solicitou a realização do licenciamento ambiental do empreendimento, com estudos hidrogeológicos e resgate de eventuais achados arqueológicos. Ao fim do processo, a empresa deve assumir as medidas compensatórias para os danos ambientais do projeto.

O apart hotel está sendo projetado para ficar na orla da lagoa central de Lagoa Santa e terá dez mil metros de área construída. Segundo a procuradora da República Zani Cajueiro, a Prefeitura aceitou os estudos de impacto

sobre a vizinhança sem a devida análise ambiental.Em janeiro deste ano, um grupo de moradores pro-

curou o Ministério Público para manifestar preocupação com os efeitos da obra. Existe a possíbilidade de existi-rem cavernas na área do hotel, situado na região cárstica.

Lagoa Santa é considerada uma das cidades mais im-portantes para a espeleologia do país. O Instituto do Pa-trimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) também classifica a região como de alto potencial para achados arqueológicos. Nessa região, foram encontrados vestígios importantes da ocupação humana pré-histórica, com fós-seis de até 12 mil anos de idade.

O tEmpO – On LInE – 08.06.2012

Ministério Público pede paralisação de obras de apart hotel em Lagoa Santa

Sonia Gama Engenheira e analista de patentes do escritório Da-

niel AdvogadosA sustentabilidade e o respeito ao meio ambiente

chegaram aos processos de pedidos de patentes. O Ins-tituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) lançou um projeto piloto para acelerar, mediante requerimento de pedido de exame estratégico prioritário e publicação antecipada, as decisões de pedidos de patentes denomi-nadas pelo instituto de “patentes verdes”, visando priori-zar a análise de patentes com menor impacto ambiental. Destinado a energias alternativas, transporte, conserva-ção de energia, gerenciamento de resíduos e agricultura, o programa tem o objetivo de reduzir o prazo médio de análise de pedidos que se enquadram nessas áreas para dois anos, enquanto o prazo convencional de processa-mento é, segundo informações do próprio Inpi, de cinco anos e quatro meses.

É certamente louvável a iniciativa do Inpi de ten-tar estimular o crescimento das iniciativas de pesquisa e desenvolvimento e, consequentemente, o número de in-venções mediante uma maior agilidade de processamen-to/patenteamento para tecnologias voltadas à questão da sustentabilidade e da preservação ambiental, ainda mais em um momento em que diversos cientistas já manifes-taram a crença de que diversos fatores de origem hu-mana estão afetando o meio ambiente como um todo, levando ao aprofundamento das discussões a respeito dos supostos riscos iminentes às condições de vida para as gerações futuras. Entre esses riscos é possível citar a redução das reservas de água potável no mundo, o au-mento do buraco na camada de ozônio, o desmatamen-to das florestas e a degradação/poluição ambiental em geral. Há que se lembrar que esses fatos são, inclusive, atribuídos como elementos possivelmente colaborativos para o aumento na incidência de terremotos, tsunamis e

alterações climáticas que estão deixando invernos mais rigorosos e verões extremamente intensos em determi-nadas localidades do planeta.

Entretanto, a medida acaba deixando que outras patentes de crucial importância para a vida humana fi-quem relegadas a segundo plano. Por qual razão não se haveria de priorizar também, por exemplo, a análise e decisão para pedidos de patentes de medicamentos des-tinados ao tratamento da Aids, do câncer e das doenças negligenciadas? Ou então para desenvolvimentos rela-cionados a equipamentos laboratoriais capazes de auxi-liar no aprimoramento do diagnóstico de doenças ou que visem proporcionar condições menos invasivas e mais eficientes para a realização de cirurgias complexas?

Na Argentina, uma experiência bem-sucedida para acelerar a análise de pedidos de patentes foi implemen-tada pelo Escritório de Patentes, em 29 de dezembro de 2010, por meio da Resolução 339/2010. Nesse caso, os titulares de pedidos de patentes argentinos é que deci-dem, entre os seus pedidos que tramitam no órgão, quais devem ser priorizados e examinados antes dos demais, independentemente da data de depósito. Talvez esse seja um formato mais democrático e menos discriminatório para a avaliação de prioridades, que, logicamente me-diante adequações, poderia ser estendido para o Brasil visando o aprimoramento do nosso sistema de patentes.

Além disso, o Inpi deve estar atento ao apresentar com clareza os critérios necessários para que os pedidos dessa área possam ingressar no programa para garan-tir transparência e eficiência ao projeto. A metodologia para classificar as patentes, adaptada a partir de expe-riências dos Estados Unidos e Reino Unido, deve ficar clara para que uma eventual enxurrada de pedidos que eventualmente não se enquadrem ao projeto possa cau-sar um aumento no tempo de processamento divulgado e pretendido pelo Inpi.

EstadO dE mInas – On LInE – 10.06.2012

Patentes verdes

Page 6: 07 a 11 Jun 2012

hOjE Em dIa - p. 07 - 07.06.2012

Page 7: 07 a 11 Jun 2012

O EstadO dE sãO pauLO - p. a 22 - 07.06.2012

Page 8: 07 a 11 Jun 2012

O gLObO - p. 11 - 07.06.2012

Page 9: 07 a 11 Jun 2012

O tEmpO - p. 17 - 07.06.2012

Page 10: 07 a 11 Jun 2012

O tEmpO - p. 20 - 07.06.2012

Page 11: 07 a 11 Jun 2012

cOnt... O tEmpO - p. 20 - 07.06.2012

Page 12: 07 a 11 Jun 2012

EstadO dE mInas - p. 21 - 07.06.2012

Page 13: 07 a 11 Jun 2012

EstadO dE mInas - p. 19 - 08.06.2012

Page 14: 07 a 11 Jun 2012

EstadO dE mInas - p. 02 - 09.06.2012

Page 15: 07 a 11 Jun 2012

EstadO dE mInas - p. 16 - 09.06.2012

Page 16: 07 a 11 Jun 2012

cOnt... EstadO dE mInas - p. 16 - 09.06.2012

Page 17: 07 a 11 Jun 2012

EstadO dE mInas - p. 24 - 10.06.2012

Page 18: 07 a 11 Jun 2012

cOnt... EstadO dE mInas - p. 24 - 10.06.2012

EstadO dE mInas - p. 25 E 26 - 10.06.2012

Page 19: 07 a 11 Jun 2012

cOnt... EstadO dE mInas - p. 25 E 26 - 10.06.2012

Page 20: 07 a 11 Jun 2012

cOnt... EstadO dE mInas - p. 25 E 26 - 10.06.2012

Page 21: 07 a 11 Jun 2012

cOnt... EstadO dE mInas - p. 25 E 26 - 10.06.2012

Page 22: 07 a 11 Jun 2012

cOnt... EstadO dE mInas - p. 25 E 26 - 10.06.2012

Page 23: 07 a 11 Jun 2012

EstadO dE mInas - p. 02 - 10.06.2012

Page 24: 07 a 11 Jun 2012

EstadO dE mInas - p. 09 - 10.06.2012

Page 25: 07 a 11 Jun 2012

cOnt... EstadO dE mInas - p. 09 - 10.06.2012

Page 26: 07 a 11 Jun 2012

EstadO dE mInas - p. 30 - 10.06.2012

Page 27: 07 a 11 Jun 2012

hOjE Em dIa - p. 16 - 10.06.2012

Page 28: 07 a 11 Jun 2012

cOnt... hOjE Em dIa - p. 16 - 10.06.2012

Page 29: 07 a 11 Jun 2012

hOjE Em dIa - p. 19 - 10.06.2012

Page 30: 07 a 11 Jun 2012

cOnt... hOjE Em dIa - p. 19 - 10.06.2012

Page 31: 07 a 11 Jun 2012

cOnt... hOjE Em dIa - p. 19 - 10.06.2012

Page 32: 07 a 11 Jun 2012

hOjE Em dIa - p. 22 - 10.06.2012

Page 33: 07 a 11 Jun 2012

hOjE Em dIa - p. 12 - 11.06.2012

Page 34: 07 a 11 Jun 2012

cOnt... hOjE Em dIa - p. 12 - 11.06.2012

Page 35: 07 a 11 Jun 2012

cOnt... hOjE Em dIa - p. 12 - 11.06.2012

Page 36: 07 a 11 Jun 2012

mEtRO - p. 03 - 11.06.2012

Page 37: 07 a 11 Jun 2012

O gLObO - p. 27 - 11.06.2012