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CLASSIFICAÇÃO MOLECULAR DO CÂNCER DE MAMA
Molecular classification of breast cancer
Resumo: O câncer de mama é um complexo heterogêneo de doenças, com um amplo
espectro clínico, biológico e molecular, que resultam em distintos padrões de respostas
aos diferentes tipos de tratamento instituídos. Os avanços na biotecnologia permitiram a
avaliação do genoma e do perfil de expressão gênica de vários desses tumores, e a partir
disso foi possível a classificação nos seguintes subtipos moleculares: luminal A, luminal
B, HER2 over-expression, basal-like, normal-like, claudin-low, molecular apocrine,
interferon-rich e metaplastic breast cancer. As características biológicas e moleculares
dos subtipos são apresentadas e discutidas, assim como sua importância prognóstica.
Também foi abordada a posterior divisão desses subtipos moleculares, proposta pelo
Molecular Taxonomy of Breast Cancer International Consortium, em dez agrupamentos
integrativos que possuem características clinicas diferentes e prognóstico próprio. Os
diferentes perfis de expressão gênica do câncer de mama apresentados neste artigo
evidenciam o poder das abordagens moleculares para estratificar o câncer em subgrupos
biologicamente e clinicamente significativos, e, portanto, interferir diretamente na
conduta a ser estabelecida.
Palavras-chave: Câncer de mama, neoplasias da mama, classificação molecular.
Abstract: Breast cancer is an heterogeneous complex of diseases, with wide clinical,
biological and molecular spectrum, that result in distinct patterns of response to the
different types of instituted treatment. The advances in biotechnology allowed the
evaluation of the genome and the genetic expression profiles of several of these
tumours, and from that on the classification in the following molecular subtypes was
possible: luminal A, luminal B, HER2 over-expression, basal-like, normal-like, claudin-
low, molecular apocrine, interferon-rich and metaplastic breast cancer. The biological
and molecular characteristics of the subtypes are presented and discussed, as well as
their prognostic importance. It was also approached the further division of these
molecular subtypes, proposed by the Molecular Taxonomy of Breast Cancer
International Consortium, in ten integrative clusters that possess different clinical
features and particular prognosis. The different genetic expression profiles of breast
2
cancer that are presented in this article are evidence of the capability of the molecular
approach to stratify the cancer in biologically and clinically significant subgroups, and,
therefore, intervene directly in the conduct to be established.
Key words: Breast cancer, breast neoplasm, molecular classification.
INTRODUÇÃO
As neoplasias da mama são o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no
Brasil e no mundo, depois do câncer de pele não melanoma, respondendo por cerca de
28% dos casos novos a cada ano. Esta neoplasia apresenta uma elevada taxa de
mortalidade, que descreve uma curva crescente e representa a primeira causa de morte
por câncer na população feminina. Tornando-se, portanto, um importante problema de
saúde pública no Brasil.1,2
O câncer de mama representa um grupo heterogêneo de tumores, associados a
diferentes prognósticos. O conhecimento adquirido até o fim do século XX demonstrou,
através de exames imunoistoquímicos e morfológicos, que fatores clínicos e patológicos
eram importantes variáveis de prognóstico. Tais fatores, como o estadiamento do tumor,
os tipos histológicos, o status proliferativo e o acometimento linfovascular foram
amplamente utilizados como indicativos de ritmo de divisão e agressividade tumoral.3,4,5
Recentemente, o uso da tecnologia de microarray de DNA complementar para
avaliação de perfis de expressão gênica revelou, com a análise paralela de milhares de
genes, uma diversidade e complexidade relacionadas a diferentes conteúdos genéticos
em cada tumor e as características moleculares próprias subjacentes a cada célula
neoplásica.6 O agrupamento de tumores geneticamente semelhantes é essencial no
âmbito clínico para a melhor orientação de terapia e determinação de fatores
prognósticos precisos. Foi demonstrado que os painéis imunoistoquímicos apresentam
correlação com as análises de perfis genéticos, o que proporcionou melhor
aplicabilidade na prática clínica diária.5
Os fatores conhecidos classicamente como de maior relevância para esse
objetivo são a expressão de receptores de estrogênio (RE), receptores de progesterona
(RP) e receptores tipo 2 do fator de crescimento epidérmico humano (HER2). A partir
disso, foi possível identificar inicialmente cinco subtipos moleculares: luminal A,
luminal B, HER2-enriched, basal-like e normal-like. Atualmente são descritos também
3
os subtipos claudin-low, molecular apócrino, interferon-rich e câncer de mama
metaplástico.4,7
O objetivo desta revisão é discutir os subtipos moleculares do câncer de mama e
suas principais características, destacando os marcadores imunoistoquímicos utilizados
para a sua caraterização. O conhecimento aprofundado dos subtipos moleculares, além
de estimar de modo mais conciso o prognóstico destes pacientes, oferece um grande
impacto na abordagem terapêutica.
METODOLOGIA
O presente trabalho de revisão é produto de pesquisa bibliográfica, qualitativa e
exploratória dos dados obtidos em livros e bases de dados eletrônicas nacionais e
interacionais como Scielo, Science Direct e Pubmed publicados entre 2008 e 2017. Para
tal estudo foram utilizados os seguintes descritores em inglês: breast cancer; breast
cancer special types; gene expression profiling; molecular classification; prognostic
signatures; therapeutic targets; molecular pathology; prognostic markers. Os critérios de
seleção foram aqueles que atenderam aos objetivos da pesquisa no período acima
mencionado. Foram excluídos artigos sem disponibilidade integral do conteúdo e
artigos duplicados.
DISCUSSÃO
TÉCNICAS PARA A CLASSIFICAÇÃO EM SUBTIPOS MOLECULARES
O perfil de expressão gênica é o teste padrão ouro para a classificação do câncer
de mama em subtipos moleculares. Sua análise no câncer de mama, mesmo em tumores
com características morfológicas semelhantes, evidenciou uma acentuada
heterogeneidade molecular, explicitando a necessidade do desenvolvimento de novas
ferramentas para estratificação destes tumores.6 Um estudo realizado por Perou et al8
(2000), a partir da análise molecular de diversas neoplasias mamárias, demonstrou que,
apesar de cada tumor apresentar um perfil global de expressão de genes (PGEG) único,
os tumores podem ser separados em grupos com base nos perfis transcriptômicos.
A técnica de microarray permite o estudo simultâneo de inúmeros genes. As
sondas possuem posições específicas conhecidas, o que forma um arranjo, e são capazes
de identificar parte de um gene ou ele por completo. O RNA mensageiro do tecido
4
pesquisado é convertido em fitas simples de DNA complementar, marcada por corantes
fluorescentes vermelho e verde, que é então hibridizada com as sondas. O processo é
analisado por um software, e as hibridizações indicam a sequência de DNA que se
procura.5,9 Assim, a identificação de quais genes sofrem up ou down regulation permite
a definição de perfis característicos para cada amostra analisada. Exemplos desses testes
que estão disponíveis no mercado são: MapQuantDX™, ProSigna®, Mammaprint®,
OncotypeDX® e EndoPredict®. Os benefícios de sua aplicação e subsequente
classificação molecular são orientar a terapêutica e definir o prognóstico e o risco de
recorrência do tumor.4,10
No contexto brasileiro, a limitação de recursos não permite que tais técnicas,
mais sofisticadas, sejam amplamente utilizadas. Dessa forma, a imunoistoquímica se
torna financeiramente mais viável.6 Os biomarcadores proteicos identificados por esse
exame são os receptores hormonais, o HER2 e o Ki67, que é um indicador de
proliferação celular, portanto usado para avaliar a taxa de crescimento tumoral.4,5
Análises subsequentes do perfil global da expressão de genes contribuíram para
a classificação conforme descrito a seguir:
Luminal A
Os subtipos luminais assim se denominam devido à semelhança das células
neoplásicas com as células epiteliais diferenciadas localizadas no lúmen dos ductos
lobulares. Dentre os quais, o subtipo molecular luminal A representa 40 a 60% dos
casos de câncer de mama.11,12
O subtipo luminal A, tipicamente, apresenta receptores de estrogênio e/ou
receptores de progesterona, contudo, são negativos para amplificação de HER2. Esse
subtipo, portanto, são sensíveis a hormonioterapia e respondem a ação de
antiestrogênicos e inibidores da aromatase. Geralmente, o grupo luminal A apresenta
melhor prognóstico relação aos demais subtipos.11-13
Este grupo de tumores é o que mais apresenta mutações genéticas, sendo que a
mutação mais comum é a do gene PIK3CA em 45% dos casos.10
Luminal B
5
Os tumores do subtipo luminal B, também originados em células do lúmen dos
ductos lobulares, correspondem a aproximadamente 20 a 30% dos cânceres de mama.
Apresentam, em sua maioria, receptores hormonais positivos como o RE e RP. Os
receptores de progesterona, contudo, podem estar expressos em altos ou baixos níveis
nas células tumorais. Esse grupo exibe, mais frequentemente, mutações nos genes TP53
e PIK3CA.10,11
O subtipo Luminal B expressa um grupo mais agressivo de tumores, com índice
de proliferação maior. A concomitante expressão do gene HER2, fator contribuinte para
esse comportamento, se deve à maior expressão dos genes GATA3, breast cancer L2 e
ESR1, além de mutações no gene GATA3. Outros genes de proliferação estão expressos
em um maior número neste subtipo, que incluem os genes MKI67, CCNB1 e MYBL2.
A maior taxa de proliferação conferida por esses genes resulta em um pior prognóstico
em relação ao subtipo luminal A.5,11,14
Uma nova subclassificação para esse grupo foi proposta através da utilização do
índice Ki 67, no qual divide-se este subgrupo em luminal B e luminal HER2. Portanto,
descreve-se o subtipo luminal B pela expressão de pelo menos um dos receptores
hormonais; pela positividade do gene HER2, impondo-lhe a nomenclatura de luminal
HER2; e, quando é negativo para a expressão do HER2, por um índice Ki 67 igual ou
maior que 14%. Essas características auxiliam na diferenciação dos subtipos luminais A
e B.12-14
HER2 over-expression
A superexpressão do oncogene HER2 ocorre por amplificação gênica e está
presente em aproximadamente 15% dos casos de câncer de mama invasivo.15 Não
apresenta receptores hormonais, possui um comportamento clínico agressivo, altamente
proliferativo, e seu prognóstico é considerado o segundo pior, dentre os demais.
Demonstram, frequentemente, mutações em TP53 e PIK3CA.6,10,16
A terapêutica alvo-específica com o anticorpo monoclonal humanizado
Trastuzumabe exerce importante efeito positivo no prognóstico das pacientes com esse
tipo de tumor. Possui o efeito de reduzir a progressão da doença e melhorar a sobrevida.
É eficaz quando utilizado isoladamente ou em associação a quimioterapia, caso haja
metástase.14-17
6
Basal-like
Representam 10 a 25% dos cânceres mamários, são mais comuns em mulheres
jovens, descendentes de afro-americanos ou de hispânicos e em multíparas, ao contrário
dos outros subtipos moleculares. Nesses tumores, 90% dos casos decorrem de mutações
no gene TP53.18,19
Os representantes dessa classe são assim chamados por expressarem genes
presentes nas células mioepiteliais basais, embora não se originem delas, e sim das
células tronco luminais. Tais genes são responsáveis pela expressão de citoceratinas
(CK) de alto peso molecular, também conhecidas como basais, que são as CK 5/6, 14 ou
17. Entretanto, também podem expressar as CK 8/18, típicas do epitélio luminal, porém
em menor quantidade que os subtipos luminais.4,20,21 Há, também, expressão de
receptores tipo 1 do fator de crescimento epidérmico humano (EGFR/HER1). Outra
característica marcante nos tumores basaloides é a não expressão de genes de receptores
hormonais e HER2, o que os define como triplo-negativos nos estudos
imunoistoquímicos.20-22
Um número crescente de marcadores imunohistoquímicos basais tem sido usado
para definir os tumores basais, dentre os quais as CK 5/6, 14, 17, 8/18, EGFR são as
mais amplamente aceitas. Várias combinações desses marcadores basais foram usadas
para identificar o subtipo basal, contudo, a definição mais pragmática e amplamente
aceita do subtipo basal é RE negativos, RP negativos, HER2 negativos e tumores com
expressão positiva de CK5 / 6 e EGFR.21-23
Os carcinomas desse subgrupo comparam-se aos superexpressores de HER2 em
questão de comportamento clínico agressivo, são os mais propensos a originar
metástases e apresentam o pior prognóstico dentre todas as neoplasias da mama, apesar
da boa sensibilidade à quimioterapia. Ao exame histológico, demonstra-se alto índice
mitótico superexpressão de genes indutores de proliferação celular. Suas margens são
retraídas, há importante infiltrado linfocitário e uma área de necrose central.22-25
Adicionalmente, foi demonstrado que carcinomas basaloides apresentam
supressão do gene BRCA1, por inativação de sua transcrição ou metilação de seu gene-
promotor, ou mesmo por ambos os mecanismos. Além disso, sabe-se que tumores
originados a partir de mutações do gene BRCA1 possuem fenótipo basaloide triplo-
7
negativo. Portanto, conclui-se que mutações em BRCA1, hereditárias ou não, cursarão
com tumores basal-like. Esses dados são consistentes com a hipótese de que os cânceres
basaloides não-hereditários podem ser considerados como cópias fenotípicas de
neoplasias em indivíduos portadores de mutação do gene BRCA1.5,18,20-24
Normal-like
Em teoria, esse grupo se apresenta com expressão elevada de genes presentes em
células luminais normais, células adiposas e demais células do estroma mamário, e não
há expressão dos biomarcadores tumorais usuais, como os RE, RP e HER2. Os
marcadores presentes no subtipo basal-like, como as CK basais e o HER1 também não
são expressos.8,16,24
Acredita-se, entretanto, que a descrição desse subtipo se deveu à existência de
artefatos volumosos de tecido mamário epitelial e estromal normais nas amostras
submetidas à análise de perfil de expressão gênica.5,24
Claudin-low
Descrito pela primeira vez em 2007, por Herschkowitz et al26, esse subgrupo de
tumores triplo-negativos não-basaloides predomina em aproximadamente 7 a 14% dos
casos de neoplasia mamária. Foi demonstrada relação desse subtipo com mutação
subjacente do gene BRCA1 ou de TP53. Não possui protocolo de biomarcadores
específicos para sua classificação, e não foi descrita uma abordagem terapêutica
diferenciada.22,27
Nesse subtipo, há notável down regulation por silenciamento epigenético de
genes das claudinas 3, 4 e 7, da ocludina e da E-caderina. Em consequência, há baixa ou
nula expressão dessas proteínas transmembrana, que são necessárias para a adesão
celular. Existe, ainda, importante expressão de genes relacionados à transição epitélio-
mesenquimal, como os genes Snail-1, Snail-2, TWIST1, TWIST2, ZEB1 e ZEB2.22,28,29
Acredita-se que o subtipo claudin-low se origine de células mais primitivas que
os outros subtipos. A expressão de marcadores de células tronco (CD44, CD24,
EpCAM, CD10, CD49, CD29, MUC1, THY1 e ALDH1A1) identifica esse tumor como
o mais semelhante às células tronco. Além disso, também expressa marcadores de
células iniciadoras de tumor e marcadores endoteliais e linfocíticos.24,27-30
8
Ao exame histopatológico, usualmente é caracterizado como carcinoma invasor,
pouco diferenciado (associado a menor resposta às terapêuticas e pior prognóstico), e
com elevada infiltração linfocitária. Frequentemente se diferencia nos seguintes tipos
morfológicos: medular, situação frequentemente relacionada a bom prognóstico; e
metaplástico.25,30
Molecular apocrine
O subtipo molecular apocrine, descrito por Farmer et al31 em 2005, foi assim
denominado por suas características histológicas apócrinas, como o citoplasma
abundante e nucléolos proeminentes, embora essa morfologia nem sempre esteja
presente neste subtipo. Está presente em aproximadamente 13% das neoplasias
mamárias.27 Em um estudo de Lehman et al32, realizado em 2011, esses tumores foram
denominados como luminais receptores de androgênio.
Esses tumores apresentam uma ampla expressão de receptores androgênicos
(RA), são RE negativos e podem ou não expressar HER2. É possível que a
superexpressão dos RA esteja diretamente relacionada a mutações do gene
PIK3CA.5,27,32
As células neoplásicas desse subtipo possuem uma alta atividade autofágica e,
embora clinicamente esses tumores apresentem uma boa resposta à quimioterapia
neoadjuvante, estão associados a uma recorrência precoce.27,32
Interferon-rich
Descrito por Hu et al33 em 2006., esse subtipo, referido em aproximadamente
10% dos casos de neoplasias mamárias, caracteristicamente apresenta alta expressão de
genes regulados por interferons. Não expressa receptores hormonais nem HER2,
portanto é um triplo-negativo.15, 27
Os genes de maior importância para distinguir os tumores interferon-rich dos
demais triplo-negativos são o STAT1 e o SP110. O primeiro atua como um fator de
transcrição cuja função é mediar a regulação da expressão gênica exercida por
interferons. O segundo possui valor prognóstico relatado.16,27
Metaplastic breast cancer (MBC)
9
O MBC é um tumor triplo-negativo não-basaloide altamente agressivo,
corresponde a 1% dos cânceres de mama e se caracteriza pela coexistência entre
carcinoma e elementos celulares não-epiteliais. São propensos a recorrência local e a se
metastatizarem.27
Adicionalmente, podem ser subdivididos por suas características patológicas em
homogêneo, heterogêneo ou tumor maligno epitelial puro com metaplasia. No primeiro
grupo há os carcinomas de células fusiformes e os carcinomas sarcomatoides. O
segundo grupo compreende os carcinosarcomas e os carcinomas com diferenciação
sarcomatosa, a qual pode ser óssea, condroide ou rabdoide. Os carcinomas
adenoescamosos e os carcinomas de células escamosas puras são os representantes do
terceiro grupo. Entretanto, essa classificação não tem relevância clínica, e os MBC
devem ser vistos como entidade única.27,34
Esses tumores assemelham-se ao subtipo claudin-low quanto às características
do tumor, as aberrações genômicas, a resposta à terapia e prognóstico. Ambos possuem
superexpressão de marcadores da transição epitélio-mesenquimal, apresentam
marcadores de células tronco, e provavelmente surgem de uma célula mais primitiva
que a célula progenitora dos outros subtipos. A diferença entre eles consiste na mutação
dos genes PIK3CA, AKT ou KRAS, presentes no subtipo MBC e ausentes no claudin-
low. Ainda, evidenciou-se que a existência de um deles não exclui a existência do outro,
e, em uma pequena proporção dos casos, há sobreposição entre eles.27,34
Uma relação entre cada subtipo molecular intrínseco descrito e seu perfil de
biomarcadores é apresentada na tabela 1.
Inserir aqui Tabela 1.
PROGNÓSTICO
Uma das principais funções da classificação do câncer de mama em subtipos
intrínsecos moleculares é permitir a previsão da evolução clínica das pacientes
acometidas. O grupo de neoplasias luminais apresenta o melhor prognóstico, alta
sensibilidade à hormonioterapia e baixo índice de mortalidade quando comparados aos
triplo-negativos. Estes são associados a maior índice de recorrência e a sobrevida geral
mais baixa, e não respondem a terapia endócrina.35,36
10
A divisão do grupo luminal apresenta relevância prognóstica, em que o luminal
A apresenta evolução mais favorável. Cerca de 90% das pacientes apresentam sobrevida
sem sinais de doença em cinco anos. Já o luminal B se comporta mais agressivamente,
acarretando pior evolução que o luminal A. Apesar disso, existe bom arsenal terapêutico
para o luminal B, visto que é sensível à hormonioterapia e se beneficia do uso de
Trastuzumabe quando expressa HER2. A terapia-alvo dupla melhora significantemente
o prognóstico. A resposta à quimioterapia é geralmente baixa nos tumores luminais, mas
é aparentemente maior nos cânceres do tipo luminal B.35,36-38
O subgrupo superexpressor de HER2, devido ao comportamento agressivo,
possui mal prognóstico, sendo que o valor prognóstico da presença de HER2 é maior
em pacientes com acometimento linfonodal. A introdução da terapia-alvo anti-HER2
com o trastuzumabe, que pode ser associado à quimioterapia, proporcionou grande
melhora no prognóstico dessas pacientes.36,39
Os tumores basaloides são a neoplasia de mama de pior prognóstico, embora
sejam os mais responsivos à quimioterapia neoadjuvante. Altamente agressivos, até
mesmo tumores pequenos sem acometimento nodal estão relacionados a baixa
sobrevida. Na realidade, tamanho do tumor e metástases em linfonodos não apresenta
relação documentada com o prognóstico, nesse subtipo. O subtipo claudin-low é similar
ao basaloide em agressividade e em baixa sobrevida geral, apesar da sensitividade à
quimioterapia. Seu prognóstico é pior em relação aos luminais, mas levemente melhor
que o basaloide e o HER2.37,40,41
O prognóstico dos tumores moleculares apócrinos, embora não apresente RE e
RP, é comparável ao dos subtipos luminais, e possui baixa capacidade de
metastatização. A terapia-alvo antiandrogênica pode ser utilizada.36,38
Cânceres do tipo interferon-rich são os de melhor prognóstico dentre os triplo-
negativos. A sobrevida sem doença é comparável à do subtipo luminal B. Isso sugere
que a ativação imunológica contra o tumor se relaciona a melhor evolução clínica e a
melhor resposta à terapêutica apropriada.27,42
As neoplasias do tipo MBC se diferenciam dos outros triplo-negativos por alta
taxa de recorrência, entre 2 a 5 anos após o diagnóstico inicial, em pacientes sem
acometimento nodal. Essa taxa atinge 45 a 62%, contra 17 a 20% de chance de
recorrência dos demais triplo-negativos de mesmo tamanho. Outra diferença é o escasso
11
benefício desse subtipo à quimioterapia, que pode decorrer de mutações na via de
sinalização fosfatidilinositol 3-kinase (PI3K)/AKT. Essa via, portanto, é um possível
alvo terapêutico nesse subtipo.38-40
A doença metastática mais comum ocorre em ossos, para luminais A e B (80%
dos casos) e superexpressores de HER2 (65%); e em pulmão, para os basaloides e
claudin-low (50%). As metástases cerebrais são mais frequentes em triplo-negativos, e
as hepáticas, em superexpressores de HER2. O subgrupo de maior propensão a se
metastatizar é o basal-like.39-42
CLASSIFICAÇÃO INTEGRATIVA
Após o estudo do genoma e do perfil expressão gênica de 2000 casos de câncer
de mama, o consórcio internacional METABRIC (Molecular Taxonomy of Breast
Cancer International Consortium) identificou quarenta e cinco alterações no número de
cópias (copy number alterations — CNA) recorrentes e focais, as quais têm grande
impacto na expressão genética dessas regiões. Dentre elas estão genes drivers com
envolvimento conhecido ou suposto na oncogênese, como amplificações mapeadas em
ERRB2, MYC, CCND1, CCNE1, MDM2e MDM4; e deleções em PTEN, PPP2R2A e
MAP2K4.5,16,43
A partir disso, foi realizado um agrupamento integrativo ao se utilizar os 1000
genes cuja expressão é mais afetada pelas CNA, com a definição de dez novos
subgrupos moleculares. Esses grupos representam uma estratificação subsequente aos
subtipos intrínsecos previamente descritos, e possuem evoluções clínicas distintas.5,16
O agrupamento integrativo (AI) 1 compreende neoplasias com expressão de RE,
principalmente os tumores de alto grau do tipo luminal B, com alta instabilidade
genética e amplificação do locus 17q23. O AI 2, que também inclui tumores positivos
para RE, demonstra amplificação de 11q13-q14 e ganho do número de cópias em
firestorm pattern. Já o AI 3 apresenta baixos níveis de instabilidade genética, e inclui
tumores de baixo grau e bom prognóstico. Grande parte das neoplasias do AI 4
apresentam importante infiltrado linfocitário, e 20% deles mostram deleção do loci de
receptores de células T nos cromossomos 7 e 14. O AI 5 compreende os cânceres
expressores de HER2, os quais possuem alto grau, e as pacientes em geral são mais
jovens. Tumores positivos para RE, de alta instabilidade genética e amplificação do
12
locus 8q12 compõem o AI 6. No AI 7 estão os tumores que expressam RE e RP, com
perda de 16q, ganho de 16p e amplificação de 8p. O AI8 é caracterizado por ganho de
1q e perda de 16q. Alterações em 8q e amplificações em 20q definem o AI9. Deleção de
PP2R2A, um importante componente das vias de transdução de sinal, está presente em
muitos dos cânceres agrupados nos AI 1, 6, 8 e 9. Finalmente, o AI10 enquadra a
maioria dos tumores triplo-negativos, de alto grau e com os maiores índices de mutação
em TP53.16,43,44 A tabela 2 relaciona cada agrupamento integrativo com sua frequência
no estudo do METABRIC, seu caráter clínico e seu prognóstico.
Inserir aqui Tabela 2.
CONCLUSÕES
Os avanços nos testes moleculares têm ampliado a compreensão dos processos
biológicos subjacentes ao câncer de mama, proporcionando melhores condutas para a
prevenção, diagnóstico e terapêutica. Esses avanços demonstram o poder das
abordagens moleculares para estratificar o câncer em subgrupos biologicamente e
clinicamente significativos, e, portanto, interferir diretamente na propedêutica a ser
instituída. Embora a análise molecular tenha descoberto alguns destaques nos perfis
genômicos do câncer de mama, os sistemas de classificação molecular ainda estão em
evolução e atualmente são de valor limitado no cenário clínico, no qual o manejo dos
pacientes ainda dependente da avaliação patológica tradicional de tumores.
As evoluções recentes nas tecnologias de sequenciamento de DNA têm sido
úteis para identificar a heterogeneidade genômica entre populações subclonais das
células tumorais, mas a extensão dessa heterogeneidade permanece em grande parte
desconhecida. Serão necessárias novas pesquisas em larga escala que englobem vários
estágios do câncer de mama a fim de determinar um valor clínico mais fidedigno dessa
variação do perfil genômico. Além disso, avanços no perfil molecular do câncer nas
áreas de epigenética, microRNA e proteômica podem desempenhar importantes papéis
clínicos no futuro próximo.
AGRADECIMENTOS
13
Ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) da
Universidade Estadual de Montes Claros, a FAPEMIG pelo fomento a este projeto que
originou este artigo de revisão.
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17
Tabela 1
Tabela 1. Resumo dos subtipos moleculares do câncer de mama de acordo com os
biomarcadores.
Macro Grupo Subtipo Molecular Perfil de Biomarcadores Outros MarcadoresLuminal Luminal A RE+, RP+, HER2-, KI67 <14% Luminal cytokeratin+,
FOXA1+, ADH1B highLuminal B RE+, RP+, HER2-, KI67>14%
RE+, RP+, HER2+, KI67>14%Luminal cytokeratin+; TP53-; FGFR1 e ZIC3amp; ADH1B low;
HER2 positivo
HER2 RE-, RP-, HER2+ TP53-; GRB7 high
Triplo negativo
Basal-like RE-, RP-, HER2-, CK5/6+ e/ou EGFR+
BRCA1-, TP53-; CDKN2A high; RB1 low; FGFR2amp
Claudin-low RE-, RP-, HER2-, marcador EMT+, marcador Stem-cell+, Claudin-
GATA3-regulated genes, cell-cell adhesion geneslow; CDH1 low; Claudins low
MBC RE-, RP-, HER2-, marcador EMT+, marcador Stem-cell+
GATA3-regulated genes, cell-cell adhesion geneslow; PIK3CA-, AKT- ou KRAS-
Interferon-rich RE-, RP-, HER2-, genes regulados por interferon+
STAT1, SP110 high
Molecular apocrine
Molecular apocrine RE-, RP-, RA+ KI67+
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Tabela 2
Tabela 2. Relação entre os agrupamentos integrativos do METABRIC, sua frequência,
seu caráter clínico dominante e o prognóstico esperado, que foi medido pela
probabilidade de o paciente sobreviver com sua doença por 5 e 10 anos.
AI Frequência (%) Caráter clínicoPrognóstico
(Probabilidade de sobrevidadoença-específica em 5 e 10 anos)
1 7% Alto grau Intermediário0,80; 0,69
2 4% Sem características específicas Ruim0,78; 0,51
3 15% Baixo grauPouco acometimento linfonodal
Bom0,93; 0,88
4 17% Baixo grau Bom0,89; 0,76
5 10% Diagnóstico em idade precoceAlto grauMuito acometimento linfonodal
Ruim0,62; 0,45
6 4% Sem características específicas Intermediário0,83; 0,59
7 10% Diagnóstico em idade tardiaBaixo grau
Bom0,94; 0,81
8 15% Diagnóstico em idade tardiaBaixo grau
Bom0,88; 0,78
9 7% Alto grau Intermediário0,78; 0,62
10 11% Diagnóstico em idade precoceAlto grauGrandes tumores
Ruim0,71; 0,68