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REFLEXÕES SOBRE AS FALHAS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO: AQUISIÇÃO DO HÁBITO DA LEITURA E OS DESAFIOS DA PRODUÇÃO
TEXTUAL
REFLECTIONS ON THE FAILURES IN THE LITERACY PROCESS: ACQUISITION OF THE HABIT OF READING AND THE CHALLENGES OF TEXTUAL
PRODUCTION
ABELINA AGUIAR DE ANDRADE1ELIZABETH MARTINS DA SILVA
2 SUELI DE PAULA CUNHA
3
ROSEANE CAVALCANTE DE SOUZA LUCCAS4EDWIGES CONCEIÇÃO CARVALHO CORREA5
ROSÂNGELA APARECIDA CARDOSO6FLÁVIA DE OLIVEIRA FORNARI7EDÉSIO MARTINS8
LIZANDRO POLETTO9
RESUMO: Este trabalho tem por objetivo pesquisar sobre as dificuldades de aprendizagem. Objetive-se às reflexões sobre estas dificuldades na leitura e na escrita nas séries iniciais do ensino fundamental. Sendo assim considera-se a leitura e a escrita algo de sumo importância na vida de um indivíduo, fator primordial nas séries iniciais. E o desenvolvimento e crescimento do intelecto da criança, e principalmente para que possa crescer com hábito da leitura e a criticidade. Esta pesquisa apresenta algumas definições de aprendizagem relacionando as mesmas causas do fracasso escolar. Para metodologia de trabalho utilizou-se a abordagem qualitativa, enfocando as pesquisas bibliográficas. Utilizou-se o referencial de vários educadores sobre o tema, bem como as reflexões pessoais sobre o objeto a ser investigado e principalmente a análise da leitura e da escrita, e as questões referentes a problemas de aprendizagem e os métodos tradicionais. Como resultados desta pesquisa observa-se a importância intervenção dos educadores nas dificuldades de aprendizagem bem como a necessidade de estudo, mas aprofundado sobre o tema. Palavras-chaves: Dificuldades de Aprendizagem. Leitura. Escrita. Fracasso Escolar. Métodos Utilizados.
ABSTRACT: This paperaims to researchonlearning disabilities.Objective-up to reflections onthese difficultiesin reading andwritingin the early gradesof elementary school.The reforewe consider thereading andwritingsomethingjuiceimportance in the lifeof an individual, a key factor in the early grades. Andthe developmentand childintellectgrowth,and especiallyso you cangrow withreading habitandcriticality. This researchhas somelearningsettingsrelating thesame causesof school failure. Towork methodologyuseda qualitative approach, focusing on the literature searches. We used thereferenceof variouseducatorson the topic, as well as personal reflections
1Graduanda do Curso de Licenciatura em Pedagogia, Faculdade Alfredo Nasser. 2Graduanda do Curso de Licenciatura em pedagogia, Faculdade Alfredo Nasser. 3Professora na Faculdade Unidade de Campinas-Fac Unicamps-suelipsi@gmail.com 4Professora na Faculdade Unidade de Campinas-Fac Unicamps-roseanesouza@facunicamps.edu.br 5Professora na Faculdade Unidade de Campinas-FacUnicamps-edwigescarvalho@yahoo.com 6Professora na Faculdade Unidade de Campinas-FacUnicamps- rosangelaacardoso@gmail.com 7Professora na Faculdade Unidade de Campinas-FacUnicamps- flaviadeoliveirafornari@hotmail.com 8Professor na Faculdade Unidade de Campinas-FacUnicamps- prof.edesio@gmaill.com 9Professor na Faculdade Unidade de Campinas, Orientador. lizandropoletto@hotmail.com.
onthe object to beinvestigatedand especiallythe analysisof reading andwriting,andthe issues oflearning problemsandtraditional methods.The resultsof this studynotesthe importanceof educatorsinterventioninlearning difficultiesandthe need tostudy, butdepthon the subject. Keywords:Learning Disabilities. Reading.Writing.School Failure. MethodsUsed.
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho visa a refletir sobre as dificuldades encontradas por professores
sobre os aspectos relacionados às dificuldades de aprendizagem na aquisição da
escrita e da leitura. Nossa formação acadêmica e profissional na educação tem
encontrado uma preocupação em como aprender a lidar com o desconhecido, com o
conflito, com o erro, e também como transformar informação em conhecimento.
Muitas crianças não conseguem assimilar, e compreender esses processos
devido a fatores sociais e econômicos, políticos e, sobretudo afetivos. Que está
ligada a família. Outros não levam a sério seus estudos. A escola, no cumprimento
de sua formação social, deverá desenvolver nas crianças que nela confiam a sua
formação, competências, habilidades para prepará-las para agir conforme a
atualidade. Diante destes fatores citados, este trabalho tem como finalidade mostrar
quais os processos que devem ser observados dentro do processo de alfabetização,
quer sejam nas escolas ou no seu convívio social no meio em que vive.
Como não há como se distanciar desta realidade todos os profissionais da
educação sentem a necessidade de refletir sobre sua prática pedagógica no que diz
respeito a conhecer a importância do sujeito da aprendizagem, a entender, o que
pode ajudar para que ele aprenda.
A sociedade atual passa por mudanças rápidas e complexas, devidas várias
informações as crianças são estimuladas através de sons e imagens, onde
percebem um mundo plural e colorido e virtual. Não podemos mais ignorar os meios
de comunicação que se tornou veículos de aprendizagem.
Muitos alunos quando chegam à escola já trazem consigo uma bagagem de
conhecimento que são os pré-requisitos, já estão acostumados a aprender através
dos sons, imagens, cores, eles já possuem uma alfabetização de mundo mesmo
antes de está dentro da escola convencional.
O primeiro capítulo faz se um relato da escrita e a sua transformação dentro
do processo de ensino aprendizagem tendo como referencial teórico os autores
Cagliari (2004), Ferreiro (2001) que nos ajudará a compreender o processo de
alfabetização dentro das escolas, trata-se da alfabetização tradicional e o letramento
dentro do processo de ensino aprendizagem. Tendo como referencial teórico os
estudos de Aranha (1996), outros teóricos também são citados que tem uma visão
mais ampla no ato de alfabetizar, são elas: Soares (2006), Batista (2003), Emília
Ferreira.
No segundo capítulo vamos tratar o assunto referente à alfabetização
tradicional e o letramento dentro do processo ensino aprendizagem. Tendo como
referencial os seguintes teóricos Batista (2003) que fala sobre o método tradicional
no período colonial, onde a mesma menciona sua visão sobre os Jesuítas do início
da educação. O terceiro capítulo abordará os métodos no processo de ensino
aprendizagem da criança onde estes métodos se dividem em: tradicional, sintético,
fônico, silábico, analítico, construtivista.
Diante destes estudos pretendemos aprender alternativas que melhorem
nossa prática pedagógica e compreender quais os caminhos que sejamos eficazes
no processo de alfabetização.
2 LEITURA E ESCRITA
2.1 Origem da escrita
De acordo com a enciclopédia Barsa (p.479) aescrita surgiu por volta de IV
milênio a.C, foi um enorme avanço para a civilização e permitiu recompor com
segurança a história. Uma das primeiras escrita conhecidas foi a cuneiforme, no
sistema ideográfico – silábico.
A escrita é todo sistema gráfico de linguagem verbal, ou seja, toda
representação de palavras ou ideias por meio de símbolos gráficos. O homem ao
pensar elabora conceitos, que materializa em palavras, que se expressa pela fala. A
linguagem falada exprime-se por meio de sons, a escrita é sempre “gravada” em
tábuas, de barro, ou madeiras, pedras, lousas, pois, dirige-se sempre ao sentido da
visão, embora possa apelar também para o tato, como a escrita em Braille, dos
cegos; é articulada isto é, apresenta elementos sucessivos, é arbitrário, porque
corresponde a um código convencional pelos elementos dos grupos; e linear, porque
os signos são dispostos sucessivamente em linhas, que obedecem a uma direção
determinada.
Na Pré-História, o homem serviu de serviços meios de expressão, mas
nenhum deles se destinava a representar a linguagem verbal, alguns eram de
comunicação imediata – gestor, fumaça ruídos até – ao passo que outros,
destinavam-se a conservar as mensagens que havia a necessidade de recordar e
utilizavam objetos, com flecha, marcas em paredes, todos estes processos
formavam na relação simbólica com alguma ideia, mas totalmente independente de
fala. O conjunto desses processos denomina-se mitografia.
A manifestação mais elaborada de mitografia é a pictografia. O homem pré-
histórico já lia os seres da natureza e os interpretava com a tentativa de reproduzir
nas pedras, nas rochas. Isso deu origem aos primeiros pictogramas, com a intenção
de se comunicar embora esses desenhos primitivos não assegurassem uma
mensagem precisa de seus semelhantes.
Esta fase ideográfica era representada por meio de signos gráficos, era
utilizado um código sintético. Como cada signo corresponde apenas a uma ideia, a
evolução desse meio ficou sujeita a modificações e adaptações constantes, pois o
número de pensamentos ou ideias que se deseja comunicar é praticamente infinito e
tende a aumentar passo a passo com desenvolvimento de uma cultura.
A evolução que deu origem a escrita foi à ideia de evocar pensamentos por
meio de um signo que representasse uma só palavra. Assim nasceu a escrita
ideografia ou analítica, que utiliza uma série de sinais gráficos. No Antigo Egito
surgiu a escrita ideográfica, que era denominada por hieroglífica. Os hieróglifos
cerca de 700 da primitiva relação signo, palavras que passaram a significar ideias
associadas; assim, por exemplo, o desenho de um disco solar vinculava-se tanto a
noção de dia como à de transcurso de tempo. Segundo Cagliari (1993, p.106) a
história da escrita pode ser caracterizada em três fases distintas a pictórica, a
ideográfica, e a alfabética.
Escrita silábica e fonética dá se quando os ideogramas ou signos passam a
expressar os sons da palavra. O sistema adquire significado fonético. Exemplo
elucidativo é a pedra de Rossitta, descoberta em 1799, que contém inscrições dos
hieróglifos egípcios, como versões em caractere demóticos usados no Egito depois
dos hieróglifos.
Os signos em forma de cunha (cuneiformes), que inicialmente eram
ideográficos, foram se adaptando à fonetização, à medida que passavam a
representar palavras de sílabas idênticas ao de fonética similar. Criou-se assim um
sistema misto ideográfico-silábico, que foi utilizado no decorrer do segundo milênio
a.C., pelos acádios e hititas, povos asiáticos que habitavam na Mesopotâmia e
Anatólia.
A fase Alfabética ocorreu em torno do ano 1500 a.C, começou a formar-se no
seio da cultura semita, provavelmente na Síria, a escrita alfabética. O método
consistia na representação gráfica de sons isolados mediante sinais próprios. Foram
utilizados por vários povos antigos, e posteriormente os fenícios criaram seu
alfabeto, que disseminaram por todos os países a que levaram sua civilização. Os
signos do alfabeto fenício, como os de todas as línguas semitas, só representam as
consoantes. Os gregos, que adotaram por volta do ano 800 a.C., acrescentaram a
representação das vogais.
Todos os alfabetos posteriores procedem do semita ou do grego e dispõem
de um reportório de vinte a trinta letras. O sistema proporcionou uma drástica
redução do número de signos em relação às demais escritas: a silábica tinha de
setenta a noventa símbolos: a cuneiforme, setecentas; a chinesa, milhares. A
primitiva escrita grega utilizava somente letras maiúsculas, posteriormente
introduziram-se as minúsculas. No século IV da era cristã, em Roma já utilizava a
escrita cursiva, em que as maiúsculas emendam-se as minúsculas, o que permite
grafar as palavras mais depressa.
O conhecimento da escrita hieroglífica egípcia, de natureza ideográfica, foi
possível graças aos estudos realizados por Jean Francóis Champollion sobre a
pedra de Rosetta, que incluía textos em caracteres hieroglíficos demóticos e gregos.
2.2 A importância da escrita
A concepção da escrita está ligada à leitura, ambas estão ligadas ao
desenvolvimento da consciência fonologia e aprendizagem do sistema de escrita
como um dos eixos do processo de alfabetização, onde este processo deve
abranger atividades pedagógicas que levem as crianças ao aprofundamento de suas
compreensões sobre a natureza alfabética da escrita e à aprendizagem das
correspondências entre letra e sons. As metas de aprendizagem nesse eixo são: o
entendimento por parte das crianças do funcionamento alfabético, o conhecimento
das correspondências entre letras e sons que compõem o sistema ortográfico da
língua escrita.
Esse caráter de funcionamento da escrita põe uma mudança na prática
pedagógica onde a ênfase esta voltado no processo e não no produto. No ato de
produção textual é fundamental saber quê e para quem a mensagem deverá ser
expressa.
O processo de alfabetização defendido por Ferreiro (2001) revela que a
criança é capaz de vivenciá-los passando por um processo de construção da escrita,
pois, “as crianças conceitualizam a escrita com um conjunto de formas arbitrárias
linearmente, que não representam os aspectos figurais do objeto, para isto serve o
desenho”. (FERREIRO, 2001, p. 84).
Nota-se que Emília Ferreiro (2001) acreditava que a criança representa
através de rabisco e desenhos o que tenta escrever faz diversas tentativas até
chegar à escrita convencional.
O processo de Alfabetização ocorre tanto na escola ou fora dela a partir do
reconhecimento de um objeto através do contato esta criança já está sendo
alfabetizada. Cagliari (2004) diz:
A alfabetização tem sido uma questão bastante discutida pelos que se preocupam com a Educação, já que há muitas décadas se observam as mesmas dificuldades de aprendizagem, as inúmeras reprovações e a evasão escolar: Primordialmente, a alfabetização é a aprendizagem de escrita e da leitura. Note se que ler e escrever são atos linguísticos; no entanto só recentemente tem havido a participação significativa de linguistas em projetos educacionais. (CAGLIARI, 2004, p. 08).
Quando a criança consegue diferenciar um objeto ela já começa seu processo
de alfabetização de mundo. Sendo assim pode ser considerada a criança que possui
contato com a escrita através de rótulos, embalagens jornais, revistas. Enfim,
através de diversos portadores de textos presentes em sua vida cotidiana. Observa-
se que quando a criança interage com diversos portadores de textos ela desenvolve
sua habilidade tanto na escrita quanto na leitura, e tem facilidade de aprender e
compreender o uso da leitura e da escrita de maneira funcional.
Quando os pais possuem o hábito de ler a criança observa e imita, através
desta interação a criança processa esta forma de comunicação, e gradativamente
ela vai assimilando o processo de leitura e escrita.
Portanto, ela terá mais facilidade de aprender a ler e escrever do que aquela
que não tem possibilidade de interagir com essas formas de informações e melhor
comunicação.
2.3 A importância da leitura
Para Freire (1989, p. 11-12) “a leitura de mundo procede à leitura da palavra,
dai que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura
proporcionando a formação integral do indivíduo”.
Se o despertar do gosto pela leitura, se a iniciação literária não estiver
ocorrendo em casa, é para a escola que se volta às expectativas da sociedade.
Espera-se que o professor na sala de aula ajude o aluno a desenvolver bons
padrões das palavras, a boa articulação, o timbre de voz e a entonação adequada, a
pontuação, entre outros. Além disso, devem trabalhar habilidades como ouvir e fazer
ouvir.
Sabe-se que a leitura vai além de um saber expresso através de anotações.
Por esse motivo é preciso ler pausadamente, repetidamente por diversas vezes para
poder entender melhor o que está escrito.
É através da leitura que adquirimos conhecimentos desafiamos nossa
imaginação e descobrimos o prazer de pensar e sonhar. O aluno com dificuldades
em leitura perde a oportunidade de entender a riqueza de aprender e compreender o
funcionamento e características da vida.
É por meio da leitura e que temos acesso à cidadania, a melhores condições
e posições no mercado de trabalho, um entendimento mais profundo da vida em
sociedade á construção de uma personalidade mais crítica, mais livre para que se
busque a felicidade pretendida por todos.
A leitura é parte fundamental de todo o processo de aprendizagem é o
principio do processo que deverá ser mostrada tamanha importância e o gosto por
ela. “Dessa forma, segundo Freire (2008): “a leitura da palavra não é apenas
precedida pela leitura do mundo, mas por uma forma de ‘‘escreve-lo” ou de ‘‘
reescreve-lo’’, quer dizer de transformá-lo através de nossa prática consciente”.
(FREIRE, 2008, p.20).
Trabalhar a leitura de acordo com a realidade dos alunos a alfabetização só
terá bons resultados se ensinado sem rigidez. A alfabetização seria um instrumento
de conscientização do individuo, e ao mesmo tempo desenvolver a sua criticidade,
tornando-o consciente de seus direitos, políticos, sociais e econômicos.
2.4 A alfabetização na visão de Emília Ferreiro
Segundo Emília Ferreiro (1998) o processo de construção da leitura e da
escrita tem sido considerado como a aprendizagem de um código de transição
gráfica. Ou seja, o aluno deve aprender fazer a conversão das unidades sonoras
(fonemas) em unidades gráficas (grafema), transformando a aprendizagem na
aquisição de uma técnica. Tal enfoque privilegia o ponto de vista do adulto, com
base na intuição, e não o da criança que aprende, de acordo com a gênese de
evolução.
Para a autora (1998) as produções das crianças – que antes eram
consideradas meras garatujas – adquiriram um novo significado. Agora sabemos
interpretá-las como escritas verdadeiras que não se assentem nos princípios básicos
do sistema alfabético, mas os quais não faltam uma sistematização. São escritas
que se baseiam em outros princípios. As crianças podem usar letras como as
nossas, e escrever ‘em outro sistema’, assim como no início da aquisição da
linguagem oral, podem utilizar palavras da linguagem e diferentes regras de
combinação.
A interpretação e a produção da leitura e da escrita são defendidas por
Ferreiro (1998) em níveis de conceituação, sendo eles:
• Nível Pré Silábico: A escrita não apresenta nenhum tipo de
correspondência entre grafias e sons. Escrever é reproduzir traços típicos da escrita,
variando os caracteres à vontade.
Ao escrever no nível pré-silábico o educando poderá utilizar letras, números,
ou melhor, muitas letras aleatoriamente. Exemplos: C A = Papai; C A = Seu nome; L
A = Nome do irmão; N H D T = Pato.
A interpretação corresponde à intuição subjetiva, podendo a mesma escrita
ter diversas interpretações.
Esta fase corresponde a um longo período da alfabetização e coincide com o
período primitivo do realismo nominal.
A superação do realismo nominal é imprescindível para o sucesso na
alfabetização e acontece normalmente no nível alfabético. O nível silábico
corresponde a uma fase intermediária em que aparecem respostas mistas, ora de
superação, ora não, mas baseadas mais no significado (objeto) que no significante
(palavras).
• Nível Silábico Restrito:Escrita em cada emissão sonora (sílaba) é
representado por uma letra, podendo ser usada qualquer letra para qualquer sílaba.
Exemplos: Macaco = D T A; Cachorro = E G T.
A consideração conjunta de resultados e do processo permite-nos fazer uma
interpretação significativa, sendo que, caso contrário, estaríamos interferindo e
privilegiando o nosso ponto de vista e não o do sujeito em desenvolvimento.
Conforme já foi dito, os conflitos levarão a criança a novos avanços. As suas ideias
originais, em face do modelo estável convencional, farão com que ela vá, aos
poucos, reformulando as suas hipóteses até a compreensão do sistema de
representação da linguagem escrita.
• Nível Silábico Evoluído:As letras começam a adquirir valores sonoros
estáveis. A criança usa letras semelhantes para representar a parte sonora de cada
sílaba, ou seja, para cada sílaba, o educando utiliza uma letra. As letras não são
aleatórias e demonstram a correspondência sonora, podendo associar cada sílaba à
sua vogal, ou à sua consoante.
A passagem para este nível é marcada pela descoberta de que a escrita
representa a fala, o que significa importante momento na evolução da escrita e da
leitura. Exemplos: Macaco = M O O, ou M K O, ou A K O. Pato = P O ou A O.
Nesta fase, a criança entra em conflito quando escreve: Cachorro = C O O. Ela não
aceita escrever duas letras iguais. Ao registrar uma palavra com apenas uma letra,
como ‘Pé’ = P. O registro de palavras monossílabas é um momento importante de
intervenção do professor, diante do conflito do aluno. Esta pode ser uma etapa
importante para que o educando reelabore suas hipóteses de escrita e avance para
o nível seguinte.
• Nível Alfabético:Nesta fase, que corresponde à transição do nível
silábico para o alfabético, a criança começa a abandonar a hipótese silábica da
escrita e a construir novos esquemas, iniciando a análise alfabética.
A criança utiliza as letras com seus valores convencionais, com variações de
ortografia compatíveis com o sistema, ainda que nem sempre correspondam com o
escrito padrão. Exemplos: Macaco = MAKAKO; Pato = PATO; Cachorro = CAXORO.
O gato bebeu o leite = U GARU BEBEU U LEITI.
• Nível Ortográfico:Nesta fase o educando já se preocupa em escrever
utilizando a ortografia correta.
A leitura e a escrita constituem um sistema de representação da linguagem
convertendo sua aquisição numa aprendizagem conceitual. Cabe ao professor o
respeito à criança considerando-o um ser ativo e capaz que possui ideias originais
sobre o assunto, que segue um caminho próprio de sua evolução e que não se
apropria desses objetos culturais sem que se tenha passado a tarefa de reinventar o
sistema de representação da língua escrita. Para permitir que a evolução se
processe de forma coerente com o ponto de sita do sujeito que aprende, a escola
deverá propiciar o convívio da criança com farto e variado material que envolva
leitura e escrita além de permitir que a criança produza escritas espontâneas, do
jeito que ela pensa que deve ser escrita, com ausência de censura quanto ao
‘errado’ e o ‘certo’. Dessa forma, estaremos permitindo que a criança escreva de
acordo com suas hipóteses. Entretanto, quando se escreve livremente, a seu modo
de acordo com suas hipóteses, ela pensa e analisa o que escreve, descobre as
contradições (sua maneira de grafar, versus sistema já elaborado), achando um forte
motivo para buscar pequenos interpretativos. Esses conflitos propiciam a evolução
no processo de construção do sistema.
Para Cagliari (1992):
A alfabetização é sem dúvida o momento importante da formação escolar de uma pessoa, assim como a invenção da escrita foi o momento mais importante da história da humanidade, pois somente através dos registros escritos o saber acumulado pode ser controlado pelos indivíduos. (CAGLIARI, 1992. p. 10).
Segundo Cagliari (2004) a alfabetização não é adquirida somente em sala de
aula, através da decodificação e na codificação, segundo a autora, a criança
necessita de alguns processos para alcançar a aprendizagem tanto formal quanto
informal, ambos fazem parte do conhecimento da criança. A mesma ainda afirma
que durante o processo de desenvolvimento, a criança não necessita do domínio da
linguagem oral, pela interação e o convívio com adultos. Só assim a linguagem
escrita começa a ter significação na vida da criança.
3 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
3.1 Alfabetização
O conceito de alfabetização segundo Soares (2006) significa que o processo
ocorre a partir de codificação e aquisição do alfabeto, ou seja, ensinar a ler e
escrever. Ao longo da nossa história, essas ações foram tornando-se mais
complexas, e ampliaram suas definições, passando a ter mais envolvimento, a partir
da década de 1990 principalmente um novo termo: O letramento Buscaremos a
discutir neste segundo capítulo, como esses dois termos – alfabetização e
letramento se relacionam.
A alfabetização é considerada como ensino de habilidades de codificação e
decodificação onde teve início a partir do século XX mediante a criação de diferentes
métodos de alfabetização. Soares (2006) diz:
O conceito de alfabetização é ao longo do tempo e da dependência entre o fenômeno do letramento e as condições culturais e sociais a comparação entre os critérios que hoje foram passando utilizados para quem é analfabeto ou quem é alfabetizado nos recenseamentos da população brasileira (SOARES, 2006, p. 55).
Para essa autora, a alfabetização se inicia com a decodificação e
compreensão do objeto em observação, assim inicia o processo de ler e escreve.
Como por exemplo, compreender o que está escrito nos ‘’ livros’’, bilhetes simples’’.
Embora essa prática seja bastante limitada já se evidencia a busca de ‘’ estado ou
condição de quem sabe ler e escrever’’. A criança ao chegar à escola já traz consigo
conhecimentos que adquirir no seio familiar, onde devem ser respeitados, mas
entendermos que ela não está alfabetizada da forma convencional. É necessário
que a escola promova pratica sistematizada e prazerosa promovendo através da
interação na aprendizagem significativo, pois, de acordo com Cagliari (2004):
O processo de alfabetização inclui muitos fatores, e, quanto mais ciente estiver o professor de como se dá o processo de aquisição de conhecimentos, de como a criança se situa em termo de desenvolvimento emocional, de como um evoluído o seu processo de interação social, da natureza da realidade linguística envolvida no momento em que está acontecendo à alfabetização. (CAGLIARI, 2004, p.9).
Segundo o autor a alfabetização é sem dúvida um momento mais importante
da formação escolar de uma pessoa assim como a invenção da escrita foi o
momento mais importante da história da humanidade, pois somente através dos
registros escritos o saber acumulado pode ser controlado pelos indivíduos. Deve-se
a esse saber acumulado pela escrita o fato de termos chegado aos meios atuais de
registro e manipulação de dados, como gravadores vídeos cassetes e
computadores. Sendo assim a alfabetização é sem duvida, porque da à base e o
suporte para o resto da vida.
3.2 Letramento
De acordo com Soares, a palavra letramento é recente e significa o processo
de relação das pessoas com a cultura escrita. No entanto não é correto falar que
uma pessoa é iletrada, pois todas as pessoas estão em contato com o mundo
escrito, mas reconhecemos que existem níveis de letramento que pode variar
conforme a realidade cultural.
Este termo segundo Magda Soares (2006, p. 47) alfabetizar e letra são as
duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário o ideal seria alfabetizar
letrando, ou seja, ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura
e da escrita, de modo que o indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo alfabetizados e
letrado.
De acordo com Smith (1993) individual do letramento, é difícil definir devido à
extensão a diversidade das habilidades individuais que podem consideradas como
constituídas do letramento uma primeira fonte de dificuldade, que atinge o cerne da
questão, é que o letramento envolve dois processos fundamentais diferentes:
ler e escrever, conforme Smith (1973):
Ler e escrever são processos frequentemente vistos como imagens de um mesmo fenômeno: a comunicação através de língua escrita, mas há diferenças fundamentais sobre habilidades e conhecimentos empregados
na escrita, assim como há diferenças consideráveis entre os processos envolvidos na aprendizagem da leitura e as envolvidas na aprendizagem da escrita (SMITH, 1973, p. 117).
Para Smith (1973) as definições de letramento que consideram as diferenças
entre leitura e escrita tendem a concentrar – se ou na leitura ou na escrita, mas
frequentemente na leitura, ignorando que os dois processos são complementares:
são complementares: são diferentes, mas letramento envolve ambos. A leitura do
ponto de vista da dimensão individual de letramento é um conjunto de habilidades
linguísticas e psicológicas, que se estendeu desde a habilidade de decodificar
palavras escritas até a capacidade de compreender textos escritos, e para que haja
uma aprendizagem significativa é preciso colocar a criança em diversos tipos de
materiais de leitura: livros, dicionários, jornais, revistas. Como declara Smith (1973),
a leitura pode ocorrer nas mais diversas situações, de um recital público de poesias,
listas de preços (pagina 103), o que nos leva a perceber uma forma de alcançar a
aprendizagem tanto formal como informal, ambas fazem parte do desenvolvimento
da criança. Ainda salienta essa autora, durante o desenvolvimento a criança não
necessita somente do domínio da linguagem escrita, mas também da linguagem
oral, onde é desenvolvida através da interação e o convívio com os adultos. A partir
dessa compreensão a linguagem escrita começa a ter sentido na vida da criança.
Nessa perspectiva a criança para ser alfabetizada não precisa estar
primeiramente em sala de aula conforme Emília Ferreiro (2001. p. 65). Desde que
nascem são construtoras de conhecimentos. No esforço de compreender o mundo
que as rodeiam, levantam problemas muito difíceis e abstratos e tratam por si
próprios para descobrir respostas. Quando a criança consegue fazer o
reconhecimento do que está ao seu redor, ela já possui uma alfabetização familiar e
social que são pré-requisitos adquiridos antes de frequentar a escola.
Para Vygotsky (2005) aprendizado que a criança adquiriu no seu convivo
familiar.
No Desenvolvimento da criança, a imitação e o aprendizado desempenham um papel importante, Na aprendizagem da fala, assim como na aprendizagem dos materiais escolares, a imitação é indispensável. O que a criança é capaz de fazer hoje em cooperação será capaz de fazer sozinha amanhã o único tipo positivo de aprendizado é aquele que caminha á frente do desenvolvimento (VYGOTSKY, 2005, p. 129-130).
Percebemos que paraVygotsky o desenvolvimento da criança começa desde
o nascimento. A aprendizagem desperta processos internos de desenvolvimento que
só podem ocorrer quando a criança interage com o seu meio ambiente. O processo
de ensino aprendizagem que ocorre na escola propicia o acesso dos membros
imaturos da cultura letrada ao conhecimento, construindo e acumulando informações
a criança já está de alguma forma preparando seu conhecimento entre o meio de
convívio.
3.3 Visão das pessoas alfabetizadas
Muitas pessoas acreditam que a alfabetização só acontece na sala de aula,
onde ocorre o processo de ensino aprendizagem a escrita e leitura de forma
planejada e sistematizada. Percebe-se que as pessoas que não são alfabetizadas
não tem um grau de escolaridade será discriminada dentro da sociedade em que
vive.
As pessoas que tem mais conhecimento em tecnologia e que não seja
analfabeta são as que têm mais chances de conseguir uma vaga de emprego no
mercado de trabalho.
No Brasil, há já algumas poucas pesquisas que procuram avaliar i nível de letramento de jovens e adultos; a tendência tem sido considerar como alfabetizado o (termo mais adequado seria letrado) individuo que tenha pelo menos completado a 4ª serie do ensino fundamental, com base no pressuposto de que são necessários no mínimo 4 anos de escolaridade para apropriação da leitura e da escrita e de sues usos sociais. Quando se calcula o analfabetismo no Brasil com base, nesse critério o índice cresce assustadoramente (SOARES, 2006, p.57).
De acordo com Soares (2006) as pessoas devem ser avaliadas por todo o
seu conhecimento adquirido no seu convívio familiar meio social.
Nota se que diante das dificuldades encontradas por adultos, e muito comuns
sentir vergonha por não saber ler e escrever, no entanto compreendemos que nosso
problema não é apenas ensinar a ler e escrever, mas também, sobretudo, levar os
indivíduos, crianças, jovens a fazer o uso da leitura e da escrita, envolvendo-se em
práticas sociais de leitura e escrita, tornando-se uma necessidade e uma forma de
prazer.
4 OS METODOS USADOS PARA ALFABETIZAÇÃO
A alfabetização é um processo interno, que acontece de formas diferentes em
cada indivíduo dependendo da forma com que é estimulado por seu meio ambiente.
4.1 Métodos tradicionais
Esse método é centrado no professor, que tem a função de “vigiar o aluno”,
ou seja, observar se o aluno está seguindo a risca o que lhe foi pedido. Esta
metodologia tem a concepção de que a aula deve acontecer apenas dentro da sala
de aula, em que o professor ensina a matéria, passa exercícios e depois corrige,
seguindo com a matéria à frente, fazendo sempre a mesma coisa, tornando a aula
mecanizada, dando a entender que o aluno só irá aprender através do conhecimento
do professor.
Este método faz com que o aluno aprenda através da repetição de exercícios
de memorização, levando o aluno a decorar e não aprender, como consequência a
escola forma alunos desinteressados e desmotivados pelos estudos.
O método tradicional tem seu ensino de forma dividida por partes, primeiro
aprende as vogais, depois as sílabas até chegar às palavras e frases, para depois
construir textos. O que importa é a montagem silábica e não os conteúdos, com isso
surgem frases com pouco ou nenhum sentido, como por exemplo: “O rato roeu a
roupa do rei de Roma” ou “A menina gosta de rosa e boneca.”.
Neste método a cartilha muitas vezes é o único material de trabalho, os textos
de leitura são curtos com frases simples desvinculadas da linguagem oral, e buscam
o uso das sílabas já estudadas.
Raramente usam materiais extras, como revistas, jornais, livros de histórias e
músicas, sendo tudo mecanizado e cansativo, principalmente para o aluno que logo
perde o interesse, pois não existe o incentivo em buscar novas alternativas de
conteúdo ou algo novo que o estimule.
4.2 Métodos sintéticos
É o método considerado um dos mais rápidos, simples e antigo de
alfabetização, podendo ser aplicado a qualquer criança. O método sintético
estabelece uma correspondência entre o som e a grafia, entre o oral e a escrita,
através do aprendizado letra por letra, sílaba por sílaba e palavra por palavra.
Baseando no ponto de vista mental, o indivíduo é capaz de perceber os símbolos
gráficos de uma forma geral, como um todo, dando-lhes significados, para
posteriormente ser capaz de analisar suas partes. Esse método leva o aluno a
perceber partes isoladas, sem significação, impedindo sua compreensão e
percepção da leitura. Com isso, o aluno tem dificuldades de compreender e criar
textos, o prazer pela leitura dura pouco, porque logo o aluno consegue dominar a
leitura e escrita deixando de ser algo novo em sua vida, oferece um vocábulo pobre
e restrito.
O método sintético é divido em três tipos:
Alfabético ou Soletrativo
Deu origem ao termo alfabetizar, um dos mais antigos sistemas de
alfabetização, o método alfabético conhecido como soletração, tem como principio
que a leitura parte da decoração oral das letras do alfabeto, depois, todas as suas
combinações silábicas e em seguida as palavras. A partir daí a criança começa a ler
sentenças curtas e vai evoluindo até conhecer histórias. Por este processo, a
criança vai soletrando as sílabas até decodificar a palavra. Por exemplo, a palavra
casa soletra-se assim: c + a= ca> s + a= sa {casa}.
As principais críticas a este método estão relacionadas à repetição dos
exercícios, o que o tornaria tedioso para as crianças, além de não respeitar os
conhecimentos adquiridos pelos alunos antes deles ingressarem na escola.
O método alfabético, apesar de não ser o indicado pelos Parâmetros
Curriculares Nacionais, ainda é muito utilizado em diversas cidades do interior do
Nordeste e Norte do país, já que é mais simples de ser aplicado por professores
leigos, através da repetição das Cartas de ABC e na alfabetização doméstica.
Processo alfabético
Consiste em decorar todo o alfabeto, reconhecer cada letra isoladamente,
reunir as sílabas, palavras, frases e textos.
O aluno aprende:
a) O nome das letras nas formas maiúsculas e minúsculas;
b) A sequência do alfabeto;
c) A combinar as letras entre si, formando sílabas e palavras.
4.3 Métodos Fônicos
O método fônico consiste no aprendizado através da associação entre
fonemas e grafemas, ou seja, sons e letras. Esse método de ensino permite primeiro
descobrir o princípio alfabético e, progressivamente, dominar o conhecimento
ortográfico próprio de sua língua, através de textos produzidos especificamente para
este fim.
O método é baseado no ensino do código alfabético de forma dinâmica, ou
seja, as relações entre sons e letras devem ser feitas através do planejamento de
atividades lúdicas para levar as crianças a aprender a codificar a fala em escrita e a
decodificar a escrita no fluxo da fala e do pensamento.
O método fônico nasceu como uma crítica ao método da soletração ou
alfabético. Primeiro são ensinadas as formas e os sons das vogais, depois são
ensinadas as consoantes, sendo, aos poucos, estabelecidas relações mais
complexas. Cada letra é aprendida como um fonema que, juntamente com outro,
forma sílabas e palavras. São ensinadas primeiras as sílabas mais simples e depois
as mais complexas.
Processo Fônico
Visando aproximar os alunos de algum significado é que foram criadas
variações do método fônico. O que difere uma modalidade da outra é a maneira de
apresentar os sons: seja a partir de uma palavra significativa, de uma palavra
vinculada à imagem e som, de um personagem associado a um fonema, de uma
onomatopeia ou de uma história para dar sentido à apresentação dos fonemas. Um
exemplo deste método é o professor que escreve uma letra no quadro e apresenta
imagens de objetos que comecem com esta letra.
Em seguida, escreve várias palavras no quadro e pede para os alunos
apontarem a letra inicialmente apresentada. A partir do conhecimento já adquirido, o
aluno pode apresentar outras palavras com esta letra.
Os especialistas dizem que este método alfabetiza crianças, em média, no
período de quatro a seis meses.
Este é o método mais recomendado nas diretrizes curriculares dos países
desenvolvidos que utilizam a linguagem alfabética.
4.4 Métodos Silábicos
A sílaba é a unidade fonética para o ponto de partida do ensino da leitura, o
aluno aprende inicialmente as sílabas, a combinação entre elas e chega â palavra.
Por este método, a aprendizagem é feita primeiro através de uma leitura mecânica
do texto, com a decifração das palavras, vindo posteriormente a sua leitura com
compreensão. Neste método, as cartilhas são utilizadas para orientar os alunos e
são usados fonemas e seus grafemas correspondentes, evitando confusões
auditivas e visuais.
Processo silábico
Aprendem-se as vogais, com a ajuda de ilustrações e palavras, como:
Exemplos: “O” de Ovo;
“E” de Elefante.
Apresentam-se as sílabas canônicas, utilizando palavras e ilustrações
destacando a sílaba na palavra.
MA > de macaco;
NA > de navio;
PA > de panela.
Aprendem-se as sílabas que constituem unidades sonoras. Começa pelas
vogais, depois as sílabas e as famílias silábicas (das sílabas mais fáceis para as
mais difíceis).
4.5 Métodos Analíticos
São métodos que levam o aluno a analisar o todo (palavra) para chegar às
partes que a compõem.
O método analítico tem por objetivo, fazer com que as crianças compreendam
o sentido de um texto, não ensina a leitura através da silabação, incentivam os
alunos a produção de textos prestando atenção ao uso da pontuação, estimula a
leitura e deixa o aluno à vontade para expor suas ideias.
Este método ajuda a criança no desenvolvimento e organização dos
pensamentos.
O método analítico apresenta-se como:
Palavração
Neste método a palavra é apresentada ao aluno, muitas vezes acompanhada
da imagem, porém a atenção é dirigida aos detalhes da palavra como sílabas, letras
e sons. Sendo depois reunidos, auxiliando o aluno a enfrentar palavras novas com
autonomia de leitura.
Para o método ser de palavração a palavra deve ser composta e decomposta
para que o aluno perceba suas nuances, assim o aluno aprende associando imagem
e palavra.
Processo de Palavração
Parte da escolha de uma palavra com sílabas simples que é memorizada
pelos alunos, começando logo em seguida o ensino das demais sílabas.
Sentenciação
A partir de uma frase o aluno visualiza e memoriza as palavras que formam
esta sentença, depois analisa as sílabas que formam cada palavra para formar
novas palavras.
No método de setenciação, a unidade é a sentença que depois de
reconhecida e compreendida, será decomposta em palavras e finalmente em
sílabas. Utiliza-se a estratégia de comparar palavras e isolar elementos conhecidos
nelas, para ler e escrever novas palavras.
Processo de Setenciação
São usadas frases curtas, que tenham sentido completo e que apresentam
uma sequencia de dificuldades crescentes.
Sequência:
��Frase > Palavra > Sílaba > Letra
Contos e Historietas
É uma ampliação do método de setenciação, o aluno parte de pequenas
histórias, letras de músicas, etc., para chegar às palavras, sílabas e com estas
sílabas formar palavras.
Este método tem como ideia fundamental fazer com que a criança entenda
que ler é descobrir o que está escrito. Decompondo pequenas histórias em partes
cada vez menores: orações, expressões, palavras, sílabas.
Processo de contos e Historietas:
São usados recursos como:
a) Um conto de um livro;
b) Um conto criado pela professora ou adaptado de uma história do interesse dos
alunos;
c) Um conto criado pelas crianças.
4.6 Métodos Construtivistas
O método mais indicado, elogiado e usado na alfabetização, trabalha o
conhecimento que a criança traz para a escola, fazendo a união da língua falada, da
escrita em um único método, podendo ser aplicado a qualquer aluno.
Do ponto de vista linguístico o construtivismo deixa claro que para ler tem que
ler e para escrever tem que escrever, ou seja, para aprender é preciso praticar.
Processo Construtivista
O processo de construção da leitura e escrita anda junto, um depende do
outro para terem sentido.
Quando a criança inicia o aprendizado de leitura e escrita ela consegue
identificar que números representam quantidades e as letras formam palavras e
através delas podem expor suas ideias, aumentando de forma produtiva o seu
aprendizado e todo o conhecimento adquirido.
O aluno tem contato diário com diversos tipos de materiais para poderem
fazer descobertas sobre as palavras e desvendarem os significados, a ortografia do
que está aprendendo e assim enriquecerem os seus vocábulos e maneiras de se
expressarem, sendo esse conhecimento levado por todas as suas vidas, pois terão
realmente aprendido.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluindo este trabalho que foi muito importante para nós, pois nos levou a
conhecer o processo de alfabetização, e principalmente os teóricos que
fundamentou esse trabalho. Percebemos que a alfabetização ocorre durante toda
vida do individuo e precisa ter um olhar com mais amplitude e profundidade.
Sendo assim considera-se a leitura e a escrita algo muito importante na vida
do individuo, tanto para sua formação intelectual, como também no desenvolvimento
do hábito de ler, onde desenvolvera seu senso crítico.
No decorrer deste trabalho fazem-se vários questionamentos sobre a pratica
pedagógica a respeito do desenvolvimento da leitura e da escrita tanto da criança
como de um adulto. De acordo com alguns teóricos encontramos varias indagações
sobre as dificuldades no processo de alfabetização na leitura e na escrita.
Percebemos que o educador para trabalhar nas séries iniciais e preciso conhecer o
seu aluno, e ao mesmo tempo respeitar os pré-requisitos que este aluno já trás
consigo.
O pedagogo ao trabalhar com o cognitivo da criança deve colocar objeto que
desperte interesse para leitura e a escrita, que a criança entre em contato com a
escrita através de rótulos revista jornais. Enfim através de diversos portadores
presentes em sua vida cotidiana. Sendo assim e de suma importância trabalhar com
livros literários.
Antes de tudo e necessário considerarem que o processo de alfabetização
não é desvendamento puro e simples do código alfabético. Mas do que aprender a
assinar o nome (Assinar o nome) alfabetizar é transformar a criança no leitor e num
escritor em potencial, e para que a alfabetização aconteça de forma significativa é
preciso fazê-lo mergulhar no universo da leitura.
Compreendemos também que haja colaboração entre todos os sistemas. Pois
só assim teremos uma educação de qualidade para todos. Haja visto que o processo
de ensino e aprendizagem está centrado diretamente buscando transformar o meio
social e cultural, com vista em adquirir conhecimento para sua formação.
Portanto foram essas nossas observações sobre a leitura escrita. Espero que
os estudiosos aprofundem mais seus conhecimentos sobre o tema para que venha
amenizar estas dificuldades, e melhores o nível de aprendizagem de nossos
educandos.
REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lucia Arruda. História da educação. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1996. CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Linguística. São Paulo: Scipione, 2004.
CAMPOS, Maria Luísa. M.I. Didática de pré-escola: vida criança: brincar e aprender. São Paulo: FTD, 1996. FERREIRO, Emília. Alfabetização em Processo. 12. ed. São Paulo: Cortez, 1998. ______. Reflexões sobre alfabetização. 24. ed. São Paulo: Cortez, 2001. FREIRE, PAULO. A importância do ato de ler em três artigos que se completam. 49. ed. São Paulo: Cortez, 2008. NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA. 6. ed. São Paulo: Barsa Planeta Internacional Ltda, 2002. OLIVEIRA, João Batista Araújo. ABC do Alfabetizador. Belo Horizonte: Alfa educativa, 2003. SOARES, Magda. Letramento: Um Tema em três gêneros. 2. ed. Belo Horizonte: Autentica, 2006. VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Pensamento e linguagem. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
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