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7/28/2019 Fotografia Digital e Iluminacao
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Palhoa
UnisulVirtual
2009
Fotografa Digital
e IluminaoDisciplina na modalidade a distncia
2 edio revista e atualizada
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CrditosUnisul - Universidade do Sul de Santa Catarina
UnisulVirtual - Educao Superior a Distncia
Campus UnisulVirtualAvenida dos Lagos, 41 - CidadeUniversitria Pedra BrancaPalhoa SC - 88137-100Fone/ax: (48) 3279-1242 e 3279-1271E-mail: cursovirtual@unisul.brSite: www.virtual.unisul.br
Reitor UnisulAilton Nazareno Soares
Vice-ReitorSebastio Salsio Heerdt
Chee de Gabinete da ReitoriaWillian Mximo
Pr-Reitor AcadmicoMauri Luiz Heerdt
Pr-Reitor de AdministraoFabian Martins de Castro
Campus SulDiretora: Milene Pacheco Kindermann
Campus NorteDiretor: Hrcules Nunes de Arajo
Campus UnisulVirtualDiretor: Joo VianneyDiretora Adjunta: Jucimara Roesler
Equipe UnisulVirtual
Gerncia AcadmicaMrcia Luz de Oliveira
Gerncia AdministrativaRenato Andr Luz (Gerente)Marcelo Fraiberg MachadoNaiara Jeremias da RochaValmir Vencio Incio
Gerncia de Ensino, Pesquisa eExtensoMoacir HeerdtClarissa Carneiro MussiLetcia Cristina Barbosa (auxiliar)
Gerncia Financeira
Fabiano Ceretta
Gerncia de Produoe LogsticaArthur Emmanuel F. Silveira
Gerncia Servio de AtenoIntegral ao AcadmicoJames Marcel Silva Ribeiro
Avaliao InstitucionalDnia Falco de BittencourtRaael Bavaresco Bongiolo
Biblioteca
Soraya Arruda Waltrick (Coordenadora)Maria Fernanda Caminha de Souza
Capacitao e Assessoria aoDocenteAngelita Maral Flores (Coordenadora)Adriana SilveiraCaroline BatistaCludia Behr ValenteElaine SurianPatrcia Meneghel
Simone Perroni da Silva Zigunovas
Coordenao dos CursosAdriana RammeAdriano Srgio da CunhaAlosio Jos RodriguesAna Luisa MlbertAna Paula Reusing PachecoBernardino Jos da SilvaCarmen Maria Cipriani PandiniCharles CesconettoDiva Marlia FlemmingEduardo Aquino HblerFabiana Lange Patrcio (auxiliar)Fabiano CerettaItamar Pedro BevilaquaJairo Aonso HenkesJanete Elza FelisbinoJorge Alexandre Nogared CardosoJos Carlos Noronha de OliveiraJucimara RoeslerKarla Leonora Dahse NunesLuiz Guilherme B. FigueiredoLuiz Otvio Botelho LentoMarciel Evangelista CatneoMaria da Graa PoyerMaria de Ftima Martins (auxiliar)Mauro Faccioni FilhoMoacir Fogaa
Moacir HeerdtNazareno MarcineiroNlio HerzmannOnei Tadeu DutraRaulino Jac BrningRose Clr Estivalete BecheRodrigo Nunes LunardelliCriao e Reconhecimento deCursosDiane Dal MagoVanderlei Brasil
Desenho EducacionalCarolina Hoeller da Silva Boeing
(Coordenadora)
Design InstrucionalAna Cludia TaCarmen Maria Cipriani PandiniCristina Klipp de OliveiraDaniela Erani Monteiro WillEmlia Juliana FerreiraFlvia Lumi MatuzawaKarla Leonora Dahse NunesLeandro Jos RochaLucsia PereiraLuiz Henrique Milani QueriquelliMrcia LochMarcelo Mendes de SouzaMarina Cabeda Egger MoellwaldMarina M. G. da SilvaMichele CorreaNagila Cristina HinckelSilvana Souza da CruzViviane Bastos
AcessibilidadeVanessa de Andrade Manoel
Avaliao da AprendizagemMrcia Loch (Coordenadora)Elosa Machado SeemannFranciele Dbora MaiaGabriella Arajo Souza Esteves
Lis Air FogolariSimone Soares Haas Carminatti
Design VisualPedro Paulo Alves Teixeira(Coordenador)Adriana Ferreira dos SantosAlex Sandro XavierAlice Demaria SilvaAnne Cristyne PereiraDiogo Raael da SilvaEdison Rodrigo ValimElusa Cristina SousaHigor Ghisi LucianoPatricia FragnaniVilson Martins Filho
MultimdiaCristiano Neri Gonalves RibeiroFernando Gustav Soares Lima
PortalRaael Pessi
Disciplinas a DistnciaEnzo de Oliveira Moreira (Coordenador)Franciele Arruda Rampelotti (auxiliar)Luiz Fernando Meneghel
Gesto DocumentalLamuni Souza (Coordenadora)Janaina Stuart da CostaJosiane LealJuliana Dias ngeloMarlia Locks FernandesRoberta Melo Platt
Logstica de EncontrosPresenciaisGraciele Marins Lindenmayr(Coordenadora)Ana Paula de AndradeAracelli Araldi HackbarthDaiana Cristina Bortolotti
Douglas Fabiani da CruzEdsio Medeiros Martins FilhoFabiana PereiraFernando SteimbachMarcelo FariaMarcelo Jair RamosRodrigo Lino da Silva
Formatura e EventosJackson Schuelter Wiggers
Logstica de MateriaisJeerson Cassiano Almeida da Costa(Coordenador)Carlos Eduardo Damiani da SilvaGeanluca UlianaGuilherme LentzLuiz Felipe Buchmann FigueiredoJos Carlos TeixeiraRubens Amorim
Monitoria e SuporteRaael da Cunha Lara (Coordenador)Andria DrewesAnderson da SilveiraAnglica Cristina GolloBruno Augusto ZuninoClaudia Noemi NascimentoCristiano Dalazen
Dbora Cristina SilveiraEdnia Araujo AlbertoFernanda FariasJonatas Collao de SouzaKarla Fernanda W. DesengriniMaria Eugnia Ferreira CeleghinMaria Isabel AragonMaria Lina Moratelli PradoMayara de Oliveira BastosPatrcia de Souza AmorimPoliana Morgana SimoPriscila MachadoPriscilla Geovana Pagani
Produo IndustrialFrancisco Asp (coordenador)Ana Paula PereiraMarcelo Bittencourt
Relacionamento com oMercadoWalter Flix Cardoso Jnior
Secretaria de Ensino a DistnciaKarine Augusta Zanoni Albuquerque(Secretria de ensino)Andra Luci MandiraAndrei RodriguesBruno De Faria Vaz Sampaio
Daiany Elizabete da SilvaDjeime Sammer BortolottiDouglas SilveiraFylippy Margino dos SantosJames Marcel Silva RibeiroJennifer CamargoLuana Borges Da SilvaLuana Tarsila HellmannMarcelo Jos SoaresMicheli Maria Lino de MedeirosMiguel Rodrigues Da Silveira JuniorPatricia Nunes MartinsRaael BackRosngela Mara SiegelSilvana Henrique SilvaVanilda Liordina HeerdtVilmar Isaurino Vidal
Secretria ExecutivaViviane Schalata MartinsTenille Nunes Catarina (Recepo)
TecnologiaOsmar de Oliveira Braz Jnior(Coordenador)Andr Luis Leal Cardoso JniorFelipe Jacson de FreitasJeferson Amorin Oliveira
Jos Olmpio SchmidtMarcelo Neri da SilvaPhelipe Luiz Winter da SilvaRodrigo Battistotti Pimpo
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Daniela Chaves de Castilho e Souza
Palhoa
UnisulVirtual
2009
Design instrucional
Ana Cludia Ta
2 edio revista e atualizada
Fotografa Digital
e IluminaoLivro didtico
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Edio Livro Didtico
Proessor Conteudista
Daniela Chaves de Castilho e Souza
Design InstrucionalAna Cludia Ta
Assistente Acadmico
Michele Antunes Corra (2 edio revista e atualizada)
Projeto Grfco e Capa
Equipe UnisulVirtual
Diagramao
Cristiano Neri Gonalves RibeiroAnne Cristyne Pereira (2 edio revista e atualizada)
Ficha catalogrfca elaborada pela Biblioteca Universitria da Unisul
771S71
Souza, Daniela Chaves Castilho eFotografa digital e iluminao : livro didtico / Daniela Chaves Castilho e
Souza ; design instrucional Ana Cludia a ; [assistente acadmico MicheleAntunes Corra]. 2. ed. rev. e atual. Palhoa : UnisulVirtual, 2009.
227 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografa.
1. Fotografa cnicas digitais. 2. Fotografa Iluminao. I. a, AnaCludia. II. Corra, Michele Antunes. III. tulo.
Copyright UnisulVirtual 2008Nenhuma parte desta publicao pode ser reproduzida por qualquer meio, sem a prvia autorizao desta instituio.
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Apresentao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7
Palavra da proessora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Unidade 1: Fotografa: a arte e a tcnica de pintar com a luz . . . . . . . . 15
Unidade 2: Cor e luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Unidade 3: Imagem preto-e-branco e imagem colorida. . . . . . . . . . . . . 73Unidade 4: Fotografa analgica e otografa digital. . . . . . . . . . . . . . . . . 95
Unidade 5: Linguagem otogrfca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
Unidade 6: Prtica otogrfca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195
Reerncias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197
Sobre a proessora conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199
Comentrios e respostas das atividades de autoavaliao . . . . . . . . . . . . . 201
Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 209Anexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 211
Sumrio
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Apresentao
Este livro didtico corresponde disciplina Fotografa Digital eIluminao.
O material oi elaborado, visando uma aprendizagem autnoma.Neste sentido, aborda contedos especialmente selecionados eadota linguagem que acilite seu estudo a distncia.
Por alar em distncia, isso no signifca que voc estarsozinho(a). No esquea que sua caminhada nesta disciplinatambm ser acompanhada constantemente pelo Sistema
utorial da UnisulVirtual. Entre em contato sempre que sentirnecessidade, seja por correio postal, ax, teleone, e-mailouEspao UnisulVirtual de Aprendizagem. Nossa equipe ter omaior prazer em atend-lo(a), pois sua aprendizagem nossoprincipal objetivo.
Bom estudo e sucesso!
Equipe UnisulVirtual.
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Palavras da proessora
O mundo est hoje, mais do que nunca, tomadopelas imagens, tanto as imagens paradas como as emmovimento. Vemos imagens diariamente nas ruas, empublicaes impressas, na publicidade, em livros, nainternet, em todos os lugares. A cmera otogrfca,originalmente um objeto complexo, caro e de uso para
especialistas, tornou-se, com o tempo, um objeto cilde usar e acessvel. A tecnologia da otografa digitalpermite que qualquer pessoa possa adquirir umacmera a baixo custo, registrar suas otos, transeri-lasde computador para disco ou para outro computador,public-las na internet e imprimi-las.
A otografa digital a porta de entrada para o universovisual digital. A compreenso da tcnica otogrfca
acilita o estudo do vdeo, da modelagem 3D, da edio,dos eeitos especiais. uma disciplina bsica, e queser muito importante no estudo de diversas outrasdisciplinas que trabalham com imagens.
O objetivo deste livro oerecer os undamentos doprocesso otogrfco e da linguagem otogrfca; comoproduzir e compreender imagens estticas, como azersuas prprias otos, como pensar em imagens e astcnicas de produo dessas imagens, para que voc
desenvolva domnio sobre a tcnica e a linguagem dasimagens. Imagens so poesias silenciosas. No a toaque existe um ditado popular o qual declara que umaimagem vale mil palavras. Dominar essa linguagempotica ser um dos objetivos do estudo.
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O material disponvel sobre otografa em outras ontes deinormao vasto. Para acilitar e aproundar o estudo, includiversas ontes de reerncia multimdia, livros e sites. Procureidesenvolver um contedo cil de estudar, mas, ao mesmo tempo,completo.
Espero que todos gostem dos estudos!
Atenciosamente,
Daniela Castilho
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Plano de estudo
O plano de estudo visa a orient-lo(a) no desenvolvimento dadisciplina. Possui elementos que o(a) ajudaro a conhecer ocontexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos.
O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual levaem conta instrumentos que se articulam e se complementam,
portanto a construo de competncias se d sobre aarticulao de metodologias e por meio das diversas ormas deao/mediao.
So elementos desse processo:
o livro didtico;
o Espao UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA);
as atividades de avaliao (a distncia, presenciais e deautoavaliao);
o Sistema utorial.
Ementa da disciplina
A cmera escura. tica. Operao bsica de cmerasdigitais. Caractersticas da luz. Equipamentos de iluminao.Esquemas bsicos de iluminao. Manipulao de imagemcom sotwares de tratamento digital.Construo do texto.Leitura. ipologia textual. Produo textual.
Carga horria
60 horas 4 crditos
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Objetivos
A disciplina visa ensinar os conhecimentos bsicos do processo derealizao da otografa digital e da linguagem otogrfca.
Contedo programtico/objetivos
Os objetivos de cada unidade defnem o conjunto deconhecimentos que voc dever deter para o desenvolvimento dehabilidades e competncias necessrias sua ormao. Nestesentido, veja a seguir as unidades que compem o livro didtico
desta disciplina, bem como os seus respectivos objetivos.
Unidades de estudo: 06
Unidade 1 - Fotografa: a arte e a tcnica de pintar com a luz
Pequena histria da otografa. Fotografa e pintura: parceiras
inseparveis.
Unidade 2 - Cor e luz
Como o olho humano interpreta a luz em cores. O passeio doolhar: enquadramento, posio da luz, as cores produzidas pelaluz. Composio otogrfca: a narrativa da imagem parada.
Unidade 3 - Imagem preto e branco e imagem colorida
eoria da cor: sistema aditivo e sistema subtrativo. A dierenatcnica entre a oto colorida e a preto e branco. Iluminao: asalteraes da luz e sua utilizao na otografa. Aumentando oudiminuindo a saturao nas otos.
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Fotografa Digital e Iluminao
Unidade 4 - Fotografa analgica e otografa digital
Comparao entre os dois sistemas. Funcionamento da cmeraanalgica e uncionamento da cmera digital. Os dierentesormatos de codifcao da cor no computador: RGB e CMYK.
Unidade 5 Linguagem otogrfca
Os objetos otograados: paisagens, objetos, retratos. Conceitos:oto artstica, oto publicitria, oto naturalista. Fotografa aoar livre e oto de estdio. A cor e a luz como instrumentos delinguagem.
Unidade 6 - Prtica otogrfca
Aprendendo a otograar e a obter o resultado desejado. Comouncionam as erramentas dos sotwares grfcos: o que brilho,contraste, ajuste de cores. Corrigindo nitidez. Retocandoimagens. Sistemas de impresso e os dierentes suportes.Acabamento e apresentao.
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Agenda de atividades/ Cronograma
Verifque com ateno o EVA e organize-se para acessarperiodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seusestudos depende da priorizao do tempo para a leitura,da realizao de anlises e snteses do contedo e dainterao com os seus colegas e proessor tutor.
No perca os prazos das atividades. Registre as datas noespao a seguir, com base no cronograma da disciplinadisponibilizado no EVA.
Use o quadro para agendar e programar as atividadesrelativas ao desenvolvimento da disciplina.
Atividades obrigatrias
Demais atividades (registro pessoal)
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1UNIDADE 1
Fotografa: a arte e a tcnicade pintar com a luz
Objetivos de aprendizagemAo fnal desta unidade, voc ter subsdios para:
compreender a importncia do registro dasimagens para o ser humano;
conhecer um pouco da histria da otografa;
saber por que a otografa chamada de arte depintar com a luz;
compreender como o processo qumico daotografa oi inventado e como uncionatecnicamente.
Sees de estudo
Seo 1 O mundo das imagens
Seo 2 Pequena histria da otografa
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Para incio de estudo
O universo das imagens tem-se tornado cada vez mais presente
e importante no mundo atual. Esta realidade est integradaao nosso cotidiano de tal orma, que nem prestamos ateno macia presena de imagens em torno de ns. A otografa,os desenhos, ilustraes e graftes so produzidos em grandesquantidades e esto em todos os lugares. Contudo nem sempreoi assim: h pouco mais de um sculo, a impresso de umolheto de propaganda exigia processo mais trabalhoso e caro dese azer, do que nos tempos atuais.
Pinturas, desenhos e imagens eram objetos raros e preciosos. Ummural pintado era produto de uma encomenda especfca eita aum artista por algum que pagava uma boa quantia de dinheiropor esse trabalho. No existia o que conhecemos como arte derua, por exemplo. A arte era exclusiva e estava restrita a algunspoucos apreciadores, geralmente das elites da sociedade. At osurgimento da otografa, era a pintura que realizava o trabalhode retratar o mundo real.
Mas, inicialmente, otograar tambm constituiu um processo
complexo e, logo de seu surgimento, a otografa tampouco esteveao alcance de todas as pessoas. As cmeras eram objetos muitomaiores e mais complicados de manusear do que so atualmente,e operadas apenas por otgraos especializados. por isso queexistem poucas otografas datadas do fnal do sculo XIX eincio do sculo XX.
A industrializao trouxe desenvolvimento tecnolgicoe produo em larga escala; neste contexto, os produtosindustrializados oram se tornando produtos de grande
consumo a baixo preo. Com o desenvolvimento da tecnologiae a produo em escala industrial, as cmeras otogrfcas setornaram objetos pequenos, leves, portteis e baratos, ao alcancede todas as pessoas. Os flmes otogrfcos acilitaram ainda maiso processo de realizar otografas.
Hoje em dia as pessoas tiram otos de praticamente tudoque existe no mundo que nos cerca: objetos, lugares, eventos,acontecimentos. As otografas passaram a estar presentes em
todos os locais: revistas, jornais, lbuns pessoais de otos de
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Fotografa Digital e Iluminao
Unidade 1
amlia, propagandas, embalagens de produtos, internet. Como surgimento da cmera otogrfca digital, a popularizao daotografa atingiu propores jamais vistas. Atualmente possvelpossuir e usar cmeras em computadores portteis, em aparelhoscelulares e transmitir diretamente para a internet as otografasproduzidas por essas pequenas cmeras.
No atual universo da imagem, temos as imagens paradas (otos)e as imagens em movimento (vdeos), ambas capturadas comcmeras digitais. As pessoas se habituaram a ver essas imagensna V, no cinema, na internet. Mas, o que uma cmera e comoela unciona? Como as cmeras registram as imagens? Como ascmeras oram desenvolvidas?
Estas so as questes mais importantes de sua primeira unidadede estudo.
Seo 1 - O mundo das imagens
Antes de iniciarmos este estudo convido voc para uma reexosobre a otografa no mundo contemporneo.
Pausa para reexo
No contexto descrito, a otografa tornou-se algo tocomum que nem reparamos mais em quantas imagensvemos em apenas um dia. So imagens em outdoors,olhetos, revistas, TV. Faa uma rpida lista de quantasimagens voc consegue lembrar ter visto em apenasum dia e reita sobre todo o trabalho desenvolvidopara que essas imagens chegassem aos locais ondevoc as viu. Depois, considere todas as pessoas
envolvidas no processo de produo dessas imagens.
Essa reexo importante porque ir ajudar voc acompreender todas as unes da otografa no mundocontemporneo e as oportunidades de trabalho quea presena da otografa no cotidiano trouxe consigo.Nesse primeiro momento, no se preocupe com oquanto sua reexo est completa, ou no; nem, sevoc realmente conhece todas as unes da otografa,ou no. Voc ter o tempo do curso para conhecermelhor o processo otogrfco. Aproveite o espao a
seguir, registre suas reexes e guarde essas anotaes,pois elas sero valiosas no desenrolar do curso!
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A otografa originalmente era um processo analgico e,somente no fnal do sculo XX e incio do sculo XXI, passoua ser um processo digital. Um processo analgico umprocesso de comparao onde os dois objetos da comparao
so equivalentes. Vou explicar isso melhor.O ser humano desenvolve sua aprendizagem atravs decomparaes e anlises. Quando uma pessoa se depara com umobjeto desconhecido, tenta compreender seu signifcado azendouma comparao entre aquele objeto desconhecido e outrosobjetos que j conhece, azendo um paralelo entre os elementos
j conhecidos e o novo elemento que est conhecendo agora,buscando semelhanas e dierenas entre eles, ou seja, azendoanalogias. Esse processo de comparao a chamada anliseanalgicade um objeto.
A otografa uma representao de um objeto. Quando umapessoa v uma otografa, ela sabe que no est diante de umobjeto real, e sim, de uma representao daquele objeto emorma de imagem. As imagens das otografas so compreendidaspor analogia. A pessoa az, mentalmente, uma comparaoentre as ormas, cores, texturas e sombras da imagem que est
vendo impressa em papel (ou na tela de um computador) com
a memria que possui do objeto real; o objeto reconhecidoe compreendido, mas a pessoa sabe que est diante de umaimagem, e no do objeto.
o mesmo raciocnio que se az, ao olhar uma imagem reetidaem um espelho: sabemos que aquilo no uma porta para outrolugar, e sim um reexo invertido do lugar onde o espelho estcolocado.
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Unidade 1
Uma otografa de uma paisagem, por exemplo, reconhecida e compreendida pelo observador comosendo uma representao da paisagem em duas
dimenses: a pessoa tem conscincia de que estdiante de uma fgura, e no diante da paisagem real.
O ser humano possui a capacidade de distinguir entre o mundoreal e o chamado mundo virtual, representado por smbolos ouimagens. Essa capacidade inata ao nosso crebro. Animais nopossuem essa capacidade: por isso que ces latem para o reexode si mesmos no espelho ou tentam arejar atrs do espelho,
tentando compreender onde est o outro cachorro.
Construir uma analogia signifca tentar reproduziralguma coisa da orma mais fel possvel.
O ser humano comeou a desenhar ainda na pr-histria,tentando reproduzir e imitar, com traos, o que via no mundo
real; criando ormas que representavam as ormas e cores queeram vistas por ele no mundo real.
Desenhos so reprodues analgicas do mundo real,construdas atravs de smbolos: os pontos, traos,linhas e texturas. Quando olhamos um desenho,sabemos interpretar os smbolos do desenho,compreendendo aquilo como uma representaoestilizada do objeto real.
O ser humano sempre sentiu necessidade de representao eregistro. A reproduo do mundo real em imagens simblicasaz parte do processo de aprendizagem humana: apreendemose compreendemos o mundo pelo que captamos com nossossentidos, olhos, ouvidos, tato, olato. O homem pr-histricoprocurava desenhar e pintar em paredes de cavernas o mundo que
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o cercava, numa tentativa de compreend-lo melhor e aprendera lidar com ele de modo mais efciente. O ato de desenharexige observao do objeto, compreenso de suas ormas e desua uno, e isto auxilia no processo de aprendizagem comoum todo. As pinturas nas cavernas tambm possuam umaoutra uno: servir de registro para que as prximas geraespudessem aprender com a experincia dos que j tinham vividonaquele local.
Figura 1.1 - Pintura Pr-histrica na Caverna de Lascaux.Fonte: Agenda de la Prhistoire 2002 2003. Disponvel em : . Acesso: 14 maio 2008.
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Unidade 1
Curiosidade
Paul Klee (1879-1940), pintor suo, pesquisouintensamente a questo da signifcao das
imagens para o ser humano. Alm de pintar, Kleeescreveu vrios textos sobre arte, pintura e sobre anecessidade de criao do ser humano, uma ora queo impressionava e que ele considerava um mistrioindizvel. Klee oi um dos primeiros a reconhecera necessidade da expresso atravs da arte comoalgo to natural ao ser humano, como comer, beberou dormir. Para ele, essa necessidade uma oraextremamente poderosa. Apaixonado pela luz,ormas e cores, Klee oi um dos artistas que originouo chamado movimento expressionista, ou seja, que
estava em busca de expressar suas observaes domundo e sensaes estticas atravs da pintura. Essa sua rase mais conhecida:
A arte no reproduz o visvel; mais do quereproduzir, ela torna visvel (...) Meu objetivo sempre encontrar a magia da realidadee transerir essa realidade para a pintura -tornar o invisvel visvel atravs da realidade.(PAUL KLEE).
Fonte: Teoria da Arte Moderna, Paul Klee, traduo de M. Duprat.
Figura 1.2 - O jardim tunisiano, pintura de Paul Klee, 1919.Fonte: Disponvel em: . Acesso: 14 maio 2008.
Conra o anexo, ao naldo livro, para visualizar a
imagem em cores e ter uma
melhor compreenso.
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Em toda a sua histria, o ser humano sempre demonstroucuriosidade cientfca, procurando descobrir os mecanismos deuncionamento dos elementos da natureza e construindo arteatospara melhorar sua vida. At mesmo durante os chamadosanos obscuros da Baixa Idade Mdia, as pesquisas humanascontinuaram.
O Perodo Renascentista ou Renascimento (sculos XIV e XVI)trouxe uma srie de transormaes sociais, culturais, religiosase polticas e, com elas, a volta do estudo cientfco. Artistascomo Michelangelo, Botticelli, Raael e Leonardo da Vincidesenvolveram tcnicas de desenho e pintura que lhes permitiramdesenhar fguras humanas e paisagens com grande fdelidade ao
modelo real. A busca da representao pereita da realidade, ouseja, conseguir reproduzi-la da orma mais fel possvel ao modeloreal, sempre oi importante para o ser humano. No Renascimento,essa busca oi realizada como objetivo maior das artes.
Uma das tcnicas desenvolvidas pelos artistas renascentistase posteriormente aprimorada oi a aplicao da proporomatemtica no desenho. O uso da geometria e da PerspectivaEuclidiana aplicada ao desenho permitiu que se criassem imagensas quais simulavam a viso tridimensional dos objetos e do espaoem uma representao grfca bidimensional.
Saiba mais sobre a perspectiva euclidiana
A perspectiva euclidiana to importante dentro daarte, que prevaleceu como um elemento undamentalna composio visual para espaos arquitetnicos,pinturas e composies otogrfcas at os dias dehoje. Essa perspectiva construda atravs de linhascombinadas com pontos de uga, ou seja, pontos que
representam a direo que o objeto est seguindo,ormando linhas paralelas. A partir de um diagramabsico, desenha-se uma srie de linhas paralelas etransversais para calcular a proporo de tamanhoentre os objetos e, assim, criar uma iluso de distnciae proundidade de campo em um desenho. Essailuso possvel devido orma como o olho humanointerpreta os smbolos desenhados e o modo como ocrebro humano realiza anlises analgicas.
Esse perodo ocorreu entre os
sculos X e XV. Nessa poca, a
pesquisa cientca era vigiada e
controlada pela Igreja, e muitos
cientistas oram condenados
por suas ideias cientcas
revolucionrias.
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Fotografa Digital e Iluminao
Unidade 1
Para criar a iluso de trs dimenses, as pinturas renascentistasutilizavam muito a perspectiva euclidiana.
Figura 1.4 - Cristo entregando as chaves para So Pedro, pintado por Pietro Perugino (1481-82).Aresco, 335 x 550 cm. Capela Sistina, Vaticano.Fonte: Wikimedia Commons. Disponvel em: .
Figura 1.3 - Xilogravura de um desenho comlinhas de perspectiva, eito por Henricus Hondius(1597-1651).Fonte: Wikimedia Commons. Disponvel em:.
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Figura 1.5 - A ltima Ceia, pintura de Leonardo da Vinci (1495-1498).
Fonte: Wikimedia Commons. Disponvel em: .
Por que esse tipo de perspectiva usado at hoje?
Porque reproduz o eeito de como uma paisagem observadacomo se osse vista por apenas um dos olhos. Ela simula a
impresso de enxergamos algo tridimensional em um espaobidimensional olhas de papel e telas.
Nesse caso, o ser humano enxerga a tridimensionalidade dosespaos e objetos porque possui dois olhos na rente da cabea,localizados com distncias de oco dierentes um do outro, achamadaviso binocular. A noo de tridimensionalidade criada por uma justaposio das duas imagens vistas pelos doisolhos. Cada um dos olhos possui um ngulo de viso prprio,enxergando a imagem com um ponto de vista. Cada uma das
imagens ormadas em um dos olhos possui perspectiva de acordocom esse ponto de vista, ou seja, o ngulo de viso daquele olho.As duas imagens ormadas em cada um dos olhos, combinadas,criam a noo de proundidade de campo e tridimensionalidade.
Os pssaros que possuem os olhos localizados na lateral dacabea possuem uma viso monocular, ou seja, tem poucanoo de proundidade de campo e perspectiva. Os pssarosque possuem os olhos localizados na rente da cabea, como ascorujas, por exemplo, possuem viso binocular, semelhante humana.
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Curiosidade
Durante os muitos sculos antes da inveno daotografa, coube aos pintores e desenhistas realizar o
trabalho de registrar a realidade. Ao longo do sculoXIX, diversos pesquisadores naturalistas europeusvisitaram o Brasil, encantados com as riquezas naturaisda ora e auna brasileiras. Nessas expedies, osnaturalistas coletavam amostras da natureza comosseis, exemplares de olhas e ores, e aziamdesenhos detalhados do que viam, para enviar essasinormaes de volta para a Europa. Esses desenhosoram publicados em diversos livros e esto at hojeconservados em museu, como registros testemunhaisde uma poca pr-otogrfca.
A otografa no teve um nico inventor: o processo otogrfcooi o resultado de diversos estudos e experincias de diversaspessoas. Uma das primeiras invenes que possibilitaram acriao das cmeras otogrfcas oi a cmera obscura, cujainveno atribuda a vrias pessoas. Alguns pesquisadoresacreditam terem sido os antigos chineses os criadores da primeiracmera obscura da qual se tem notcia; outros citam o grego
Aristteles, flsoo e estudioso, como uma das primeiras pessoasa citar a existncia desse arteato.
A cmera obscura um arteato tico em ormatode caixa, com um pequeno oricio em um dos ladosdessa caixa. A luz entra por esse oricio e orma umaimagem na lateral oposta, de cabea para baixo, querepresenta pereitamente, em duas dimenses, apaisagem externa ao local onde a cmera obscuraest colocada.
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Figuras 1.6 e 1.7 - Cmera obscura.Fonte: Wikimedia Commons. Disponvel em: .
No incio, a cmera obscura no possua lente rontal nemum arteato especial que registrasse a imagem projetada emseu interior. ratava-se apenas de uma caixa com um uro, oqual criava uma imagem dentro dela. Posteriormente, com odesenvolvimento da tcnica de manuatura de lentes de vidro,uma lente oi adicionada na rente da cmera, permitindo que aprojeo da imagem interna fcasse mais defnida e detalhada, eno to borrada ou desocada.
Muitos desenhistas e artistas utilizaram a cmera obscuracomo um mecanismo para obter um melhor modelo para seusdesenhos. Um desses artistas oi Johannes Vermeer (1632-75),um pintor holands, que pintou apenas 30 quadros durante sua
vida. Durante muitos anos se especulou como Vermeer conseguiaproduzir em seus quadros um eeito to detalhado e com umaperspectiva de desenho to prxima realidade. Suspeitava-se deque ele utilizava a cmera obscura devido ao ngulo dos objetos,que no corresponde ao ngulo de viso de um olho humano,mas de uma lente tica. A ausncia de desenhos de esboos sob aspinturas, revelados pelas radiografas, aumentou as suspeitas.
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Figura 1.8 - Radiograa da Pintura Moa com Brinco de Prola, de Vermeer.Fonte: Disponvel em: , estudo detalhado sobre apintura de Johannes Vermeer.
As radiografas eitas das pinturas de Vermeer mostraram que,sob a tinta colorida, no existe esboo eito a lpis, nenhum
trao, nenhum desenho que servisse de base para o artista azera pintura. O que existe sob as pinturas coloridas uma versocompleta do quadro, eita com tinta preta e branca, ormandotons de cinza. A maioria absoluta dos artistas, quando estcriando uma pintura, primeiro realiza um esboo sobre a tela,para trabalhar com a tinta em cima desse esboo. Diversasradiografas realizadas em pinturas de outros artistas, comoLeonardo da Vinci, Bellini, e de artistas mais contemporneos,como Picasso, revelaram os esboos das pinturas radiograadas,
os traos a lpis e a preparao das telas. Nenhuma das telas deVermeer analisadas revelou esboos.
Essa alta de esboo oi o primeiro indicativo orte de que,muito provavelmente, Vermeer tinha uma cmera escura aondeentrava, pendurava a tela na posio na qual a imagem produzidapela cmera estava projetada e pintava a imagem, usando tonsde cinza obtidos\ com a tinta preta e branca. Somente depoisdesse esboo otogrfco pronto que o artista aplicava tintascoloridas sobre a tela. Isso explica por que Vermeer demorava
tanto tempo produzindo cada pintura e por que todas elas
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transmitem uma orte impresso otogrfca, especialmente emrelao s linhas de perspectiva da imagem, que correspondemexatamente perspectiva da viso de uma lente de cmera, e no viso de um olho humano. Alm disso, nessa poca, a Holandaera um centro comercial e de pesquisa, e muito possvel queVermeer tivesse adquirido uma cmera obscura atravs de algumconhecido, o qual tivesse contato com estudiosos e cientistas.
As evidncias eram grandes, mas altava prov-las sem nenhumasombra de dvida. Depois de um longo estudo com simulaesem computador e construo de maquetes que repetiam osespaos e elementos das pinturas de Vermeer de orma idntica, oProessor Philip Steadman da Universidade Aberta da Inglaterra
conseguiu reproduzir uma das pinturas mais conhecidas deVermeer, Lio de Msica, em maquete, e produzir umaotografa idntica pintura de Vermeer, com o mesmo ponto de
vista e o mesmo ngulo de observao, inclusive, com um reexoidntico ao espelho posicionado atrs do proessor de msicae da jovem que toca o piano. Se, na poca de Vermeer, o flmeotogrfco j existisse, bem possvel que Vermeer tivesse setornado tambm um otgrao, alm de pintor.
Sugesto de PesquisaVrios dos grandes museus do mundo fzeramradiografas das pinturas de seus acervos e exibemanlises dessas pinturas, com otografas, em seussites. Para saber mais sobre radiografas de pinturas,acesse os sites de alguns desses museus, como oMoMA (Museu o Modern Art) , em Nova Iorque(http://www.moma.org/), a Galeria Nacional de Artede Washington (http://www.nga.gov/), o Museu deArte e Cultura Vitoriana da Inglaterra (http://www.vam.
ac.uk/). Como leitura complementar, consulte o livrodo Proessor Philip Steadman sobre Vermeer: chama-se Vermeers Camera: Uncovering the Truth Behindthe Masterpieces, da editora Oxord UniversityPress, 2002. Existe um livro sobre os segredos por trsdo amoso quadro da Mona Lisa, atravs da anlisede radiografas e otografas de inravermelho dessapintura de Leonardo da Vinci, chamado Mona Lisa.Inside the Painting, escrito por Jean-Pierre Mohen,Michel Menu e Bruno Mottin ( da editora Abrams,Nova Iorque, 2006). Os dois podem ser encontrados
na linha de importados, nas grandes livrarias onlinebrasileiras.
Figura 1.9 - Lio de Msica,pintura de Vermeer, 1662.Fonte: Wikimedia Commons.
Disponvel em: .
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Seo 2 - Pequena histria da otografa
odos os objetos do mundo so vistos graas presena da luz.
A luz se reete nos objetos, possibilitando ao olho humano ver asormas e cores desses objetos. A cor que o olho humano enxerga uma refexo coloridada luz branca que bate no objeto e retornaem orma de onda em todas as direes, na cor do objeto.
A otografa pode ser defnida como um processo decaptura de uma imagem atravs da luz - a palavraotografa vem do grego e signifca escrever coma luz. Entretanto, se ormos pensar nas imagensgeradas pela otografa, podemos acilmente azer
uma analogia com a pintura. Fotograar poderia,ento, chamar-se pintar com a luz.
Atualmente, existem dois tipos de cmeras otogrfcas: ascmeras analgicas e as cmeras digitais.
1) As cmeras analgicas so aquelas que utilizamum ilme sensvel luz para registrar as imagensotograadas.
2) As cmeras digitais dispensam ilmes, elas usam umsistema eletrnico atravs de chip de computador pararegistrar as imagens diretamente em cdigo binrio,ou seja, linguagem de computador.
A orma de registrar a luz oi a grande descoberta da otografa.Durante muitos sculos, o ser humano sabia, em teoria, que,para registrar uma otografa, seria necessrio algum tipo dematerial otossensvel otossensibilidade signifca sensibilidade
luz. Praticamente todos os materiais so sensveis presenada luz: eles se descolorem com o tempo, ou escurecem, ou soremoutras alteraes de cor. O que os pesquisadores procuravam eraalgum material que possusse grande otossensibilidade e quepermitisse que o eeito da luz sobre esse mesmo material pudesseser controlado.
O material que mais se qualifcou para o uso daotografa oi a prata, usada em ormato de saise aplicada a uma placa junto com uma emulso
gelatinosa eita base de protenas.
Na unidade 2, voc ter
uma descrio mais
detalhada deste processo.
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No quadro a seguir, acompanhe como era o processo deimpresso de imagens em placas, no incio da otografa.
Processo de Impresso de Imagens em Placas
A ideia era muito simples em sua concepo: aplica-se umamistura de sais de prata com outras substncias numa placametlica. Coloca-se essa placa dentro da Cmera Obscura edestampa-se o oricio (a lente) da cmera, assim a luz entra esensibiliza a placa coberta com a emulso preparada de prata.Tampa-se o oricio e a imagem fca gravada na placa. Essaimagem era a chamada imagem latente, ou seja, no eravisvel. Para que a imagem se tornasse visvel, era preciso lavar
a chapa, eliminando os sais de prata no queimados pela luz.A prata da chapa, entretanto, no parava de escurecer,ela continuava reagindo luz ininterruptamente. Vriospesquisadores realizaram experincias, adicionando outrassubstncias mistura de sais de prata, procurando paralisaro processo de degradao da prata luz, e assim, conservaruma imagem estvel. Nessas tentativas, os pesquisadoresutilizaram diversas substncias qumicas. O primeiro a serbem realmente sucedido oi Louis Daguerre, que, em 1835,conseguiu a primeira placa exposta, revelada e fxada.Daguerre pesquisava otografa para fns artsticos, enquanto
que outro pesquisador rancs, Nicphore Nipce, pesquisavapara fns de impresso. Nipce estava usando betume daJudia e outras substncias em busca de criar placas quepudessem ser impressas com a luz e duplicadas, mas suasplacas exigiam uma longa exposio e a imagem obtida noera muito defnida. Daguerre usava placas de prata e cobrecobertas com emulso de prata, mas no conseguia encontrara qumica ideal para revelar e fxar as imagens. Durantealguns anos, Nipce e Daguerre trabalharam juntos, mas noconseguiram descobrir uma rmula que fzesse com que asimagens ossem mais ntidas e se fxassem nas placas de vidro.
Aps o alecimento de Nipce, em 1833, Daguerre conseguiuproduzir uma imagem estvel, por acidente: cansado deazer testes que no eram bem sucedidos, Daguerre guardoualgumas chapas expostas em um armrio, de um dia parao outro. Quando oi examinar as chapas, descobriu que asimagens latentes tinham sido reveladas e estavam expostas,estveis. Descobriu que um termmetro se quebrara dentrodo armrio e que as chapas tinham sido expostas quelevapor de mercrio. Aps mais alguns testes, chegou ao quese chama at hoje de daguerretipo: uma placa era cobertacom uma mistura de iodeto de prata, guardada no escuro
at ser colocada na cmera obscura exposta luz. Depois a
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Unidade 1
Como voc pode ver acima, o daguerretipo apresentava umaimagem negativa e invertida, em que a prata exposta luz eraqueimada. Neste processo, reas com maior luminosidadeapareciam negras na chapa e, como a cmera registrava umaimagem projetada no undo da caixa, o resultado fnal era umaimagem espelhada. E, como a impresso era metlica, quandose movia a chapa na luz, os reexos permitiam que se enxergassea imagem positiva. O daguerretipo apresentava mais umalimitao: no era possvel a produo de cpias da placa gravada,o que transormava cada chapa numa otografa nica.
Vrios pesquisadores deram continuidade ao processo de tentarmelhorar a tcnica otogrfca, e vrias novas tcnicas oramdescobertas. Conhea-as na seqncia.
John William Frederick Herschel descobriu substnciasqumicas as quais permitiram que o nitrato de prata osseaplicado em papel, ao invs das placas metlicas e placas
de vidro.
imagem era revelada com vapores de mercrio. O mercriotransormava o iodeto de prata em prata metlica, o queazia com que a imagem fcasse ntida, brilhante, claramente
visvel e estvel, pois interrompia o processo de degradaoda prata exposio da luz. Para fxar a imagem, Daguerreusava cloreto de sdio, ou seja, sal de cozinha. O sistema oipatenteado na Frana e liberado pelo governo rancs parauso mundial.
Figura 1.10 e 1.11 - Imagens eitas nodaguerretipo.Fonte: Wikimedia Commons. Disponvelem: .
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Foi Herschel quem descobriu a melhor maneira de fxaras imagens produzidas: com hipossulfto de sdio, aoinvs de cloreto de sdio. Entretanto esses primeirospapis otogrfcos no eram revelados, ou seja, ocontrole da queima da prata era eito visualmente,ou seja, o papel ia escurecendo conorme exposto. Oprocesso de exposio era demorado, chegando a horasde exposio, e precisava ser interrompido quando,
visualmente, se tinha a impresso de que a oto jestava no ponto. Isso gerava otos muito borradas, semnitidez, especialmente quando comparadas ao mtodo deDaguerre.
William Fox albot oi o pesquisador que conseguiutransormar o processo em papel num processo quepassou a exigir a revelao da imagem. O mtodode albot consistia em inicialmente cobrir as olhasde papel com nitrato de prata, depois com iodeto depotssio, o que causava uma reao qumica, gerandoiodeto de prata. O iodeto de prata muito mais sensvel exposio luz que o nitrato de prata, o que permitiureduzir o tempo de exposio. A imagem era reveladacom uma soluo de cido glico. Este sistema permitiuque se obtivessem otografas com material mais leveque o vidro, mais cil de manejar e de uma orma maisefciente, mas as imagens produzidas ainda eram de baixaqualidade, muito borradas.
Foi em 1871 que o mdico ingls Richard Maddox deusua contribuio ao mtodo otogrfco: ele substituiu assubstncias usadas para preparar a emulso com os saisde prata para coloc-los nas placas de vidro e papel, por
gelatina eita de restos de ossos de boi. Esse novo mtodoaumentou a sensibilidade dos papis otogrfcos, azendocom que a exposio luz necessria para se obter umaimagem passasse a ser de raes de segundos, ao invsde exposies de minutos (caso do papel otogrfco),ou de horas (caso do daguerretipo). As placas de vidropassaram a ser utilizadas como negativos, e as olhas depapel, como positivos, onde se copiava a imagem da placade vidro original. A cpia era realizada em laboratrioechado, escuro, colocando-se a placa de vidro com onegativo sobre a olha de papel emulsionado. Assim
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abria-se um eixe de luz sobre esse conjunto por algunssegundos e depois se revelava a olha de papel. Esseprocesso continua a ser utilizado at hoje para revelaras otografas positivas em papel. No entanto, no quese reere s cmeras otogrfcas, houve, nesse nterim,um grande avano tecnolgico. As cmeras otogrfcasoram apereioadas com lentes de melhor qualidade,maior luminosidade e mecanismos de disparo, ou seja, aabertura do oricio que permitia a entrada de luz passoua ser automtica, atravs de um boto, e no mais umprocesso de destampar o oricio.
Em 1880, George Eastman trouxe para o grande
pblico a contribuio fnal para revolucionar o processootogrfco: substituiu as placas de vidro por um flmeproduzido a partir de celulide, que era colocado emrolos dentro da cmera. Esse novo flme barateou esimplifcou muito o processo de obteno do negativo daoto. George Eastman undou uma pequena companhiachamada Kodak Company, dedicada comercializaodas pequenas cmeras portteis. O slogan da Kodak eravoc aperta o boto, ns azemos o resto. O otgraoque adquiria uma cmera Kodak tirava as otos eenviava a cmera inteira para a empresa, que devolviapelo correio o flme revelado e asotos impressas. Foi graas invenodo rolo de flme otogrfco que aotografa fnalmente popularizou-see o flme otogrfco permitiutambm que uma outra indstria sedesenvolvesse: a indstria do cinema.
Em 1896, a Kodak vendeu 100 cmeras. Aprimeira cmera Kodak custava 15 dlares, oque era um preo considervel para a poca.Em 1900, a Kodak produziu uma pequenacmera chamada brownie, porque se pareciacom uma caixinha marrom, vendida porapenas 1 dlar. Foi esse modelo que fnalmentepopularizou as cmeras otogrfcas.
Figura 1.12 - Cmera Brownie da Kodak.Fonte: Wikimedia Commons. Disponvel em:.
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Saiba mais sobre as pinholes
Como voc j sabe, o desenvolvimento da cmera
otogrfca comeou com a cmera obscura.Basicamente, essa era uma caixa com um uro narente, que permitia a passagem da luz por esseoricio de orma que uma imagem invertida eraprojetada no undo dessa caixa. Esse modelo decmera rudimentar oi apelidado depinhole, quesignifca buraco de alfnete.
At os dias de hoje, as pinholes so usadas por produziremotos de grande beleza artstica. As otos so produzidasartesanalmente, uma a uma, colocando-se o papel otogrfcodentro da caixa, expondo-se esse papel otogrfco, levando-se acaixa ao laboratrio e revelando-se a otografa. Quanto menoror a caixa dapinhole, mais ntida ser a imagem, pois a luz iratingir o undo da caixa em um eixe mais concentrado.
Figura 1.13 - Esquema deuncionamento da Pinhole.Fonte: Wikimedia Commons.Disponvel em: .
Figura 1.14 - Fotos produzidas com cmera pinhole.
Fonte: Wikimedia Commons. Disponvel em: .
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Unidade 1
Mos Obra!
muito cil construir um visor pinhole, que pode lhe dar umanoo bastante precisa de como essas cmeras rudimentaresuncionam. Voc vai precisar de:
a) uma lata (pode ser uma dessas usadas como embalagemde chocolate em p, aveia ou leite em p);
b) papel vegetal;
c) cartolina preta e elsticos.
Como azer:
Faa um urinho bem pequenininho no undo da lata com umprego fninho; orre o interior da lata com cartolina preta paraque o oco de luz que entra na lata fque mais concentrado. Nolado onde a lata j vem aberta (onde normalmente vem a tampa),prenda o papel vegetal, cobrindo toda a borda, com o auxliodo elstico. Cubra a lata por ora com cartolina preta, ormando
um tubo, como se osse uma luneta, no lado onde voc prendeuo papel vegetal. O resultado fnal dever fcar parecido com ogrfco abaixo:
Figura 1.15 - Visor de pinhole.Fonte: Desenho de Daniela Castilho.
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Ateno: Nunca use esse visor para olhar diretamentepara o sol, pode causar danos irreversveis aos seusolhos.
Como utilizar:
Posicione a lata com o lado onde voc ez o uro na direo deum objeto iluminado e olhe pelo outro lado. Voc ver a imagem,para onde est apontando o visor, reetida no papel vegetal,invertida, ou seja, de cabea para baixo.
Sntese
Nesta unidade, voc viu que o universo das imagens tem setornado cada vez mais importante. Voc aprendeu que a otografa,originalmente, era um processo analgico e que, somente no fnal dosculo XX e incio do sculo XXI, passou a ser um processo digital.
Voc pde notar que o processo analgico um processo decomparao onde dois objetos da comparao so equivalentes.Construir uma analogia signifca tentar reproduzir alguma coisa daorma mais fel possvel.
Outro assunto abordado nesta unidade oi a noo detridimensionalidade criada por uma justaposio de duas imagens
vistas pelos dois olhos. Essas imagens combinadas que do anoo ao ser humano do espao tridimensional. Voc viu tambm
que a cmera obscura, no incio, no possua lente rontal nem umarteato especial que registrasse a imagem projetada em seu interior.Era apenas uma caixa com um uro que criava uma imagem dentrodela.
Outro ator importante que voc pde notar reeriu-se ao ato dea otografa no ter um nico inventor. O processo otogrfcooi o resultado de diversos estudos e experincias de diversaspessoas. Essas experincias oram sendo somadas, at que a cmeraotogrfca porttil com flme de 35 milmetros osse inventada,possibilitando a popularizao da otografa.
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Unidade 1
Atividades de autoavaliao
1) Escolha duas imagens, uma pintura do perodo renascentista que retrateum edicio e uma otografa atual que tambm retrate um edicio eaa um comparativo entre elas. Observe a composio, a perspectiva,as linhas e compare as semelhanas e dierenas entre o olhar doartista que ez a pintura e a otografa de um edicio real. Observeprincipalmente o ngulo de viso da cmera.
2) Procure na internet sites relacionados histria da otografa e pesquisemais sobre o processo analgico que envolve produtos qumicos, citadonesta unidade. Procure se aproundar nos detalhes sobre a captaoda imagem em flme e papel otogrfco e o processo de revelao.Quanto mais voc pesquisar sobre esse assunto, mais estar apto(a) para
compreender o processo digital e trabalhar com ele.
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3) Construa um visor de pinhole e aa experincias com ele. Procureobservar dierentes objetos, as dierenas entre a imagem que seorma dentro do visor e o que seus olhos vem a olho nu. Faa uma listacomparativa entre essas dierenas.
Saiba mais
Existem diversos livros e sites na internet que trazem detalhadaa histria da otografa. Dois livros so muito interessantes paraestudo:
Fotografa e Histria, de Boris Kossoy; Dicionrio Histrico-Fotogrfco Brasileiro, publicadopelo Instituto Moreira Salles, que conta a histria dosbrasileiros pioneiros os quais deram suas contribuiespara o desenvolvimento da otografa e fzeram registroshistricos otogrfcos em suas viagens.
O estudo de Histria da Arte tambm importante paracompreender melhor como o ser humano tem se expressado
atravs da arte. A otografa sempre oi diretamente inuenciadapela pintura.
Um excelente livro para iniciantes Breve Histria da Arte,de Fritz Baumgart. O co-undador do MASP, Museu de Artede So Paulo, Pietro Maria Bardi escreveu um livro muitointeressante chamado Histria da Arte Brasileira, que traa umpanorama da pintura no Brasil. odos esses livros podem serencontrados em bibliotecas pblicas.
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2UNIDADE 2
Cor e luz
Objetivos de aprendizagem
Ao fnal desta unidade, voc ter subsdios para:
compreender o que o espectro de luz;
compreender a importncia da luz na ormaoda imagem;
compreender como o olho humano unciona;
aprender noes de enquadramento ecomposio;
entender a linguagem existente na imagemparada.
Sees de estudo
Seo 1 Cor e luz
Seo 2 O passeio do olhar
Seo 3 A narrativa da imagem parada
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Para incio de estudo
Imagens so abstratas; no so objetos slidos que podem ser tocados
ou guardados. Ns vemos as imagens, porque nossos olhos possuemuma estrutura capaz de ormar as imagens no undo do olho. Aimagem em si no existe, no palpvel, no pode ser carregadacom voc, nem guardada em algum lugar.
Por que a ideia da imagem como algo abstrato to importante?Porque ns, seres humanos, temos a capacidade de compreenderas imagens, de transormarmos as imagens em objetos slidos como as otografas - e damos signifcado a elas. O ser humanodesenvolveu a capacidade de transmitir e absorver grande quantidadede inormaes atravs das imagens. As imagens so importantespara ns.
Mas como criada uma imagem? Qual a mecnica natural por trsdas imagens? Como ela se orma no nosso olho?
A luz reetida em algum objeto penetra pela pupila do olho e ormaa imagem, invertida, no undo do nosso olho. O princpio idnticoao uncionamento da cmera obscura e da pinhole, que vimos naUnidade 1.
O nosso olho um arteato que transorma em imagens a luzreetida nos lugares e objetos. A imagem ormada no undo doolho ento transmitida para o crebro atravs de um nervo,chamado nervo tico, para ser decodifcada pelo crebro. Ocrebro humano traduz a imagem, compreendendo o que elarepresenta. Realizamos raciocnios abstratos com o crebro, atravsdo que vemos. Somos capazes de compreender smbolos e associ-los ao signifcado desse smbolo. Somos ns, seres humanos, que
emprestamos signifcados s imagens.Esse raciocnio importante para compreender por que a otografase tornou presena constante na vida moderna. A otografa registraas imagens, registra memrias, registra os sentimentos expressosem alguma coisa ou alguma ocasio. As otografas se tornaramsmbolos importantes e uma parcela da identidade humana. No a toa que as pessoas carregam otografas com elas, como porexemplo, otos da namorada ou dos flhos, azem lbuns otogrfcos,usam essas otos para contar histrias para outras pessoas. As otosauxiliam na construo da identidade, na noo da passagem detempo, na noo de memria, de passado.
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Unidade 2
A otografa transormou a imagem, abstrata e temporria, emum objeto slido (o papel otogrfco onde a oto est impressa,por exemplo), que pode ser tocado, guardado e revisto todas as
vezes que as pessoas querem recordar um determinado momento.A otografa congela o momento, eternizando-o em um objetoslido o qual permite que aquele momento seja mostrado a outraspessoas, conte histrias, ensine coisas, transmita inormaes.
Seo 1 - Cor e luz
Antes de iniciar essa seo, voc convidado(a) a azer umareexo sobre como modifcar o olhar sobre o mundo ao seuredor. A partir desta pausa, prossiga com o estudo!
Olhamos as coisas de orma automtica. Muitas vezes,andamos pela rua e no prestamos ateno ao queest acontecendo em volta de ns. O campo visualhumano cobre uma rea de 180 graus, somos capazesde registrar imagens dentro desse campo de ao, mas,normalmente, estamos concentrados em olhar apenaso que est na nossa rente. Como uma primeira reexo
para o estudo dessa unidade, comece a exercitardiariamente a sua ateno visual. Faa o caminho quevoc est acostumado a azer, prestando ateno scoisas que esto ao seu redor. Explore o que existe eque, entretanto, voc no viu antes. Faa notas sobreedicios, pessoas, lugares e detalhes que voc notinha observado anteriormente. Reita se essas novasobservaes mudam a noo que voc tinha do espaoe dos lugares.
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A luz existe como uma orma de energia que se propaga emondas. A luz atravessa o espao, atinge o planeta erra e se reetenele, iluminando-o. importante voc compreender que a luzexiste como uma orma de energia livre e independente e quea viso humana depende da presena da luz para enxergar asimagens. As imagens s existem na presena da luz.
O que vemos atravs de nossos olhos a luz reetida nosobjetos. A luz atinge o objeto, e o objeto reete a luz em direesdierentes -- isso depende da capacidade que o material doobjeto tem, de reetir ou absorver luz. A reexo da luz tambmdepende da cor do objeto e de sua textura. Um objeto brancoe liso reete muito mais luz que um objeto preto e spero, por
exemplo. Um objeto metlico reete muito mais luz do que umobjeto plstico.
A luz que atinge diretamente um objeto, semintererncia de outros materiais em sua trajetria, chamada de luz direta.
A luz uma orma de energia que se movimenta pelo espao
em eixes de ondas. As ondas possuem um comportamentosico prprio: so capazes de se concentrar, se espalhar e decontornar obstculos, continuando sua trajetria, sem perder suascaractersticas. Esse comportamento se aplica a qualquer ormade energia que se propague em ondas, como por exemplo, luz,calor e som. O som uma orma de energia gerada por uma
vibrao que se propaga pelo ar e pelos objetos; nossos ouvidoscapturam as ondas sonoras em movimento.
Quando escutamos uma pessoa alando numa sala vizinhaao local onde estamos, ouvimos o som da voz dessa pessoaabaado. Esse eeito acontece porque as ondas sonoras soremuma dirao, ou seja, as ondas encontram o obstculo slido daparede e se espalham.
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Unidade 2
Em resumo: A luz capaz de se propagar atravs damatria, como o som, e tambm atravs do vcuo.A luz viaja pelo espao em eixes de ondas. Quandoa luz se reete em um objeto, ou seja, colide com
ele, o eixe de ondas muda de direo. Se o objeto pereitamente liso, como um espelho, por exemplo, eest bloqueando completamente a passagem da luz,o eixe de luz ir se reetir e mudar de ngulo, massorer pouca disperso. Se o eixe de luz se reetir emuma supercie irregular, o eixe de luz ir se dispersarem vrias direes. A esse enmeno chama-sedirao da luz.
Alm do enmeno da dirao, a luz est submetida a um enmenochamado rerao da luz. omando como parmetro principal decomparao a velocidade que a luz desenvolve atravessando o vcuo,observe que o ndice de rerao o clculo entre a velocidade da luze a densidade do material que a luz est atravessando. odo materialpossui um ndice de rerao. No caso do ar, esse ndice tem um
valor muito prximo a 1. A luz se comporta no ar de orma muitosemelhante orma como se comporta no vcuo. Quando o eixe deluz atravessa um material de densidade maior que a densidade do ar,
como gua ou vidro, os raios diminuem de velocidade e mudam dengulo devido densidade desse material.
Quanto maior or a densidade de um material, maiorser seu ndice de rerao.
As variaes de temperatura e presso alteram o ndice dererao, pois alteram a densidade dos materiais.
Figura 2.1 - Reexo da Luz.Fonte: Wikimedia Commons. Disponvel em:.
Figura 2.2 - Dirao da Luz.Fonte: Wikimedia Commons. Disponvel em:.
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Por exemplo: o ndice de rerao do gelo maior queo ndice de rerao da gua.
Figura 2.3 - Rerao da luz.Fonte: Wikimedia Commons. Disponvel em: .
Em iluminao para otografa, chamamos o tipo de luz que soreudirao de luz diusa. Uma das maneiras de diundir a luz az-la atravessar supercies semitransparentes e fnas, como vidroleitoso ou papel vegetal, por exemplo. possvel controlar o quantoo eixe de luz se espalha atravs do grau de transparncia do vidro(ou do papel) e de sua textura; quanto mais leitoso e enrugado or o
vidro, mais a luz se espalhar suavemente em vrias direes.
Figura 2.4 - Raios de luz diundidos pela janelada sala de espera da Estao de Chicago, 1943.Fonte: Wikimedia Commons. Disponvel em:.
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possvel tambm concentrar os eixes de luz atravs de lentesconcentradoras. As lentes concentradoras so lentes de vidro oucristal abricadas com uma curva em tal ngulo que transormaos eixes de ondas da luz branca em raios paralelos. Um eixe deraio laser um eixe de raios de luz concentrados, produzido poruma combinao de lentes e materiais concentradores.
LASER a abreviatura para Light Amplifcation by StimulatedEmission oRadiation, ou seja, Amplifcao da Luz paraEmisso Estimulada de Radiao. O laser tem diversas aplicaescomerciais e industriais, como cortar materiais e medir distncias;na medicina, como erramenta para cirurgias; nas comunicaese mdia, em gravadores e leitores de Cds e DVDs. A densidadedo raio de luz depender do conjunto de lentes utilizado paraconcentrar os eixes de luz e dos meios gasosos utilizadosnos arteatos concentradores de luz. Um dos cristais que maisconcentra a luz o cristal de rubi, e os gases mais usados comoconcentrantes so o hlio e o argnio. A luz atravessa esseconjunto de lentes e gases e se transorma em um eixe de raioscapaz de cortar uma chapa metlica como se osse uma barrade manteiga. No aparelho leitor de CD e DVD, o raio produzidoatravs de uma lente fnssimo, da largura de 0,0009 mm, e suauno recuperaras inormaesgravadas no discoe retransmiti-las para ocomputadorou aparelhode DVD, o qualdecodifca essasinormaesbinrias eminormaesanalgicas,como msica ouimagens.
Figura 2.5- Demonstrao de raio laser realizada no laboratriode Kastler-Brossel, Paris. Foto de David Monniaux, 2004.Fonte: Wikimedia Commons.Disponvel em: .
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Na otografa, no processo de transerncia de uma imagem deum flme negativo para papel otogrfco, a concentrao daluz permite que os ampliadores oquem as imagens do negativoprojetadas sobre o papel com nitidez, ou seja, az com que osraios de luz se concentrem e no se diundam, projetando umaimagem ampliada, mas pereitamente ntida.
interessante notar que a concentrao de luz importantetambm na iluminao. Um dos reetores de luz mais usadosem otografa e cinema chama-se Fresnel, nome dado emhomenagem ao sico rancsAugustin-Jean Fresnel (1788-1827), descobridor do clculo matemtico utilizado paraconstruir esse tipo de lente.
Figura 2.6 - Grco representativo de como os raios de luz atravessam a lente Fresnel.Fonte: Wikimedia Commons. Disponvel em: .
Augustin-Jean Fresnel oi um
grande pesquisador da tica e do
comportamento das ondas de luz.As primeiras lentes construdas
de acordo com as descobertas
de Fresnel oram usadas para
concentrar as luzes dos aris
martimos, pois resultavam em
um conjunto de lentes mais leve
e no, cil de transportar, o que
se adequava pereitamente s
necessidades dos aris.
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Figura 2.7 - Foto de arol utilizando lentes Fresnel, 2006, Pablo Thomasset.Fonte: Wikimedia Commons. Disponvel em: .
Foi Isaac Newton, sico, matemtico e astrnomo, quemdescobriu que a luz branca contm um espectro de cores. Em1675, Newton descreveu sua teoria sobre a natureza da luz.De acordo com ela, a luz branca seria constituda pelas setecores do arco-ris: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul,anil (ou ndigo) e violeta. Suas observaes se baseavam naormao do arco-ris aps a chuva e oram comprovadas em
laboratrio, com experimentos usando prismas de vidro. Quandochove, a atmosera fca mais carregada de gotculas de gua,as gotculas presentes no ar causam uma rerao nos raios deluz, que decompe a luz branca em um eixe de raios coloridos,ocasionando o enmeno do arco-ris.
Figura 2.8 - Grco representando como ocorre a decomposio da luz dentro de uma gota de chuva,ormando as cores do arco-ris.
Fonte: Wikimedia Commons. Disponvel em: .
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Figura 2.9 - Foto de arco-ris, por Wing-Chi Poon, 2005.Fonte: Wikimedia Commons. Disponvel em: .
Usando um prisma de vidro, Newton conseguiu repetir oenmeno da decomposio da luz em eixes de cores o qualocorre nas nuvens. Observando a imagem abaixo (fg.2.10), vocpode notar que o raio de luz branca entra no prisma, sore umarerao e sai pelo outro lado do prisma, sendo decomposto nasmesmas cores do arco-ris.
Conra o anexo, ao nal
do livro, para visualizar a
imagem em cores e ter uma
melhor compreenso.
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Figura 2.10 - Prisma de Newton.Fonte: Wikimedia Commons. Disponvel em: .
Aps essa experincia, altava a Newton comprovar sua teoria.oda teoria cientfca precisa ser provada e depois comprovada,ou seja, realiza-se um experimento dierente, que ocasione omesmo resultado, para provar duas vezes que a teoria est correta.A maneira que Newton encontrou para comprovar sua teoria oimontando um disco colorido em papel com as cores do arco-ris egirando-o rapidamente. O disco em movimento visto pelo olhohumano como sendo branco, o que comprovou, por analogia, que
as cores do arco-ris somadas do origem luz branca, conormeindicado na fgura a seguir:
Figura 2.11 - Disco de Newton.Fonte: Wikimedia Commons. Disponvel em: .
Conra o anexo, ao nal
do livro, para visualizar a
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Newton nomeou o conjunto de cores decompostas pelo prismade espectro de cores da luz. Ele utilizou a palavra espectroporque tais cores so normalmente invisveis ao olho humano,s podendo ser observadas em determinadas condies sicas.Cada cor possui uma determinada reqncia e um dierentecomprimento de onda caracterstico. As cores so contnuas entresi, ormando degrads na rea de transio entre uma cor e outra.Essas reas de transio so to fnas que, normalmente, nopodem ser observadas pelo olho humano no arco-ris ou na luzcolorida decomposta pelos prismas.
Figura 2.12 - Espectro de cores da luz.Fonte: Wikimedia Commons. Disponvel em: .
Com o desenvolvimento da tecnologia, oi possvel registrarotografcamente as cores do espectro de luz, e as reas detransio se tornaram mais visveis. Um aparelho muito utilizadona astronomia o Espectrgrao, construdo com a fnalidadede registrar dierentes comprimentos de ondas de luz e a emissocolorida dessas ondas. Atravs dos espectrgraos, raios de luz
invisveis ao olho humano, como o ultravioleta e o inravermelho,puderam ser registrados e estudados.
Na otografa, o conhecimento mais detalhado do espectro de luzpermitiu a criao de erramentas para o trabalho das imagens,como por exemplo, as tabelas de cores que vm integradas aossotwares grfcos.
Curiosidade
Existem diversas condies onde podemos observar o arco-ris. Uma delas em locais prximos a altas cachoeiras. Aqueda dgua az com que a gua se espalhe em gotculas,que decompem a luz, ormando um arco-ris.
O arco-ris sempre ascinou o ser humano, sendo temade poemas, contos, canes; como a cano Over TheRainbown (Alm do Arco-ris), cantada por Judy Garlandno flme O Mgico de Oz.
Antes da explicao Newtoniana sobre o enmeno sico,acreditava-se que o arco-ris osse ruto de mgica e de
criaturas msticas, por isso os irlandeses dizem que no fnaldo arco-ris existe um pote de ouro.
Conra o anexo, ao nal
do livro, para visualizar a
imagem em cores e ter umamelhor compreenso.
Existem variados tipos de
espectrgraos, cada um construdo
para registrar um tipo especco
de comprimento de onda. Os
astrnomos utilizam esses
aparelhos para calcular distncias
astronmicas, tamanho dos corpos
celestes e sua movimentao no
espao.
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A cor de um objeto determinada pela capacidade do material deque o objeto eito em reetir o comprimento de onda equivalentequela cor. Uma bola vermelha porque reete preerencialmenteas ondas de luz correspondentes ao vermelho e absorve as demaisondas do espectro (laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta). Omesmo raciocnio vale para todas as cores vistas pelo olho humano.
O olho humano no enxerga as cores que compem oraio de luz, mas enxerga pereitamente as cores da luzreetidas nos objetos.
Acompanhe, no quadro a seguir, algumas curiosidades sobre apercepo das cores pelo olho humano.
A ormao da imagem dentro do olho humano ocorre deorma similar que ocorre na Cmara Obscura, que oi descritana Unidade 01: a luz entra no olho; passa pela crnea, queunciona como proteo externa do globo ocular; atravessa ohumor aquoso, uma camada de material gelatinoso que protege apupila; atravessa a pupila, um oricio ormado por msculos queregulam o tamanho do oricio, regulando, assim, a quantidade
Percepo das cores pelo olho humano
O espectro da luz possui cores que no so acilmentedistinguveis pelo olho humano, por isso adotou-secomo conveno que as cores undamentais do espectroso laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta, as coresque o olho humano melhor identifca, chamadas coresmonocromticas, ou seja, cores que no esto nas reas
de interseco do espectro da luz. A intensidade da corno espectro de luz modifca sensivelmente a percepo dacor pelo olho humano. Por exemplo: um laranja de baixaintensidade pode ser acilmente conundido com umtom de marrom; um amarelo de baixa intensidade, muitoprximo ao verde, pode se conundir com o verde; um tomde azul que esteja muito prximo do verde ser conundidocom um tom de verde. por isso que existem os nomesazul piscina e verde piscina para nomear a mesma cor: que algumas pessoas enxergam essa cor como sendoum tom de verde e outras pessoas enxergam a mesma cor
como sendo um tom de azul.
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de entrada de luz no olho; atravessa o cristalino, que uncionacomo uma lente ocal, adaptando sua espessura conorme adistncia que o observador est do objeto observado; atravessa ohumor vtreo, material responsvel pela manuteno do ormatoesrico do olho; e, fnalmente, atinge a retina, onde a imagem seorma. A retina composta por clulas nervosas responsveis pelatransmisso da inormao da imagem para o nervo tico, queleva a imagem at o crebro.
O olho possui um ponto ocal, ou seja, um ponto exato onde aimagem se orma com nitidez. Normalmente o ponto ocal do olho onde a retina se localiza. O olho tambm possui um ponto cego,um ponto onde no h clulas nervosas, na rea onde o nervo tico
se localiza. O ponto cego de um olho compensado pela viso dooutro olho. A viso tridimensional humana gerada pelas imagensormadas nos dois olhos, combinadas. Quando olhamos um objetocom apenas um dos olhos, temos a sensao de achatamento daimagem, ou seja, perdemos a noo tridimensional.
Figura 2.13 - O olho humano. Fonte: Wikimedia Commons.Disponvel em: .
A retina composta por clulas receptoras sensveis luz,chamadas bastonetes, que ornecem ao crebro a percepo doque claro e escuro; e, por clulas sensveis s cores, chamadas
cones, que transmitem a percepo da cor. A maioria dos
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mameros no possui clulas cones e enxerga o mundo em pretoe branco. O ser humano uma das excees. O olho humanoregistra as cores como pertencentes a trs grupos: o espectro doazul, o espectro do vermelho e o espectro do amarelo. As clulascones tm dierentes perormances, dependendo da quantidadeda luz incidente em um ambiente.
O ser humano enxerga mal as cores nos horrios em quea luminosidade baixa, como ao anoitecer, por exemplo,conundindo os semitons, vendo o mundo acinzentado, ou seja,sem a saturao das cores. Isso acontece porque, em ambientesde baixa luminosidade, as clulas cones so mais sensveis aoespectro do azul e menos sensveis ao espetro do amarelo e do
vermelho. por isso que se diz que noite todos os gatos sopardos, noite o olho humano no percebe as cores com amesma saturao que luz do dia.
A cor dos olhos inui na captao da luz pelo olho: olhos maisclaros diundem mais luz que os olhos mais escuros; as pessoascom olhos claros tm uma tendncia maior a sorer de otoobia,ou seja, de se sentirem ouscadas pelo excesso de luz. A cor dosolhos no inuencia em nenhum outro mecanismo da viso, maso ormato do olho, da crnea, do cristalino, o tnus muscular daris e a qualidade das clulas da retina determinam a qualidade da
viso. Se esses elementos do olho sorem alteraes, a acuidadeda viso fca comprometida.
importante voc compreender que no existe uma chamadasituao ideal de luz para o olho humano, mas que existe asituao ideal de iluminao para a atividade que est sendodesempenhada. Essa situao ideal vai depender do tamanhodo ambiente, dos objetos presentes no ambiente, das cores das
paredes e do tipo de tarea que a pessoa est desempenhando. Oolho humano fca ouscado com excesso de luz, seja luz incidenteou reetida, e enxerga mal na obscuridade.
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O clculo da quantidade de luz necessria parailuminar um ambiente eito baseado na reado local, nos pontos de onte de luz natural e nosmateriais com os quais a pessoa ir trabalhar.
Quem trabalha com olhas de papel brancas, por exemplo,enxerga de orma mais conortvel e efciente se tiver pontos deluz em ngulo, e no com incidncia direta, de modo a diminuiro ouscamento que a luz direta incidida no papel causa. Quemtrabalha com computadores deve diminuir a luminosidade doambiente, para que a luz ambiente no conite com a luz emanadado monitor do computador, permitindo a acomodao da viso.
A sensao do ajuste dos olhos em um ambiente cria desconortovisual, cansa a vista: o ser humano muito sensvel a essasalteraes e por isso, por exemplo, que determinadas combinaesde cores, quando reunidas em um objeto ou um ambiente, causamdesconorto visual, porque o olho se move entre uma rea coloridae outra, azendo ajustes de viso. Escolhemos determinadas corescomo bonitas ou agradveis, orientados pela sensao da viso:as cores consideradas agradveis so aquelas que proporcionammaior acomodao visual, quando observadas.
Na cmera otogrfca, o mecanismo de ormao da imagemunciona de modo muito semelhante ao olho humano. A cmerapossui uma abertura rontal chamada diaragma, que imita ouncionamento da ris do olho humano, regulando a entrada deluz. Possui tambm um conjunto de lentes que imita as unesdo cristalino, ocando a imagem. O flme otogrfco tem unoequivalente da retina: trata-se do local onde a imagem se orma e registrada.
A cmera otogrfca possui uma estrutura anloga do olho humano.
Acompanhe no quadro a seguir alguns problemas comuns aoolho humano, os quais podem atrapalhar a obteno do oco nahora de otograar:
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Problemas na viso
O olho humano est sujeito a distrbios de rerao, ouseja, problemas na crnea ou no cristalino, que causamalteraes na ormao precisa da imagem sobre a retina.Os problemas de rerao so corrigidos, normalmente,com a adio de lentes artifciais, como os culos e as lentesde contato, mas alguns problemas so mais complicadose exigem cirurgia. o caso da catarata, uma doenaque causa a perda de transparncia do cristalino e quenecessita de cirurgia para correo. Na cirurgia, o cristalino removido e uma microlente colocada em seu lugar, parasubstituir sua uno de ocar a imagem.
Os problemas mais comuns de rerao ocular so causadospor excesso de curvatura do cristalino, da crnea ou porqueo globo ocular mais alongado ou mais estreito do quedeveria ser. Veja na seqncia.
Miopia: a imagem se orma antes da retina. Os mopestm difculdade de ocar a imagem de objetos distantes.O problema causado por alteraes no ormatoda crnea ou do cristalino, ou porque o olho maisalongado.
Hipermetropia: o olho orma a imagem depois da retina.Os hipermtropes tm difculdade de ocar a imagem deobjetos prximos. O problema causado por alteraesno ormato da crnea ou do cristalino, ou porque o olho menor do que o tamanho normal.
Astigmatismo: o olho rerata a luz por mais de umponto, causando a ormao de mais de uma imagem.O astigmatismo causado por alteraes no ormato docristalino ou da crnea.
Presbiopia: a chamada vista cansada, causada pelaperda de elasticidade do cristalino. A pessoa comea a
sentir difculdades para mudanas ocais em distnciasprximas ou para fxar o oco, como olhar de um objetopara um outro um pouco mais distante, por exemplo. Adifculdade maior e mais percebida em situaes queexigem um oco prximo apurado, como a leitura.
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Seo 2 O passeio do olhar
Os olhos se movimentam o tempo todo. O campo visual humano
cobre uma rea de 180 graus. Somos capazes de ver o que estdiretamente nossa rente e todos os objetos localizados dentrodesse ngulo de alcance. emos dois tipos de viso na retina,a viso central e a viso peririca, que se complementam epermitem que oquemos o olhar em um ponto central. Mesmoocando o olhar num s ponto, ainda enxergamos o que est em
volta desse ponto central.
A otografa nasceu a partir de uma caixa de campovisual limitado, muito menor do que o campo visualhumano, oerecendo um recorte parcial dessecampo visual. Quando vamos otograar algumacoisa, apontamos a cmera na direo do objeto a serotograado e olhamos atravs do visor, para selecionaro recorte que iremos azer. Esse recorte escolhido,usando um raciocnio de composio visual que envolveo posicionamento e a distribuio dos objetos no espao,os claros e escuros causados pela iluminao, a sensaose as cores combinam ou no entre si. Tudo isso reunido chamado de composio visual.
Selecionamos para nosso recorte, mesmo que instintivamente,os elementos visuais que nos parecem mais harmoniosos
visualmente, em conjunto. Os parmetros utilizados so osmesmos que se aplicam ao desenho e pintura. Desenvolvidosde orma consciente, esses parmetro permitem que otografascom melhor composio e orma esttica sejam produzidas.
Observe que a escolha do recorte trabalha com duas escolhas
importantes:1) o que vamos enquadrar, ou seja, permitir que seja
registrado na otografa;
2) o que vamos excluir, ou seja, aquilo que no queremosque seja registrado.
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Essas escolhas possuem parmetros estticos e conceituais. Oolhar esttico aquele que contempla apenas pelo prazer estticode contemplar, ou seja, deixando que os sentidos absorvam abeleza do momento, local, situao.
O contemplar esttico importante para melhorselecionar o recorte e um processo dierente dacompreenso cognitiva do que est sendo observado.
No processo de compreenso cognitiva, o crebro trabalhacom decodifcao: as ormas, luzes, sombras e cores presentesno ambiente so decodifcadas individualmente com seussignifcados atribudos isso um prdio, aquilo um poste deluz, ali uma pessoa, ali um carro. Na contemplao esttica,no decodifcamos as coisas, apenas as olhamos, procurando vero conjunto total de elementos e apreciar o conjunto, observandose este apresenta harmonia de ormas e composio ou no. um exerccio de percepo e apreciao, e no um exerccio dedecodifcao.
importante voc notar que a contemplao esttica importante
para a produo de otografas de melhor qualidade. Observardetalhes importante para uma melhor escolha do recorte. Noprocesso de observao, imprescindvel movimentar-se pelo local,procurando um melhor ngulo de viso.
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Mos obra
Uma maneira simples e efciente de se treinar o recortevisual produzindo um visor retangular em cartolina. Pegue
uma olha de cartolina preta, risque um retngulo em umdos lados e recorte. Risque com lpis um retngulo dentrodesse retngulo, e recorte o vazado. Voc acabou de criaruma moldura retangular. Faa vrios visores retangulares dedierentes tamanhos.
Figura 2.14 Esquema dos visores retangulares em cartolina.Fonte: Desenho de Daniela Castilho.
V para um lugar de que voc gosta, um parque, um jardim,uma rua perto da sua casa. Escolha um ponto de observao,coloque-se nesse ponto e olhe a paisagem em volta devoc com os seus visores de cartolina. Observe os dierentesrecortes produzidos pelos visores, como se ossem pequenasjanelas de observao do mundo em volta de voc. Observea dierena de olhar a paisagem sem o visor e com o visor.Sinta a limitao que o visor oerece e, depois, aa uma
reexo sobre essa experincia. Voc pode anotar aqui suasobservaes.
Ao realizar este exerccio, voc perceber que a contemplao do mundoe a reexo sobre a viso de mundo em dierentes recortes auxilia adesenvolver a contemplao esttica. Este um processo importantepara sensibilizar a viso, a percepo e a observao do mundo.
A otografa analgica exigia a revelao das otos somentedepois de o flme inteiro ter sido exposto, ou seja, somente depois
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de todas as otos terem sido batidas. Esse processo, chamado deps-processamento, exigia que o otgrao fzesse uma anlisetcnica maior no momento de bater a otografa, procurando seassegurar tecnicamente de que a oto iria fcar com qualidadeaps revelada. No existia um modo de visualizar as otos prontasno meio do processo de otograar; era necessrio medir compreciso a luz, as distncias, o oco, o tipo de flme otogrfco, asensibilidade desse flme otogrfco, a velocidade de obturao dacmera, a distncia ocal e todos os mecanismos importantes paraa produo de uma boa oto analgica. Qualquer erro ou enganocomprometia o resultado fnal, gerando otos escuras, borradas, comenquadramento incorreto, subexpostas (escuras) ou superexpostas(muito claras).
Com a inveno da cmera digital de visor de cristal lquido,o otgrao passou a visualizar as otos que acabou de realizarainda no local em que est otograando, em meio ao processode otograar. A otografa se tornou um processo instantneo.Isso permitiu uma melhor escolha do recorte e uma nova ormade observar melhor os detalhes do que est sendo otograado.Permitiu tambm realizar uma quantidade grande de experincias.Experimentar e praticar importante para o aprendizado da
otografa, como sugere o ensaio a seguir:
Figura 2.15, 2.16, 2.17 e 2.18 - Dierentes recortes do mesmo local, eitos pelo mesmo otgrao em umasesso nica de otos. Paisagem em Buenache de Alarcon no Incio da Primavera (Cuenca, Espanha); Fotosde Reped, 2005. Fonte: Wikimedia Commons. Disponvel em: .
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Durante o decorrer do dia, com o movimento do planeta, a luzdo sol vai modifcando seu ngulo de incidncia em relao erra. Essas alteraes nos ngulos de incidncia causamalteraes na iluminao e consequentemente, na percepo dascores. No perodo da manh, at o meio-dia, as cores tendem aparecer menos saturadas, mais claras, mais lavadas, devido aongulo de incidncia da luz combinada com a percepo do olhohumano. As sombras produzidas pelos objetos so alongadas emais diusas pela manh e vo tornando-se cada vez mais curtase mais marcadas conorme a aproximao do meio-dia.
Figura 2.19 - Praia pela Manh, oto batida s 4:15 da manh, 30 minutos antes do sol emergir, USA.Foto de Mike DelGaudio, 2004.Fonte: Wikimedia Commons. Disponvel em: .
Ao meio-dia, o ngulo de incidncia da luz solar de 90 graus,perpendicular ao planeta. As sombras praticamente no existem.As cores so mais vibrantes e saturadas do que de manh cedo
ou ao entardecer. Em regies que possuem clima muito seco esolo reexivo, como os desertos, o meio-dia um horrio de luzouscante, devido alta reexo das ondas de luz.
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Figura 2.20 - Litoral de Hvalba, tirada ao meio-dia. Ilhas Faro, prximo costa da Dinamarca. Foto de ErikChristensen, 2005. Fonte: Wikimedia Commons. Disponvel em: .
Conorme o dia vai passando, aproximando-se do momento doentardecer, a luz vai novamente mudando de ngulo. Aps asquatro horas da tarde, o ngulo da luz provoca uma sensao
visual de luz amarelada e, conorme o sol vai se pondo, aluminosidade vai diminuindo cada vez mais, provocando o eeito
visual de amarelo-avermelhado das nuvens do pr-do-sol. Nos
minutos fnais do pr-do-sol, antes de escurecer completamente,o cu assume uma colorao azulada prxima do violeta. Observena fgura 2.21 como a paisagem se torna descolorida e escura nosmomentos que antecedem o anoitecer completo.
Figura 2.21 - Pr do sol. Herzliya, Israel. Foto de Ron Almog, 2006.Fonte: Wikimedia Commons. Disponvel em: .
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Figura 2.22 - Ponte de Sidney, ao anoitecer. Austrlia. Foto de WikiWookie, 2006.Fonte: Wikimedia Commons. Disponvel em: .
odos esses enmenos de cor do ambiente so causados pelosdierentes ngulos em que a luz atinge o planeta ao longo do diae pelos dierentes comprimentos de ondas do espectro de coresda luz. O tempo inuencia muito na incidncia da luz, porque
as nuvens uncionam como diusores. Em dias nublados, a luz mais diusa, as sombras no so to marcadas e as cores tendema fcar menos saturadas. Em dias chuvosos, h ainda menos luz,devido maior densidade das nuvens; o ambiente todo tende afcar acinzentado.
Partilhando a vivncia do autor:
Eu gosto muito de otos matinais, eitas bem cedo, antes das seisda manh. No inverno, costuma ter nvoa no ar, o que produz
diuso natural dos raios de luz. Essa luz matinal no dura muito, preciso azer a otografa rapidamente, antes que o sol esquente oar, evaporando a nvoa e acabando com essa qualidade onricada luz. A oto abaixo oi tirada em 2006, em um dia rio de maio. Oeeito que eu queria capturar era a
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