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UniSALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Psicologia
LUANA MOREIRA DE SOUZA
PAULA ROBERTA DE LIMA DIAS
RODRIGO AUGUSTO FIGUEIREDO DOMINGUES
DOCENTES COM FORMAÇÃO EM
ENFERMAGEM: QUALIDADE DE VIDA E
MÚLTIPLA JORNADA PROFISSIONAL
LINS - SP
2019
LUANA SOUZA MOREIRA
PAULA ROBERTA DE LIMA DIAS
RODRIGO AUGUSTO FIGUEIREDO DOMINGUES
DOCENTES COM FORMAÇÃO EM ENFERMAGEM: QUALIDADE DE VIDA E
MÚLTIPLA JORNADA PROFISSIONAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Psicologia, sob orientação da Profa. Ma. Elizeth Germano Mattos e orientação técnica da Profa. Ma. Jovira Maria Sarraceni.
LINS – SP
2019
Dias, Paula Roberta de Lima; Domingues, Rodrigo Augusto Figueiredo;
Moreira, Luana Souza.
Docentes com formação em enfermagem: qualidade de vida e múltiplas
jornada profissional / Paula Roberta de Lima Dias; Rodrigo Augusto
Figueiredo Domingues; Luana Souza Moreira – – Lins, 2019.
65p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium – UniSALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia, 2019.
Orientadores: Elizeth Germano Mattos; Jovira Maria Sarraceni.
1. Docentes de enfermagem. 2. Ensino Superior. 3. Trabalho. 4. Múltipla jornada. 5. Qualidade de vida. I Título.
CDU 159.9
A69t
LUANA SOUZA MOREIRA
PAULA ROBERTA DE LIMA DIAS
RODRIGO AUGUSTO FIGUEIREDO DOMINGUES
DOCENTES COM FORMAÇÃO EM ENFERMAGEM: QUALIDADE DE VIDA E
MÚLTIPLA JORNADA PROFISSIONAL
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Psicologia.
Aprovada em: _____/______/_____
Banca Examinadora:
Prof(a) Orientador(a): Elizeth Germano Mattos
Titulação: Mestre em Odontologia/Área de Concentração: Saúde Coletiva pela
Universidade do Sagrado Coração (USC).
Assinatura: _________________________________
1º Prof(a): _______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: ___________________________________
2º Prof(a): _______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: __________________________________
Dedico primeiramente a Deus, que em sua infinita misericórdia me manteve forte e permitiu que eu chegasse até aqui, a minha mãe na qual devo tudo que eu sou e me tornei, e meu irmão que sempre me incentivou e nunca permitiu que as dificuldades me abatessem. Ao longo desses anos acadêmicos muitas pessoas cruzaram meu caminho e todas de forma direta ou indiretamente contribuíram para meu crescimento pessoal e profissional também as agradeço imensamente. Quero também, dedicar esse trabalho a todos aqueles que possuem sonhos, sei que algum um dia, em algum momento assim como eu, vocês podem duvidar da capacidade de realizá-los, mas não pense em desistir nada mais gratificante do que ver seus planos se realizarem.
“Combati o bom combate, terminei a corrida e guardei a Fé.2Tm 2:3-4.”
Luana Souza Moreira Dedico este trabalho primeiramente à Deus, que sempre caminha ao meu lado, protegendo e me abençoando, pois sem Ele, não teria chegado até aqui. Confia os teus cuidados ao Senhor, e ele te susterá. Salmos 55:22. Aos meus pais, em especial minha amada mãe, Eunice Figueiredo, que me incentivou e se esforçou para que eu pudesse dar o primeiro passo para a realização deste sonho. Minha querida avó, Dona Izaura (in memorian), que mesmo não estando presente fisicamente, sei que está muito feliz e orgulhosa pela minha conquista. Aos meus professores, que foram fonte de inspiração e referência, que partilharam todo o conhecimento necessário para minha formação e crescimento, especialmente minha orientadora Elizeth Germano Mattos, por todo o incentivo, dedicação, ensinamento e carinho. Aos meus amigos de graduação, pessoas especiais que tive a oportunidade e o prazer de conhecer, que tornaram essa árdua jornada mais agradável e prazerosa de trilhar.
Rodrigo Augusto Figueiredo Domingues Dedico esse trabalho á minha mãe, Maristela de Lima Dias que em todos os momentos esteve ao meu lado, me guiando e dando suporte para a realização desse trabalho. Ao meu pai, Paulo Reginaldo Dias que depositou toda sua confiança na minha formação, me ajudando a encarar os desafios da vida. “Aos meus avós, Laudelina Ferreira Dias “In Memorian” e Joaquim Dias Saraiva ‘In Memorian”.
Paula Roberta De Lima Dias
Agradecemos a todos que, direta ou indiretamente, nos auxiliaram no
desenvolvimento deste trabalho de pesquisa.
Muito obrigado!
RESUMO
Este tema foi escolhido devido ao interesse em investigar sobre a qualidade de vida de docentes de enfermagem no ensino superior, devido à expressiva tendência observada na prática da múltipla jornada entre estes profissionais. Este estudo tem como objetivo identificar publicações em periódicos que abordem sobre a qualidade de vida de docentes do ensino superior com formação em enfermagem que exercem múltipla jornada de trabalho. Pretende-se aprofundar os conhecimentos sobre estas questões e poder contribuir para a reflexão quanto à rotina profissional desta categoria, a fim de propor ações para uma vida mais saudável. Trata-se uma pesquisa bibliográfica, de caráter exploratório, com abordagem qualitativa. Teoricamente, este estudo se encontra pautado na Teoria Sócio-Histórica. A pesquisa iniciou-se em meados de agosto de 2019, sendo finalizada em outubro do mesmo ano. Para coleta de dados optou-se pelos métodos de fichamento e de análise de conteúdo, sendo as técnicas o fichamento textual e a análise de conteúdo. O instrumento de pesquisa foi o Roteiro de Ficha Bibliográfica, desenvolvido pelos pesquisadores, para levantar, selecionar, registrar informações identificadas nos artigos científicos analisados neste estudo. Para análise dos dados foi usado o
método de análise de conteúdo e a técnica de documentação. Realizou-se um levantamento bibliográfico para identificar artigos científicos relacionados às palavras-chave e objetivos do estudo. A pesquisa foi realizada de forma eletrônica, pela Internet, por meio do Google Acadêmico, no período de 2015 a 2019. As palavras-chave nortearam a definição das categorias descritivas. Foram identificadas nove publicações. Verificou-se que a múltipla jornada é frequente entre os profissionais enfermeiros e que os que se dedicam ao ensino superior consideram a experiência profissional muito importante para ministrar aulas, mas indicam ausência de formação pedagógica no currículo dos cursos de enfermagem, necessitando completar a formação acadêmica para assumir com segurança o magistério. Conclui-se que o trabalho em enfermagem somado à docência é desgastante e cansativo, mas motivador considerando as relações socioprofissionais, além de aumentar a renda mensal. Palavras-chave: Docentes de enfermagem. Ensino Superior. Trabalho. Múltipla jornada. Qualidade de vida.
ABSTRACT
This theme was chosen due to the interest in investigating the quality of life of nursing teachers in higher education, due to the significant trend observed in the practice of multiple hours among these professionals. This study aims to identify publications in journals that address the quality of life of higher education teachers with nursing education who work multiple hours. It is intended to deepen the knowledge on these issues and be able to contribute to the reflection on the professional routine of this category, in order to propose actions for a healthier life. This is an exploratory bibliographic research with a qualitative approach. Theoretically, this study is based on the socio-historical theory. The research began in mid-August 2019 and was completed in October of the same year. For data collection we opted for the methods of filing and content analysis, the techniques being textual filing and content analysis. The research instrument was the Bibliographic Sheet Script, developed by the researchers, to survey, select, record information identified in the scientific articles analyzed in this study. For data analysis we used the content analysis method and the documentation technique. A bibliographic survey was conducted to identify scientific articles related to the keywords and objectives of the study. The research was conducted electronically, through the Internet, through Google Scholar, from 2015 to 2019. The keywords guided the definition of descriptive categories. Nine publications were identified. It was found that multiple hours are frequent among professional nurses and that those dedicated to higher education consider professional experience very important to teach classes but indicate the absence of pedagogical training in the curriculum of nursing courses, needing to complete academic training. to safely assume the teaching profession. It is concluded that the work in nursing plus teaching is exhausting and tiring, but motivating considering the socio-professional relationships, besides increasing the monthly income. Keywords: Nursing teachers. University education. Job. Multiple journey. Quality of life.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Categorias descritivas para análise dos artigos científicos....... 39
Quadro 2: Períodos analisados no estudo ................................................. 40
Quadro 3: O enfermeiro docente no ensino superior: atuação e formação
profissional..................................................................................................
41
Quadro 4: O trabalho do enfermeiro enquanto docente do ensino
superior: uma revisão narrativa..................................................................
43
Quadro 5: O deleite e as agruras de ser professor de enfermagem.......... 45
Quadro 6: Percepções de docentes sobre os riscos ocupacionais no
contexto de trabalho universitário................................................................
47
Quadro 7: Qualidade de Vida dos Docentes em Enfermagem: Revisão
Integrativa da Literatura..............................................................................
48
Quadro 8: Saúde mental do docente do ensino superior de enfermagem
– práticas de intervenção: um estudo bibliométrico.....................................
49
Quadro 9: Constituição docente do enfermeiro: possibilidades e desafios.. 51
Quadro 10: O ser professor e o seu desenvolvimento profissional na
perspectiva de enfermeiros que lecionam no ensino superior..................... 52
Quadro 11: A dicotomia entre teoria e prática na formação do enfermeiro
docente....................................................................................................... 54
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................ 11
CAPÍTULO I – QUALIDADE DE VIDA........................................................ 13
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 13
1.1 Conceito de qualidade de vida............................................................... 13
1.2 Conceito de qualidade de vida no trabalho............................................. 14
1.3 Qualidade de vida do docente no ensino superior.................................. 17
1.4 Qualidade de vida do enfermeiro............................................................ 19
1.4.1 Fatores que interferem na qualidade de vida do trabalhador de
enfermagem................................................................................................ 19
1.5 Programas de qualidade de vida para o trabalhador.............................. 20
CAPÍTULO II – DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR................................ 22
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 22
1.2 Caracterização da profissão de enfermeiro............................................ 22
1.2 Caracterização da profissão de docente no ensino superior.................. 24
1.3 Múltipla jornada de trabalho: quando a docência e o exercício da
enfermagem coexistem............................................................................... 28
CAPÍTULO III – INVESTIGAÇÃO DE LITERATURA................................. 34
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 34
1.1 Objetivos................................................................................................ 34
1.1.1 Objetivo geral...................................................................................... 34
1.1.2 Objetivos específicos.......................................................................... 34
1.2 Apresentação da pesquisa bibliográfica................................................ 34
1.2.1 Forma de recrutamento...................................................................... 35
1.2.2 Critérios de inclusão............................................................................ 35
1.2.3 Critérios de exclusão........................................................................... 35
1.3 Recursos metodológicos ....................................................................... 36
1.3.1 Tipo de pesquisa................................................................................. 36
1.3.2 Abordagem......................................................................................... 36
1.3.3 Embasamento teórico......................................................................... 36
1.3.4 Local de pesquisa............................................................................... 37
1.3.5 Procedimentos para coleta de dados.................................................. 37
1.3.5.1 Métodos........................................................................................... 37
1.3.5.2 Técnicas.......................................................................................... 37
1.3.5.3 Instrumento de pesquisa.................................................................. 38
1.3.6 Procedimentos para análise de dados................................................ 38
1.3.6.1 Método............................................................................................. 38
1.3.6.2 Técnica............................................................................................ 38
1.3.6.3 Apresentação das categorias descritivas......................................... 39
1.4 Procedimentos éticos na pesquisa......................................................... 39
1.5 Resultados e discussão......................................................................... 40
1.5.1 Caracterização dos periódicos analisados.......................................... 40
1.5.2 Ideias centrais identificadas nos periódicos........................................ 41
1.6 Considerações finais sobre a pesquisa.................................................. 56
CONCLUSÃO............................................................................................. 58
REFERÊNCIAS........................................................................................... 59
APÊNDICE.................................................................................................. 65
11
INTRODUÇÃO
Este tema foi escolhido devido ao interesse em investigar sobre a
qualidade de vida de docentes de enfermagem no ensino superior, devido à
expressiva tendência observada na prática da múltipla jornada entre estes
profissionais.
Considera-se este trabalho importante para a equipe de pesquisadores
por abordar um tema que tem sido nos últimos anos foco de preocupação, de
forma que este estudo trará a oportunidade de aprofundar os conhecimentos
sobre esta temática, aprimorando a formação em psicologia.
Para a categoria profissional dos psicólogos entende-se como importante
por provocar a reflexão sobre a múltipla jornada de trabalho e seus efeitos na
vida destes trabalhadores, com o intuito de alertar para a necessidade de investir
em ações de promoção de maior qualidade de vida.
E para a sociedade contribuirá por revelar os reflexos da múltipla jornada
na vida do profissional e o reflexo disto na qualidade dos serviços prestados à
população por eles assistida.
O objetivo deste estudo é identificar publicações em periódicos que
abordem sobre a qualidade de vida de docentes do ensino superior com
formação em enfermagem que exercem múltipla jornada de trabalho. Este
estudo procura responder ao seguinte questionamento:
A múltipla jornada de trabalho interfere na qualidade de vida de
professores enfermeiros atuantes no ensino superior?
Pretende-se investigar a hipótese de que a múltipla jornada de trabalho
interfere negativamente na qualidade de vida de professores enfermeiros
atuantes no ensino, em especial nos âmbitos social e de saúde, considerando
as exigências administrativos, técnicas, de gestão de equipes, entre outras,
impostas aos profissionais de enfermagem.
A dupla jornada de trabalho, faz-se necessária aos trabalhadores de enfermagem devido à situação econômica da área da saúde, aos baixos salários insuficientes para o sustento da família, o que os leva a procurar novas fontes de renda. Na realidade, necessitam enfrentar dupla atividade, o que pode
12
interferir em alguns aspectos referentes à qualidade de vida do trabalhador (PAFARO; DE MARTINO, 2004, p.155).
Para demonstrar a veracidade ou não desses pressupostos, realizou-se
uma pesquisa bibliográfica, cujas métodos e técnicas de coleta e análise de
dados, e instrumento de pesquisa são citados no capítulo III.
O trabalho está constituído em três capítulos.
No capítulo I são trazidas à discussão questões referentes ao conceito e
qualidade de vida e de qualidade de vida no trabalho, a qualidade de vida de
vida do docente atuante no ensino superior, como também do enfermeiro. Estão
incluídos neste capítulo os fatores que interferem na qualidade de vida do
trabalhador de enfermagem e, programas de qualidade de vida para estes
profissionais.
O capítulo II trata da docência no ensino superior, caracterizando a
profissão de enfermeiro e de docente do ensino superior, além de abarcar
questões relacionadas à múltipla jornada de trabalho.
O capítulo III é destinado à apresentação da pesquisa, trazendo
informações sobre os objetivos, geral e específicos, procedimentos éticos,
resultados e discussão, com vista ao problema de estudo investigado e objetivos
propostos, finalizando com as considerações finais da pesquisa.
Na conclusão estão os temas centrais discutidos no trabalho, apresenta
um panorama geral do estudo.
13
CAPÍTULO I
QUALIDADE DE VIDA
1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo são trazidas à discussão questões referentes ao conceito
e qualidade de vida e de qualidade de vida no trabalho, a qualidade de vida de
vida do docente atuante no ensino superior, como também do enfermeiro. Estão
incluídos neste capítulo os fatores que interferem na qualidade de vida do
trabalhador de enfermagem e, programas de qualidade de vida para estes
profissionais.
1.1 Conceito de qualidade de vida
De acordo com Saidl e Zannon, (2004) o conceito de qualidade de vida –
QV, abrange duas vertentes, sendo elas na linguagem cotidianas por pessoas
da população em geral, ou no contexto do método científico atrelando-se a
diferentes campos do saber.
Qualidade de vida é uma expressão que vem se tornando corriqueira no dia-a-dia das pessoas, mas que se reveste de grande complexidade, dada a subjetividade que representa para cada pessoa ou grupo social, podendo representar felicidade, harmonia, saúde, prosperidade, morar bem, ganhar salário digno, ter amor e família, poder conciliar lazer e trabalho, ter liberdade de expressão, ter segurança. E pode significar todo esse conjunto de atributos e/ou benefícios (QUEIROZ; SÁ; ASSIS, 2004, p.412).
Segundo Costa (2014) de um modo geral para a sociedade a QV está
atrelada a um agrupamento de fatores que abrange esferas públicas e privadas.
Públicas considerando as condições favoráveis de bem-estar social do indivíduo, como saúde, educação, habitação, transporte e entre outras. Privada considerando o âmbito pessoal e mais íntimo, como família, trabalho e lazer. Embora Categorias com
14
particularidades distintas, estão intimamente ligadas e influencia diretamente a outra (COSTA, 2014, p.16).
Qualidade de vida tem se tornado um tema significativamente importante
para a sociedade em geral na literatura científica, e especialmente no campo da
saúde (KLUTHCOVSK; TAKAYANAGUI, 2007).
Para Seidl e Zannnon (2004) o interesse pelo conceito da QV na área da
saúde tornou-se referente à recente e decorrente de influências de novos
paradigmas das políticas e práticas do setor nas últimas décadas.
1.2 Conceito de qualidade de vida no trabalho
O trabalho é um dos temas mais importantes para fonte de estudo
envolvendo questões interdisciplinares e diversos aspectos que abrange essa
mesma área, incluindo outras fontes de extensões do conhecimento científico,
tratando-se de um fenômeno próprio do ser humano. Muitas pesquisas
apresentam o vínculo do ser humano com o trabalho. O modelo de trabalho na
visão de Taylor era de pouca responsabilidade na produção, a responsabilidade
era tolamente dada ao administrador, o chefe da sessão estava vinculado no
controle dos operadores, estes trabalhadores que tinham como finalidade a
preocupação em questões de produtividade e nos meios de seguranças. Com a
mudança de foco, muitos trabalhadores são premiados pela produtividade,
outros já são penalizados por não alcançarem as metas de produção, trazendo-
lhe assim desgastes emocionais, afetando a qualidade de vida deste trabalhador
(BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2009).
Segundo Amaral, Ribeiro e Paixão (2015) o termo QV tem sido utilizado
nas áreas de saúde juntamente no trabalho, com ênfase de identificar
indicadores que possam ser modificados através de ações estratégicas das
políticas de saúde ou gestão empresarial.
Muitos são os fatores que afetam a qualidade de vida do homem moderno, entre eles o meio ambiente físico, o seu psíquico e as relações sociais, podendo ser mais bem identificados, como: as condições ambientais, a família, a saúde, a cultura, o lazer, a educação, as políticas governamentais, o próprio indivíduo e o trabalho (AMARAL; RIBEIRO; PAIXÃO, 2015, p.67).
15
Conceitua-se QVT não somente como uma prática momentânea, mas
como uma demanda de aprimoramento do ser humano juntamente das
organizações, entendendo-se que a qualidade de vida no trabalho tem sido
renomada e discutida por anos (BONFANTE; OLIVEIRA; NARDI, 2015).
A organização precisa-se não somente se preocupar com o ambiente
físico, mas também com os fatores psicológicos dos trabalhadores, para assim
poder garantir uma qualidade de vida para esses funcionários (CARVALHO et.al,
2013).
Com relação ao histórico da Qualidade de Vida no Trabalho – QVT, no
início da década de 1950, por meio dos estudos de Eric Trist, realizados no
Tavistock Institute em Londres tiveram por base uma abordagem da QVT social-
técnica, onde as tarefas foram analisadas e reestruturadas, com o propósito
de evitar um desgaste excessivo por parte dos trabalhadores. Trist introduziu
o ponto de partida a democratização dos locais de trabalho, analisando o
absenteísmo, os erros de produção e conflitos interpessoais decorrentes do
processo de mecanização e reorganização do trabalho. Seu objeto foi englobar
o indivíduo, a organização e o trabalho visando a sua estruturação e meio de
satisfação (GOULART; SAMPAIO, 2004).
Na década de 60, nos Estados Unidos da América, a criação da National
Comission on Produtivity, com objetivo de analisar as causas da baixa
produtividade das indústrias, e a National Center for Quality of Working
Life visando o estudo da produtividade e da qualidade de vida do
trabalhador nas atividades de produção, viabilizaram a pesquisa da
qualidade de vida no trabalho, trazendo referências para o traçar evolutivo
de sua concepção (VELOSO; BOSQUETTI; FRANÇA, 2005).
No decorrer da década de 70 o movimento sindical e o aumento da
responsabilidade social alcançaram o entorno das atenções, e a QVT perdeu
espaço em virtude da crise energética mundial, porém alcançou novamente
destaque com o aparecimento das teorias japonesas sobre estilos de
administração (SAMPAIO, 2004).
O termo QVT foi cunhado Luis Davis na década de 1970 quando
desenvolvia um projeto sobre desenhos de cargos. Para ele, conceito de QVT
refere-se a preocupação com o bem estar geral e a saúde dos colaboradores no
desempenho de suas atividades. Alguns autores europeus desenvolveram
16
outras conceituações dentro da abordagem sociotécnica e da democracia
industrial (CHIAVENATO, 2010, p.487).
Conforme Chiavenato 2010) o conceito de QVT envolve tanto os aspectos
físicos e ambientais, como os aspectos psicológicos do local de trabalho. O
conceito de QVT implica em profundo respeito pelas pessoas. Para alcançar
níveis elevados de qualidade e produtividade, as organizações precisam de
pessoas motivadas que participem ativamente nos trabalhos que executam e
que sejam adequadamente recompensadas pelas suas atribuições. A QVT
representa o grau em que os membros da organização são capazes de satisfazer
suas necessidades pessoais através do seu trabalho na organização. A QVT
envolve os aspectos intrínsecos (conteúdo) e extrínsecos (contexto) do cargo.
Ela afeta atitudes pessoais e comportamentos relevantes para a produtividade
individual e grupal, tais como: motivação para o trabalho, adaptabilidade e
mudanças no ambiente de trabalho, criatividade e vontade de inovar ou aceitar
mudanças e principalmente agregar valor à organização. Segundo o modelo de
QVT de Wlaton o trabalho não deve absorver todo o tempo e energia do
trabalhador em detrimento de sua vida familiar e particular, de seu lazer e
atividades comunitárias.
Com as contínuas mudanças na sociedade moderna, principalmente no
que se diz respeito à qualidade vida, a preocupação com a melhoria do bem-
estar físico, mental e social, cada vez, se torna mais importante para as pessoas,
não somente em suas vidas particulares, mas também em suas vidas
profissionais.
Considera-se a qualidade de vida como uma junção de diversos fatores e
variáveis, que promovem o equilíbrio e bem-estar ao ser humano nos aspectos
físicos, psicológicos, emocionais e sociais.
Qualidade de vida é mais que simplesmente a ausência ou presença de saúde, abrangendo também educação, saneamento básico, acessa a serviços de saúde, satisfação e condições de trabalho, além de outros aspectos (ROMANO; 1993, apud LENTZ; et al; 2000, p.7).
Segundo Chiavenato (2008) qualidade de vida demanda em criar, manter
e melhorar o ambiente de trabalho, em suas condições físicas, psicológicas e
17
sociais, resultando em um ambiente de trabalho agradável, melhorando
consideravelmente a qualidade de vida das pessoas nele inseridas.
Com os efeitos da globalização e as frequentes transformações no
mercado de trabalho, as organizações são obrigadas a tomarem iniciativas que
as tornem mais competitivas, preocupando-se mais com o lucro e exigindo cada
vez mais de seus funcionários, gerando forte impacto na saúde e qualidade de
vida do trabalhador.
Mesmo com toda a preocupação com qualidade de vida no ambiente profissional muitas empresas ainda estão longe de um padrão ideal, na qual tem uma visão fechada somente na produção e aos custos atrelados a indicadores de aproveitamento, produtividade e a qualidade dos produtos ou serviços, dessa maneira abre-se uma grande lacuna para problemas de saúde de seus colaboradores e ainda os acidentes de trabalho (MARTINS; MICHALOSKI, 2015, p.2).
Grande parte dos trabalhadores já sofreram com situações de desgaste
emocional, de sentimentos e conflitos no ambiente de trabalho. Walton (1973
apud BÚRIGO, 1997, p.96-99) destaca oito fatores que interferem na qualidade
de vida no trabalho:
a) Compensação financeira;
b) Condições de trabalho;
c) Uso e desenvolvimento da capacidade;
d) Oportunidade de crescimento e segurança;
e) Integração e promoção social na organização;
f) Constitucionalismo;
g) Trabalho e espaço total de vida;
h) Relevância social do trabalho.
1.3 Qualidade de vida do docente no ensino superior
De acordo com Pereira (2006) professor do ensino superior é uma
profissão que tem como base atender as demandas e expectativas das
especificidades profissionais, além de lidar com a rotatividade de alunos no
decorrer do ano. Estes profissionais acabam apresentando problemas de razões
18
emocionais por conta da pressão e exigência de atualizações das descobertas
cientifica.
Com base no que foi abordado é importante destacar as características
deste profissional.
O docente é um trabalhador essencial para a sociedade, já que na formação intelectual o trabalho desses profissionais tem papel de destaque, estando inseridos no processo ensino-aprendizagem e sendo responsáveis pela criação de vínculos sociais, por estimular a autonomia e a responsabilidade por meio de uma atividade teórico-prática, intelectual e/ou administrativa, além de modificar a realidade da sociedade e do meio ambiente (GOMES et al., 2017, p.20).
Aprofundando nas questões dos professores do ensino superior é
importante destacar o profissional docente da área de enfermagem, estes
profissionais que muitas vezes desenvolvem a construção de conhecimento na
formação de recursos humanos, compromissado com a prática do cuidado em
um contexto de trabalho com exigências e responsabilidades (DUARTE;
LUNARDI; BARLEM, 2016).
O trabalho do enfermeiro docente na formação de profissionais que desenvolverão a prática do cuidar de outros seres humanos está envolto por situações que podem influenciar e afetar diretamente seu trabalho, configurando-se como fatores impeditivos do cuidado de si pelo docente ou como fatores geradores de sofrimento no processo de trabalho do enfermeiro docente (DUARTE; LUNARDI; BARLEN, 2016, p. 2).
É valido ressaltar que todo trabalho incluindo a do professor enfermeiro
no ensino superior é causado por desgastes físicos e emocionais, tendo como
fonte principal o estresse.
Prochnow et al. (2013) apontam que trabalhadores de enfermagem
expostos a alta exigência no trabalho apresentam redução da capacidade para
o trabalho, e que idade e sexo se mostram associados à esta redução. Entendem
como necessário investigar e analisar os aspectos psicossociais relacionados ao
processo de saúde/adoecimento destes trabalhadores. Também indicam fatores
que podem contribuir para esta redução e, para o surgimento de agravos futuros
à saúde desses trabalhadores. Explicam que, a profissão de enfermagem
19
envolve o contato diário com situações de alta tensão, que podem, em longo
prazo, repercutir na saúde destes trabalhadores.
1.4 Qualidade de vida do enfermeiro
Com a rapidez das transformações no mercado de trabalho atual, o
acirramento e competividade na área da enfermagem vêm trazendo alterações
significativas que repercutem na qualidade de vida do trabalhador desta
categoria, se apresentando ligada a vários fatores, entre eles o bem estar físico
e emocional, nível econômico, nível social, autoestima, convívio familiar, valores
culturais, entre outros.
Muitos são os fatores que afetam a qualidade de vida do homem moderno, entre eles o meio ambiente físico, o seu psíquico e as relações sociais, podendo ser mais bem identificados, como: as condições ambientais, a família, a saúde, a cultura, o lazer, a educação, as políticas governamentais, o próprio indivíduo e o trabalho (AMARAL; RIBEIRO; PAIXÃO, 2015, p. 67).
De acordo com Pafaro (2004) a enfermagem é considerada como uma
profissão potencialmente estressante, sendo classificada em 1988 pela Helth
Education Authority, como a quarta mais estressante do setor público. Esse
profissional está exposto a uma variedade de situações geradoras de desgaste,
estresse e ansiedade em seu ambiente de trabalho que contribuem para
alterações do estado de saúde e bem-estar. Desde modo, com a qualidade de
vida afetada, o desempenho desde profissional também ficará comprometido,
bem como o serviço por ele prestado. Segundo Fernandes et al. (2010) quando
a qualidade de vida do trabalhador é afetada, suas funções e atribuições no
trabalho são comprometidas.
1.4.1 Fatores que interferem na qualidade de vida do trabalhador de
enfermagem
No contexto da qualidade de vida do trabalhador de enfermagem
destacam-se vários fatores que contribuem para a diminuição na qualidade de
20
vida deste trabalhador. Segundo Freire e Costa (2016) as cargas de trabalho
ocasionam desgastes físicos e psíquicos neste profissional.
Os profissionais que atuam em instituições de saúde de atenção primaria
trabalham em condições inadequadas e executam atividades insalubres, devido
ser comum o contato desse profissional com pacientes que possuem doenças
infecto contagiosas, além da exposição por cargas virais, biológicas e doenças
como hepatites e AIDS, que contribuem para que esse profissional tenha
prejuízos psíquico e emocional.
É esse o tipo de carga que todo profissional de saúde está exposto, pois o contato com o paciente que venha a ter doenças infecciosas, infectocontagiosa, secreções, fluidos e materiais contaminados como perfuro cortantes, normalmente é evidenciado e relato no momento que se presta o cuidado ao paciente (FREIRE; COSTA, 2016, p.156).
A fim de garantir seu próprio sustento e de seus familiares o trabalhador
de enfermagem opta em acumular múltiplas jornadas de trabalho e atribuições,
acarretando prejuízo significativo em sua qualidade de vida, por vezes tornando
esse profissional menos produtivo devido ao excesso de atividades laborais e o
distanciamento do convívio social.
A dupla jornada de trabalho, faz-se necessária aos trabalhadores de enfermagem devido à situação econômica da área da saúde, aos baixos salários insuficientes para o sustento família, o que os leva a procurar novas fontes de renda. Na realidade, necessitam enfrentar dupla atividade, o que pode interferir em alguns aspectos referente à qualidade de vida do trabalhador (PAFARO; MARTINO, 2004, p.155).
Para Neves, Branquinho, Paranaguá, Barbosa e Siqueira (2010), o
trabalhador afasta-se de seus familiares por assumir longas jornadas de
trabalho, tornando-se alienado, estressado e irritado, afetando sua qualidade de
vida física e social. Quando esses são afetados, ocasionam diversos transtornos,
falta de motivação e comprometem os rendimentos das funções desenvolvidas
no ambiente de trabalho, reduzindo sua produtividade.
1.5 Programas de qualidade de vida para o trabalhador
21
Para que se tenham melhores condições biopsicossociais e
consequentemente melhores resultados na qualidade dos serviços prestados
por este profissional, é preciso que os trabalhadores tenham uma melhor
qualidade de vida. Para Fernandes et al, (2010, p.435) “conhecer a QV desses
trabalhadores permite identificar as mudanças necessárias para promoção do
bem-estar, assim como a adequação de condições para sua reabilitação”.
Portanto, faz-se necessário entender como se traduz a influência desses fatores que preponderam e determinam a qualidade de vida no trabalho, do trabalhador de enfermagem em Saúde Pública nos dias atuais [...] (FARIAS; ZEITOUNE, 2007, p. 488).
Programas de qualidade de vida contribuem para a melhoria das
condições de vida e de trabalho para esses profissionais, gerando assim um
impacto positivo nos serviços por ele prestado.
De acordo com Ribeiro e Santana (2015) a finalidade dos programas QVT
é proporcionar um ambiente de trabalho mais agradável, melhores condições de
saúde, física, emocional e social, tornar equipes mais comunicativas, promover
a integração funcionários e superiores, e outras vantagens favoráveis que
conduzam à satisfação de todos na organização.
22
CAPÍTULO II
DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR
1 INTRODUÇÃO
Busca-se tratar de aspectos relacionados à caracterização da profissão
de enfermeiro e da profissão de docente no ensino superior, enfocando a
questão da múltipla jornada de trabalho: quando a docência e o exercício da
enfermagem coexistem no cotidiano profissional.
1.1 Caracterização da profissão de enfermeiro
Nos termos da lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955, que regulamenta
o exercício da enfermagem profissional no Brasil, são considerados enfermeiros
os possuidores de diplomas conferidos por instituições de ensino ou escolas
oficiais reconhecidas pelo Governo Federal, tendo como princípios fundamentais
estabelecidos de acordo com a resolução do COFEN nº 311/2007, que diz:
A enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e a qualidade de vida da pessoa, família e coletividade. O profissional de enfermagem atua na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde e em consonância com os preceitos éticos e legais. O profissional de enfermagem participa, como integrante da equipe de saúde, das ações que visem satisfazer as necessidades de saúde da população e da defesa dos princípios das políticas públicas de saúde e ambientais, que garantam a universalidade de acesso aos serviços de saúde, integralidade da assistência, resolutividade, preservação da autonomia das pessoas, participação da comunidade, hierarquização e descentralização político-administrativa dos serviços de saúde. O profissional de enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos humanos, em todas as suas dimensões. O profissional de enfermagem exerce suas atividades com competência para a promoção do ser humano na sua integralidade, de acordo com os princípios da ética e da bioética (CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM, 2012).
23
Ressalta-se que de acordo com a lei vigente nº 7.498, de 25 de junho de
1986, disposto no art. 2º, só poderão exercer as práticas da enfermagem as
pessoas legalmente habilitadas pelo Conselho Regional de Enfermagem –
COREN, com jurisdição onde ocorre o exercício.
De acordo com o Conselho Federal de Enfermagem, estabelecido pelo
Decreto nº 94.406 de 25 de junho de 1986, que dispõe do exercício da
enfermagem, no art. 8º, define como sendo atribuições do enfermeiro as
seguintes menções:
Art. 8º – Ao enfermeiro incumbe: I – privativamente: a) direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem; b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços; c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de Enfermagem; d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem; e) consulta de Enfermagem; f) prescrição da assistência de Enfermagem; g) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida; h) cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas; (CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM – COFEM - Decreto n.94.406, 1987).
Fazendo parte de uma equipe multidisciplinar de saúde, cabe ao
enfermeiro promover ações que tenham como finalidade a satisfação das
necessidades de saúde da população (CONSELHO FEDERAL DE
ENFERMAGEM – COFEM, Decreto N.94.406, 1987).
Segundo o Conselho Nacional de Saúde e pela lei regulamentar
7.498/1986, a enfermagem é uma das 16 profissões que estão inseridas no
âmbito da saúde, tendo a representação de 60% destes profissionais segundo o
ministério de trabalho e emprego. Este profissional está inserido em grandes
partes de instituições assistenciais, sendo nas redes hospitalares, ou em outras
instituições (PIRESI, 2009).
24
Este profissional deve estar atento aos requisitos principais de sua
atuação, visando à integridade do ser humano e demais ações.
A enfermagem é uma das profissões da área da saúde cuja essência e especificidade é o cuidado com o ser humano, individualmente, na família ou na comunidade, desenvolvendo atividades diversas. Ela se responsabiliza pelo conforto, acolhimento e bem-estar dos pacientes, seja prestando o cuidado, seja coordenando outros setores para a prestação da assistência e promovendo a autonomia dos pacientes por meio da educação em saúde (STOLARSKI; TESTON; KOLHS, 2009, p.328)
Ao enfermeiro cabe-se a responsabilidade de suas tarefas com o
paciente, equipe multidisciplinar, gerencia dos recursos físicos, financeiros, entre
outros. Deste profissional é de suma importância o total domínio de sua atuação
prática exigindo conhecimento, habilidades, autonomia e postura de liderança
para conseguir desempenhar o seu papel (STOLARSKI; TESTON; KOLHS,
2009).
Para que estas atividades sejam prestadas de forma ética, é necessária
a normatização destas práticas de acordo com Conselho Federal de
Enfermagem, citado acima.
1.2 Caracterização da profissão de docente no ensino superior
De acordo com Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN),
que reza em seu artigo 43 que a Educação Superior tem por finalidade:
I. Estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; II. Formar diplomados nas diferentes areas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; III. Incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; IV. Promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação;
25
V. Suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração; VI. Estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados a comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; VII. Promover a extensão, aberta a participação da população, visando a difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição (MUNHOZ, 2016.p.18).
De acordo com SCREMIN; ISAIA (2013) o docente no ensino superior
está atrelado no contexto universitário, onde entende as atividades deste ensino,
dentre elas as pesquisas e extensão, juntamente com as atividades
administrativas da instituição. Com isso, a inserção e atuação do docente no
ensino superior não se restringem apenas na sala de aula, o docente precisa,
além disso, desenvolver atividades de complementação.
Trabalhar com o conhecimento em nossa sociedade no ensino superior exige outras práticas docentes: pesquisar as novas informações, desenvolver criticidade frente à imensa quantidade de informações, comparar e analisar as informações procurando elaborar seu pensamento próprio, sua colaboração científica, sua posição de intelectual, apresentá-la a seus alunos juntamente com outros autores. Exige dominar e usar as tecnologias de informação e comunicação como novos caminhos e recursos de pesquisa, nova forma de estruturar e comunicar o pensamento (MASETTO, 2009, p.6).
O Estatuto da Carreira Docente Universitária (ECDU), regulamentado pelo
Decreto-Lei n.º 448/79, de 13 de Novembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º
205/2009, de 31 de Agosto (que procede à sua republicação), alterado pela Lei
n.º 8/2010, de 13 de Maio, descreve as categorias e funções dos docentes
universitários, nomeadamente:
a) Realizar atividades de investigação científica, de criação cultural ou de desenvolvimento tecnológico; b) Prestar o serviço docente que lhes for distribuído e acompanhar e orientar os estudantes; A docência no Contexto da Avaliação do Desempenho no Ensino Superior: c) Participar em tarefas de extensão universitária, de divulgação científica e de valorização econômica e social do conhecimento;
26
d) Participar na gestão das respectivas instituições universitárias; e) Participar em outras tarefas distribuídas pelos órgãos de gestão competentes e que se incluam no âmbito da atividade de docente universitário (FLORES, 2012, p.84-85).
Segundo Junges e Behrens (2015) à docência exige níveis de
conhecimentos específico sobre o campo de atuação, o professor universitário
atua com os processos pedagógicos de ensino-aprendizagem, associando-se de
sua experiência e produção cientifica.
Na universidade, os professores que possuem uma atividade profissional liberal e estão inseridos no mercado de trabalho, atuando na área específica na qual lecionam e dedicam-se parcial e paralelamente à docência, são valorizados por sua competência e êxito nessa profissão como administradores, arquitetos, entre outros (JUNGES; BEHRENS, 2015, p.288).
Muitos são os fatores que interferem e afetam a saúde e qualidade de vida
do trabalhador, dentre os fatores incluímos os fatores pessoais, como
desmotivação pela falta de reconhecimento, jornadas exaustivas e baixos
salários que são pagos a esta classe de profissionais, fazendo com que busquem
outros meios de garantir sua sobrevivência.
“O magistério, a segunda maior opção de labor para enfermeiros, é
também um mercado que cresceu com a abertura de cursos, fato acelerado nos
anos de 2001, 2002 e 2003” (CONCEIÇÃO et al.,2012, p. 321).
O enfermeiro professor necessita além do ensinar, pesquisar, ter
habilidades e competências para desenvolver o processo pedagógico, ter uma
boa comunicação e boa relação interpessoal com os colegas de profissão e
alunos, necessita dispor de mais esforços para manter-se com saúde, para
produzir cada vez mais e conseguir desempenhar todas suas atribuições.
A categoria docente tem sido apontada como uma das mais expostas a ambientes conflituosos e de alta exigência de trabalho como tarefas extraclasse, reuniões e atividades adicionais, problemas com alunos, prazos, rotinas que podem proporcionar situações estressantes no trabalho (TAVARES et al., 2012, p.2).
27
Em pesquisa realizada sobre os reflexos da formação inicial na atuação
dos professores enfermeiro, Ferreira Júnior (2008, p.871) conclui que a
“formação inicial nos cursos de graduação em enfermagem “apresenta
deficiências quando se trata de formar profissionais enfermeiros para a
atividade docente”, devido a formação orientada pelo “modelo tecnicista,
hospitalocêntrico”, com enfoque centrado na saúde coletiva, decorrente das
estratégias de saúde pública governamentais, contrariando as diretrizes
atuais. “A inexistência de disciplinas de cunho pedagógico, que envolvam o
processo de aprendizagem embasado por teorias cognitivas sustentáveis,
resulta em profissionais altamente preparados para o exercício de suas
especialidades, sem atentar para a continuidade neste processo”.
O papel do enfermeiro docente caracteriza-se por meio de diversas
atribuições e atividades, além da atuação específica da profissão, em geral,
desenvolvida em hospitais, postos de saúde, Unidade Básica de Saúde (UBS),
Unidade Saúde da Família (USF), pronto socorro, enfermarias, divididas em
jornadas extensivas e desgastantes e plantões, são acrescidos a esse
profissional toda a demanda de serviço e atividades que são pertinentes ao
profissional de docência.
O papel profissional docente de enfermagem consolida-se em meio a diversas atividades. [...] exigências de produção científica, participação e apresentação de trabalhos em eventos, além das exigências dos programas de pós-graduação para o incremento da produtividade docente, expressa por publicação de artigos em revistas qualificadas pela Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Ensino Superior. No contexto das escolas privadas, o docente de enfermagem é responsável por expressiva carga horária em sala de aula, além de aulas práticas e estágios, reuniões extraclasse, projetos de extensão, orientações de trabalho de conclusão de curso, entre outras atividades (MERIGHI et al., 2011, p.166).
Estudo desenvolvido por Tavares et al. (2012) referente a distúrbios
psíquicos menores (DPM) em enfermeiros docentes de universidades apresenta
a conclusão de que,
[...] os enfermeiros docentes que desenvolvem as atividades em um ambiente considerado de alta exigência têm maiores chances de desenvolver DPM, quando comparados aos que
28
desenvolvem as atividades em um ambiente laboral de baixa exigência (TAVARES et al., 2012, p.181).
Também foi evidenciado que os “docentes em trabalho ativo
apresentaram maiores chances de adoecimento mental do que aqueles em
baixa exigência” (TAVARES et al., 2012, p. 181).
Os DPM designam quadros clínicos de indivíduos com sintomas
de ansiedade, tristeza, fadiga, diminuição da concentração, irritabilidade, insônia, depressão ou somatização e que não satisfazem todos os critérios de doença mental, de acordo com a Classificação Internacional das Doenças (CID-10) (TAVARES et al., 2012, p. 177).
De acordo com as conclusões de Tavares et al. (2012) este fato aponta
para a direção do que pressupõe o Demanda-Controle (Modelo D-C), proposto
por Robert Karasek (KARASEK; THEÖRELL, 1990 apud TAVARES et al., 2012,
p.181) que sugere que “a alta demanda psicológica tem influência negativa no
trabalho dos enfermeiros docentes”, mesmo nas situações em que esses
trabalhadores têm alto controle sobre o trabalho.
Dentre os modelos que investigam o estresse no trabalho, destaca-se o Modelo Demanda-Controle (Demand-Control Model ou Job Strain), proposto no final da década de 70), por Robert Karasek. Esse modelo (Modelo D-C) investiga duas dimensões psicossociais no ambiente de trabalho, ou seja, demandas psicológicas e controle sobre o processo de trabalho e o risco de adoecimento do trabalhador (KARASEK; THEÖREL, 1990, ALVES; CHOR; FAERSTEIN; LOPES; WERNECK, 2004 apud TAVARES et al., 2012, p. 181).
E indicam a necessidade de a enfermagem intensificar as pesquisas e
estabelecer estratégias visando a promoção da saúde no cotidiano profissional,
contribuindo para a autonomia dos trabalhadores e bem-estar destes
trabalhadores. Assim como, investir em pesquisas e na utilização de outras
escalas que avaliem os aspectos psicossociais.
1.3 Múltipla jornada de trabalho: quando a docência e o exercício da
enfermagem coexistem
29
A Portaria n.1.721/94, do Ministério da Educação define o perfil do
enfermeiro na perspectiva de uma formação generalista com competência para
o desenvolvimento de suas atividades em quatro ·regras fundamentais, ou seja,
assistência, gerência, ensino e pesquisa. O processo de formação do enfermeiro
deve estar voltado para o cuidado do ser humano no seu ciclo evolutivo,
abrangendo a promoção, proteção e recuperarão da saúde.
O processo de trabalho de enfermagem particulariza-se em uma rede ou subprocessos que são denominados cuidar ou assistir, administrar ou gerenciar, pesquisar e ensinar. Cada um destes pode ser tomado como um processo à parte com seus próprios elementos (objeto, meios/instrumentos e atividade), e podem ou não coexistir em determinado momento e instituição. Nesses diferentes processos, os agentes, ou seja, os trabalhadores de enfermagem, inserem-se de forma heterogênea e hierarquizada, expressando a divisão técnica e social do trabalho de enfermagem (MARX, 1988 apud, TANAKA; LEITE, 2008, p.482).
Com relação às características gerais da dupla jornada de trabalho em
enfermagem Pafaro e De Martino (2004) explicam que,
A dupla jornada de trabalho, faz-se necessária aos trabalhadores de enfermagem devido à situação econômica da área da saúde, aos baixos salários insuficientes para o sustento da família, o que os leva a procurar novas fontes de renda. Na realidade, necessitam enfrentar dupla atividade, o que pode interferir em alguns aspectos referentes à qualidade de vida do trabalhador (PAFARO; DE MARTINO, 2004, p.155).
O serviço de enfermagem, por ser composto, em geral, por pessoas do
sexo feminino, que acabam por assumir uma carga de trabalho dupla,
“principalmente quando se somam as atividades domésticas ou quando são
obrigadas a trabalharem em outro emprego” (DE MARTINO, 1996 apud
PAFARO; DE MARTINO, 2004, p.156).
E completam com uma reflexão sobre os papéis que a maioria das
mulheres assumem profissionalmente, que por serem vários, acabam por
acarretar sentimento de impotência e frustração, alertando para a possibilidade
de instalação do estresse emocional devido ao acúmulo de tarefas.
Os múltiplos papéis assumidos pela maioria das mulheres que exercem uma atividade profissional tendem a remetê-las a
30
determinadas situações em que se sentem impotentes e frustradas por não conseguirem conciliar seus inúmeros afazeres. A sobrecarga de trabalho, com jornadas duplas ou triplas pode conduzir a mulher ao stress emocional, considerando que sua inserção no mercado de trabalho não a desvinculou das tarefas domésticas e da educação dos filhos resultando num acúmulo de atribuições (SPINDOLA, 2000 apud PAFARO; DE MARTINO, 2004, p.155).
De acordo com Spindola e Santos (2003) a mulher brasileira, com o
exercício do espaço público e privado, vem apontando um novo cenário marcado
por elevados níveis de cobranças de cunhos profissionais, pessoais, sociais e
até mesmo emocionais.
Hoje as mulheres lidam com o que se achava impossível antigamente: multitarefas, sendo mães, esposas, viúvas que conciliam casa e trabalho, mesmo quando os filhos são pequenos, e tecem assim a complexa rede de responsabilidade doméstica, familiar e profissional (COSTA, 2019, p. 443).
Muitas vezes esta condição de vida, citada acima, em termos profissional,
familiar e emocional, acarreta nestas mulheres eventos emocionais, pois a falta
de tempo para a família e para os filhos se torna um fato marcante em suas
vidas. Apesar da sobrecarga com o trabalho doméstico, o cuidado e o bem-estar
dos filhos pequenos, é a responsabilidade doméstica o fator mais preocupante
para as mulheres, o qual ocasiona estresse emocional, além do cansaço físico
(COSTA, 2019).
Outra questão também mencionada é o trabalho em turnos, frequente na
enfermagem, sendo este campo de atuação constituído majoritariamente por
pessoas do sexo feminino, conduzindo esta população ao trabalho em dupla
jornada.
O trabalho em turnos é uma característica do exercício da enfermagem, sendo obrigatório uma vez que a assistência é prestada durante as 24 horas do dia, nos 7 dias da semana, ininterruptamente. Essa condição obriga que a assistência ocorra à noite, nos finais de semana, nos feriados, períodos estes utilizados por outros trabalhadores para dormir, descansar, usufruir do lazer e do convívio social e familiar (DE MARTINO, 1996, 2002 apud PAFARO; DE MARTINO, 2004, p.156).
31
Porém, deve-se ressaltar que pesquisas realizadas sobre o impacto dos
sistemas de turnos de trabalho e trabalho noturno sobre a saúde dos
trabalhadores indicam: “alterações do ritmo circadiano, aparecimento de
doenças, alterações no padrão de sono, e modificações na vida social e familiar”
(AKERSTEDT, 2003; COSTA, 2003a; FISCHER, 2003a; FOLKARD et al,
2003;KARLSSON, 2004; KNUTSSON, 2003 apud HODGE, 2006, p.60-61).
“A maioria tolera o trabalho em turnos com diferentes níveis de má
adaptação, mostrando em diferentes épocas da vida a severidade da
manifestação em termos de problemas ou doenças” (FISCHER, 2003 apud
HODGE, 2006, p.61).
Alguns fatores determinam a tolerância do trabalhador diante do trabalho
em turnos e/ou do trabalho noturno, dentre os quais pode-se destacar: “as
características individuais, a situação familiar, as condições sociais, condições
de trabalho e os esquemas de turnos de trabalho” (FISCHER, 2003 apud
HODGE, 2006, p.61).
A privação e perturbação do sono quando excessiva e persistente pode gerar fadiga, diminuição do nível de alerta, irritabilidade e, em longo prazo, produzir transtornos severos e persistentes no próprio sono, além de problemas de ansiedade e depressão crônica (AKERSTEDT, 2003 apud HODGE, 2006, p.61).
Além dessas questões Pafaro e De Martino (2004) explicam que, segundo
Chaves (1994) ao pesquisar sobre o estresse e trabalho do enfermeiro,
considerando a influência de características individuais no ajustamento e
tolerância do turno noturno, verificou que a intensidade da vivência que o
enfermeiro hospitalar experimenta em seu trabalho cotidiano exige deste
profissional uma mobilização, contínua e profunda, “de energia adaptativa que,
por vários motivos, pode não estar disponível ou pode não ser suficiente para
evitar o estresse” (CHAVES, 1994 apud PAFARO; DE MARTINO, 2004, p.156).
O tipo de atividade profissional e as condições nas quais é desempenhada
interferem nos riscos para a saúde relacionados com o trabalho. “Os serviços de
saúde, e de um modo particular os hospitais, proporcionam aos seus
funcionários condições de trabalho reconhecidamente piores do que as
verificadas na grande maioria dos outros setores de atividade”. Além dos
32
acidentes de trabalho e das doenças profissionais, “a atividade de enfermagem
contribui de forma decisiva para a ocorrência de doenças relacionadas com o
trabalho”. Isto ocorre, devido a exposição dos enfermeiros aos fatores de risco,
os quais podem ser de “natureza física, química, biológica e psicossocial”; sendo
estes sentidos com grande intensidade, justificando a inclusão da profissão de
enfermagem no grupo das profissões desgastantes (GASPAR, 1994 apud
PAFARO; DE MARTINO, 2004, p.156).
Estudo realizado por Rodrigues e Mendes Sobrinho (2008) com
professores efetivos de um Curso de Graduação em Enfermagem de uma
instituição de Ensino Superior (IES) revelou entre outros aspectos que,
a) a maioria dos enfermeiros professores participantes do estudo
ingressaram na docência em decorrência de suas atividades como
enfermeiros, sendo que, inicialmente, não se questionaram sobre o
ofício de professor;
b) os participantes reconhecem, de forma unânime que o curso de
Bacharelado em Enfermagem não fornece o alicerce pedagógico
necessário para atuar como docentes, reconhecendo a importância da
formação pedagógica, que, em geral, ocorre por meio de disciplinas
cursadas em cursos de pós-graduação latu sensu e strictu sensu;
c) a docência é uma atividade profissional complexa, pois exige do
professor domínio do conteúdo específico da disciplina e
conhecimentos pedagógicos; indicando a experiência fundamental.
Quanto à prática pedagógica do enfermeiro professor, Rodrigues e
Mendes Sobrinho (2008) esclarecem que a prática docente no Ensino Superior
se tornou uma temática frequentemente discutida no panorama educacional,
sendo objeto de análise e estudos a partir do movimento de transformação do
Ensino Superior no Brasil.
[...] o papel do professor universitário deve ser repensado a partir de três competências para a docência no ensino superior: ser competente em uma determinada área de conhecimento, ter domínio na área pedagógica e exercer a dimensão política (MASETTO, 2001 apud RODRIGUES; MENDES SOBRINHO, 2008, p.436).
33
Na opinião de Rodrigues e Mendes Sobrinho, os obstáculos didáticos
encontrados na prática pedagógica se relacionam à pessoa do professor, aos
alunos e à instituição.
Um fator primordial para que o enfermeiro professor seja competente no exercício da docência universitária é que ele identifique e supere os obstáculos didáticos, entendendo se estes como tudo que interfere negativamente no processo ensino aprendizagem, não estando eles limitados ao espaço físico da sala de aula (RODRIGUES; MENDES SOBRINHO, 2008, p.435).
Por conta disto, os referidos autores, sugerem implantar um programa de
formação continuada na perspectiva da ação-reflexão-ação a fim de superar os
obstáculos.
34
CAPÍTULO III
INVESTIGAÇÃO DE LITERATURA
1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo estão apresentados os itens referentes a pesquisa
bibliográfica realizada, portanto, incluem desde os objetivos, procedimentos
metodológicos e éticos, resultados e discussão, finalizando com as
considerações finais sobre a pesquisa.
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo geral
Identificar publicações em periódicos que abordem sobre a qualidade de
vida de docentes do ensino superior com formação em enfermagem que
exercem múltipla jornada de trabalho.
1.1.2 Objetivos específicos
a) Investigar sobre a qualidade de vida de docentes do ensino superior com
formação em enfermagem;
a) Apresentar as atribuições profissionais exigidas dos professores enfermeiros
no ensino superior;
b) Alertar sobre os impactos causados pela múltipla jornada de trabalho entre
professores de enfermagem e suas consequências com ênfase nos
aspectos sociais e de saúde.
1.2 Apresentação da pesquisa bibliográfica
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e exploratória.
35
Na pesquisa bibliográfica aplica-se a estratégia de coleta de dados e de
revisão de literatura, com o intuito de reunir o máximo de informações sobre o
assunto.
Com relação à pesquisa exploratória ressalta-se que,
[...] visa proporcionar maior familiaridade com o problema com
intuito de torná-lo explícito ou de construir hipóteses. Envolve
levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram
experiências práticas com o problema pesquisado; análise de
exemplos que estimulem a compreensão. Assume, em geral, as
formas de pesquisas bibliográficas e estudos de caso (GIL, 2009
apud MATIAS-PEREIRA, 2019, p.90).
A pesquisa exploratória permite estabelecer um maior contato com o
problema que se pretende investigar, o que favorecer a construção de hipóteses.
Por isto, este estudo encontra-se pautada, dentre outros aspectos
metodológicos, neste tipo de pesquisa.
1.2.1 Forma de recrutamento
A seleção dos artigos científicos foi realizada manualmente de forma
eletrônica, pela Internet, por meio do Google Acadêmico, a partir das palavras-
chave e dos objetivos propostos para este estudo. O período selecionado para
a busca foi de 2015 a 2019.
1.2.2 Critérios de inclusão
Artigos relacionados às palavras-chave e os objetivos propostos para este
estudo publicados em português, no período de 2015 a 2019, independente da
base eletrônica de dados onde estivesse indexado.
1.2.3 Critérios de exclusão
Artigos não relacionados às palavras-chave e os objetivos propostos
deste estudo, não publicados em português, com data de publicação anterior ao
período de 2015 a 2019.
36
1.3 Recursos metodológicos
Se refere à metodologia utilizada neste estudo.
1.3.1 Tipo de pesquisa
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, de caráter exploratório, com
abordagem qualitativa.
1.3.2 Abordagem
Optou-se neste estudo pela utilização da abordagem qualitativa, por
trabalhar com informações objetivas e subjetivas de pesquisa, sem preocupação
com a quantificação.
Os pesquisadores que utilizam os métodos qualitativos buscam explicar o porquê das coisas, exprimindo o que convém ser feito, mas não quantificam os valores e as trocas simbólicas nem se submetem à prova de fatos, pois os dados analisados são não-métricos (suscitados e de interação) e se valem de diferentes abordagens (SILVEIRA; CÓRDOVA, 2009 apud GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p.32).
A pesquisa qualitativa tem base no caráter subjetivo, com orientação voltada
aos processos, podendo usar narrativas escritas ou faladas. Neste estudo utiliza-
se a narrativa escrita, a fim de compreender os fenômenos por meio dos artigos
publicados. A pesquisa de natureza qualitativa, têm sido mais usada com
pequenas amostragens, como é o caso deste estudo, além de ser aplicada
descobrir tendências de pensamento e opiniões.
1.3.3 Embasamento teórico
A fundamentação teórica adotada para este estudo é o da Teoria Sócio-
Histórica. Esta abordagem concebe o homem como ativo, social e histórico,
sendo a sociedade compreendida como produção histórica dos homens que pelo
trabalho produziram a vida material. As ideias, são concebidas como
37
representações da realidade material, sendo esta fundada em contradições
expressas nas ideias (BOCK, 2001).
1.3.4 Local de pesquisa
A pesquisa foi realizada manualmente, de forma eletrônica, utilizando a
Internet, por meio do Google Acadêmico.
1.3.5 Procedimentos para coleta de dados
Para coleta de dados foram utilizados os métodos de fichamento.
1.3.5.1 Métodos
O método de fichamento serve para investigar as indicações a respeito de
um determinado conteúdo e de suas finalidades.
Neste estudo foram seguidas as indicações de Andrade (1997), que
sugere iniciar o fichamento pelo cabeçalho, seguido pela especificação do tema
ou assunto, finalidade do conteúdo e anotações bibliográficas (autor, obra, local
de publicação, editora, data, capítulo, páginas). No corpo da ficha bibliográfica
apresenta-se o conteúdo da obra (resumo, citação, entre outros). As fichas
bibliográficas devem ser numeradas e organizadas por assunto e por autor para
facilitar a análise do material coletado.
No caso do método de análise de conteúdo proposto por Bardin (1977) o
processo envolve três etapas: pré-análise, análise do material e tratamento dos
resultados. Sendo necessário realizar a categorização dos dados a fim de
abreviar os dados, e buscar a síntese do referencial teórico selecionado na
pesquisa.
1.3.5.2 Técnicas
Optou-se pela aplicação das técnicas de fichamento textual e análise de
conteúdo.
38
1.3.5.3 Instrumento de pesquisa
Roteiro de Ficha Bibliográfica, servindo ao propósito de levantar,
selecionar, registrar informações identificadas nos artigos científicos analisados
neste estudo.
1.3.6 Procedimentos para análise de dados
Para análise dos dados foi usado o método de análise de conteúdo e a
técnica de documentação.
1.3.6.1 Método
O método de análise de conteúdo de acordo com Bardin (1977) se
constitui em um conjunto de técnicas utilizadas na análise de dados qualitativos,
tendo sido sistematizado na primeira metade do século XX, sendo atualmente
um método amplamente utilizado em pesquisas científicas em saúde (CAMPOS,
2004).
Com base na obra de Laurence Bardin (1977), considerada atualmente,
referência em análise de conteúdo. Bardin (1977) organiza a desenvolvimento
desta técnica em três fases: pré-análise; exploração do material; e tratamento
dos resultados, inferência e interpretação.
Na fase de pré-análise o material que será analisado é organizado em
quatro etapas, para torná-lo operacional e as ideias iniciais são sistematizadas.
A segunda fase refere-se à exploração do material, que deve ser realizada
a partir da definição de categorias, a identificação das unidades de significação
e unidades de contexto nos documentos.
A terceira fase se refere ao tratamento dos resultados, inferência e
interpretação. Fase destinada ao tratamento dos resultados por meio da
condensação e destaque das informações para analise, “culminando nas
interpretações inferenciais; é o momento da intuição, da análise reflexiva e
crítica” (BARDIN, 2006 apud MOZZATO; GRYBOVSKI, 2011, p.735).
1.3.6.2 Técnica
39
Os dados são analisados por meio da técnica de documentação.
1.3.6.3 Apresentação das categorias descritivas
As categorias descritivas são definidas neste estudo pelos pesquisadores.
Foram definidas com base nas palavras-chave (Docentes de enfermagem.
Ensino Superior. Trabalho. Múltipla jornada. Qualidade de vida) e nos objetivos
elencados para este estudo. Utilizou-se um editor de texto a fim de agrupar as
ideias similares dos artigos, entre outras informações consideradas relevantes.
A atividade de categorização exige criatividade, sendo a categorização
um processo de redução de dados. “As categorias representam o resultado de
um esforço de síntese de uma comunicação, destacando neste processo seus
aspectos mais importantes” (OLABUENAGA; ISPIZÚA, 1989 apud MORAES,
1999, p.12).
As categorias descritivas servem para facilitar a organização dos dados,
e a apresentação dos resultados e análise. O quadro abaixo apresenta as
categorias descritivas utilizadas neste estudo.
Quadro 1: Categorias descritivas para análise dos artigos científicos
CATEGORIA I O enfermeiro docente no ensino superior
CATEGORIA II Prazer e sofrimento no trabalho; qualidade de vida e saúde mental
CATEGORIA III Formação docente e Formação como enfermeiro
Fonte: Dias, Domingues, Moreira, 2019.
1.4 Procedimentos éticos na pesquisa
O tipo de pesquisa empregada neste estudo é do tipo bibliográfica. Por
não envolver pesquisa com seres humanos não houve necessidade de submeter
o projeto à apreciação e avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com
Seres Humanos do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
(UniSALESIANO).
40
Ressalta-se que, o projeto foi iniciado somente após a autorização da
instituição, mantendo-se a constante preocupação com o sigilo dos dados e rigor
metodológica para elaboração do estudo teórico.
1.5 Resultados e discussão
Inicialmente são apresentados os periódicos identificados para este
estudo. A seguir os artigos são relacionadas às categorias descritivas, sendo
indicadas as principais ideias por tratadas.
1.5.1 Caracterização dos periódicos analisados
Quadro 2: Periódicos analisados no estudo
(Continua)
Número de ordem
Título do artigo Autores Periódico/
Ano
1
O enfermeiro docente no ensino superior: atuação e formação
profissional
João Paulo Soares Fonseca
Carla Helena Fernandes
Série-Estudos
2017
2
O deleite e as agruras de ser professor de
enfermagem
Angela Gilda Alves Cleusa Alves Martins Fernanda
Lima e Silva Laís Bárbara Ferreira
Midiã Saraiva Aderaldo Alexandre
Diego Vieira de Mattos
Rev enferm UFPE on line.
2016
3
Constituição docente do enfermeiro:
possibilidades e desafios
Jeferson Cesar Moretti Agnell
Bárbara Cristina Moreira Sicardi Nakayama
Revista @mbienteedu-
cação 2018
4
Percepções de docentes sobre os
riscos ocupacionais no contexto de trabalho
universitário
Isabely Karoline da SIlva Ribeiro
Graziela Silveira Teixeira Renata Cristina da Penha
Silveira
Revista Norte Mineira de
Enfermagem 2017
5
Qualidade de Vida dos Docentes em
Enfermagem: Revisão Integrativa da Literatura
Patrícia Vasconcelos Alves Meline Rossetto Kron
Rodrigues
Revista UNINGÁ 2017
41
(Conclusão)
6
O ser professor e o seu desenvolvimento
profissional na perspectiva de enfermeiros que lecionam no ensino
superior
Elane da Silva Barbosa Maria Nahir Batista Ferreira
Silvia Maria Nóbrega-herrien
Revista Cocar
2016
7
O trabalho do enfermeiro enquanto docente do ensino
superior: uma revisão narrativa
MARTINS, Caroline Lemos et a.
Revista Eletrônica
Acervo Saúde 2019
8
Saúde mental do docente do ensino
superior de enfermagem – práticas de
intervenção: um estudo bibliométrico
MESSIAS, Claudia Maria et al. VALENTE, Geilsa Soraia
Cavalcante; ROSAS, Ann Mary Machado
Tinoco Feitosa.
Revista Enfermagem
Atual In Derme 2019
9
A dicotomia entre teoria e prática na formação do enfermeiro docente
SILVA, Marcus Vinicius da Rocha Santos da et
al.
Revista Científica de Enfermagem
2018
Fonte: Dias, Domingues, Moreira, 2019
1.5.2 Ideias centrais identificadas nos periódicos
Optou-se por relacionar as categorias descritivas às temáticas centrais
dos artigos científicos identificados para este estudo.
A categoria I diz respeito ao enfermeiro docente no ensino superior
Quadro 3: O enfermeiro docente no ensino superior: atuação e formação
profissional
(Continua)
Número de ordem
Título do artigo Autores Periódico/
Ano
1 O enfermeiro docente no
ensino superior: atuação e formação profissional
João Paulo Soares Fonseca;
Carla Helena Fernandes; maio/ago. 2017
Metodologia
Tipo de pesquisa exploratório-descritivo
Abordagem NÃO ESPECIFICADO
42
(Conclusão)
Embasamento teórico
NÃO ESPECIFICADO
Abordagem NÃO ESPECIFICADO
Local Instituições de Ensino Superior localizadas no Sul de Minas Gerais
Participantes 41 sujeitos respondentes, 33 são do sexo feminino e oito do sexo
masculino.
Método e Técnica para coleta de
dados Na primeira, foi enviado questionário elaborado pelos pesquisadores
Método e Técnica para análise de
dados
Na segunda fase, foram realizadas com um grupo menor de docentes entrevistas semiestruturadas, cujo objetivo foi investigar a formação do enfermeiro que assume a docência no Ensino Superior, buscando levantar dados acerca da formação (específica e pedagógica) desses profissionais, estabelecendo possíveis relações entre essa formação e a atuação docente.
Resultados Conclusão
Ano de conclusão da graduação: Os dados apresentados indicam que 24% dos docentes que responderam ao questionário (dez professores) formaram-se entre os anos de 1975 e 1985, completando tempo de formados de 30 a 40 anos; 32% (treze professores) formaram-se entre os anos de 1986 e 1996, com 19 a 29 anos de formados; 37% dos docentes (quinze professores) formaram-se entre os anos de 1997 e 2007, completando o tempo de formados de 08 a 18 anos; e 7% (três professores) formaram-se entre 2008 e 2015, tendo até 7 anos de graduados. Observa-se que os profissionais com mais tempo de formação concluíram a graduação nos anos de 1977 (um sujeito) e 1979 (quatro sujeitos); os profissionais mais recentes da pesquisa formaram-se em 2010 (um sujeito) e 2011 (dois sujeitos). Atuação profissional como enfermeiro: Os dados apresentados indicam que 17% dos docentes pesquisados (sete) estão na assistência como enfermeiro de 30 a 40 anos, 24,5% (dez) atuam na área entre 19 a 29 anos, 34% (catorze) atuam há cerca de 08 a 18 anos, 12% (cinco) responderam que exercem a função há 7 anos ou menos. Ainda 5% (dois) dos enfermeiros afirmaram que nunca atuaram na área da assistência, 2,5% (um) não responderam a esse item do questionário e 5% (dois) responderam que atuaram somente como supervisores de estágio. Atuação profissional como docente: Os dados indicam que 7% (três professores respondentes) atuam na docência há cerca de 30 a 40 anos, 29,5% (doze professores) atuam de 19 a 29 anos, 46,5% (dezenove professores) trabalham na área de 08 a 18 anos e 17% (sete professores) há sete anos ou menos. Atuação como docente Ensino Superior: Os dados indicam que 4,9% (dois professores respondentes) atuam na docência de 30 a 40 anos, 29,2% (doze professores) já lecionam entre 19 a 29 anos, 41,5% (dezessete professores) exercem a profissão de 08 a 18 anos e 24,4% (dez professores) estão atuando há 7 anos ou menos. Dos 41 respondentes, 68,3% já atuaram em curso de nível médio (técnico em enfermagem) e 31,7%, não, indicando, provavelmente, que iniciaram suas atividades como professores de nível superior (na graduação em Enfermagem).
Esta pesquisa vem provar, através dos dados coletados, a importância em se acreditar no processo de transformação do ensino de enfermagem. A formação do docente precisa ser redirecionada a fim de que esteja baseada na reflexão sobre a prática cotidiana, considerando o professor como um pesquisador da própria prática, tendo como foco o docente, que é portador de saberes e experiências que podem ser construídos e ressignificados a cada dia, de forma que sua prática seja o reflexo dessa constante formação.
43
Este artigo mostra que predominantemente a enfermagem é uma
profissão do sexo feminino. Mas, nas últimas décadas, o número de homens na
profissão de enfermagem tem aumentado de forma significativa.
Entre os pesquisadores citados a faixa etária sofre variação.
Na formação profissional, predominantemente, destacaram-se
profissionais com formação strictu senso, ou seja, mestres e doutores atingindo
em torno de 80% dos participantes o que sugere os enfermeiros docentes estão
em constante busca por aprimoramento profissional.
Outro aspecto percebido é que dentre os sujeitos pesquisados a entrada
na docência e a atuação na assistência ocorre praticamente de forma
simultânea.
Quadro 4: O trabalho do enfermeiro enquanto docente do ensino superior: uma
revisão narrativa
(Continua)
Número de ordem
Título do artigo Autores Periódico/
Ano
7
O trabalho do enfermeiro enquanto docente do ensino
superior: uma revisão narrativa
MARTINS, Caroline Lemos et al.
Revista Eletrônica
Acervo Saúde 2019
Metodologia
Tipo de pesquisa Revisão narrativa da literatura
Abordagem NÃO ESPECIFICADO
Embasamento teórico NÃO ESPECIFICADO
Abordagem NÃO ESPECIFICADO
Local
Bases de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Biblioteca Nacional de Medicina (NLM) dos Estados Unidos (PubMed), a Biblioteca virtual Scientific Electronic Library Online (SciELO), dissertações do Banco de Teses da CAPES.
Participantes Docentes de enfermagem, educação em enfermagem e educação superior; bem como seus respectivos escritores no idioma inglês: Faculty, Nursing; Education, Nursing; Education, Higher.
Método e Técnica para coleta de dados
Publicações científicas no intervalo de 2006-2015
Método e Técnica para análise de dados
Leitura exploratória e seletiva, posteriormente, utilizou-se a técnica de análise temática para classificar os resultados.
44
(Conclusão)
Resultados Conclusão
À docência em enfermagem em âmbito nacional e internacional é permeada por aspectos como a insuficiência do número de docentes, falta de preparação para atuação nesses espaços, a ênfase na produção científica e as altas demandas decorrentes do trabalho. Nesse sentido, no desenvolvimento das atividades de ensino-pesquisa-extensão serviço de saúde, os enfermeiros-docentes podem vivenciar sentimentos de estresse, sobrecarga de trabalho e poucos momentos para sua vida pessoal.
Percebe-se, ao analisar a literatura relacionada às atividades dos enfermeiros-docentes no magistério superior que o seu fazer é realizado mediante o contato com outros seres humanos e é influenciado pelas políticas públicas e institucionais, pelos colegas, estudantes e usuários do SUS. Notaram-se muitas demandas e exigências colocadas para esse profissional, em atividades de ensino numa perspectiva do aprendizado significativo, tanto na graduação, como na pós-graduação, pesquisa, extensão e integração ensino-serviço de saúde. Também se percebeu uma supervalorização da pesquisa diante de outras atividades relevantes que fazem parte da docência, além do distanciamento das atividades práticas desse professor, quando se pensa na sua competência associada ao seu papel de enfermeiro nos serviços de saúde. Frente à realidade de trabalho do enfermeiro-docente, a partir da literatura, identificou-se que são necessárias reflexões para (re)pensar o papel da docência, suas atividades e atribuições de uma forma mais humanizada.
Para os autores, à docência em enfermagem é considerada uma prática
desafiadora, que tem sido destaque em pesquisas científicas no Brasil (VIEIRA
DRVS e SIQUEIRELLI AS, 2016) e no exterior (SINGH MD, et al., 2014).
Entendem que, no Brasil, os enfermeiros-docentes de instituições de ensino
superior (IES) se caracterizam por ser uma população feminina, com idade
média de 47 anos (entre 26 e 68 anos), casadas, com filhos e pós-graduação,
que pertencem à classe de professor adjunto, desenvolvendo atividades de
ensino, pesquisa e extensão (DRAGANOV PB e SANNA MC, 2016). Sendo que,
a literatura internacional, como, por exemplo, no Canadá (SINGH MD, et al.,
2014), alerta sobre a carência de docentes preparados para atuar na formação
de futuros Enfermeiros.
Observou-se que no contexto norte-americano há uma carência de
docentes enfermeiros, dentre essas carências, destaca-se o envelhecimento dos
professionais, incapacidade de as instituições atrair e manter enfermeiros,
insuficiência de recursos financeiros e necessidade constante de qualificação.
45
As instituições não conseguem atrair e manter os enfermeiros, a falta de
professores qualificados impede o aumento no número de matrículas nos cursos
de graduação e pós-graduação.
No contexto brasileiro, os programas de pós-graduação estão em
expansão, porém, havendo a necessidade de ampliar o número de doutores em
enfermagem, que são insuficientes para atender as exigências das IES e das
metas do Programa Nacional de Pós-graduação.
Nas últimas décadas, houve um crescimento nas exigências dos
enfermeiros docentes nas IES, excelentes professores, se mantenham
produtivos, competência clínica e prestem serviços comunitários.
As mudanças e reformas curriculares nas IES de enfermagem são
consideradas fatores geradores de estresse e tensão, devido a quantidade de
atividades, exigências de qualificação e sobrecarga, favorecendo o esgotamento
desses profissionais.
Obtenção de salários mais altos, bolsas de estudos, redução de
atividades, ambiente agradável, oportunidades de realização e incentivo nas
pesquisas na ciência e na prática são aspectos que melhorariam a qualidade de
vida desses profissionais.
Categoria II se refere ao prazer e sofrimento no trabalho; qualidade de
vida e saúde mental
Quadro 5: O deleite e as agruras de ser professor de enfermagem
(Continua)
Número de ordem
Título do artigo Autores Periódico/
Ano
1
O deleite e as agruras de ser professor de enfermagem
Angela Gilda Alves, Cleusa Alves Martins, Fernanda Lima e Silva, Laís
Bárbara Ferreira, Midiã Saraiva Aderaldo Alexandre, Diego Vieira de Mattos
Rev enferm UFPE on line
2016
Metodologia
Tipo de pesquisa exploratório-descritivo
Abordagem abordagem qualitativa
Embasamento teórico NÃO ESPECIFICADO
Abordagem NÃO ESPECIFICADO
Local Instituições de Ensino Superior (IES) pública e privada, Região Centro Oeste de Goiânia/GO,
Participantes 22 enfermeiros professores
46
(Conclusão)
Método e Técnica para coleta de dados
Por meio de entrevistas semiestruturadas, com questões abertas e fechadas, utilizando o registro de áudios que, posteriormente, foram transcritos na íntegra.
Método e Técnica para análise de dados
O projeto de pesquisa do estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Goiás, conforme Certificado de Apresentação para Apreciação Ética nº 35107814.4.0000.5078 e Parecer n° 852.830, e atende à Resolução n° 466/1211do Conselho Nacional de Saúde.
Resultados Conclusão
Todos os docentes relataram não se limitar ao conhecimento adquirido no período da graduação, mas prosseguir em busca do conhecimento a partir de especializações, mestrado e doutorado. Como resultado, também se observa que, entre os 22 entrevistados, 41% deles tinham o título de Mestre; 23% tinham algum tipo de especialização; 18%, o título de Doutor; também, 19% dos professores ainda estão neste processo de aquisição do conhecimento dos quais 14% relatam estar realizando mestrado e 5%, o doutorado. Os entrevistados responderam a questão relacionada a qual instituição de ensino está vinculado em sua prestação de serviço. Dados demonstraram que 82% estão vinculados à Rede Privada de Ensino e 18%, à Rede Pública. Quanto à carga horária semanal, 55% dos docentes trabalhavam mais que 25 horas semanais e 45%, menos que 25 horas. Não se obtiveram dados relacionados ao tempo extra dedicado à profissão para a elaboração do material e preparação do conteúdo a ser ministrado.
Com o processo de análise dos dados, tornou-se transparente a reação afetiva-emocional que o professor manifesta ao ser perguntado acerca do seu ofício. A relevância do magistério é algo incontestável: o conhecimento modifica o comportamento do ser humano. Nesse contexto, ao analisar as falas dos professores, constata-se o peso da incumbência magistral, despertando sentimentos de prazer e desagrado. Observou-se que uma áurea de amor, paixão, prazer eclode em seu semblante, na expressão do olhar e no sorriso incandescente dos participantes. Tais reações emocionais preponderaram sobre qualquer outra nuvem de dissabor que a profissão carrega, “as agruras”, tornando-as ínfimas perto de tanto prazer em fazer aquilo que se gosta. O contentamento é resultado da reciprocidade, simpatia e respeito entre professor e aluno e realização profissional. Em contrapartida, o desagrado se manifesta pelo anseio do reconhecimento profissional.
Identificou-se por meio desta pesquisa que, 14% dos sujeitos deste
estudo são do sexo masculino, sendo que 55% desses professores, com idade
superior a 45 anos. Quanto ao estado civil, 63% dos docentes eram casados;
23%, solteiros e 14%, divorciados, dos quais 73% tinham filho e 27% não tinham
filho.
Percebe-se a existência de reação afetiva-emocional dos participantes ao
tratar da docência, o que demonstra a relevância do magistério, reforçando a
ideia de que o conhecimento modifica o comportamento do ser humano. Os
participantes encaram a docência como um a profissão de responsabilidade, na
qual se vivencia situações de prazer e desagrado, ao se expressar foram visíveis
reações emocionais, como o sorriso. Este contentamento é resultado da
reciprocidade, simpatia e respeito estabelecida na relação entre professor e
aluno e por conta da realização profissional. Entretanto, evidencia-se que o
desagrado se manifesta pelo anseio do reconhecimento profissional.
47
Quadro 6: Percepções de docentes sobre os riscos ocupacionais no contexto
de trabalho universitário
4
Percepções de docentes sobre os riscos ocupacionais
no contexto de trabalho universitário
Isabely Karoline da SIlva Ribeiro Graziela Silveira Teixeira
Renata Cristina da Penha Silveira
Revista Norte Mineira de
Enfermagem 2017
Metodologia
Tipo de pesquisa
Estudo Descritivo
Abordagem Qualitativa
Embasamento teórico
NÃO ESPECIFICADO
Abordagem NÃO ESPECIFICADO
Local Estudo foi realizado em uma Instituição de Ensino Superior – IES, localizada em um município do Centro-Oeste do Estado de Minas Gerais.
Participantes
Para a seleção dos docentes, foram adotados os seguintes critérios: ser docente efetivo, não estar afastado das atividades acadêmicas, seja por período parcial ou total e aceitar participar voluntariamente da pesquisa, mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido. Ao todo foram abordados 18 docentes que aceitaram participar da pesquisa, através da resposta ao e-mail enviado.
Método e Técnica para
coleta de dados
Os relatos obtidos foram transcritos para análise de conteúdo associada ao programa computacional ATLAS TI 7. Foram identificadas duas categorias temáticas: 1) A atividade docente e a pluralidade dos riscos, e, 2) As influências dos riscos do trabalho docente na qualidade de vida.
Método e Técnica para
análise de dados
Os dados foram analisados, através das técnicas de análise de conteúdo, na modalidade análise temática. A análise de conteúdo é um grupo de técnicas que permite diferentes fatores presentes em uma sentença, explícitos ou não, se tornem acessíveis ao pesquisador; de modo que, texto, frase ou escrita pode ser avaliado.
Resultados Conclusão
Foram abordados, ao todo, 18 participante, emergiram as seguintes categorias e subcategorias, de acordo com as similaridades encontradas nos relatos: Categoria 1 - Esta categoria apresenta os relatos dos docentes que definem os riscos relacionados ao contexto de trabalho docente, como biológicos, físicos, químicos, psicossociais e ergonômico. Categoria 2. Os relatos descritos, nessa categoria, de como o contexto de trabalho docente leva a prejuízos ao estilo de vida saudável.
O trabalho é um fator condicionante para a saúde e o contexto laboral exerce forte influência no perfil de saúde e adoecimento de trabalhadores. Para prevenir os agravos à saúde, é fundamental conhecer o trabalhador e o trabalho realizado por ele e os riscos ocupacionais a que estão submetidos a fim de promover um ambiente saudável, livre de adoecimentos ou acidentes de trabalho. Os docentes investigados identificaram os riscos ocupacionais como psicossociais, ergonômicos, biológicos, físicos e químicos. Relataram que o trabalho docente é estressante, cansativo, no entanto, informaram prazer em ensinar e relataram ser a convivência diária com os alunos a grande motivação ao trabalho e as demais atividades que esse trabalho exige.
Este artigo aponta para a necessidade de novas investigações sobre a
temática e propõe intervenções para a construção de um ambiente universitário
saudável. Indicam a necessidade de estudar e divulgar, junto à comunidade
universitária, os riscos ocupacionais a que estão submetidos, e recomendar
estratégias de promoção à saúde do trabalhador docente.
48
Percebe-se que a qualidade de vida dos docentes, sofre prejuízo ao longo
dos anos, atingindo A saúde física e os aspectos emocionais. O desgaste está
relacionado às cargas excessivas de trabalho, juntamente com os conteúdos
burocráticos internos da instituição, e, consequentemente, o comprometimento
da capacidade de trabalho.
Diversos fatores vivenciados no dia a dia desses professores como
sobrecarga de trabalho, o desinteresse dos alunos, a violência, a falta de
estrutura e a desvalorização do papel do professor, são exemplos causadores
de afastamento do trabalho pelos docentes, segundo estes pesquisadores.
Quadro 7: Qualidade de Vida dos Docentes em Enfermagem: Revisão
Integrativa da Literatura
(Continua)
5 Qualidade de Vida dos
Docentes em Enfermagem: Revisão Integrativa da Literatura
Patrícia Vasconcelos Alves Meline Rossetto Kron
Rodrigues
Revista UNINGÁ
2017
Metodologia
Tipo de pesquisa O estudo é de revisão integrativa
Abordagem
Qualitativo, baseado em dados da literatura científica publicados nas bases de dados LILACS, BDENF e MEDLINE, no sítio da BVS e PubMed, selecionados a partir do DeCS e MeSH, com os descritores: “Qualidade de Vida” e “Docente de Enfermagem”.
Embasamento teórico
NÃO ESPECIFICADO
Abordagem NÃO ESPECIFICADO
Local NÃO ESPECIFICADO
Participantes Cinco artigos foram incluídos para análise
Método e Técnica para
coleta de dados
Revisão integrativa da literatura, sendo realizada em seis etapas: estabelecimento do problema de revisão, seleção da amostra, categorização dos estudos, análise dos resultados, apresentação e discussão dos resultados e, por fim, apresentação da revisão. Foram resgatados 2.771 artigos, sendo 2.679 no PubMed, MEDLINE 32, LILACS 31 e BDENF-Enfermagem 28, Index Psicologia -Teses 1. Foram considerados na potencialidade de inclusão, após retirada das duplicatas, 2.428 artigos. Inicialmente foi realizada a triagem por título, sendo 2.386 artigos excluídos nesta etapa. Sequencialmente a triagem seguiu pela leitura dos resumos e 42 artigos foram excluídos. Oito artigos foram considerados como potenciais para inclusão, porém três abordaram temática complementar à qualidade de vida, sendo Síndrome de Burnout, fatores de risco à saúde dos docentes em enfermagem e satisfação e insatisfação no desempenho da atividade. Por fim, cinco artigos foram incluídos para análise, conforme expressa o diagrama de fluxo de estudos selecionados. Posteriormente, foram extraídos os conceitos abordados em cada artigo e os trabalhos foram comparados e agrupados por similaridade de conteúdo sob a forma de categorias empíricas.
Método e Técnica para
análise de dados NÃO ESPECIFICADO
49
(Conclusão) Resultados Conclusão
Nesta revisão integrativa da literatura, foram inseridos na análise cinco artigos publicados no período de 1999 a 2015, que verificaram a qualidade de vida apresentada pelos profissionais docentes em enfermagem. Os dados evidenciam que a QV do enfermeiro docente é pouco estudada no contexto brasileiro. No contexto da publicação no exterior, não foram localizadas publicações referentes sobre a temática na base de dados consultada, observando-se que a base PubMed tem extensa abrangência na América do Norte. Todas as publicações localizadas foram realizadas e publicadas no Brasil, nos anos de 1999 a 2015, cujo idioma, por unanimidade, foi o português. Em todos os estudos analisados, a QV dos docentes foi identificada como boa/muito boa e a maioria afirmou ter QV apesar das adversidades vivenciadas no cotidiano.
A análise das publicações sobre Qualidade de Vida de docentes em Enfermagem no contexto brasileiro bem como na literatura internacional aponta escassez sobre a temática. Deste modo, a temática foi pouco explorada. Por unanimidade, os docentes referiram ter QV boa ou muito boa. O significado de Qualidade de Vida para a maioria dos docentes foi relacionado a “equilíbrio da vida” e a “boas condições de vida”. Alguns aspectos foram mencionados como processos desgastantes que interferem na QV, sendo o processo de trabalho e sua carga horária os principais fatores mencionados como desgastantes. Já a capacitação docente, o relacionamento profissional e o reconhecimento da instituição podem ser elementos favoráveis para o desenvolvimento da QV dos docentes em enfermagem. Espera-se que esta revisão possa proporcionar reflexão acerca da QV dos docentes e estratégias de promoção possam ser desenvolvidas, norteadas por atitudes positivas na busca pela Qualidade de Vida dessa classe que exerce tarefa fundamental na sociedade.
De acordo com os autores referidos acima, o viés da qualidade de vida do
trabalhador irá depender da individualidade e subjetividade de cada indivíduo,
pelo fato de possuírem valores e crenças diferentes. Isto evidencia que a
qualidade de vida está envolvida na particularidade de cada ser.
Quadro 8: Saúde mental do docente do ensino superior de enfermagem –
práticas de intervenção: um estudo bibliométrico
(Continua)
Número de ordem
Título do artigo Autores Periódico/
Ano
8
Saúde mental do docente do ensino superior de enfermagem –
práticas de intervenção: um estudo bibliométrico
MESSIAS, Claudia Maria et al.
Revista Enfermagem
Atual In Derme 2019
Metodologia
Tipo de pesquisa Revisão bibliométrica da literatura
Abordagem Bibliomátrica quantitativa
Embasamento teórico NÃO ESPECIFICADO
50
(Conclusão)
Abordagem NÃO ESPECIFICADO
Local
Bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System on-line (MEDLINE), Base de Dados de Enfermagem (BDENF) e Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL).
Participantes Ensino superior, Enfermagem, saúde mental, docente.
Método e Técnica para coleta de dados
Artigos em português, inglês e espanhol com disponibilidade online na íntegra; publicados no período compreendido entre janeiro de 2005 e janeiro de 2015; e estudos que discorressem sobre procedimentos, intervenções ou diretrizes a saúde mental do docente do ensino superior de Enfermagem.
Método e Técnica para análise de dados
A busca foi realizada pelo acesso online nas bases de dados selecionados, de forma independente, por dois revisores.
Resultados Conclusão
Os resultados identificaram 98 artigos e selecionados 20, a partir da leitura dos estudos na íntegra, sendo excluídos os estudos duplicados e aqueles que não atendiam aos critérios de inclusão. Quanto aos periódicos, foram identificados 06, sendo 04 específicos de enfermagem, quatro da área de saúde geral e dois voltados para a área de psicologia. os artigos analisados neste estudo deixam claro que as condições de trabalho, a precarização do ensino e a percepção que o professor tem sobre sua realidade profissional, têm relação direta com sua saúde.
Os resultados encontrados permitiram caracterizar a produção científica no contexto dos últimos dez anos, sendo possível identificar o quantitativo, distribuição, temáticas, delineamentos, autores, evidenciando uma tendência a grande expansão. Os estudos aqui apresentados contribuíram para apontar caminhos e direcionar ações na tentativa de desenvolver estratégias / intervenções o nos trabalhadores e auxiliar o indivíduo a desenvolver manobras prevenção de enfrentamento da doença, minimizando o sofrimento e colaborando com sua qualidade de vida e saúde mental.
Observou-se que entre os anos de 2008 a 2012 e no ano de 2013 houve
uma maior produção no número de artigos relacionados a saúde mental do
docente o ensino superior.
A categoria dos docentes é uma das mais expostas e exigidas, sofrendo
críticas e cobranças da sociedade. Nos últimos 30 anos o sistema educacional
vem enfrentando uma crise com professores reivindicando respeito e condições
mais dignas de trabalho, no entanto, exige desse profissional boa qualificação,
atualização de conhecimentos. Na maioria das vezes o professor faz
investimentos com recursos próprios para se manter qualificado.
O recente aumento no número de estudos sobre o adoecimento de
docentes, permite a constatação de que, por muito tempo, foi dada pouca
atenção à saúde do trabalhador que exerce a importante missão de ensinar.
Na categoria III são apresentados os artigos que se referem à formação
docente e formação em enfermagem
51
Quadro 9: Constituição docente do enfermeiro: possibilidades e desafios
3 Constituição docente do enfermeiro:
possibilidades e desafios
Jeferson Cesar Moretti Agnell
Bárbara Cristina Moreira Sicardi Nakayama
Revista @mbienteedu-
Cação 2018
Metodologia
Tipo de pesquisa NÃO ESPECIFICADO
Abordagem NÃO ESPECIFICADO
Embasamento teórico NÃO ESPECIFICADO
Abordagem NÃO ESPECIFICADO
Local NÃO ESPECIFICADO
Participantes NÃO ESPECIFICADO
Método e Técnica para coleta de dados
NÃO ESPECIFICADO
Método e Técnica para análise de dados
NÃO ESPECIFICADO
Resultados Conclusão
A formação docente do enfermeiro perpassa campos específicos para a atuação no ensino técnico de enfermagem e no ensino superior. Para a atuação nos cursos técnicos, é necessária, obrigatoriamente, uma formação inicial na docência. Para o exercício docente no ensino superior, o enfermeiro conta com formação específica para a docência que pode ocorrer em programas de mestrado e doutorado. Bacharéis que ingressam na docência do ensino superior a partir de uma formação inicial em bacharelado e/ou cursos de formação específica lato sensu, trilham um caminho de busca por formação educacional após o início da sua carreira docente. A constituição docente do enfermeiro se articula entre a formação e a prática docente, de modo a direcionar os seus protagonistas na busca por tal constituição através dos meios de formação e capacitação docente, fazendo com que as possiblidades e os desafios ligados a tal constituição oportunizem aos professores de enfermagem assumirem o protagonismo do ser e estar professor de enfermagem.
As possibilidades e/ou facilidades encontradas no percurso para a constituição docente do enfermeiro permeiam os campos da prática de enfermagem e a formação pedagógica inicial. Os principais desafios enfrentados por esses docentes são os referentes à fragilidade no domínio de conhecimentos específicos da enfermagem, excesso de atividades e fragilidades na formação docente. À medida que somos sujeitos de nossas escolhas e de nossos atos e que somos, portanto, protagonistas da nossa construção profissional, ser professor legitima uma escolha que se traduz em responsabilização social da formação e desenvolvimento de recursos humanos. A partir desse ponto de vista, uma identidade profissional bem definida e estruturada do enfermeiro docente contribui para o bom desempenho do processo de ensino-aprendizagem.
Neste artigo ressalta-se que a docência requer uma formação específica
e preparo rigoroso, devido à necessidade de articular campos de saberes
específicos e pedagógicos. Indica-se como principais desafios para os docentes
lidar com a fragilidade no domínio de conhecimentos específicos da enfermagem
e na formação docente e com o excesso de atividades. Reforça-se a ideia de
que o profissional é responsável por suas escolhas e atos, sendo protagonista
da sua construção profissional,
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Outros fatores tidos como desafios para a constituição estão relacionados
com condições que “afastam” o professor de uma reflexão da sua própria pratica
docente, bem como o distanciamento de entendimento de condicionantes éticos,
morais, filosóficos, políticos e didático-pedagógicos que permeiam o contexto da
educação.
Dentre esses fatores podemos citar o excesso de atividades no exercício
docente, falta de domínio na disciplina que se leciona e uma prática ainda
baseada em uma dicotomia entre teoria e prática.
Quadro 10: O ser professor e o seu desenvolvimento profissional na perspectiva
de enfermeiros que lecionam no ensino superior
(Continua)
Número de ordem
Título do artigo Autores Periódico/
Ano
6
O ser professor e o seu desenvolvimento profissional na perspectiva de enfermeiros que lecionam no ensino superior
Elane da Silva Barbosa Maria Nahir Batista
Ferreira Silvia Maria Nóbrega-
herrien
Revista Cocar 2016
Metodologia
Tipo de pesquisa
NÃO ESPECIFICADO
Abordagem Este estudo se ancora em uma abordagem qualitativa que pode ser compreendida como a tentativa de interpretar a realidade que está sendo estudada, para tanto, são valorizadas as opiniões, as percepções, a subjetividade dos participantes.
Embasamento teórico
A discussão sobre os múltiplos sentidos e significados de ser professor perpassa por preocupações sobre as práticas docentes no Ensino Superior, as formas de admissão em Instituições de Ensino Superior (IES) e a formação continuada desenvolvida nessas IES, bem como acerca do conhecimento sobre as relações que bacharéis estabelecem entre sua formação e sua ação como docente, considerando que a docência requer saberes específicos.
Abordagem NÃO ESPECIFICADO
Local Numa cidade no interior do estado do Ceará. A referida instituição tem 16 anos de existência, contando com cursos em nível de Graduação e Pós-Graduação nas áreas de educação, Gestão e Saúde.
Participantes Contou-se com seis professores-enfermeiros de um total de onze identificados para a participação neste estudo. Cinco do sexo feminino e um do sexo masculino.
Método e Técnica para
coleta de dados
Enquanto estratégia para a construção da coleta de dados foi utilizado um questionário aberto, constituído de uma breve explicação acerca da sua finalidade, de uma identificação do sujeito e, por fim, de perguntas abertas que versavam sobre como se deu o ingresso na docência, as percepções sobre o ser professor, a opinião sobre a formação continuada e o desenvolvimento profissional. Bastos (2009) argumenta que o questionário contribui com a coleta de dados acerca de uma temática, pois se estrutura de forma lógica e direta, permitindo uma comunicação eficiente entre os sujeitos envolvidos – pesquisador e participante.
53
(Conclusão)
Método e Técnica para análise de dados
Para a análise dos dados, realizou-se a leitura das respostas concedidas pelos sujeitos, procurando-se aspectos em comuns e singularidades; deu-se, posteriormente, o diálogo com as respostas dos participantes e de autores teóricos, tais como Carrasco (2009), Imbernón (2010), Rodrigues e Mendes Sobrinho (2006), Pimenta e Anastasiou (2005), entre outros, que subsidiaram as compreensões conceituais trabalhadas neste estudo. A fim de preservar a identidade dos participantes, resolveu-se atribuir pseudônimos a eles. Nesse caso, optou-se por trabalhar com personagens que foram protagonistas no cinema, representando professores. Sabe-se que a mídia influencia a representação que o professor constrói sobre si mesmo. Assim, além de valorizar a singularidade de cada participante, atribuindo-lhe o nome de um personagem, também se suscita reflexão sobre as imagens docentes que vêm sendo construídas nos filmes de longa-metragem. Além disso, os participantes desta investigação relembram os professores dos filmes, uma vez que, em suas falas, trazem a importância de pensar não apenas na formação profissional, mas na formação humana integral do sujeito.
Resultados Conclusão
Contou-se com seis professores-enfermeiros de um total de onze
identificados para a participação neste estudo. Cinco do sexo feminino e um do sexo masculino. Dos quais, quatro
são mestres e dois especialistas. Dentre eles, uma professora-
enfermeira teve formação inicial em Licenciatura em Enfermagem e outra,
em nível de formação continuada, cursou pós-graduação stricto sensu na área da formação em saúde. Apenas
uma dedica-se integralmente à docência. Os demais mantêm no
mínimo outro vínculo na assistência ou na gestão em Enfermagem. Evidencia-se, então, que os
professores-enfermeiros pesquisados, de modo geral, reconhecem que a
formação continuada é relevante para a docência e que o “ser professor”
consiste em uma eterna constituição. Vislumbram ainda o desenvolvimento profissional na perspectiva de “crescer
na profissão”. Reconhecem a formação acadêmica e as vivências
pessoais como parte desse desenvolvimento, mas não concebem
os aspectos institucionais como relevantes e corresponsáveis por este
processo.
A realização da presente pesquisa mostrou que os enfermeiros ingressam na docência por diferentes caminhos ou motivações variadas, como uma nova oportunidade de trabalho, inclusive até a primeira chance de inserção no mercado laboral, uma possibilidade de sempre estar estudando, e, ainda, uma consequência de suas atividades profissionais realizadas exitosamente, o que gera convites para ser professor do ensino superior. Há, entretanto, uma coisa que é comum, os participantes desta investigação afirmam que o ser professor é um processo que se dá ao longo do tempo. Uma trajetória que vai sendo construída. A partir dessas concepções, foi possível perceber que os professores-enfermeiros estabelecem relações estreitas entre o ser professor, a formação continuada e o desenvolvimento profissional, mantêm, pois, uma ação de retroalimentação entre esses fatores. Um influencia o outro, ou seja, encontram-se intimamente relacionados, um atuando na construção do outro. Observou-se ainda que, de alguma forma, todos os professores-enfermeiros percebem que lecionar exige uma especificidade, ou saberes, ou práticas ou experiências. Essa perspectiva, entretanto, também chama atenção, porque suscita a necessidade de que os próprios enfermeiros que optam por ingressar na docência tenham mais possibilidades de formar-se na docência, haja vista que ser professor compreende, concomitantemente, saberes, práticas e experiências, e não uma coisa ou outra. Por fim, entende-se que essa formação não depende apenas dos sujeitos, a instituição de Ensino Superior também deve ter esse compromisso com a formação e o desenvolvimento docente, só assim se terá um professor cada vez mais consciente da sua tarefa e, por conseguinte, ofertando um ensino de melhor qualidade.
Este estudo mostra que existem vários motivos que conduzem o
enfermeiro a ingressar na docência. Nem todos os participantes reconhecem a
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relevância dos saberes pedagógicos para a sua prática docente. As perspectivas
dos participantes também diferem quanto à formação continuada e ao
desenvolvimento profissional docente. Sugere-se maior reflexão sobre a
docência em Enfermagem, para que seja enfocada a fim de contribuir com a
prática do enfermeiro que leciona.
Quadro 11: A dicotomia entre teoria e prática na formação do enfermeiro
docente.
(Continua)
Número de ordem
Título do artigo Autores Periódico/
Ano
9 A dicotomia entre teoria e
prática na formação do enfermeiro docente
SILVA, Marcus Vinicius da Rocha Santos da et al.
Revista Científica de Enfermagem
2018
Metodologia
Tipo de pesquisa Revisão integrativa da literatura
Abordagem NÃO ESPECIFICADO
Embasamento teórico
Uma das competências específicas para a docência no ensino superior está no domínio da área pedagógica. Por essa razão, espera-se que o docente se aproprie de quatro eixos: o conceito de ensino-aprendizagem; a concepção e a gestão do currículo; a compreensão da relação entre docente e aluno e o embasamento da relação entre teorias e práticas. É fundamental que o enfermeiro docente tenha conhecimentos básicos na área de atuação, possua experiência profissional, domine o conceito de processo-aprendizagem, consiga integrar o desenvolvimento afetivo-emocional, cognitivo e de habilidades, além de buscar desenvolver junto aos discentes os preceitos políticos e éticos que norteiam a profissão. Todavia, um dos empecilhos que se observa nas universidades brasileiras, é a inclinação pela formação técnico-científica em detrimento à formação didático-pedagógica. Sobre isso, verifica-se que os docentes universitários não costumam identificar-se com a docência, mas sim, com sua área profissional. Nas instituições privadas, a prática docente é tida como forma de complementação salarial, haja vista boa parte de o corpo docente ser contratado em tempo parcial e manter atividades profissionais na assistência. Nas instituições públicas, cujo tempo de dedicação é, geralmente, integral, é igualmente secundária no sentido da centralidade estar direcionada para as ações de pesquisa, sendo o mérito acadêmico um fator definidor de status docente.
Abordagem NÃO ESPECIFICADO
Local
Bases de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e Bases de Dados de Enfermagem (BDENF).
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(Conclusão)
Participantes Educação em enfermagem, Docentes de enfermagem, Prática do docente de enfermagem.
Método e Técnica para coleta de dados
Artigos com texto completo, artigos com a versão on-line gratuita, produções nacionais e internacionais, todos publicados nos idiomas português, espanhol ou Inglês entre 2006 a 2015.
(Método e Técnica para análise de dados
Análise descritiva quanto ao ano, autoria, local do estudo, tipo de estudo, população-alvo, delineamento do estudo.
Resultados Conclusão
Dentro do corte temporal selecionado, verificou-se a identificação de três (21,44%) publicações acerca do tema em 2008. Notou-se a presença de 08 (57,14%) artigos ao somar as publicações encontradas nos anos de 2007, 2011, 2012 e 2014, sendo dois artigos em cada um desses anos. Além disso, encontrou-se um (7,14%) artigo no ano de 2006, um (7,14%) no ano de 2009 e outro (7,14%) em 2013 que também atendiam aos critérios de inclusão propostos pelo estudo. Em relação às bases de dados, dez (71,40%) estudos foram encontrados na LILACS, dois (14,28%) na BDENF e dois (14,28%) na MEDLINE. No que se refere ao local de estudo onde foram realizadas as produções, evidenciou-se que 11 (78,58%) estudos foram realizados no Brasil, 02 (14,28%) no Chile e 01 (7,14%) em Portugal. No que se refere ao idioma das publicações, obteve-se acesso a doze (85,72%) em português e dois (14,28%) em inglês. Este achado pode ser considerado um aspecto positivo para o país, já que o número de publicações realça uma aparente preocupação dos pesquisadores acerca da temática em questão. Quanto à revista científica, constatou-se que 13 (92,86%) estudos foram publicados em periódicos de enfermagem, com destaque para a Revista Brasileira de Enfermagem, da qual foram selecionados seis artigos (42,84%). Em relação ao qualis dos periódicos, convém mencionar que sete (50,0%) artigos foram publicados em revistas com estrato A2. Tal constatação evidencia a qualidade e relevância das publicações analisadas. No que diz respeito ao método de estudo, notou-se a predominância das pesquisas com abordagem qualitativa, as quais contabilizaram 12 artigos. Destaca-se também a identificação dos outros dois estudos, um com abordagem quantitativa e o outro se trata de uma investigação qualiquantitativa.
Embora seja possível notar transformações no panorama da docência no ensino superior em enfermagem, costumeiramente, os bacharéis exercem atividades da docência mesmo na ausência de qualquer formação pedagógica. As evidências científicas apontam que a formação do enfermeiro professor é atividade ainda em vias de compreensão e estruturação. Uma relevante confirmação desta investigação considerando uma dimensão triangular articulada, que envolve a formação do docente, a prática pedagógica e os saberes dos docentes de enfermagem, é que a formação é ininterrupta. No cotidiano da prática pedagógica, os saberes docentes são adquiridos, processados, reprocessados e difundidos, de forma que, nessa dialeticidade, esses conhecimentos favorecem também a formação. Esta reflexão sobre a formação pedagógica permite inferir que a prática reflexiva é positiva na formação do enfermeiro professor. Corroborase com o argumento de que não se pode formar enfermeiros generalistas, críticos e reflexivos sem que os enfermeiros professores tenham uma adequada formação pedagógica. Neste sentido, a formação precisa ser redirecionada de forma que esteja baseada na reflexão sobre a prática cotidiana considerando o professor como um pesquisador da própria prática. Neste âmbito, é de fundamental importância a instauração de programas de formação continuada direcionados para a docência que considerem a reflexão sobre a prática, o coletivo, o saber proveniente de experiências e a universidade enquanto o lócus de formação. Esta revisão integrativa sinaliza, portanto, para a necessidade de formação, seja inicial e/ou continuada, voltada ao enfermeiro docente. Mais que isso, de uma formação reflexiva, provida de indagações, discussões científicas, com espaços de liberdade, a fim de possibilitar autonomia aos sujeitos, pois se reconhece que a apropriação das doutrinas educacionais e didático-pedagógicas representa um dos caminhos viáveis e efetivos para que a ciência da enfermagem seja conhecida e inserida no rumo da autoconstrução de forma consciente, emancipada e integral.
56
O ofício da docência requisita não só um amplo fundamento de saberes
diversificados, mas, sobremaneira, uma aprendizagem contínua que é
fundamental na carreira profissional, embasada pelo aporte de saberes do
professor. O professor enfermeiro deve ter conhecimentos teóricos e técnicas
expressivas para realizar com excelência suas atividades laborais, mas precisa
que tenha estratégias de ensino que o caracterizem sua identidade profissional.
A docência é uma atividade complexa que exige domínio do enfermeiro docente
sobre o conteúdo específico da disciplina, mas também conhecimentos
pedagógicos. No processo de tornar-se professor, a experiência é um fator
fundamental.
A formação inicial nos cursos de graduação em enfermagem apresenta
déficits quanto à formação para atividade docente, sendo o enfoque voltado para
saúde coletiva.
Importante que as IES promovam programas de formação nas escolas de
enfermagem, que subsidiaria o processo de construção do professor de
enfermagem contemporâneo e ressaltar a necessidade da busca por
conhecimentos por meio de cursos de formação permanente.
1.6 Considerações finais sobre a pesquisa
Os artigos analisados trazem importantes questões para a reflexão sobre
o que é ser enfermeiro e o que é ser docente no ensino superior, pois desperta
para a conscientização dos aspectos negativos que a múltipla jornada de
trabalho pode causar a estes profissionais. Além disso, gera conhecimento mais
aprofundado sobre o assunto para a instituição e para os profissionais
enfermeiros que também atuam na docência do ensino superior.
Foram identificadas nove publicações relacionadas às palavras-chave e
os objetivos propostos para este estudo.
Considera-se que o objetivo da pesquisa foi alcançado por meio da
análise de dados realizadas através dos artigos literários. Com esse
embasamento teórico, nota-se que grande parte dos resultados diante da análise
destaca-se que a qualidade de vida do enfermeiro docente é afetada decorrente
á múltipla jornada, tendo prejuízos relacionados à saúde do trabalhador e nos
aspectos emocionais.
57
Outros estudos apontam que por mais prejudicial que possa ser essa
rotina deste profissional, fatores como realização profissão e pessoal estão
englobadas, tendo como uma satisfação diante da profissão exercida,
decorrente dos objetivos de cada indivíduo.
58
CONCLUSÃO
Diante da revisão bibliográfica dos artigos escolhidos, pode-se constatar
que, os profissionais docentes em enfermagem é uma classe de trabalhadores
que mais sofrem com críticas, cobranças e exigências por parte da sociedade,
instituições de ensino, uma vez que, estes profissionais além de enfermeiros e
já trabalharem com as atividades laborais inerentes ao cargo e exercem a função
de docência, precisam se manter sempre atualizados, buscarem por novos
conhecimentos, adquirir práticas e estratégias pedagógicas, para terem domínio
e desempenhar sua função como decente com maior excelência possível.
Cada vez mais as instituições buscam por profissionais qualificados, no
entanto, não valorizam esses profissionais, oferecem baixos salários, que são
incompatíveis com as qualificações exigidas, a demanda de serviço é alta, o
ambiente não favorece o profissional.
Devido a todas essas evidências, a classe docente vem sofrendo com
problemas de saúde, saúde mental, qualidade de vida, estudos mostram o
crescente número de artigos relacionados à saúde mental do docente,
mostrando que estudiosos estão preocupados com a qualidade de vida que
levam estes professionais e estudar a fundo os principais fatores que levam a
adoecerem, que até então, esse tema não se era dado à devida atenção.
Diante do conteúdo abordado conclui-se que a qualidade de vida do
trabalhador está atrelada nos âmbitos sociais, econômicos e pessoais.
Decorrente desses fatores foi possível abordar essas questões com o intuito de
analisar a qualidade de vida do enfermeiro docente, visto que muitos destes
profissionais acabam adoecendo ao longo dos anos por conta da carga
excessiva de trabalho, e as questões relacionadas ao estresse.
O enfermeiro docente tem a importante tarefa de estar atento nas
programações de atualizações de estudo de forma a agregar em sua formação,
com o intuito de propiciar conhecimento para o enriquecimento do seu trabalho.
Muitos destes profissionais não têm essa temática de como ser docente na grade
acadêmica, fazendo com que sempre busque referencias importantes para o
aperfeiçoamento desse trabalho.
59
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APÊNDICE A
ROTEIRO DE FICHA BIBLIOGRÁFICA
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