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Ceará - Século XIX
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DICCIONARIO
TOPOGRAPHICO E ESTATÍSTICO
DA
POR
Stljomaj flompèo íie Sou^o fívnuil
BACHAREL KM SCIENCIAS SOCIAES E JURÍDICAS,
PROFESSOR DE GEOGRAPHIA E HISTORIA NO I.YCF.O DO CEARÁ,
SOCIO CORRESPONDENTE DO INSTITUTO HISTORICO E GKOGRAPHICO DO BRASIL,
DO INSTITUTO HISTORICO DA BAHIA, DO INSTITUTO LITTERARIO DO MARANHÃO,
DA SOCIEDADE AUXILIADORA DA INDUSTRIA NACIONAL,
DA SOCIEDADE AMANTE DA INSTRUCÇXO DA CÔRTE , SOCIO HONORÁRIO
DA SOCIEDADE PHILOMATICA DA CÔRTE, DOS ATHENÈ03 PAULISTANO,
PERNAMBUCANO E MARANHENSE, ETC.
RIO DE JANEIRO
PUBLICADO E Á VENDA EM GASA DE
EDUARDO & HENRIQUE LAEMMERT
77 Rua da Quitanda 77
1861
330409
ILLn0 E EX*0 SA.
(Eaniriío flaptiata òt ©tfowa
CONSELHEIRO DE ESTADO, SENADOR DO IMPÉRIO PELA PROVÍNCIA DO CEARÁ,
COMMENDADOR DA IMPERIAL ORDEM DA ROSA E DA DE CHRISTO,
CRAO-CRUZ DA IMPERIAL ORDEM RUSSIANA DE S*o ESTANISLÍO,
PRESIDENTE DO BANCO DO BRASIL, ETC, ETC.
S>^V, ^NST1TL,T0 Historico e Geographico do Brasil, de
que V. Ex. é um dos dignos presidentes, ha
mostrado mais de uma vez o empenho de obter
informações extensas sobre a topographia das
províncias do Império. Desejando de minha
parte corresponder á subida honra, e confiança
com que essa sabia associação me alistou entre
seus sócios, c ao mesmo tempo prestar um pe
queno serviço á minha provinda tornandò-a
mais conhecida , confeccionei este trabalho
com as informações officiaes, e particulares que
pude obter, e, confiado na indulgência do publico,
passo a da-lo á luz.
Não me lisongeio de apresentar uma obra acabada
de mérito; apenas apresento-a como um ensaio, em que
devem abundar bastantes erros por defeito de informa
4
ções exactas, mas um ensaio que mais tarde pode ser
facilmente aperfeiçoado, ê de alguma utilidade ás letras
e á administração.
0 lugar eminente que V. Ex. occupa nas letras e
sciencias, o interesse e a solicitude com que sempre
se tem occupado desta província, de que é digno repre
sentante, me animarão a apadrinhar esta insignificante
producção com o valioso nome de V. Ex.
Digne-se pois V. Ex. acolher henigno este fraco tes
temunho da subida consideração e respeito com que
tenho a honra de ser
De V. Ex. amigo muito respeitador, veneradore criado
T. Pompêo de Souza Brasil.
Fortalesa, 18 de Março de 1861.
DICCIONAMO "v; ..
TOPOGRAPHICO E ESTATÍSTICO"-'';-'.,.
DA
A
Acaracú — Monte alto que se avista algumas leguas ao mar
e serve de çonhecença aos navegantes; situado ao 0. da
embocadura do rio do mesmo noine, nalat de 2o 50" e long.
de 42o 30' 3" Em frente da costa contigua a este monte
ha um banco de areia que algumas milhas ao largo é conhecido
tambem por banco do Acaracú.
Acaracú— Rio desta provincia ; nasce do centro de um massio
de serranias baixas nas extremas da comarca de Quixeramobim,
corre de S. a N., quasi parallelo a Ibiapaba, passa pelas
povoações de Tamboril, barra do Macaco, cidade de Sobral,
povoação de S. José, Santa Anna, e villa do Acaracú, abaixo
da qual lança-se no mar por duas bocas, depois de um
curso de mais de 60 leguas, formando uma enseada, e um
porto que dà entrada a sumacas: sua barra dista 60 leguas
ao noroéste da Fortaleza. Recebe muitos afíluentes, dos quaes
os principaes são o Feitosa, Macaco, Jaçurutú, Groahiras,- Ja
tobá, Jaibaras : sò corre pelo inverno mas íicão sempre
em seu leito grandes poços, e é muito piscosa: a maré sobe
6 leguas por elle acima
Acarecú — Villa, e freguezia na barra do rio deste nome,
creada e desmembrada- efe de- Sbbraf por decreto de 4 efer
6 ACA
Setembro de 1832, .ev.a\ígmentada depois com o territorio
da freguezia supprimiflV d'Almofala, com o orago de Santa
Anna da Barra .-do Acaracú: foi elevada sua povoação a
villa por lei pfp.vmcial de 31 de Julho de 1849, e os limi
tes da fregúbzik' são : a léste a Imperatriz ( antiga Amon-
tada) pelo rn/Aracaty-assú até a barra dos Patos, ao sul
Santa -Anna, a oeste Granja, e ao N. o oceano. Sua ex-
tensiô\de' N. a Sul é de 9 a 10 leguas, e seu maior com
primento de 30, com uma superficie approximada de 210
, Vtegtias quadradas. O municipio comprehende tambem a fre-
Aguezia de Santa Anna, que fica pelo Acaracú acima. Seu li-
• loral estende-se por umas 25 leguas desde a barra do Araca-
ty-assú até a enseada do Jerecoaquara, formando 4 portos, e
na costa 9 ilhotas. Seu municipio forma um termo judicial
independente, tem um juiz municipal, e de orphãos, dous
officios de justiça, e um escrivão, que os reúne. Sua po
pulação absoluta ( do municipio ) é de 10,860 habitantes ;
mas a da freguezia era em 1858 somente de 3,776, sendo:
Homens Mulheres Total
Livres. . . 1,636 1,822 3,458
Escravos . 159 159 318
•
1,795 1,981 3,776
O movimento de sua população regulava, termo médio,
nos seis annos passados, em baptisamentos 436, e casamentos
39. Elege 24 eleitores, e tem um batalhão de guarda nacional.
Além da matriz tem mais 4 capellas filiaes, que são outros
tantos pequenos povoados, S. Gonçalo da Mutamba, Tucunduba,
capellinha da Trindade, Cruz e Almofala, além dos nichos do
Tanque do Meio, e de Jeritinhanha. O terreno no litoral é
proprio de cultura, e planta-se legumes, mandioca, e canna ;
mais para fóra é de criação, em que ha fazendas de gados.
Em 1853 tinha 72 fazendas, em que forão collectados 1,450
garrotes, e 123 potros. Nas praias crystallisa muito sal, de
que se faz grande exportação, assim como de camoropim secco
e outros peixes. A villa é pequena, situada á margem esquerda
do rio, a duas leguas do mar, subindo a maré até além da villa:
tem duas escolas primarias, uma para meninos, e outra para
meninas.
Acaracuzinlio —Lagoa no districto de Mecejana.
ALM 7
Acarape — Rio que nasce da serra deste nome, e da de Ba-
turité ; passa na povoação do Acarape, e engrossa o Pacoty.
As varzeas deste rio compostas de terreno preto argilloso, e
rico de húmus, são excessivamente ferteis, e proprias para
a cultura de cannas, e fumo, que passa pelo mais afamado
da provincia
Acarape — Serra ao longo da qual corre pelo O. o rio
do mesmo nome : é um ramo da serra da Ibiapaba, que
sahe ao rumo do NE. por uma extensão de 6 a 7 leguas.
Ao poente desta serra está a povoação de S. José do Olho-
d'agua, a que tambem chamão Acarape, na freguezia da Villa-
Viçosa. Ha outro Acarape, serra, rio, e povoação na fre
guezia de Baturité (vide).
Acarape — Povoação na estrada de Baturité, a cuja freguezia
e termo pertence, 9 leguas da capital, e 6 de Baturité em
4o 18' 27" de lat. sul, formando um districto policial, e de
paz. Fica ao pé da serra e sobre o rio de seu nome. Seus
habitantes são agricultores, plantão café, canna, legumes, etc ;
tem 12 engenhos de ferro para canna, e em 1859 sua ex
portação foi de 137 mil arrobas de assucar, café, algodão,
fumo, borracha, etc, etc, no valor de 218 contos.
Acarape - Serra (diversa de outra ao pé da Ibiapaba),
que fica entre Baturité, a que se prende por depressões e á
Aratanha. É fertil, produz café, canna, legumes, e nos seus
subpés tem excellentes terrenos frescos, que passão pelos me
lhores de Baturité para a plantação de canna.
Aguatú — Lagôa a maior da freguezia da Telha, tem 3 leguas
de circumferencia, e legua e meia de comprimento ; é funda,
e muito piscosa.
Agua-Verde — Rio, no termo de Baturité, que atravessa o
caminho da capital para aquella cidade, sobre o qual existe
uma ponte de ferro.
Airiron — Serrota na freguezia do Canindé.
Almas (Pon'a das) — Na costa, perto da barra do Timonha a
léste.
Almofala — Povoação na freguezia do Acaracú, pouco acima
da barra do Aracaty-mirim ; foi a antiga missão dos indios
Trambabés ; creada vigararia com o orago de Nossa Senhora
8 AQU
da Conceição, foi supprimida, e incorporada á freguezia do
Acaracú por lei provincial de 1843.
Amarração — Povoação, e porto na costa a mais septen-
trional, onde laz barra o Iguarassú, extrema da provincia do
Ceará com a de Piauhy. Tem algumas casas , e forma hoje
um districto policial, pertencente ao termo, e freguezia
da Granja d'onde dista 30 leguas. Seu porto é o mesmo
da Parnahyba, onde tocão os vapores da Companhia Mara
nhense.
Angara — Serra na freguezia da Telha ; é pedregosa, e secca.
Anil — Pequeno rio no termo e freguezia da Fortaleza ; nasce
nos serrotes do Cunha, atravessa um grande carnaúbal, e en
grossa o rio S. Gonçalo, depois de um curso de 5 a 6 leguas.
Apody — Serra, que' na 1a edição do dicccionario do senador
Saturnino tem o nome de Serra do Jaguaribe , que talvez
antigamente assim fosse chamada em razão de ficar, pelo lado
do nordéste, mais proxima deste rio. Ella fica entre o Ceará,
e o Rio-Grande do Norte, e parece ser continuação do mes
mo systema das serras do Camará, ou antes do Araripe.
Corre do O. a E. parallela á margem septentrional do Ja
guaribe, e entra no mar na provincia do Rio-Grande do
Norte, formando a, chamada ponta do Mello, ou do Mel. Principia
por morros destacados, depois torna-se uniforme, e estende-se
a 30 leguas com 12 a 9 de largura, formando um platô
coberto de matto espesso pela maior parte composto de
cactus ; e é um verdadeiro deserto, por falta d'agua ; serve
de limites entre o Ceará e Rio-Grande.
Affuiraz — Villa e freguezia, distante da capital 4 leguas, e
da costa meia. Foi a primeira freguezia, e a primeira villa da
provinda do Ceará, e a séde da antiga ouvidoria. Foi creada
villa em 1710. e freguezia em 1700 comoorago deS. José de
Ribamar. Os Jesuitas tiverão ahi um collegio desde os prin
cipios do seculo XVIII até a sua extincção- Ainda hoje existe
o convento e igreja em ruinas. Aquiraz é hoje uma pequena
villa decadente, cujo termo é annexo ao de Cascavel, e per
tence á comarca da Fortaleza. Tem uma boa igreja matriz.
Seus habitantes são pela maior parte agricolas ; plantão canna,,
. mandioca, legumes, e alguns são criadores.
Sua população em 1837 era de 8,074 habitantes, sendo :
ARA
Homens Mulheres totat
Livres. . .
Escravos .
4,028
94
3,865
87
7,893
181
4,122 3,952 8,074
Baptisão-se, termo médio, 520 meninos por anno, segundo
os mappas do triennio de 55 a 57.
Forma um collegio de 26 eleitores, e pertence ao primeiro
districto eleitoral. Seu terreno extrema com o de Cascavel
a léste, com o mar pelo norte, com o de Maranguape ao
poente, e ao sul com o de Baturité.
Contava, em 1854, 54 fazendas de criar em que se tinhão
collectado 725 garrotes, e 55 potros.
A villa tem 53 casas de telha, e 61 de palha ; seu termo
produz 25 mil arrobas, de assucar, 120 pipas de aguardente,
legumes, etc
Araçás — Lagôa no termo de Aquiraz, muito piscosa.
Aracaty — Chama-se, na ribeira de Jaguaribe, o vento do nor
déste, que das 7 às 8 horas da noite apparece de repente, e
com grande força, pelo verão. Este nome foi dado pelos Pita-
guares, e depois passou á povoação, hoje cidade. — Vide
Aracaty.
Aracaty — Serra. — Vide Apody.
Aracaty — Rio. — Vide Aracaty-assú.
Aracaty — Comarca de 2" entrancia, municipio, freguezia, e
cidade. Foi creada comarca em 6 de Março de 1833, com os
termos do Aracaty, e Russas, que ainda hoje subsistem. Foi
creada villa de Santa Cruz do Aracaty, no lugar Porto dos
Barcos do rio Jaguaribe pela resolução régia de 1 1 de Abril
de 1747, e inaugurada a 3 de Março de 1748 pelo ouvidor
Manoel José de Farias ; e elevada à categoria de cidade por
lei provincial de 25 de Outubro de 1842.
Foi creada freguezia por provisão do bispo D. Thomaz da
Encarnação, de 20 de Junho de 1780, com o orago de Nossa
Senhora do Rosario. Os limites da comarca são os do muni
cipio e mais o de Russas (vide S. Bernardo) ; os limites do
municipio são os mesmos da freguezia. Ao norte o Cascavel
a 8 leguas, ao oeste Russsas a 10 leguas, ao sul a fre
guezia de Mossoró pelo morro Tibáo (Rio-G-rande) a 15
10 AM
leguas, a léste o oceano a 3; seu maior comprimento de
norte a sul é de 20 leguas, e de léste ao oeste de 1 4 ; pela costa
eslende-se até a foz do Apody (Mossoró) com 22 leguas. Super
ficie approximada, 30 legua ; quadradas.
A comarca tem 1 juiz de direito, 2 municipaes, e de orphãos
(sendo 1 do Aracati, e outro de Russas), 1 promotor. O mu
nicipio, e freguezia tem 1 delegado, 3 subdelegados (3 dis-
trictos) , 4 capellas filiaes, a do Jiqui, Catinga do Góes,
Maltafresca, e 1'assagera das Pedras. Sua população absoluta
em 1857 era de 19,116 habitantes, sendo :
Homens Mulheres Toíal
Livres. . . 7,856 9,270 17,126
Escravos. .1,158 832 1,990
9,014 10,102 19,116
O movimento de sua população, termo médio de 6 annos
até 1858, foi: baptisamentos 1,036, e casamentos 160.
Tem a freguezia 8 igrejas com as da cidade. Elege 66 elei
tores e faz parte do 1o districto eleitoral : tem dous batalhões
de guarda nacional, e um commando superior. Seu terri
torio é em parte (no litoral) proprio de plantar, e o mais
de criação : seus habitantes, muito activos, e industriosos,
parte se occupão da agricultura e pesca na costa, outros crião
no sertão, e os da cidade occupão-se em diversas industrias
manufactoras, como fabrica de velas de carnaúba, diversos
tecidos de palha , calçados, etc, que exportão, além do activo
commercio que entretém a cidade. Em 1854 tinha 162 fazendas
de criar em que se collectárão 2,;;00 garrotes, e mais de 400
potros.
A cidade se acha assentada sobre a margem oriental do Ja-
guaribe n'uma extensa planicie baixa, que por vezes tem sido
inundada nas grandes enchentes do rio. É uma bella cidade,
a maior da provincia depois da capital, com elegante casaria
de sobrado, bastante populosa, e muito commerciante, por ser
o entreposto das mercadorias que vão para o interior da
provincia, e sahida dos productos da terra daquelle lado, e
da provincia vizinha do Rio-Grande do Norte. Já teve uma al
fandega que foi extincta por motivos fiscaes ; tem hoje uma mesa
de rendas. As casas importadoras despachão suas fazendas no
Rio-Grande, ou na Fortaleza. Exporta em algodão para cima
de 50 mil arrobas, além de outros productos, como cera de
ARN 11
carnaúba, calçado (mais de 30 mil pares), e importa directa
mente mil contos, além do triplo que recebe de Pernambuco.
Em seu porto em 1857 entrarão 67 embarcações, afóra th vezes
os vapores da companhia de Pernambuco ; a cidade tem
5 igrejas, 1 aula de latim, 3 primarias, dista do mar 5 leguas,
30 da capital, e 50 do Icó.
Aracatv-assá — Rio, é assim chamado por causa de outro
menor ' (mirim) : nasce da Serra- Verde, ramificação da do Ma
chado, corre de sul a norte atravessando um terreno desigual,
pedregoso, e salitroso, recebe os vertentes da parte occi-
dental da Uruburetama, passa pelas povoações de Santo Antonio,
e S. Bento, e depois de 40 leguas de curso lança-se ao mar
por 3o 16' de lat. a 40 leguas da Fortaleza, acima da barra do
Aracaty-mirim ou Almofala.
Aracaty-mirini — Rio pequeno, que corre parallelo ao Araca-
ty-assú, servindo de extrema ás íreguezias da Imperatriz, e
Santa Anna. Um pequeno braço do Aracaty-assú se communica
com este porto de sua foz, onde se acha a povoação de Almo
fala. Sua barra, dá accesso a barcaças.
Aratanha — Serra, 6 leguas ao sudoeste da capital, com 21/2
leguas de comprimento sobre meia de largura, e 700 metros de
altura, muito fresca, coberta de mattas, de cafezaes, e fructeiras;
delia correm diversos arroyos até sua base. Ao pé do lado donor-
déste fica a importante povoação da Pacatuba (vide), ao sueste
a da Guaiuba (vide), e ao noroéste a da Jubaia : um pequeno
valle a separa da de Maranguape a noroéste. Em 1860 tinha a
serra 60 estabelecimentos de café, e exportava para a capital
perto de 50 mil arrobas.
Aratanha — Riacho que nasce da serra deste nome para o
lado Occidental, tomadepois o nome de Guaiuba de rio Formoso ,
e engrossa o Pacoty (vide).
Areré — Serra á margem esquerda do Jaguaribe, legua e meia da
cidade do Aracaty ; é pequena, e muito pedregosa ; tem uma ca
verna celebre por sua profundidade.
Arneiroz — Freguezia do termo e comarca de Inhamum, creada
por provisão de 13 de Novembro de 1783, e inaugurada a
13 de Março de 1784, com a invocação de Nossa Senhora da Paz,
sendo desmembrada da de Quixeramobim ; e comprehendendo
então a de S. João do Principe, que depois se separou. Esta
freguezia começou pelo aldeamento dos indios Jucás em 1727, os
quaes depois forão dahitirados pela destruição que fazião nos gados
14 BAR
B
Bahia do Curú - Em 3o 25' de lat., e 41o 25' de long.
Desagua o rio do mesmo nome, que vem da serra do Machado, e
fornece urn ancoradouro para sumacas, chamado o Pará do Norte.
Bahú — Rio de pequeno curso, que atravessa a entrada de
Baturilé, e engrossa o Pacoty.
Bahú — Lagôa na freguezia de S. Matheus.
Balthazar — Riacho no termo de S. Matheus, affluente do
Jaguaribe.
Banabuihú — Rio affluente do Jaguaribe ; nasce na serra de
Santa Rita, recebe diversos affluentes, é engrossado pelo Qui-
xeramobim, e Sitia, e depois de um curso de mais de 50 leguas
lança- se no Jaguaribe perto da povoação do Limoeiro, 5 léguas
da cidade de S. Bernardo.
Barbalha — Villa e freguezia no valle do Cariri, pertencente
á comarca do Crato, de que é termo annexo. Foi creada fregue
zia sob a invocação de Santo Antonio, desmembrada das do Crato
e Missão-Velha por lei provincial de 30 de Agosto de 1838, e
villa por lei provincial de 17 de Agosto de 1846. Os li
mites da freguezia são : ao O. o Crato pela serra Romualdo,
ao S. Missão-Velha costeando o Araripe até o engenho dos
Cocos, ao N. o Araripe até o sitio Brejo da Roça, e ao
E. Missão-Velha pelo Salgado e sitio dos Veados. Tem 5
leguas de comprimento sobre 4 de largura, com 20 de superfi
cie em leguas quadradas. O terreno é regado por 14 correntes
perennes, por isso mui fertil, e todo de agricultura ; fica ao pé
da serra do Araripe, pela qual é quasi circulado. Tem 72 en
genhos de canna, que fazem pela maior parte rapaduras. Sua
população toda agricola andava em 1858 por 11,526 habitantes,
sendo :
Homens Mulheres Total
Livres . . 5,357
Escravos . 388
5,518
263
10,875
651
5,745 5,781 11,526
BAR 13
O movimento de sua população regula, termo médio de 6 annos :
baptisamentos 407, casamentos 68.
Tem um batalhão de guarda nacional, elege 19 eleitores, e
faz parte do 3o districto eleitoral.
Em 1854 contava 11 fazendas de gados de que se collectárão
320 garrotes, e 6 potros. Seu municipio comprehende a fre-
guezia de Missão-Velha (vide).
A villa é pequena, tem cem casas de telha,, e 200 de palha:
dista do Crato 2 leguas, e 110 da capital. Ea palria do se
nador Alencar, e foi residência do capitão-mór Filgueiras, o
homem mais presligioso, que já teve o centro do Ceará, e
de Joaquim Pinto Madeira, autor da revolução de 1832.
Barbalho — Serrota no municipio de Quixeramobim.
Barra do Acaracú — Villa. — Vide jácoracw,villa.
Barra d'Almofala — Na costa do Ceará, termo da villa do
Acaracú, onde faz barra o Aracaty-mirim, formando um pe
queno porto.
Barra do Aracaty-assú — Na costa em 3o 1 6' de lat. sul,
e 4o 12' de long. oriental do Rio de Janeiro, distante da For
taleza ao norte 40 leguas, chamada tambem barra dos Patos,
Barra do Barco — Na costa, termo da villa do Acaracú.,
onde entrão navios pequenos.
Barra do Fernando — Nome que se dá ao lugar onde faz
barra o Acaracú, na costa desta provincia.
Barra-Grande — Pequeno povoado, na. costa da Granja.
20 leguas ao norte, onde ha muitos curraes de pescaria, e
secca-se grande quantidade de camoropim.
Barra do Iguarassú — Vide Amarração.
Barra do Itapigi — Na costa, a léste da do Acaracú.
Barra tios Patos — Na costa, onde faz barra o rio Aracaty-
assú, no termo da villa do Acaracú.
Barra do Sitia — Povoação, no municipio de Quixeramobim,
com uma capella filial, formando um districto policial.
Barra do Tintonka — Pequeno porto na costa septentrional
abaixo da Granja á que pertence, onde despeja o rio Timonha,
e dá abrigo a barcaças. — Vide Timonha, rio.
Í6 BAf
Barriga — Serrota pedregosa 6 leguas a léste de Sobral, no
tavel, porque por vezes tem-se notado nella phenomenos vol-
canicos revolvendo, e atirando pedras ao longe, acompanhadas
de espesso fumo.
Barro- tilo — Lagoa comprida entre S. Matheus, e Telha,
muito piscosa.
Barroquiniia — Povoação no termo de Granja, 12 leguas ao
sueste daquella cidade, com uma capella filial.
Bastiana — Lagoa na freguezia da Telha, ao pé da villa,
circulando-a do lado do norte com meia legua de extensão.
Bastiões — Rio, que nasce do angulo que forma a cordilheira
principal da Ibiapaba com o ramo do Araripe acima do Inhamum;
recebe o Carihú, e despeja na margem esquerda do Jaguaribe,
meia legua abaixo de S. Matheus.
Bastiões — Serra no termo do Saboeiro, ramificação da Ibia
paba, que corre de sudoeste a nordéste, e dá nascença ao
rio de seu nome ; é fresca, fertil, e muito cultivada.
Batateira — Riacho, e fonte notavel que nasce de meia serra
do Araripe, com grande abundancia d'agua, rega a cidade
do Crato, e forma uma das cabeceiras do Salgado.
Batateira — Povoado na freguezia do Crato, distante desta
cidade meia legua, e HO da capital.
Batoque — Rio entre Aquiraz, e Cascavel, cuja barra faz porto
para barcaças.
Batoque — Ribeirão na freguezia de Santa Quiteria, que despeja
no rio Macaco.
Batoque — Ribeira, no termo do Canindé, que nasce na serra
de Baturité, e vai engrossar o rio Canindé.
Baturité — Comarca, termo, municipio, freguezia, e cidade.
Comarca — Comprehende além de seu termo o de Canindé,
e foi creada por lei provincial de 6 de Janeiro de 1841 sepa-
rando-se da Fortaleza : tem um juiz de direito, um promotor,
dons juizes municipaes, e de orphãos (um em cada termo),
duas delegacias, dous municipios com uma população absoluta
de 33,637 habitantes.
Termo, município e freguezia — Tem os mesmos limites,
que são ao norte a freguezia de Maranguape, ao sul Russas^
BAT 17
e Riacho do Sangue, a léste Cascavel e Aquiraz, e a oéste
Canindé.
Foi creada freguezia a antiga missão dos indios Canindés
e Genipapos em 19 de Junho de 1762, desmembrada da
do Aquiraz, com a invocação de Nossa Senhora da Palma ;
villa a 14 de Abril de 1764 com o nome de Monte-Mór Novo
d'America ; e cidade de Baturité por lei provincial de 17 de
Outubro de 1857.
Seu territorio comprehende a fertil, e rica serra de Batu
rité (vide), toda agricola de café, cannas, etc, e parte do sertão,
em que se cria gado. Seus habitantes, pela maior parte agricul
tores, exportão para cima de 100 mil arrobas de café, e assucar.
Em 1859 havia no termo 314 estabelecimentos ruraes, e,
inclusive o districto de Acarape, exportou para a capital 192 mil
arrobas de café ; e assucar, legumes, etc, no valor de seiscentos
e quarenta contos, e importou mercadorias no valor de tre
zentos e oitenta contos.
A freguezia tem duas capei las filiaes, que são outros tantos
districtos de paz, e policiaes, Acarape, e Itans (vide estes
nomes ) .
Tinha, em 1854, 53 fazendas de gado, e nellas forão col-
lectados 1,170 garrotes e 100 potros.
Sua população em 1858 era de 24,628 habitantes, sendo:
Homens Mulheres Total ,
Livres. . . 12,230 12,100 24,330
Escravos. . 158 140 298
12,388 12,240 24,628
O movimento de sua população era de 1 ,100 baptisamentos, e
116 casamentos.
Elege 59 eleitores, e faz parte do 2o districto eleitoral da
provincia; tem 2 batalhões de guarda nacional, e um com
mando superior.
A cidade se acha collocada ao pé da serra de seu nome,
do lado oriental, á margem de dous correntes, que não secção,
o Aracaúaba a léste, e o Canôa a sudoeste, em 4o 19' 50" de
lat. sul, equasi 5o de long. oriental do meridiano do Rio de
Janeiro. É pequena, não contando mais de 350 casas, mas
bastante commerciante, porque por ella se exporta o café, e
mais productos da serra.
a
48 BOM
Dista da capital 1 5 leguas, em linha recta : trata-se de cons
truir uma estrada batida entre ella e a capital, passando pelas
povoações de Pacatuba, Guaiuba, e Acarape. Tem uma escola
de latim, e duas primarias, uma para cada sexo ; além da
igreja matriz arruinada, uma pequena capella do Rosario.
Bebedor — Povoação na freguezia de Arneiroz, íormando um
districto policial, e com uma capella filial : por lei provincial
de 1859 passou no civil, e ecclesiastico para a freguezia do
Saboeiro , porém na parte ecclesiastica ainda não teve exe
cução.
Belém— Serrota no termo de Santa Quiteria; é secca, e pedre
gosa.
Boassú — Vide Santo Antonio do Olho d' Agua.
Boassú — Pico de pedra mais elevado na serra d'Aratanha,
de 707 metros.
Boa-Viagem — Povoação no districto de Quixeramobim, com
uma capella de Nossa Senhora da mesma invocação.
Cria-se gado nos seus contornos. Forma hoje um districto
de paz, e subdelegacia, fica 10 leguas ao oeste da cidade de
Quixeramobim, e tem uma escola primaria.
Boa-Vista — Povoado e capella na íreguezia do Riacho do San
gue, à margem do Jaguaribe ; forma um districto de subdelegacia.
Boa-Vista — Serra nos limites do termo de Inhamum com
o de Cratiús de Piauhy ; é pouco notavel por sua elevação ;
é secca, e pouco cultivada. É um contraforte da serra da Ibiapa
ba , que inclina para SE., e só notavel porque é delia
que nasce o braço principal do Jaguaribe.
Bogò — Sitio (freguezia de Arneiroz) ao pé da Ibiapaba, ce
lebre por uma immensa caverna por baixo da serra com direcção
horisontal.
Bois — Serrota no termo do Saboeiro, que separa as aguas do
rio Umbuseiro das do Jaguaribe.
Bom-Jardim — Vide Jardim (Santo Antonio).
Bom Jesus — Riacho no municipio de Maria Pereira, affluente
do Banabuihú.
Bom-Jesus — Povoado na freguezia da Telha, distante desta
villa 8 leguas, e 73 da capital.
CAJ 49
Boqueirão — Serrano termo da Imperatriz.
Boqueirão de Lavrais — Serra que o rio Salgado corta ao
meio, um pouco abaixo de Lavras.
Boticário — Rio que nasce da serra de Baturité no lugar deste
nome, e forma depois o rio S. Gonçalo (vide).
Branca — Serrota na freguezia de Canindé.
Brejo das Pedras — Picq mais elevado da serra de Baturité,
d'onde nasce o rio Pacoty.
Brejo-Grande — Serrano Cariri, um dos ramos da do Araripe,
muito fertil, onde existe a povoação deste nome.
Brigida — Serra no termo de S. Matheus ; é uma pequena cor
dilheira de cinco serrotas, Brigida, Trapiá, Quincunquá, Fre-
xeira e Palmeira, todas frescas, e bem cultivadas de legumes
e mandioca, ao sul de S. Matheus.
Brozeguim — Lagoa nas praias do municipio da Imperatriz.
Buriti — Povoado na freguezia do Crato, distante desta cidade
uma legua e 1H da capital.
Buriti dos Oleiros — Povoado na freguezia da Barbalha,
distante desta villa uma legua, e 109 da capital.
c
Cabo do Corso — Na costa da provincia, em 4* 30' de lat.
e 39o 7' de long.
Cabogi— Serrota no municipio de Quixeramobim.
Cacimba — Vide Rio.
C : içara — Povoação na freguezia do Aracaty, com uma escola
primaria.
Caidca — Vide Rio.
Cajaseira — Povoado, na freguezia da Barbalha, distante da-
quella villa 3'" leguas, e da capital 102.
Cajaseira ou Caia - Pequeno povoado, na freguezia do So
bral, distante da cidade 9 leguas.
Cajueiro — Povoado, no municipio do Jardim ; não tem igreja,
e passa pelo foco de criminosos, que dos termos vizinhos ali
se refugião ; é districto de paz, e policial.
20 CAN
Cajueiro — Povoaçao, na freguezia da Granja, distante desta
cidade 12 leguas.
Calabouço — Riacho na freguezia fie Santa Quiteria ; nasce no
serrote do mesmo nome, e despeja no fio Jacurutú.
Camarão — Serrote no termo de Canindé.
Camiadeira — Serrota secca na freguezia da Imperatriz.
Camocim — Rio que vem da serra da Ibiapaba ; passa pela
cidade da Granja, e com 50 leguas de curso desagua no oceano
7 leguas ao poente de Jericuacoara, em 3o 12' de lat. e 43" 7'
de long. ; é navegavel alé perto da cidade da Granja 7 leguas,
e forma na barra um bom porto para sumacas, que ahi carre-
gão muito algodão, coutos e outros generos do paiz. Os va
pores da companhia Maranhense e Pernambucana entrão nella
2 vezes i or mez cada um.
O porto chama-se Camocim, o rio para cimachama-se Cu*
riahú.
Camocim (Barra do, ou do Curiahú) - Na costa 7 leguas
abaixo da cidade da Granja : forma o melhor porto desta
provincia, onde tem entrada franca, fundo, espaço para qual
quer navio mercante, e dá desembarque á prancha. È assaz
frequentado, e é escala dos vapores das companhias do Maranhão,
e Pernambuco.
Camocim — Povoação , na freguezia da Granja, 6 leguas da
cidade, na barra do rio Curiahú, ou Camocim.
Camoropim— Lagoa na freguezia da cidade do Aracaty, muito
piscosa.
Camoropim — Rio de pequeno curso, que despeja no mar
abaixo da Timonha, fazendo a lagoa do mesmo nome.
Campo-Grande — Vide Villa-Nova d'El-Rei.
Campo-llaior ale Quixeramobim— Vide Quixeramobim.
Candadú — Riacho no termo de Tauhá, nasce na serra de
Buenos-Ayres, ao nascente do Tauhá, despeja no Jaguaribe
abàixo de Arneiroz, na margem esquerda , com um curso de
10 leguas.
Candéa — Lagoa rasa na freguezia da Fortaleza.
Cangati — Riacho no termo de Canindé, onde, bem como em um
CAN 21
serrote do mesmo nome, se acha uma rica mina de ferro ologista
descoberta e descripta numa memoria pelo naturalista Dr. Feijó.
Canindé — Rio que nasce na serra da Marianna, termo de Ca
nindé, passa pela villa deste nome, recebe o Capitão-Mór, e
varios outros ribeiros, e depois de um curso de 30 leguas lan-
ça-se no lado esquerdo do Curú.
Esta ribeira é excellenle para criação de gados.
Canindé — Villa, e freguezia no sertão de seu nome, cujos
habitantes vivem da criação de gados, e alguns poucos do com-
mercio na villa. O terreno que é cortado pelo rio deste nome
é secco, porém muito proprio para a criação. O municipio forma
um termo judicial independente, tem um juiz municipal e de
orphãos, e faz parte da comarca de Baturité, de que dista 14 le
guas. Foi creada villa por lei provincial de 27 de Julho de 1827,
e freguezia por alvará de 3 de Setembro de 1818, sendo des
membrada das de Quixeramobim, e Fortaleza. Seus limites, que
são os mesmos do municipio, são : a léste vertentes da serra de
Baturité, ao oeste Quixeramobim, ao norte Santa Cruz pe
los rios Curú, e Caxitoré, e ao nordéste a da Fortaleza
pelo Curú, eMaranguape na fazenda Ingá ; temde norte a su!
24 leguas sobre 23 de léste ao oéste ; superficiêapproximada,
400 leguas quadradas. Sua população absoluta em 1858 an
dava por 9,009 habitantes, sendo :
Homens Mulheres Total
Livres . . 4,234 4,319 8,553
Escravos . 226 230 456
4,460 4,549 9,009
Tinha 1,205 fogos, e em toda a freguezia 1,265 casas. O
movimento de sua população era : baptisamentos, termo médio
de 6 annos, 480, e casamentos 80.
Tem um batalhão de guarda nacional que pertence ao com
mando superior de Baturité; elege 21 eleitores, forma um col-
legio, que pertence ao 2o districto eleitoral.
Os habitantes plantão na vertente da serra de Baturité al
gum café, mandioca e legumes ; em 1856 presume-se que o
gjado deu 3.00Q crias.
A villa é bem situada e elegante , tem boas casas , fica na
margem occidental do rio, ; tem uin rico e elegante templo (J&
S. Francisco das Chagas, o padroeiro, cujos milagres ajtrabem
22 CAR
annualmente grande numero de peregrinos, cujas oblatas
rendem para o patrimonio da igreja um adouscontosde réis
annualmente. Tem a villa duas escoias primarias, uma para cada
sexo ; dista da capital 30 leguas.
Cànua-Brava — Povoação na freguezia de Arneiroz com uma
capella filial.
Canda — Rio que nasce do lado do suéste da serra de Batu-
rité, passa ao sul da cidade deste nome, e reúne sealéstecom
o Aracoaba, outro rio que corre ao nordeste da mesma ci
dade, e reunidos formão o Choró (vide).
Canôa-Quebrada — Porto a léste do Aracaty, em que podem
abrigar-se navios pequenos.
Cantagi — Riacho no municipio de Maria Pereira, que com
20 leguas lança-sea3 e meia abaixo da villa no Banabuihú.
Neste riacho achão-se umas pedras com letreiros de tinta bem
visiveis, e inintelligiveis.
Capellinha da Trindade — Pequeno povoado, com uma
capellinha filial á freguezia do Acaracú.
Capitao-Mór — Ribeirão no termo de Canindé, nasce do lado
occidental de Baturité. e engrossa o rio Canindé.
Capitão-Iflér — Rio (diverso do outro do mesmo nome), que
nasce na serra da freguezia de Maria Pereira, e forma um dos
braços principaes do Riacho do Sangue.
Carihú—Rio que nasce na serra de Santa Maria, e do Brejo-Gran-
de (termo do Crato), engrossa o Bastiões, e despeja na mar
gem direita do Jaguaribe, pouco abaixo de S. Matheus : suas
margens são frescas, e muito ferteis para legumes, mandioca,
fumo e canna.
Cariri» — Tribu de indios que habitarão o valle hoje deste nome
(Crato), e que forão aldeados em Missão-Velha. — Vide Serra
deste nome.
Cariris-Novos — Nome que davão ao valle do Crato, espe
cialmente á Missão-Velha.
Cariris-Movos — Vide Serra dos Cariris-Novos.
Carnau'ba — Riacho na freguezia de Santa Quiteria , que
despeja no rio do Macaco.
Carnotim — Serra na freguezia da Granja, e Sobral, pouco
elevada e secca.
CAU 23
Cascavel — Villa e freguezia , formando um termo judi
cial independente, e pertencente á comarca da Fortaleza
d'onde rlista 13 leguas. Extrema p lo nascente com o Ara
caty pela s >rra Prioaca e ribeiros Imburana e Pirangy, pe
lo poente com o Aquiraz ao norte com o mar de qua
dista (lua-* léguas, e ao sul com Rusgas Baturilé, e Canindé.
Seu territorio é proprio de agricultura, e criação industrias
em 'lues-í emprego seus habitantes Foi creada freguezia com
a invocação da Senhora da Conceição, por decreto de 4 de Se
tembro de 1832, desmembrada das fre^uezias de Aquiraz e
Aracaty, e elevada a villa com o termo de sua propria fre
guezia pela resolução do conselho do governo de 5 de Maio
de 1833. Tem dous dislrictos de paz, ede policia, o da villa e o do
Sucatinga. onde tambem tem uma Capella filial. Sua população
(do termo) em 1837 andava por 13,349 habitantes, sendo:
Homens Mulheres Total
Livres . . 6,189 6,520 12,709
Escravos . 328 212 640
6,517 6,732 13,349
No triennio de 55e57 baptisíirão-se, termo médio, annual-
mente 1,050 meninos. Coniava mais de 40 fazendas de criar
em que se collectárão em 1854 1,600 garrotes, e 215 potros.
Elege 32 eleitores, e forma um collegio pertencente ao primeiro
districlo eleitoral.
Castelhanos — Praia com algumas habitações, na freguezia do
Acaracú.
Catharina — Serrota fresca no termo de Baturité, plantada de
café.
Catinga do Goes — Povoação situada na margem direita do
rio Jaguaribe, 6 leguas acima da cidade do Aracaty, de cuja paro-
chia dependeuma capella, que tem ; possueuma escola primaria.
Catolé — Serrota no municipio de Quixeramobim.
Catú — Rio que nasce na freguezia do Aquiraz, passa uma
legim acima da villa, e lança-se no mar : ha tempos tem a
barra obstruida de areias, pelo que représa até muito em cima,
e nas enchentes sangra por outra barra.
Cauhipe — Rio que nasce da serra do Joá, e do serrote das Cu
24 CAX
nhãs, dirigindo-se ao norte ; atravessa varzeas cobertas de im-
mensos carnaúbaes, passa pelo serrote de Mexira, e vai cabir
no mar, formando vima barra, que ordinariamente é entupida
pelas areias, e forma assim uma immensa represa, que alaga
pelo inverno os terrenos vizinhos. Ultimamente alguns pro
prietarios dos terrenos alagados conseguirão desobstruir a barra
ficando apenas pequena represa.
Este rio, como todos os da provincia, só corre durante o inver
no; temtres a quatro braças de largura, e de curso 10 a 12 leguas.
Caxitoré — Rio que nasce na falda meridional da serra da
Uruburetama, e depois de atravessar um sertão extremamente
secco, lança-se na margem esquerda do Curú, depois de um
curso de 15 leguas; só corre pelo inverno, e seu leito pe
dregoso difficilmente dá cacimba ; mas suas margens são ex-
cellentes para a criação.
Caxitoré — Serra no termo de S . Francisco, comarca da Im
peratriz.
Caxoeira — Villa, no sertão do Riacho do Sangue, creada por
lei provincial do 1o de Agosto de 1830, em substituição á ex-
tincta villa do Frade.
Tem uma igreja pequena, e algumas casas boas ; é a residen
cia do parocho, posto que não seja ahi a séde da matriz.
L'm paredão de pedra e cal, lançado através do rio, forma um
grande açude, que abastece d'agua os habitantes.
Tem uma cadeira primaria de meninos.
A população de seu termo, que se contém na freguezia do
Riacho do Sangue, andava em 1857 por 6,552 habitantes, sendo:
Homens Mulheres Totat
Livres . . 2,820 2,887 5,707
Escravos. 394 451 845
3,214 3,338 6,552
No triennio de 55 a 57 baptisârâo-se annualmente, termo
médio, 750 meninos. A freguezia elege 29 eleitores, e per
tence ao lu districto eleitoral. O termo é annexo ao de Qui-
xeramobim. Os habitantes deste municipio são criadores ; o
terreno, posto que secco, é proprio para criar, e em 1854 tinha
223 fazendas, em que forão collectados 2,500 garrotes e 180
potros. Tem mais de 200 açudes, e muitos delles importantes.
CEA 25
Ceará (Serra) — Os navegantes dão este nome ás terras altas
que seavistãodo mar ao occidente, e noroeste da capital, as
quaes não são outras mais que as serras de Cauhipe, Joà, Ma-
ranguape, e Aratanha (vide).
Ceará (Rio) —Nome que segundo alguns vem da palavra lupica
Ciará que significa canto da jandaia, papagaio pequeno,
grasnador, muito conhecido nesta provincia ; e segundo outros
da palavra Suia, caça, que os Portuguezes encontravão em
quantidade naquelles arredores. Presume-se que o nome da
provincia veio do rio, em cuja barra fizerão os Portuguezes
em \ 6 10 o primeiro estabelecimento no lugar hoje chamado —
Villa-Velha — . Orio nasce da serra deBaturité do lado do norte,
dos serrotes dos Ratos, dos Pocinhos, e de varios ribeiros,
que descem da serra de Maranguape de um e de outro lado.
Um dos braços que nasce da ponta do norte do serrote dos Po
cinhos com rumo de SO ., entre a serra de Maranguape a sueste
e oArrodeador, passa perto de Soure, e vemreunir-se a outro
braço, que engrossado com os riachos do Jererahú, Gavião,
e Pirapora, passa por Maranguape, e cabe no braço principal
abaixo da estrada de Soure, perto de sua foz na Villa-Velha,
legua e meia da cidade da Fortaleza ; formando um porto es
paçoso e profundo, antigamente frequentado, mas hoje impra
ticavel par causa dos bancos de areia, que o rio tem feito na
barra : apenas um estreito e incerto canal dá entrada a pequenas
lanchas, e canoas de pescaria. Da barra para cima é navegavel
por mais de legua com maré cheia : as margens são baixas,
cobertas de mangues, e sempre alagadas. No lugar Villa-Velha
(hoje sitio do Gouvêa) existem restos de antigas construcções
dos Portuguezes, e Hollandezes. Ainda hoje se chama cães do
Hollandez um aterro que lá existe. O rio com suas sinuosi
dades tem mais de 20 leguas de curso.
O braço Occidental, que costeia a serra de Maranguape, corre
pelo sertão de criação que se chama Ribeira, e só tem agua pelo
inverno ; o outro braço chamado Manranguapinho, engrossado
por varias correntes permanentes da serra de Maranguape,
ainda nas maiores seccas corre até uma legua distante da serra
por um terreno fertilissimo, e plantado de cannaviaes, chamado
Ypús de Maranguape.
Ceará (Provincia) — Nome talvez do rio do mesmo nome (vide)
situado entre 2o 45' e 7o 15' de lat. meridional; 2" 30' e 6o 40'
de long. oriental do meridiano do Rio de Janeiro ; segundo
a carta corographica do coronel Conrado.
26 CEA
Limites. — Ao N. e NE. o Atlântico, a la província do
Riu-Grande do Norte, aoS. aParahyba, e Pernambuco, ao O.
o Fiauhy paio ribeiro Luara^su e a cordilheira da Ibiapaba.
Dimensões. — Sua maior extensão marítima, desde o Mos-
soró ao sul até o Iguarass&ao norte é de 116 léguas ; d^ Igua-
rassú até o Araripe é de 1301e,"ia* : sui largura média éde
70 a 8í) leguas; superfície 3,623 leguas qua Ira las. segundo
a carta de Conrado Niemeyer com um desenvolvimento de fron
teiras de 3i»3 léguas, sendo 1 16 de costa, 130 de extrema com
Piauhy, 51 com Pernambuco, 30 com a Parahyba, e 70 com o
Rio Grande do Norte.
Fun 'ação. — O territorio desta provincia fazia parte da ca
pitania do Maranhão, doada ao historiador João de Barros. Foi
principiada a colonisar por Pedro Coelho de Souza, que depois
de uma excursão até a Ibiapaba, fundou na margem do Jagua-
ribe uma colónia, que logo depois abandonou. Martim Soares
Moreno, nomeado capilão-mòr pelo governo geral do Brasil foi
mandado do Rio- Grande em 1610 fundar uma colónia, que as
sentou na barra do rio Ceará no lugar chamado - Villa-Velha— ;
foi tomada em 1637 pelos Hollandezes, queforãopor sua vez
expulsos pelos indigenas em 1644. Esta provincia eraoccu-
pada pela grande nação tupy, dividida em muitas hordas com
diversos nomes, eao noi te, e talvez o centro, pelos Pitaguarés.
Com a creação do chamado Estado do Maranhão em 1024,
ficou ella pertencendo áquelle Estado, e não se sabe quando
passou para Pernambuco, talvezcom a extincção daquelle Estado.
Unida a Pernambuco, como capitania suhalterna, ficou inde
pendente pelo alvará de 17 de Janeiro de 1799. Seu primeiro
governador foi o chefe de esquadra Bernardo Manoel de Vas-
concellos, e o ultimo foi Robim em 1822. Seu primeiro presi
dente foi o tenente-coronel Pedro José da Costa Barros .
Clima e salubridade. — O clima é húmido, e quente no li
toral ; e no sertão secco e quente ; mas geralmente salubre, e
macio, á excepção do sertão no rigor do verão, onde o calor
durante o dia é bastante forte, o que todavia é compensado pela
frescura das noites, sempre bellas, e claras ; nas serras e praias é
sempre fresco pela elevação daquellas, e nestas pela viração do
mar. Só tem duas estações: a chuvosa, chamada inverno, que
começa regularmente de Janeiro a Março, e dura até Junho ; e a
secca ou verão que dura o resto do anno. O maior calor não sobe
no sertão, á sombra, de 37o, e nem desce de 19" centigrado. As
estações nem sempre correm regulares, e por vezes tem deixado
CEA 27
de chover um anno, e alé dous; então a secca assola os gados e
a população.
As maiores de que hi nolicia forão nos annos de 1724,
1778, 179-2. 1825 e 1845.
Aspecto physico. — .\ face do terreno é geralmente designai ; na
costa é baixo, e quasi alugado; vai -se porém elevando gradual
mente alé a cordilheira da Ibiapaba, ondeattinge a elevação de 2
a 3 mil pés acima do nivel do mar ; ap irte inlerior, que se cha
ma serlão, é aberta em grandes tabuleiros e várzeas, algumas
onduladas de serroles, e oiteiros pedregosos, e de varias serras
frescas.
O terreno é geralmente fertil, e muiloproductivo, proprio
para a criação de gados, sua principal industria, e para a agri
cultura, que vai-se desenvolvendo progressivamente.
Orographia. — Suas serras principaes são: Ibiapaba que cir
cula a provincia com osdiversos nomes de Serra-firande dos Co
cos, de Caralhiús, Araripe, Cariris e Apody ; e mais as de Maran
guape, Aratanha, Acarape, Baturilé Machado, Uruburelama,
Meruoca, Cosmes. Santa Rita, Bastiões, Boa-Vista, etc (vide).
Hydrographia.—Qs rios principaes são: o Jaguaribe, oCurú,
o Aracaty-assú, o Acaracú, e o Camocim, ou Curuiahú.
Portos. — Amarração, Camocim, Jericuaquara , Acaracú,
Mundahú. Curú (Parázinho) , Fortaleza , Mucuripe, Iguape ,
Aracaty (vide).
Producção, industria e commercio. — Na parte mineralo
gica encontra-se ouro em varias partes , prata, plumbagina ,
•chumbo, ferro, antimonio, amianto, arsenico, antracito, mar
more, calcareo, porphyros, diversos crystaes, nitreiras, e salinas
em toda a costa. Entre as planias muitas medicinaes, como a
quina, ipecacuanha; de tinturaria, marcenaria, e de construcção,
como a carnaúba que cobre extensas varzeas, e outras muitas
resinosas, como a maniçoba, oleosas, e fructiferas.
Cnltiva-se café e canna, algodão, mandioca e legumes. En
tre os animaes achão-se todos os silvestres das provincias vi
zinhas, e cria-se muito gado vaccum, cavallar , muar, cuja
producção média no Iriennio de 1857 a 1859 foi calculada
em 189 mil cabeças de vaccum, e em 23 mil de cavallar.
Estatística. — 1.o Seu movimento commercial só pelo porto
da capital foi em 1857 de 2,082 contos de importação, e
exportação. Pelos outros portos, e por terra devia triplicar.
Seu movimento maritimo no mesmo anno foi de 151 navios
entrados, e sahidos do porto da capital, e de 91 do Aracaty.
28 CEA
Finanças. — 2.o As rendas publicas no mesmo anno derão
837 contos, sendo :— geral 427, provincial 371 , municipal 39.
População absoluta. —3.o Em 1857, segundo o calculo fun
dado em arrolamentos imperfeitos, era de 486,000 habitantes,
sendo :
Homens Mulheres Total
Livres . . 221,499 232,419 453,918
Escravos . 16,675 15,615 32,290
238,174 248,034 486,208
Representação. — 4.o 4 senadores, 8 deputados geraes elei
tos em 3 districtos, 32 deputados provinciaes, e 1 ,264 elei
tores.
Força publica. — 5. 0 Um meio ^batalhão de linha para
guarnição, um corpo policial, e 8 commandos superiores de
guarda nacional, a saber :
Meio batalhão com .... 350 praças.
Corpo policial 210 »
Guarda nacional 31,412 »
Instrucção publica. — 6." Um lycêo com 8 aulas prepara
torias, 6 latinas avulsas, e 126 primarias.
Divisão ecclesiastica. —7.o Toda a provincia forma um bis
pado creado pela lei de 10 de Agosto de 1853, e confirmada
pela bulia Pro animarum salute do SS. Padre Pio IX de 8
de Junho de 1854.
Aindanãofoi inaugurado, posto que já eleito o bispo D. Luiz
Antonio dos Santos : conta por ora uma vigararia geral foranea
e 34 parochias colladas (*).
Divisão civil. — 8.o 30 municipios, sendo 9 cidades, e 21.
villas.
Divisão judiciaria. — 9." 14 comarcas; e 19 termos judiciaes
independentes. — As comarcas com seus termos são as se
guintes :
(") Foi inaugurado o bispado em 16 de Junho de 1861, tomando posse delle por procu
ração do respectivo bispo o Rev1"". visitador conego Antonio Pinto de Mendonça.
CEA 29
1 COM 3 DEPUTADOS GERAES E 12 PROVINCIAESo DISTRICTO ELEITORAL
Of£
c/i
U
IRIAS SCIAS
coC
coOí-
Cri;omai iTEGC ■<
CS BSTRK
es w OÈã
O Cd Et, a
i Capital . . Cidade 3" Fortaleza e Cascavel. . 12
2 Aracaty. . » 2' A racatye Russas (cidade) 2 10
3 Quixeram . » r Quixeramobim .... 2 7
Inhamúm. Villa r Tauhã e Varia i ereira 3 7
5 faboeiro . » r 3 6
2o DISTRICTO ELEITORAL COM 3 DEPUTADOS GERAES E 12 PROVINCIAES
CACO
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6 Sobral . . Cidade 2" Sobral e Acaracú. . . /l 8
7 lpú . . . Villa 1* 1 4
8 Granja . . Cidade 1* 1 A
9 Viçosa . . Villa r 1 3
•
10 Imperatriz » i- 2 6
11 Balurité . Cidade i" Baturité e Canindé . . 2 U
3o DISTRICTO ELEITORAL COM 2 DEPUTADOS GERAES E 8 PROVINCIAES
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ia o H CO
O H s
12 Crato. . . Cidade 1" 3
13 Jardim. . Villa 1" 2 5
14 Icó. . . . Cidade 2* 3 7
Total — 1Z| comarcas, 19 termos, 3/i freguezias c 87 districtos.
DivisãoeleitoraldaprovindadoCearáemÍ86O,segundooderreto
de7deSetessalírssde1SGO
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£*-SI
C0LLF6I0S
DEQUESECOMPÕEM
(VINTEEOITO)
Cso IO
o oH O
Fortaleza,cidadeMaranguape,villa.
Aquiraz,villa. Cascavel,villa..Aracaty,cidade.
S.Beranrdo,cidade,
Quixeramobim,cidade.
Caxoeira,villa..
FREGimiSDECADAC0LLEG10
S.JosédaCapital
N.SenhoradaPenhadeMaranguape
S.JosédoAquiraz
N.SenhoradaConceiçãodeCascavel
N.SenhoradoRosariodeAracaty
N.SenhoradoRosariodeS.Bernardo
SantoAntoniodeQuixeramobim.
N.S.daConceiçãodoRiachodoSang
(N.Senhora<loRosariodoTauhà.'S.Senhora(iaPazdeArneiroz.
IN.SenhoradaPurificaçãodoSabociro.(S.SenhoradoCarmodeS.Matheus
\SantaAnnadoAssaré......
MariaPereira,villajIN.SenhoradaGloriadeMariaPereira
níS.JoãodoPríncipe,villa
Sabueiro,villa
VOTANTES
QUESERVIRÃO
DEBASE
PELANOVALEI
71 43 262 ,, , ,
22 262 ,
24 122,
,,2,,2,2 7,8 ,,22 ,221
,22,2, ,2,
20 ,46622
801,20,
22
ELEITORES
depu-idepu-tados|tados
PROVIN ClAES
GE-
RAES
2
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iBaturité,cidade.
(Canindé,villa..
IImperatriz,villa.
Js.Francisco,villa
IGranja,villa... [Viçosa,villa...
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u CO
ob o *1
Icó,cidade, iTelha,villa.
ILavras...
'Pereiro,villa (Crato,cidade.'.lardim,villa.
Milagres...
Sobral,cidadeIN.SenhoradaConceiçãodoSobral.
SantaQuitéria,villa(SantaQuitéria
...,.„„\SantaAnnadoAcaracií......
Aca,aÇ"'Vllla]SantaAnna
N.SenhoradaPalmadeBaturité..
S.FranciscodeCanindé
N.SenhoradaAmontadadalmperat.N.SenhoradaPenhadeSantaCruz.
S.JosédaGranja
N.SenhoradaAssumpção
S.GonçalodaSerraaosCocos...N.SenhoradaExpectaçãodoIcó.
SantaAnnadaTelha......S.VicentedeLavras
9.CosmeeS.DamiãoN.SenhoradaPenha
t,K11-ii)Santo.Antomo...
iarbaha,vila<c,.," ...-
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elha.SantoAntoniodoJardim.
N.SenhoradosMilagres.
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2
32 CON
Cliinôaquê — Riachão, na freguezia do Canindé , affluente do
Ceará.
Choró — Rio ; nasce na serra da Marianna (termo de Canindé),
rodeia a extremidade meridional da serra de Baturité, cor
rendo de poente a nascente ; depois afasta-se delia n'um an
gulo agudo, corre de sudoeste a nordéste até o oceano, rece
bendo varios vertentes de Baturité, passa 2 leguas a leste da
villa de Cascavel, elança-se no mar por 2 bocas chamadas Velha
e Nova entre Aracaty, e Cascavel, de que forma as extremas,
depois de um curso de 45 leguas. Suas margens são frescas, e
proprias de cultura de canna e mandioca.
Cobras — Serrota de pedras, na freguezia de Santa Quiteria.
Coro — Rio, que nasce na serra d'Aratanha, e depois de um
curso de 8 leguas lança-se no mar a léste da ponta do Mu-
curipe, a 2 leguas da Fortaleza.
Cococy — Povoação, no termo de Tauhà (Inhamum), formando
um districto de paz, com uma capei la filial á matriz de Arneiroz ;
seu terreno ao pé da serra da Ibiapaba é excellente para criar
gados : sua população em 1858 era de 4,084 habitantes.
Cocos— Vide 5. Gonçalo.
Cocos — Parte da serra da Ibiapaba onde era a antiga freguezia
de S. Gonçalo, hoje do Ipú.
Codadé — Riacho no municipio de Maria Pereira, que com
20 leguas de curso, despeja 3 abaixo da villa no rio Banabuihú.
Coité — Povoação com capella filial á freguezia de Milagres, cujo
termo pertence á comarca do Jardim.
Collares — Lagoa na freguezia do Crato.
ColuntinjuEm — Serra, em continuação da de Maranguape, na
parte mais occidental desta, distante da villa de Maranguape
2 leguas.
Conceição — Lagoa, na freguezia do Riacho do Sangue.
Conceição — Riachão, que nasce da serra do Machado na
freguezia do Canindé, e despoja no rio Curú.
Conceição úa Meruoca — Povoação, situada na serra da
Meruocâ, e no districto da freguezia de Santa Anna, a cuja
matriz é filial uma capella que tem : tem igualmente uma ca
deira primaria para meninos.
CRA $§
Condadú — Rio, que nasce da serra do Mocuim, e Flamengo,
e entra no Jaguaribe, abaixo de Arneiroz.
Contendas — Rio, na freguezia de Santa Anna, affluente da
margem esquerda do Acaracú.
— Outro do mesmo nome, na freguezia de Santa Quiteria ,
affluente do Jacurutú. . (
Corihú ou Carilrá — Serra, no termo do Saboeiro, ramifi-
ção da Ibiapaba ; é fresca, fertil, e dá nascença ao rio deste nome.
Corredeira — Serrota, no termo, de Viçosa, é uma ponta do
Ibiapaba, que se estende a léste.
Corrente — Serrota, entre as freguezias da Imperatriz e Santa
Quiteria, em que se planta legumes.
Covão — Serra, na freguezia da Viçosa ; é uma ponta da Ibia
paba que se estende ao nordéste.
Crato — Comarca , termo , municipio , freguezia , e cidade.
A antiga missão de Miranda, habitada por diversos indios,
administrada por missionarios capuchinhos, foi em 1762 ele
vada a vigararia amovivel; em 1764 erecta emvilla, e em 1768
creada freguezia sob a invocação de Nossa Senhora da Penha.
Os indios que a habitavão íorão em 1780 tirados pelo cor
regedor José da Costa Dias e Barros, de ordem do capitão-
general de Pernambuco José Cesar de Menezes, porque cau-
sárão damno aos vizinhos.
Comarca (de 1a entrancia)—Pelo Alv. de 27 de Junho de 1816
foi separada da do Ceará (Fortaleza) á" comarca do Crato, com-
prehendendo as villas então de Quixeramobim, Inhamum, Icó,
Lavras, e Jardim. Hoje compoe-se do seu municipio, e da
Barbalha. Tem 1 juiz de direito, 1 promotor, 1 só termo
judicial , S ofíicios de justiça , e 3 escrivães , 3 freguezias
(Crato, Barbalha, e Missão-Velha ) e 6 districtos. A população
da comarca em 1858 era de 41,896.
Termo — Comprehende os mesmos limites da comarca com
o annexo da Barbalha.
Município — Além dos limites da freguezia, compreheode
mais o districto de Santa Anna do Brejo-Grande, que faz hoje
parte da freguezia do Assaré.
Limita-se ao N. com o Exú pelo Araripe, ao S. com Lavras no
sitio S. Domingos, a L. com a Barbalha no sitio Romualdo, ao
SO. com o Assaré no engenho da Serra, e a SE. com Missão-
Velha no sitio Carité; tem 16 léguas de N. a S. sobre 8 de lar-
?
n CRA
gura, com uma superficie approximada de 110 leguas qua
dradas.
O territorio do Crato fica no valle do Cariri, ao pé da montanha
do Araripe, de cujas faldas rojão veias d'agua que em varios
corregos banhão abundantemente aquelle solo fertilisimo, e
rico de producção. A canna, legumes, mandioca, e, nas faldas
da serra, o café, dão como em parte alguma. A agricultura
é a industria principal do paiz ; e para ali correm, não só
a proverem-se de mantimentos como a refugiarem-se das seccas,
os habitantes dos sertões vizinhos da Bahia, Pernambuco, Rio-
Grande do Norte, Parahyba, e Piauhy. O valle do Cariri é,
sem exageração, semelhante a esses oásis da Libia, para onde
correm os Árabes do deserto. Em consequencia da secca que
ha tres annos assola os cemros das provincias vizinhas, uma
população immensa tem emigrado para ali ; e presume-se que
terá hoje o duplo da que se calculara em 1858, que era de
18,230, sendo :
Homens Mulheíes Total
Livres. . . 7,690 9,214 16,904
Escravos . 692 634 1,326
8,382 9,848 18,230
O movimento desta população nos seis annos passados era,
termo médio, baptisamentos 866, e casamentos 183.
Elege 50 eleitores, e faz parte do 2o districto eleitoral,
tem dous batalhões de guarda nacional, e um commando
superior.
Conta-se no Crato mais de 120 engenhos que pela maior
parte fazem rapaduras que exportão para os sertões vizinhos,
e cria-se algum gado ; em 1854 contava-se 83 fazendas na
freguezia, em que se collectárão 538 garrotes, e 38 potros,
Tem os povoados do Lameiro, e Joazeiro, que são districtos
de policia. A cidade do Crato tem 520 casas de telha, e
600 de palha, 1,120 ao todo, e nos arredores outro tanto;
consome diariamente de 6 a 8 rezes. Acha-se situada sobre
o riacho do Granjeiro, abundante d'agua, em 7o 14' 2" de
lat. meridional, 4o 2' de long. oriental do meridiano do
Rio de Janeiro: dista da capital HO leguas, do Icó 30;
entretem grande commercio com o Aracaty por via do Icó.
Tem uma aula latina, 3 primarias, sendo uma de meninas:
na cidade, além da matriz, tem a capella de S. Vicente, e uma
çasa de camará com uma prisão horrivel.
tf • • f*
Criolos — Serrota fresca, no termo de Baturité, plantada de
café.
Croata — Riacho no termo do Jardim, que sahe da grande
fonte deste nome , e reunido ao Sombra e Cafundó rega a
villa do Jardim, desce por Milagres, e com outros affluentes
forma o riacho dos Porcos, que entra no Salgado, abaixo de
Missão-Velha tres leguas.
Cruz — Vide Quixopó ou Cachoço.
Cruz — Rio, na freguezia do Saboeiro, por outro nome cha
mado Conceição (vide).
Cambe — Morro perto do Aracaty, junto á costa, notavel por
que se ouve sempre ruido em baixo, e por vezes tem os-
cillado, e revolvido as arêas de que se compõe. Parece agi
tado por alguma acção volcanica; tem ao pé uma fonte
thermal.
Cancãs — Povoado com uma capella filial á freguezia de
Milagres (comarca do Jardim), e forma úm districto policial.
Cunhas — Serrotes, no termo, e freguezia da Fortaleza, na
ribeira de Cauhipe, perto da serra do Joâ, d'onde nascem
os rios Cauhipe, e Anil.
Curiahú — Rio que rega a comarca de Granja, e forma o
porto do Camocim. — Vide Camocim.
Curú — Rio que nasce na serra do Machado (termo de Qui-
xeramobim), desce rumo de norte, passa entre os serrotes
Santa Anna, e Gavea-Grande, recebe o rio Canindé á direita,
já engrossado pelo Capitão-Mór ; pouco abaixo, e do lado es
querdo o Caxitoré, e mais adiante o Santo André, e finalmente
entra no oceano no lugar chamado Pará do Norte, formando um
porto accessivel a pequenos navios. Este rio tem para mais
de 50 braças de largura na passagem da estrada que vai
para a Imperatriz, e de curso mais de 45 leguas : só corre
durante o inverno.
Curuiuatam — Riacho aurifero, no termo do Ipú.
36 FAE
D
D. Anna — Serra nas freguezias da Telha, eS. Matheus ; e fresca
e cultivada.
Defuntos — Riacho na freguezia de S. Matheus, que despeja
no rio Carihú, notavel pelas mortes que nelle houverão, e que
lhe derão o nome.
Diamante — Riacho no termo de Ipú ; nasce da Serra-Grande,
corre para o sudoéste, e despeja no Poty, na freguezia do Prin
cipe Imperial (Piauhy).
Dons Irmãos — Serrote no municipio de Santa Quiteria,
pedregoso, e secco, com dous picos agudos, bastante elevados.
. E
Embnranas — Povoado na freguezia de Milagres, distante da
villa 12 leguas, e 96 da capital.
Encantada — Lagôa no termo de Âquiraz, com mais de uma
legua de extensão, muito piscosa ; nella encontrão-se jacarés, e
sçcurujubas.
Epoeiras—Ribeirão no termo de Canindé, o qual nasce na serra
de Baturité, e engrossa o rio Canindé.
Estevão — Povoação na serra deste nome com uma Capella
filial á matriz de Quixeramobim.
Estevão — Serrota no municipio de Quixeramobim ; cultiva-
se nella legumes e algodão.
Eusebio — Lagôa pequena e piscosa no districtodeMecejana.
F
Fabrica —Povoado na freguezia do Crato, distaute desta cidade
3 leguas, e 112 da capital.
Fael — Rio affluente do Jaguaribe, por outro nome Faé (vide) .
FOR 37
Faíscas — Serrotas areadas, no termo de Baturité.
Favella — Riacho no termo do Tauhá ; nasce na serra das Gua
ribas, e, depois de 10 leguas de curso, entra no Jaguaribe pela
margem esquerda, uma legua abaixo da villa.
Flamengo—Serra no termo do Saboeiro,seccae pouco cultivada.
Flores — Serrota no termo de Granja.
Flores — Povoação com uma capeUa dedicada a Nossa Senho
ra do Carmo, filial á villa de S. JoSo do Principe, de que dista
5 leguas. Foi freguezia: mas extincta, por lei provincial, voltou
outra vez a fazer parte da freguezia de S. João do Principe:
forma um districto de paz e subdelegacia. Seu territorio, como
de todo o Inhamum, é excellente para criaçfio.
Fonseca — Lagóa na freguezia da Telha, muito piscosa.
Fortaleza — Comarca, municipio, freguezia e cidade, capital
da provincia : nome devido ao forte de Nossa Senhora da As
sumpção, levantado por Martini Soares Moreno, fundador da
colonia do Ceará em 1611, onde existe a fortaleza deste nome,
edificada em frente da cidade pelo governador Sampaio, em 1816.
Comarca — Estende-se pela costa desde a foz do Pirangy,
22 leguas ao sul da capital, até á barra do Mundahú, 32 leguas
ao noroeste, com uma largura média para o interior de 6 a
12 leguas. Comprehende famosos terrenos agricolas, como as
serras da Aratanha e Maranguape, e os alagachços do litoral, e
excellentes campos de criação ; superficie approximada, 260 le
guas quadradas.
A antiga ouvidoria do Ceará, que fazia parte da de Pernambuco,
foi separada por carta regia de 1 7 1 1 , formando uma comarcacom
a da Parahyba; pela provisão do conselho ultramarino de 8 de Ja
neiro de 1723 foi creada comarca independente cuja cabeça era
Aquiraz.
Em 1810 foi creada a vara de juiz de fóra da Fortaleza, com
o termo da comarca actual. Em 1833, por occasião da execução
do Codigo do Processo, foi dividida a provincia em 6 comarcas,
ficando a da Fortaleza comprehendendo, além do districto actual,
mais Baturité, e Imperatriz, e com duas varas, uma do riveí
qne foi depois extincta, e outra do crime.
A assembléa provincial separou depois Baturité e Imperatrw.
Presentemente a comarca, que é de 3a entrancia, comprehende
dous termos independentes (Fortaleza e Cascavel), edous aaae
S8 FOR
xos.Maranguapeá Fortaleza, e Aquiraz á Cascavel. Comprehende
4 municipios e 4 freguezias ; tem 1 juiz de direito, 1 promotor,
2 juizes municipaes e de orphãos letrados, 24 juizes subs-
' titutos, 11 officios de justiça, 8 escrivães, tabelliães, 12 dis-
trictos.de paz, 4 delegacias, 12 subdelegadas, uma população
que em 1857 andava por 73*585 habitantes, sendo :
Livres Escravos
Homens. . . . 34,277 3,518
Mulheres . . . 33,473 2,317
67,750 5,835
No triennio de 1852 a 1854 tinha a comarca 420 fazendas
de criar, e forão collectados, termo médio, 6,038 garrotes, e
704 potros.
Município — Estende-se no litoral , desde acima da foz do
Cocó , duas leguas da capital , até a foz do Mundahú ,
32 leguas, com a largura de 2 a 12 leguas para o interior :
comprehende uma só freguezia , tem um juiz municipal, e
. de orphãos : as rendas de sua municipalidade sobem a 20 con
tos. Sua população andava em 1857 por 33,355 habitantes,
sendo :
Homens Mulheres Total
Livres. . . 16,084 14,562 30,646
Escravos . 1,676 1,033 2,709
17,760 15,595 33,355
A maior parte dos terrenos, que ficão todos no litoral, são
próprios de agricultura, e os seus habitantes são na maior parte
agrícolas, sendo limitada a criação de gado.
Freguezia. — Creada por provisão de 6 de Agosto de 1761,
desmembrada da de Aquiraz, comprehende os limites do
municipio ; seu orago foi S. José , e depois tambem Nossa
Senhora da Assumpção ; em 1835 forão-lhe annexadas
as antigas freguezias de indios de Arronches, e Soure, hoje ca-
pellas flliaes.
Sua população é a mesma do municipio, que em 1857 andava
por 33,355 ; fóra da cidade tem as capellas flliaes de Arron
ches, Soure, Siupé, Parázinho e Trahiry : faz parte do Io dis-
tricto eleitoral, e dá, segundo a nova lei, 71 eleitores. Na as
39
sembléa provincial appareceu um projecto para se dividir em 3 ;
mas não teve seguimento. 0 termo médio dos seus baptisados
no triennio de 1855 a 1857 foi de 1 ,500; de casamentos 216 ;
regulando um baptisado por 22 a 23 habitantes, e um casamento
por 154. Limita- se presentemente com a de Maranguape de sul a
oeste, Canindé ao oéste, Santa Cruz, e Imperatriz ao noroéste.
Cidade e capital — Séde tambem do bispado, freguezia, ter
mo , municipio, comarca, e do Io districto eleitoral da pro
vincia. Principiada em 1611 no lugar Villa-Velha, por Mar-
tim Sores Moreno, e passada depois para o lugar do forte da
Assumpção, que deu o nome á cidade, situada em 3o 42' 58"
de latitude meridional, e 38o 37' 30" delong. occidental de
Grenw. sobre uma pequena enseada, junto ao forte de seu nome,
formado por um arrecife, que hoje está quasi todo areado;
foi elevada á villa em 1726, á cidade em 1823 com a deno
minação de Nova Bragança, que nunca foi usado, a um legua
da ponta do Mucuripe ao léste, e quasi duas da barra do rio
Ceará ao noroéste; sua população não tem sido arrolada ha
muitos annos ; mas approxima-se de 15 a 16 mil almas, sendo
menos de um decimo escrava ; consome, termo médio, dia- .
riamente 16 bois. É bem edificada em uma planicie arenosa e
igual ; suas ruas espaçosas são tiradas acordão e elegantemen
te calçadas. Conta para cima de 800 casas de tijolo, sendo
destas 60 sobrados, e fóra do alinhamento mais de 1,600
cobertas de palha, em que morão os habitantes menos favo -
recidos da fortuna. Tem 14 edificios públicos importantes, como
o espaçoso palacio do governo, o hospital da Misericordia, os
quarteis militares (de 1a linha e policia), a cadeia, o paço da
municipalidade, a matriz, hoje cathedral, e mais 3 igrejas,
e algumas capellas não concluidas; as thesourarias geral e
provincial ; a alfandega, o armazem da polvora, o cemiterio ,
um chafariz, e 3 cacimbas publicas. Uma das suas 7 praças,
a de Pedro II. está plantada de frondosas arvores : no porto
tem um pharol na ponta Mucuripe : além de um lycêo de
preparatorios, tem mais 8 aulas primarias, 4 para cada sexo,
frequentadas por uns 800 meninos
Sua alfandega (única daprovincia) despachou por importação
, e exportação 2,080 contos em 1857, e por seu porto entràrão e
sahirão 151 navios, sendo 13 de longo curso, e 138 de grande
cabotagem , lotando para mais de 15 mil toneladas.
Toda a producção agricola das comarcas da Fortaleza, Ba-
turité e Imperatriz corre ao mercado da capital, que exporta
para cima de 250 mil arrobas de café, assucar, e algodão. Da
*0 GRA
capital partem estradas de carro para o Aracaty ao suéste, Ba-
turité a oéste e Imperatriz ao noroeste. A temperatura média
da capital, á sombra, em tres annos de experiencia, regula
26,7 de centígrado ; e ao sol 35,3. Sua humidade média ob
servada em 15 mezes regula por 73,5 de Soussure, desde 55
mínimo na secca, até a radical da humidade pelo inverno : a
pressão atmospherica ao nivel do mar varia de 756 a 760 do
barometro ao zero da temperatura. Segundo observações
de 11 annos chove, termo médio, na cidade da Fortaleza 92
dias, e 1,500 millimetros d'agua, quasi 56 pollegadas.
Frade— Riachão, na freguezia de Santa Quiteria, affluente do
rio dos Macacos.
Frade— Povoação no centro da provinda, antiga villa, e ainda
hoje séde da matriz do Riacho do Sangue.
Foi possuido esse lugar por um frade do Carmo, e daqui veio
o nome de Frade á povoação, que foi elevada â villa em 1833, e
por lei provincial do 1o de Agosto de 1850 transferida a villa para
a povoação da Caxoeira da mesma freguezia (vide) .
Franca — Serra, na freguezia da Telha, a léste da villa, cul
tivada.
Frexeiraai— Enseada na costa, no termo da Imperatriz, um
pouco a léste da barra do Mundahú.
0
Gadelha — Lagôa, na freguezia da Telha, muito piscosa.
Gamelleira — Pequeno povoado, sobre a Serra-Grande, na
freguezia do Ipú.
Genipapeiro — Riachão na freguezia de Missão-Velha, que
despeja no Salgado.
Goiana— Serrota no termo da Granja.
Gorgory— Serrota fresca no termo deBaturité, plantada de café.
Granja— Comarca, termo, municipio, freguezia e cidade.
Os limites são os mesmos para todas essas divisões.
Comarca— Foi creada, desmembrada da de Sobral, por lei
provincial de 23 de Novembro de 1843, com o termo annexo da
Viçosa, que ultimamente foi tambem elevada á comarca. Só tem
hoje o termo de seu nome.
Tem um juiz de direito, um promotor, um juiz municipal e de
orphãos, tres ofíicios de justiça e dous escrivães, um delegado,
tres districtos de paz e policiaes.
Villa — Foi creada por ordem do capitão-general de Pernam
buco, de 5 de Julho de 1779, e elevada á categoria de cidade por
lei provincial de 18S6.
Seu municipio só comprehende a freguezia de seu nome.
Freguezia— Por provisão de 30 de Agosto de 1757 foi des
membrada da de Sobral com a invocação de S. José.
Seus limites são ao N. o rio Iguarassú, que faz barra quasi na
foz do braço oriental do Parnahyba, onde fica a povoação da
Amarração, 30 leguas da cidade; ao sul o Acaracú e Santa Anna,
a léste o oceano em 10 leguas, e ao oéste Viçosa em 12.
Tem 38 leguas de costa; 40 leguas de norte a sul, sobre
20 desigual a léste a oéste, com uma superficie approximadade
450 leguas quadradas.
Foi um antigo curato de Curiahú, nome do rio que atravessa
a freguezia.
Seu territorio em grande parte é do litoral, em outra monta
nhoso, e em outra de sertão, onde se cria gado ; tanto nas praias
como nas serras planta-se legumes, mandioca,- canna e algodão.
Seu terreno tem minas de salitre em varias partes.", de prata
no serrote de Ubajarra, onde houve no seculo passado uma mi
neração por ordem regia, e até ouro se tem encontrado no lugar
em que está a cidade.
No brejo do Burity, a 7 leguas da cidade, ha um lugar em que de
» tempos a tempos arde um fogo subterraneo, fazendo fendas no
solo por onde sahe espesso fumo ; tambem se tem sentido na-
quella cidade varios ligeiros tremores de terra, havendo noticia
de quatro, nos annos de 1810, 1846, 1831 e 1855.
Somente no seu termo se encontra a arvore do sebo, que dá
um fructo, de que se extrahe facilmente uma substancia oleosa,
de que se servem os moradores para luz e sabão.
Em 1853 tinha 400 fazendas de gado em que forão collectados
5,728 garrotes, e 533 potros.
Sua população, que se oceupa em parte da agricultura, em
parte de criar, e em parte de pescar, afóra a da cidade, que se
oceupa do eommercio, era em 1858 de 23,543 habitantes, sendo :
GUR
Homens Mulheres Total
Livres .
Escravos
11,232
522
11,352
537
22,584
1,059
11,754 11,889 23,643
Elege 39 eleitores, e faz parte do 2o districto eleitoral ; tem
dous batalhões de guarda nacional, e um commando superior.
O movimento de sua população foi em 1858: em baptisados
716, e em casamentos 85.
Ha na freguezia 7 povoações que são outras tantas capellas
flliaes, a saber : Pedrinhas, Livramento do Pará, Santo Antonio
do Iboassú, Santo Antonio de Padua do Olho d'Agua do Boassú,
Nossa Senhora da Penha da Barraquinha, Varzea-Grande e
Tubarão.
A cidade se acha collocada na margem occidental do Camocim,
em 3o 25' de lat. sul, e 43o 9' de long. de Paris, a 7 leguas da
barra, onde o rio faz um excellente porto, o melhor da provincia ;
os navios sobem até muito perto da cidade.
Dista 70 leguas a esnoroéste, da Fortaleza, e 12 a nornordéste
de 'Villa-Viçosa.
Em seu porto entrão quatro vezes por mez os vapores das com
panhias Maranhense e Pernambucana, além de pequenas sumacas
que fazem o transporte entre Granja, Maranhão, Fortaleza e
Pernambuco. Sua exportação em sola e couros andou em 1859
por 30,000.
Tem duas escolas primarias, uma para cada sexo.
Granjeiro — Rio, no municipio do Crato, um dos abundantes
correntes do Araripe, que regão o Valle do Cariri; banha a
cidade do Crato, e fórma uma das cabeceiras do Salgado.
Giiaiuba — Pequena povoação ao pé da serra d'Aratanha
do lado do sul, na estrada de Baturité, a 6 leguas da ca
pital ; é cortada pelo rio do seu nome, que tambem se chama
Aratanha (vide) e rio Formoso.
(«tiaj irú (vide Ilha de) — Na costa desta provincia.
Guaribas — Serra, entre as freguezias de Tauhà, e de Maria
Pereira, onde se cultiva algodão, e legumes, com 20 leguas
de comprimento. Toma diversos nomes n'outras partes.
Gurahiras ou Groairas — Rio : tem nascimento nas
ICO 43
terras altas que. dividem o districto de Quixeramobim, e
termo de Santa Quiteria, e entra pela margem esquerda
no rio Acaracú , 5 leguas acima da cidade de Sobral ,
depois de um curso de mais de 30 leguas. Todas as suas
aguas pertencem á freguezia de SaDta Quiteria, e é terreno
de excellente pasto, e quasi todo occupado por fazendas de
gado do senador Paula Pessoa.
I
Ibatuba— Rio que nasce da ponta do noroéste da 'biapaba, e
reune-se com o Timonha, perto de sua barra.
Ibiapaba— Vide Serra da Ibiapaba.
Ibiapina— Povoação situada na serra da Ibiapaba, 10 leguas
distante da Villa-Viçosa para o SO., com uma capella curada da
invocação de S. Pedro, filial á mesma villa.
Era uma das antigas aldeias dos indios missionados pelos
Jesuitas ; ainda hoje a grande parte de sua população é dessa
raça.
É terreno fertil e agricola.
Forma um districto de paz e policial, e tem uma escola
primaria.
Iboassú ou Hiboaçú — Vide Santo Antonio do Iboassú.
Icò — Comarca, termo, municipio, freguezia e cidade, no centro
da provinda, a 78 leguas da capital, sobre o rio Salgado.
Comarca — Comprehende além de seu termo mais o da Telha
na parte criminal ; tem um juiz de direito, um promotor, e é de
segunda entrancia ; foi creada em 1833 ; a população de toda a
comarca era em 1857 de 59,270 habitantes, inclusive a da Telha.
Termo — Judicial, compõc-se de seu municipio e dos annexos
do Pereiro e Lavras. Tem um juiz municipal e de orphãos.
Município e freguezia — Os limites são os mesmos ; ao norte
o Riacho do Sangue e Telha, ao O. Lavras, ao sueste Pereiro ; foi
creada freguezia com a invocação de Nossa Senhora da Expec
tação por provisão de 6 de Abril de 1764 ; villa em 2 de Maio
de 1738, por ordem regia de 20 de Outubro de 1736. A extensão
hoje de sua freguezia é limitada depois que se lhe desmembrarão
as freguezias de Lavras, Telha e Pereiro ; terá 10 a 12 leguas de
maior comprimento sobre outras tantas de largura, e 100 qua
dradas de superfície.
44 IGU
Seu territorio, regado pelos rios Salgado e Jaguaribe, é quasi
todo plano, secco, mas muito proprio para a criação de gados.
A população do municipio efreguezia era em 1857 de 13,079,
sendo :
Homens . Mulheres Total
Livres 5,420 5,747 11,167
Escravos. . . . 1,124 788 1,912
6,544 6,535 13,079
O movimento de sua população nos seis annos anteriores re
gulava, termo médio, baptisados 631, casamentos 103. Elege
45 eleitores, e faz parte do 3o districto eleitoral. Tem 2 batalhões
de guarda nacional e um commando superior. No seu territorio
em 1854 havião 172 fazendas de criar, em que se collectárão
3,400 garrotes e 625 potros.
Cidade— Está assentada sobre a margem direita do rio Sal
gado, n'uma bella planicie, 3 leguas acima da juncção deste rio
com o Jaguaribe em 6o 24' 11" de lat. sul, e a 50 leguas do
Aracaty, 78 da capital, e32 a NE. do Grato. E a terceira cidade
da provincia em grandeza e commercio ; tem boas casas, 4 tem
plos, uma escola de latim, 2 primarias, sendo uma para cada
sexo.
O Icó entretem grande commercio com o Crato, que lhe fica ao
oéste, e com o Aracaty, d'onde recebe as mercadorias. Entrão e
sahem annualmente do Icó para o Aracaty mais de 1 ,000 carros
carregados de generos estrangeiros e do paiz. O Dr. Theberge,
medico, e homem distincto, que habita o Icó, obteve um privi
legio para estabelecer uma linha de carros de diligencia e con-
ducções entre o Icó e o Aracaty ; mas, por falta de espirito de asso
ciação, não pôde levar avante uma tão importante como util
empresa. Existe por acabar-se um lindo theatro, obra do mesmo
Dr. Theberge, assim como uma espaçosa e solida casa de camara
e prisão, tambem construida ou reedificada sob a direcção do
dito doutor, que tem feito importantes serviços áquella cidade.
■cós—Tribu de indios que habitavão o rio do Peixe, e o rio
Salgado até a cidade do Icó.
Iguape—Enseada no termo de Aquiraz, de cuja villa dista 2
leguas ; é porto de canoas, barcaças, e podem fundear navios 4e
alto bordo. •• •- . -
IMP
Iguape—Lagoa na praia deste 'nome no termo de Aquiraz,
formada por morros de areia ; é muito piscosa.
Iguarassú—Rio que nasce da chapada occidental da Ibiapaba,
corre ao norte em direcção do braço oriental do Parnahyba,
onde lança-se depois de um curso de 15 leguas, formando o
porto da Amarração. Este rio serve de limites á provincia do
Ceará com a de Piauhy por esse lado.
Hlta dos Bois—Na costa, junto ás praias de Almofala, fre-
guezia do Acaracú, com 200 braças de comprimento, e 20 de lar
gura.
Ilha da Corôa-Grande—Na costa, freguezia do Acaracú,
com 300 braças de comprimento sobre 40 de largura.
Ilha do Fernando—Na costa, freguezia do Acaracú, com
ISO braças de comprimento sobre 25 de largura.
Ilha do Guaglrú— Na costa, freguezia do Acaracú, com
meia legua de comprimento, e cem braças de largura.
Ilha do Mangue-Secco—Na costa, freguezia do Acaracú,
que tem 3 quartos de legua de comprimento, e 25 braças de
largura.
Ilha do Mosqueiro—Na costa, freguezia do Acaracú, com
150 braças de comprimento sobre 25 de largura.
Ilha dos Mosquitos — Na costa, freguezia do Acaracú, perto
da villa deste nome, com legua e meia de comprimento e uma
de largura, distante uma legua da costa ; em parte é coberta de
mangue, e em outra de capim e relva.
Ilha do Rato— Na costa, freguezia do Acaracú, com 200
braças de comprimento sobre outras tantas de largura.
Ilha das Vaccas—Na costa, junto ás praias de Almofala,
freguezia do Acaracú, com 200 braças de comprimento sobre
20 de largura.
Imperatriz — Comarca, termo, freguezia e villa desta provincia,
aõ noroeste da capital.
Comarca— De primeira entrancia, creada por lei provincial
de 21 de Outubro de 1852, desmembrada da capital, compre-
hendendo as villas de seu nome e de Santa Cruz, termo annexo.
Tem um juiz de direito, um promotor, um juiz municipal e de
orphãos, tres officiaes de justiça, dous escrivaes, sete districtos
de paz, duas delegacias, sete subdelegadas, duas freguezias, oito
46 IMP
igrejas, tres escolas de meninos e uma de meninas, e uma po
pulação absoluta, que em 1857 andava por 31,702 habitantes.
Seu territorio, parte na serra da Uruburetama, é proprio de cul
tura, e parte no sertão chamado do Aracaty-assú, secco, pedre
goso e salitroso, mas proprio para a criação; nella se contava
em 1854 314 fazendas de gado, em que se collectárão 9,414
garrotes e 513 potros.
Termo ou município e freguezia— Hoje os limites da fre-
guezia são os mesmos do municipio ; limita-se a léste com a fre-
grezia da Fortaleza desde a foz do Mundahú até a estrada de So
bral, com a freguezia de Santa Cruz, de passagem da estrada até
as cabeceiras do mesmo rio, ao oéste com a freguezia do Acaracú
desde a foz do rio Aracaty-assú até a fazenda Surrão, e com
Santa Anna pelo rio Mirim, com Sobral pelas aguas que correm
para o Acaracú, ao norte com o oceano, ao sul com Santa Qui
teria, pela divisão das aguas do Aracaty-assú e Gorairas, e com
a mesma freguezia de Santa Cruz.
Tem de norte a sul 32 leguas sobre 1 5 de léste a oéste, com
uma superficie approximada de 300 leguas quadradas.
Seu territorio é o mais importante da comarca, tanto na serra
da Uruburetama como no sertão, e seus habitantes são agricul
tores e criadores
É de seu termo que se exporta mais algodão na provincia, e
de melhor qualidade, além de legumes.
Tem quatro districtos de paz e quatro subdelegacias. A fre
guezia, antigamente d'Amontada, no sertão, foi creada por pro
visão de 30 de Agosto de 1757, e por lei provincial de 29 de
Julho de 1846 foi transferida a matriz para a capella de S. José,
na villa da Imperatriz, sobre a serra ; tem mais oito capellas fl-
liaes, todas ellas insignificantes, e não acabadas.
Sua população em 1857 era de 25,580, sendo :
Homens Mulheres Total
Livres . . . 8,419 16,704 25,123
Escravos. . . 149 308 457
8,568 17,012 25,580
Seus baptisados annuaes, termo médio, são 830 ; elege 48 elei
tores, e faz parte do 2o districto eleitoral. Em 1853 tinha 269
fazendas de criar, em que forão collectados 8,190 garrotes e
770 potros.
Villa — Foi elevada á villa por decreto de 17 de Outubro
IPU
de 1823 ; está situada n'uma assentada desigual da serra de
Uruburetama ; é pequena e dista da capital 30 leguas, edo mar 7 ;
tem uma escola de meninos e outra de meninas. Do pé da serra
sahe uma boa estrada para o porto do Muiidahú, que dista 6 le
guas, onde entrão os vapores da companhia de Maranhão, e por
onde se exporta algodão e legumes.
Inhamum ou Unhamum — Sertão que se estende desde as
cabeceiras do Jaguaribe até o Quixelò (Telha), comprehendendo
os termos de S. João do Principe, Saboeiro e S. Matheus, porém
hoje dá-se exclusivamente este nome ao termo de S. João
do. Principe (vide).
Inuçú — Rio na freguezia do Ipú, na Serra-Grande, serve de
limites ás freguezias do Ipú e Viçosa, e reunido a outros forma o
rio Macambira.
Ipú — Rio que nasce no centro da Serra-Grande, forma uma alta
cascata ácima da vijla do Ipú, banha essa villa, e despeja no rio
Jatobá.
Ipú-Grande — Comarca, termo, municipio, villa e freguezia.
Seus limites de comarca, termo , municipio e freguezia são os
mesmos.
Comarca— Foi creada, desmembrada da de Sobral, por lei
provincial de 31 de Agosto de 1847.
Villa — Foi transferida de Campo-Grande, antiga Villa-Nova
d'El-Rei, por lei provincial de 26 de Agosto de 1840.
Freguezia— Primitivamente creada a de S. Gonçalo da Serra
dos Cocos, cuja matriz era na povoação deste nome na serra, por
provisão de 30 de Agosto de 1757, e transferida a matriz para
o Ipú, por lei provincial de 2'"> de Agosto de 1846.
L'imita-se ao norte com a Viçosa pelo rio Inuçú, a léste com
Sobral pelo riacho Juré e Barra do Macaco, ao sudéste com
Santa Quiteria pelo Acaracú, ao sul com Quixeramobim pela
serra do Bargado, e ao oéste com Principe Imperial (Piauhy)
pelas aguas do Poty e Marvão pela Serra-Grande. Tem de norte a
sul 44 leguas sobre 29 de léste a oéste com uma superficie appro-
ximada de 1,200 leguas quadradas. Parte de seu territorio fica
sobre a Serra-Grande (Ibiapaba), que é excellente de plantação,
e parte no sertão onde se cria gado.
Seus habitantes na serra cultivão canna, café, mandioca e
legumes, e no sertão crião gado vaccum e cavallar.
Tem um juiz de direito, um promotor, um juiz municipal e
de orphãos, uma delegacia, quatro subdelegacias, quatro di«
48 ITI
trictos de paz : a freguezia conta quatro capellas filiaes, duas es
colas primarias, uma na vi 11a e outra em Campo-Grande, e um
batalhão de guardas nacionaes. ^
No termo do Ipú, e vizinho á villa, acha-se uma famosa mina
de potassa, e nos riachos Juré e Curimatam minas de ouro, d'onde
se tem tirado pequena porção.
A população absoluta em 1857 era de 17,426, sendo :
Homens Mulheres Total
Livres . . . 8,434 8,208 16,642
Escravos . . 441 343 784
8,875 8,551 17,426
Os baptisados regulão annualmente por 780.
Elege 56 eleitores, e faz parte do 2o districto eleitoral. A villa
está assentada ao pé da serra, sobre uma corrente que se pre
cipita de uma rocha elevada a mais de 200 pés da Serra-Grande,
e fertilisa o terreno por onde passa.
É pequena, mas vai em augmento, e delia partem estradas
para Sobral e Granja.
Não tem propriamente igreja, servindo de matriz uma pequena
casa de oração.
Itaculumy— Serrote no termo de Granja.
Itaitinga — Serrote no districto de Mecejana, de 122 metros de
altura. Tambem se chama Taitinga.
Itanhas ou Itans— Aldeia, no termo <Ui Baturité, ao O. da ser
ra deste nome.
llaas — Lagoa na freguezia da Telha.
Itapipoca — Povoação, ao pé da serra da Lruburetama, ao lado
septentrional, a 2 leguas da villa da Imperatriz, a que perten
ce. Por ella passa a estrada de Sobral para a Fortaleza, e a que
desce da Imperatriz para o porto do Mundahú.
Itaquatiara — Pico elevado na serra da Uruburetama, perto
da villa da Imperatriz, onde o barometro marca 69o, e o ther-
mometro 23o.
Itijiiçuoea — Ribeirão na freguezia de Canindé, afíluente do
Curú, onde se encontrão varias minas de salitre.
JAN
J
Jaeareliy — Lagôa pequena, distante 112 leguas da capital :
é piscosa, e tem um açude para represa das aguas : planta-se
cannadeassucarno seu contorno, e está no districto pertencente
á freguezia da Fortaleza.
Jaeurutú — Rio que nasce na serra das Cobras, 3 leguas ao
suéste da villa de Santa Quiteria, banha essa villa, e des
peja no Acaracú depois de 16 leguas de curso. Depois do
inverno raro é o poço que Uca, mas em qualquer parte de
seu alveo que se cave, acha-se agua abundante em maior ou
menor profundidade.
Jaguaribe — O maior rio da provincia, formando uma grande
bacia, que recebe todas as aguas que correm do oéste e su-
doèste da mesma provincia.
Nasce ua comarca do Inhamum de um angulo formado pela
serra de Mombaça com a de Joanninha o ramo principal , cha
mado Carrapateira, que engrossado com outros ribeiros da
serra da Ibiapaba, passa pela villa de Tauhá, povoação de
Arneiroz evillas do Saboeiro, S. Matheus, e Telha: abaixo
do Icò , 50 leguas do mar recebe o outro braço, chamado
rio Salgado, que vem do valle do Cariri; recebe depois outros
rios como o do Sangue, o Banabuihú, Figueiredo, ePalhano;
e depois de banhar as cidades de S. Bernardo, e Aracaty, Ian-
ça-se, 3 leguas abaixo do Aracaty, no oceano com um curso
de 130 leguas, por 4o 25' de latitude sul. Este rio, que
na estação invernosa adquire um immenso volume d'agua, e
largura de mais de 1 legua, sécca todos os annos, ficando apenas
grandes poços, e uma corrente subterranea, que se acha á
poucos palmos abaixo das areias. A maré sobe até 6 leguas;
sua barra se acha hoje obstruida pelas areias, de sorte que
até o Aracaty sobem apenas pequenas sumacas.
Jaguarihe-mirim — Povoação e capella, pertencente á fre
guezia do Riacho do Sangue, na margem do braço do Ja
guaribe, que tem este nome.
Jaibaras — Rio, que nasce na Serra-Grande e entra no Aca
racú poueo acima de Sobral.
Jamuaria — Nome que se deu á villa de Sobral depois que
4
BO JAR
foi elevada á categoria de cidade, o qual depois foi mudado para
o de Sobral (vide).
Jardim — Riacho. — Vide Croatd.
Jardim (Santo Antonio) — Comarca, municipio, villa e fre-
. guezia, nas extremas desta provincia com Pernambuco e
Parahyba sobre a serra do Araripe.
Comarca— De primeira entrancia, creada por lei provincial
de 29 de Julho de 1857, desmembrada da do Crato, comprehen-
dendo dous municipios o do Jardim e de Milagres, que lhe é
annexo. Tem umjuiz de direito, um promotor e um juiz municipal
e de orphãos.
Municipio— Foi creada a villa de Santo Antonio do Jardim
por alvará de 30 de Agosto de 1814, e inaugurada pelo ouvidor,
(depois senador) João Antonio Rodrigues de Carvalho, a 3 de
Janeiro de 1816.
Os limites do municipio são os 'mesmos da freguezia, que foi
creada, desmembrada da do Crato, sob a invocação do Senhor
Bom Jesus, por decreto de 11 de Outubro de 1814. Seus limi
tes actuaes são : a léste-norte com a freguezia de Milagres, pela
serra Canna-Brava e serrote S. Felippe ; ao oéste com a serra
do Araripe, ao sul com as freguezias da Serra-Talhada e Salgueiro
da provincia de Pernambuco; conta 16 leguas de léste ao oéste
sobre 10 de norte a sul com uma superficie approximada de 1 40
leguas quadradas. Collocado quasi todo sobre a serra do Araripe,
o termo do Jardim é fertil, e proprio de cultura de canna, café,
mandioca e legumes. Cria-se na parte do sertão algum gado. Seu
clima é delicioso, e sua temperatura na estação mais fria desce
abaixo de 16' no thennometro centigrado. Seus habitantes são
agricultores, e até 1858 havia 66 engenhos de canna, que pela
maior parte fabricão rapaduras. Na parte do sertão ha 80 fa
zendas de gado, cujas crias estimão-se em 4 600.
A população da freguezia do Jardim era em 1858 de 24,899
habitantes, sendo :
Homens Mulheres Total
Livres .
Escravos
12,186
123
12,459
731
24,645
254
12,309 12,590 24,800
Elege 45 eleitores, e faz parte do 2o districto eleitoral.
O movimento da sua população nos 6 annos anteriores deu, ter
JUB' 51• • •
mo médio, 462 baptisados e 114 casamentos..-"A. freguezia tem mais
duas povoações, que são tambem districtos p"ÔHciáes, Cajueiroe Por
teiras. Dista a villa do Jardim 113 leguas da capitai/e, 12 do Crato.
A villa, collocada n'uma quebrada da serra, é peqjúeri^, e de casas
sem elegância; mas banhada por um corrente de aglia"crystallina,_
e n'um clima delicioso. /" ,'• •'.•'".
Jatobá. — Serra no termo e freguezia de Santa Quiteria ;" &\>ip-,
tante fertil, e dá muito legume de caroço.
Jatobá— Serrota na mesma freguezia, onde se planta muito '
legume e tira-se boa madeira de cedro.
Jequy — Povoação no districto da cidade do Aracaty, com uma
capella filial á matriz da mesma cidade ; tem uma escola
primaria.
Jerieoaquara — Morro na costa em que fenece uma pequena
serra, já perto da enseada do mesmo nome, e é um dos abrigos
delia. Seu cume, segundo algumas cartas maritimas, se acha em
2o 47' 28" de lat, sul, e 42° 47' 40" de long. occidental de
Paris ; pela carta de Conrado em .3o 10'.
Jerieoaquara -Enseada, a S5 leguas ao NO. da capital, na
lat. de 3' 10' e long. de 42;| 34', em cujo fundo está um monte
do meSmo nome que se avista do mar muito longe ; fica entre o
porto do Acaracú e Granja.
Dá abrigo a navios d'alto bordo, e nella esteve ancorada a
esquadrilha de Jeronymo de Albuquerque quando em 1613 foi
expulsar os Francezes do Maranhão.
Jerieoaquara — Riacho que despeja na enseada do mesmo
nome.
João Alves — Riachão no municipio de Maria Pereira, com
18 leguas de curso ; despeja abaixo da villa no rio Banabuihú.
Joaseftro — Povoação na freguezia do Crato ; tem uma capella
filial, uma escola publica primaria e forma um districto po
licial.
Jordão — Sei rota no termo de Granja.
Jorge— Riachão na freguezia de Santa Quiteria, que corre
entre serrotes seccos do mesmo nome e entra no Curú.
Jorge — Serrote secco no municipio de Santa Quiteria.
Jubaia— Serra ; é uma ramificação d'Aratanha para o lado
. occidental, plantada de cafés.
32 :-ÚV
Jnbafa— Riacho ..q[u.éV corre da serra da seu nome, freguesia
de Maranguape;\ip.uito abundante de ypús, eru que se planta
canna ; vai despejar no Pacoty..■ v *••*
Jubaia Povoação e districto de paz e policial, no municipio e
fregjaezía, 'dè Maranguape, ao pé da serra desse nome, do lado
occicbental. É terreno de cultura, e vivem disso seus habitantes.'*• *■ .•" •
.Jjutpa-rT RiaeMo no termo do Tauhà, nasce do pé da serra da
-Ibiapaba, corre pela freguezia de Arneiroz, e deita abaixo dessa
•-' povoação uma legua na barra de seu nome com 18 leguas de
curso.
Juliao— Lagôa na freguezia da Telha.
Juré--Pequeno rio, no termo do Ipú ; é tradição que nelle se tem
achado boas amethystas e ouro de quilate subido.
Em 1850 o coronel Diogo Salles fez por algum tempo mi
neração, mas depois abandonou por falta d'agua.
Jtaritinbanba— Lugarejo com uma capella na freguezia. do
Açaracú, na costa, perto de Almofala.
L
Lagedo — Serrota, na freguezia. de Maranguape.
Lages — Serrota secca, na freguezia de Canindé.
Lagôa-Forniosa — Nas praias do Acaracú, a léste da en
seada do Jericoaquara ; tambem é conhecida por Lagôa-Grande;
tem mais de 3 leguas de circumferencia, e communica com o
mar.
Lagoa-Grantle— Povoado, ao pé da Serra-Grande, à margem
da lagôa deste nome, na freguezia do Ipú.
I^agôa-Crirande — Ao pé da Serra-Grande, freguezia do Ipú,
muito piscosa.
Lagoa do 11angue-Secco — Nas praias do 4caracú.
Lameiro — Povoação na freguezia do Crato ; tem uma capella
filial e forma um districto policial.
Lapa — Povoação na freguezia de Sobral, ao pé da Serra-Grande
onde ha uma capella filial .
Lavras da llaugabeira — Villa e freguezia ; foi creada fre
guezia desmembrada dada Icó sob a invocação de- S. Vicente
Ferrer por Alv. de 30 de Agosto de 1813 e vilk por AJv.
L1V SS
de 87 de Julho de 1816. Os limites de seo mtmicipiô sSõ
os mesmos da freguezia : a léste a fregueziâ de Cajaseiras
(provincia da Parahyba), ao oéste as freguezias do Crato,
S. Matheus e Telha ; a») N. a da Telha e Icó ; e ao S. Missão-
Velha e Milagres. Tem 10 leguas de N. a S. sobre 20 de
léste a oéste, com 200 leguas quadradas de superficie. Seu
territorio é aurifero, e o nome de Lavras lhe vem da mineração
que pelos meiados do seculo passado alguns sertanejos de Minas-
Geraes ahi fizerão.
Esta mineração foi depois expressamente prohibida tanto ahi
como em toda a antiga capitania por ordem régia.
O termo é tambem proprio para criação e agricultura ;
porque além de varias serras frescas, tem muitos açudes com
grandes plantações de canna .
Em 1858 havia 44 engenhos de madeira, que fazião assucar
e rapaduras ; e além da farinha, legumes, algodão e tabaco
que colhem seus habitantes, cria bastante gado; em 1851
contava 208 fazendas, em que se collectárão 3,000 garrotes, ti
350 potros.
A freguezia tem 5 capellas íiliaes, que são outros tanto*
povoados — Umary, Venda, Aurora, Varzea-Alegre, S. Cae*-
tano (vide esses nomes). O municipio forma termo annexo
àô do Icò, a cuja comarca pertence, e tem tres districtos áê
paze polieiaes — Lavras, Umary e S. Caetano. Sua população
absoluta era em 1858 de 27,013" habitantes, sendo :
Homens Mulheres Totat
Livres. . 13,262 13,040 26,302
Escravos. 289 422 711
13,551 13,462 27,013
O movimento de sua população regula, termo médio de
seis annos, annualmente 888 baptisados e 150 casamentos.
A villa é pequena e situada á margem do rio Salgado em 6"
42', e 2" de lat. sul ; tem 2 escolas primarias, uma para o sexo
masculino, e outra para o feminino : dista do Ico ao oéstê
10 léguas e da capital 90.
Limito — Serra que parte da serra d'Aratanha com este nome,
nò termo e freguezia de Marangnape.
Livramento — Ribeirão, que nasce na freguezia do Riacho do
Sangue, e lança-se no Jaguaribe pela margem esquerda, ná fre
guezia de Russas.
54 MAO
Livramento — Povoação na freguezia da Granja ; tambem se
chama Pará : tem uma capella filial.
Livramento — Povoação pequena no termo da cidade de
S. Bernardo, com uma capella filial á matriz da mesma cidade ;
forma um dislricto de paz, e subdelegada, e tem uma cadeira
primaria.
M
Macacos — Serrote secco, ao oéste da villa de Santa Quiteria.
Macacos — Rio na freguezia de Santa Quiteria; nasce da ponta
occidental da serra dos Matlos, corre por um terreno pedregoso,
e depois de um curso de 28 leguas entra no Acaracú, junto á
povoação chamada Barra do Macaco.
Macambira — Ribeira no termo do Ipú, na quebrada occi
dental da Serra-Grande, terreno secco e proprio de criar gados
nos limites do Ceará com Piauhy. Passa por elle o rio Inuçú,
tambem chamado Macambira.
Machado — Ribeirão que nasce da serra dos Cavallos, passa
na povoação da Varzea-Alegre, e entra no rio Salgado abaixo de
Lavras.
Machado — Vide Serra.
Magrialena — Serrote secco, no municipio de Santa Quiteria.
Maia — Serra, na freguezia da Telha , a léste da villa, bem
cultivada.
Mangabeira — Vide Lavras da Mangabeira.
Mangue-Alto - Serrote, na freguezia do Acaracú, coberto de
maltas.
Manoel Dias — Serrota fresca, no termo de Baturité, plan
tada de café.
Manoel Dias — Serrota, na freguezia da Imperatriz, em que
se planta algodão.
Manoel Lopes — Pequeno rio, na freguezia do Riacho do
Sangue, que despeja no Riacho do Sangue.
Mãozinha — Serra, ramo do Araripe, entre Milagres e Missão-
Velha, que serve de extrema.
MAR
Maranguape — Villa, a 3 1/2 leguas ao sudoéste da capital,
a cujo termo é annexa, situada ao pé da serra de seu nome, do
lado oriental ; é uma das maiores, mais povoadas e ricas villas
do Ceará, e que entretém grande commercio pela exportação
que faz de assucar, café, algodão, legumes e fructas.
Na villa, além da matriz dedicada a S. Sebastião, ha mais a
capella de S. José, e 421 casas que pagão decima.
Em seu termo se achão os povoados e districtos da Pacatuba,
Mecejana e Jubaia, e o povoado da Guaiúba, com outras tantas
capeílas flliaes. Comprehende as duas serras ricas e mais cul
tivadas da provincia, Aratanha e Maranguape. Foi creada fre-
guezia por lei provincial de 5 de Agosto de 1849, que a separou
da Fortaleza, e annexou á de Mecejana, passando a matriz para
Maranguape. Sua população é quasi toda agricola. De seu termo
se exportão para a capitai mais de cem mil arrobas de café e
assucar. Elege 42 eleitores, e forma um collegio pertencente ao
1" districto eleitoral. Sua população absoluta em 1857 era de
18,807, sendo:
Huinens Mulheres ' Total
Livres . . 7,976 8,526 16,502
Escravos. 1,420 885 2,305
9,396 9,411 18,807
No triennio de 55 a 57 os baptisados regularão, termo médio,
annualmente, 1,060. Foi elevada á villa com o termo dafre-
guezia por lei provincial de Setembro de 1 858 e inaugurada em
1859, e forão nellas collectados 942 garrotes e 148 potros.
Tem duas cadeiras primarias, uma para cada sexo.
Maria Pereira — Villa e freguezia no sertão de Mombaça,
entre Quixeramobim e lnhamum ; por decreto de 6 de Setembro
de 1832 foi desmembrada de Quixeramobim, e creada freguezia
com a invocação de Nossa Senhora da Gloria, e elevada á villa
por lei provincial de 27 de Outubro de 1851 . Os limites de seu
municipio e termo são os mesmos da freguezia.
Forma um termo independente com juiz municipal e de
orphãos, pertencenle à comarca do lnhamum ; tem uma dele
gacia e dous districtos.
Seu solo é muito desigual, coberto de maltas e proprio para
'criar gados e plantar algodão e legumes. Ha hoje no termo muitos
açudes, em que fazem sitios de fructeiras e plantão cannas para
lazer rapaduras e aguardente ; principalmente na fertil serra
6 MEC
de Santa Rita, que lhe pertence, hoje muito povoada e cul
tivada.
Em 1858 tinha a freguezia 40 engenhocas de moer canna.ecal-
eulava-se que produzia 6 mil alqueires de farinha, 5 mil de milho
e 1 ,200 cargas de rapaduras ; na parte do oeste em que se cria,
presume-se que se apanha 4 mil bezerros e SOO potros.
Limita-se ao N. com Quixeramobim, ao sul com S. João do
Principe e Telha ; a léste com o Riacho do Sangue e ao oéste
com parte de Quixeramobim e Piauhy.
Tem 27 leguas de léste a oésle sobre 21 de norte a sul, com
400 léguas de superficie.
Tem uma capella filial na importante povoação da Pedra-
Branca, na serra de Santa Rita, hoje maior que a villa ; tres
escolas primarias, uma em Pedra-Branca e duas na villa, sendo
uma para cada sexo.
0 municipio tem uma secção de guarda nacional, e a freguezia
elege 36 eleitores, formando um collegio pertencente ao 1o dis-
tricto eleitoral.
Sua população absoluta em 1858 era de 1 1 ,353, sendo :
Homens Mutheres Total
Livres, . . 4,586 6,311 10,897
Escravos. . 256 200 456
4,842 6,511 11,353
O movimento de sua população era de 547 baptisadose 100
casamentos.
A villa é pequena, e sua igreja matriz insignificante.
Dista de Quixeramobim 20 leguas, e 80 da Fortaleza.
Marrecas — Povoação na freguezia do Tauhá, com uma capella
filial, formando um districto de paz e policial, e tem uma escola
publica.
Matta — Serra entre os municipios de Maria Pereira e Telha ;
fresca, mas pouco cultivada.
Mattas (Serra das) — Na freguezia de Santa Quiteria, de cujo
lado occidental partem alguns riachos que formão o ramo principal
do rio Acaracú.
Meeejana— Povoação no districto do termo de Maranguape, á
cuja freguezia pertence, situada 2 leguas e meia a suéste da
capital na margem oriental da grande lagôa de seu nome, re
MIL
presada por uma tapagem, pelo que nunca sécca, e ê bastante
piscosa.
Foi antiga missão de indios da Paupina, fundada pelos J«-
suitas; foi elevada a vigararia em 1759 por provisão de 15 de
Maio, e por Alv. de 8 de Maio de 1758 foi creada villa, e inau
gurada no 1o de Janeiro de 1760 com o nome de Mecejana.
Os indios erão das nações Paupina e Parnamerim ; poucos
existem hoje descendentes destes. O orago é Nossa Senhora da
Conceição. Por lei provincial de 22 de Dezembro de 1839 foi
extincta a villa, e repartido seu territorio com os municipios
vizinhos da Fortaleza e Aquiraz. Por lei de 4 de Agosto de 1849
foi Mecejana reunida a Maranguape, passando a séde da matriz
para a nova freguezia de Maranguape, d'onde dista o leguas, e
ficou reduzida a simples capella filial. O terreno é proprio de
agricultura de canna e legumes, e conta mais de 12 engenhos de
ferro para moer canna.
Mel — Riachão na freguezia de Canindé, nasce no serrote do Pa
pagaio, e despeja no Capitão-Mór.
, Hemoca — Serra, a 3 leguas ao noroéste de Sobral, com 8 le
guas de extensão de sul a norte, pertencendo á freguezia de
Santa Anna. É muito fertil, e bem cultivada.
A farinha que produz não só abastece todo o sertão e co
marcas vizinhas, como exporta para Pernambuco ; assim lam
bem legumes, e algodão: é bastante povoada. Tem uma po
voação do mesmo nome com uma capella, e escola primaria.
Messy — Riacho na freguezia da Imperatriz, que engrossa o rio
Aracaty-assú.
Messy — Serrota na freguezia da Imperatriz, em que se cultivou
muito algodão ; hoje está completamente esteril.
Milagres — Villa e freguezia no valle do Cariri, pertencente á
comarca do Jardim, de que é termo annexo. Frauma capella
filial de Missão-Velha, que por lei provincial de 3 de Dezembro
de 1842 foi elevada a freguezia, e creada villa por lei de 17 de
Agosto de 1846: limita-se a léste com Missão-Velha, ao nor-
déste e norte com Barbalha e Jardim ; ao sul com a provincia
da Parahyba e a oéste com a dePiauhy.
Seu terreno ao norte é montanhoso (a serra do Araripe) ,
muito fertil e de plantação; o resto é sertão, e proprio para
criação. No seu termo morão os mais ricos proprietarios e cria
dores do Cariri.
58 MIS
Seu termo divide-se em 4 districtos—o de Milagres, S. Pedro,
Cuncas, e Coité que são outras tantas capellas filiaes da fre
guezia, excepto S. Pedro que é o da freguezia de Missão-Velha,
cujos limites são os mesmos que os do municipio, além da capella
do Riacho dos Porcos.
Sua população absoluta em 1858 era de 9,275 habitantes,
sendo :
Homens Mulheres Total
Livres. . .
Escravos. .
4,388
272
4,318
299
8,704
571
4,660 4,617 9,275
O movimento de sua população era, termo médio annual, de
440 baptisados e 88 casamentos.
Elege 27 eleitores e laz parte do 3o districto eleitoral da pro
vincia. Tem um batalhão de guarda nacional. Em 1853 tinha 160
fazendas de criar em que se collectárão 3,800 garrotes e 150
potros.
A villa está edificada sobre a margem de um ribeiro perenne,
tem 280 casas de telha boas, alguns sobrados, uma boa casa de
mercado, uma boa igreja matriz ; dista do Crato 15 leguas e
120 da capital.
itissSo-Mova — Pequeno povoado com uma capella filial á fre
guezia de Missão-Velha ; fica no valle do Cariri. — Foi para
onde em 1725 passarão -se os indios Cariris em consequência
da grande secca de 3 annos que fez seccar as aguas de Missão-
Velha.
Missão-Velha — Povoação, e freguezia no extenso valle do
Cariri. —Foi uma antiga missão dos indios, que depois (1725),
por causa de uma grande secca, passárão-se para outro lugar cha
mado Missão-Nova. Por provisão do bispo D. Fr. Luiz de Santa
Thereza, de 20 de Fevereiro de 1747, foi.mandado dividir o
curato dolcó e por provisão do visitador Manoel Machado Freire,
de 28 de Janeiro de 1748, foi desmembrado o Cariri-Novo, e ele
vado a curato amovivel com a invocação de Nossa Senhora da
Luz, servindo de matriz a capella de Nossa Senhora da Piedade
de Missão-Velha. Por provisão do bispo D. Francisco Vicente
d'Aranha, de 3 de Maio de 1760, foi autorisada a fundação da
nova matriz de S. José, que ficou no lugar da antiga capella
de S. José. Della se desmembrarão Barbalha e Milagres. Li
MIS 59
mita-se a léste com Milagres pela serra do Mãozinha, ao 0.
com o Crato e Barbalha, e ao N. com Lavras pelo riacho Cai
çara. Tem em sua maior extensão lo leguas de norte a sul sobre
14 de léste ao oéste e 210 quadradas. O terreno ao sul é
montanhoso pela serra do Araripe; no centro é plano, e regado
por 12 correntes perennes, e ao norte carrasquento, e pedre
goso. No primeiro plantão canna, ecafé; no segundo canna,
e no terceiro crião bastante gado seus habitantes. Seus di
versos correntes, que vêm todos das fraldas do Araripe, com o
riacho dos Porcos, formão o rio Salgado que faz ahi uma quéda
ou caxoeira, de grande elevação.
O Morro-Dourado, que fica no terreno secco, é aurifero, e
jà foi explorado no meiado do seculo passado por uma com
panhia de Minas.
Tem presentemente 50 engenhos de canna, que fazem assucar
e rapaduras, e mais de 100 estabelecimentos de farinha e
legumes.
Tem mais de 50 fazendas de gados, cuja producção sobe a
mais de mil cabeças annualmente.
O territorio de sua freguezia divide-se em 3 districtos de paz,
e de subdelegacias. O 1o da matriz pertencente ao termo da Bar
balha, o 2o do Cajueiro pertencente ao Jardim e o 3o de S. Pedro
pertence a Milagres. Sua população absoluta era em 1858 de
12,139 habitantes, sendo :
Homens Mulheres Total
Livres . . 6,100 5,700 11,800
Escravos . 210 129 339
6,310 5,829 12,139
O movimento de sua população regula por 520 baptisados, e
116 casamentos annuaes.
Elege 51 eleitores, e pertence ao 2o districto eleitoral ; tem
uma secção de batalhão de guarda nacional.
Tem dous povoado-, e capellas filiaes — Cajueiro e Missão-
Nova. A povoação de Missão-Velha, que já foi florescente,
está hoje decadente ; acha-se situada em um bello terreno á
margem direita do rio de seu nome; tem uma Lella igreja
matriz, uma capella do Rosario e uma escola primaria para o sexo
masculino. Em 29 de Junho de 1832 deu-se nesta povoação o
combate decisivo entre as forças legaes e as do rebelde Pinto Ma
deira. A meia legua distante fica a Caxoeira de Missão-Velha,
60 MUC
grande salto d'agua, cuja quéda forma um poço, em que ha
uma grande penha ôca, dentro da qual os écos se repetem de
uma maneira maravilhosa. Dista do Crato 7 leguas * 105 da
capital.
lfíxira — Serrote, no termo e freguezia da capital no Caúhipe ;
é secco, e pedregoso.
Mombaça — Nome que se dá ao sertão em que se acha a fregue
zia e termo da villa de Maria Pereira. — Vide Afano Ptrúta.
Monte-Alegre — Povoado, na freguezia do Crato, distante
desta cidade meia legua e 110 da capital.
Monte-mór-Novo — Nome antigo da cidade de Baturité.
— Vide Baturité.
Monte-mór-Velho — Povoação e districto do termo de Aqui-
raz, a cuja freguezia tambem pertence e de cuja villa dista 8 lé
guas. Foi a antiga missão dos indios Payacús fundada pelos
Jesuitas; foi tambem a antiga vigarariadependentedadoAquiraz,
a que depois foi annexa. Hoje é um pequeno povoado com
uma capella e poucas casas; e seu terreno é agricola e po
voado por brancos e mestiços.
Morro-Agudo — Na freguezia do Ipú, bastante alto, pedregoso
e secco.
Morro-Dourado — Terreno secco, e pedregoso, na freguezia
de Missão-Velha, de veias auriferas, onde primeiro começou a
exploração de ouro no seculo passado, e que deu occasião ao
estabelecimento da companhia de mineiros, que fundou depois
Lavras.
Mossoró (Barra do) — Extrema desta provincia com a do Rio-
Grande do Norte ; é a foz do rio Apody.
Mucuim — Serra nas freguezias de Arneiroz e Telha, secca, e
pouco elevada.
Mucuripe — Serra na freguezia de Santa Anna, 5 leguas ao
norte da povoação, e com extensão de 6 leguas ; nella planta-se
legume, é bastante alta e serve de balisa aos navegantes, que
demandão o porto de Acaracú.
Mucuripe (Ponta do) — Cabo de arêa, na costa desta provincia
pouco mais de uma legua ao lèste da Fortaleza, por 3o 43' delat.
meridional, 38o 37' 30" delong. occidental de Green. Nellese
ORI 61
acha um pharol. Já houve ahi um pequeno porto, que está hoje
debaixo das arêas com suas competentes peças.
Slucuripe Povoação sobre a enseada deste nome, a oéste
do morro e a uma legua da Fortaleza.
Tem muitas casas mal edificadas, quasi todas de palha, e
habitadas por pescadores ; pertence á freguezia da capital.
Hueuripe — Enseada na costa, formada pela ponta deste nome
que avança para o mar a. léste : tem bastante fundo, e nella
fundeão navios de todas as lotações.
Mundahú — Rio que nasce do lado meridional da serra da
Uruburetama , no lugar chamado Segredo ; é coberto de
grandes mattas , desce depois de muitas voltas á planicie na
povoação do Arraial, e dahi segue com muitas voltas até o mar,
onde faz barra, e com excellente porto para sumacas, que
sobem até certa altura, e onde tocão os vapores da companhia
Maranhense. Antigamente era perenne, hoje só corre até pouco
abaixo do Arraial. Tem umas 25 leguas de curso, e serve de limi
tes entre as comarcas, termos e freguezias da Imperatriz e For
taleza.
Mundahú — Porto na barra do rio do mesmo nome, 40
leguas ao noroéste da Fortaleza, no termo da Imperatriz, onde
entrão as sumacas e vapores da companhia Maranhense, até
uma legua pelo rio acima, a receberem os generos, que vêm da
serra da Uruburetama.
Mutambeira - Pequeno povoado, na freguezia de Santa Anna
do Acaracú, onde ha uma capellinha em S Gonçalo. Tambem
se chama Mutamba.
Mutuca Riacho no termo de S. Matheus, affluente do Ja-
guaribe.
Mutuca — Lagôa na freguezia de S. Matheus.
0
Olho d'Agua Vide 5. José do Olho d' Agua.
Olho d'Agua Grande — Serrote na freguezia de Sobral, em
que se planta legumes e mandioca.
Orittoré — Serrota baixa, pedregosa e esteril na freguezia do
Riacho do Sangue, que corre de sul a.EJN. até a freguezia de Qui
63 PAL
xeramobini com diversas denominações de Porca-Magra, Ser
rote Branco, Boqueirão, etc.
Ouatinguaba — Enseada na cosia da provincia no termo da
Imperatriz, um pouco a leste do porto Pernambuquinho.
Pacatuba — Povoação importante ao pé da serra d'Aratanha,
no municipio e freguezia de Maranguape, de quedisla 3 leguas
e na comarca da Fortaleza, de que dista 5 leguas medidas : for
ma um districto de paz e policial.
Tem boas casas, algumas de sobrado, e uma insignificante
capella.
Seus habitantes, parte são agricultores, e outros negociantes,
que recebem os productos da serra, e exportão para a capital
por uma boa estrada.
Sua exportação em café, assucar, legumes, fructas, etc , etc. ,
em 1860 subio a 1G0 mil arrobas no valor de trezentos e oito
contos, e importou em fazendas setenta e cinco contos. Vai era
grande augmento, e tem recursos para crescer. Sua temperatura
média observada nos mezes de Maio e Junho é de 27,5 centesi-
maes, e pressão barometrica de 756,4.
Paço Imperial — Povoado na freguezia da Granja, com uma
capella filial dedicada a Nossa Senhora da Boa-Viagem ; fica 11
leguas ao norte de Granja, e82 da capital.
Pacoty— Rio que nasce na extremidade seplentrional da serra do
Baturité, passa pelo Acarape, recebe os vertentes das serras do
Acarape e Aratanha, passa ao occidente da villa do Aquiraz, e
lança-se no oceano 2 leguas ao norte, depois de um curso de
25 léguas de sudoeste a nordéste. Suas margens são muito fer
teis, e proprias de cultura de canna.
Pagé — Serrota secca na freguezia da Imperatriz ; ao pé delia
se acha uma fonte thermal ferrea muito abundante, cujos ba
nhos são aconselhados pelos medicos.
P^iiiiaa© — Rio que nasce da serra Azul e despeja no Jagua-
ribe perto do Aracaty.
Palmeira— Serrota no municipio de S.Matheus, bem cultiva
da. — Vide Brigida, serra.
PEN 63
Palmeira — Serrota na freguezia de Maranguape, entre ella, e
Baturité. Tambem ha um riacho deste nome que corre desta ser
ra para o rio Pacoty.
Páo-lníincado — Serrota no municipio de Santa Quiteria.
Papagaio — Serrote no municipio de Santa Quiteria, pedre
goso esecco.
Pará— Vide Livramento (povoação).
Parafuso — Serrote ingreme na freguezia do Canindé.
Parangaba — Lagôa. — Vide Arronches.
Parasinho — Pequena enseada ao norte da barra do Ceará,
onde se abrigão as jangadas e canoas de pescadores.
Pnrnuniciriaii -r- Lagôa no districto do Aquiraz.
Patanhein — Lagôa no districto do Aquiraz.
Patos — Serrote na freguezia do Acaracú, coberto de mattas.
Patú — Riachão no municipio de Maria Pereira, que deita 10
leguas abaixo da villa no Banabuihú, depois de um curso de 27.
Pnupina—Lagôa insignificante no districto deMecejana ; é muito
piscosa.
Pavuna— Povoado com uma pequena capella na serra da Ibia
paba e freguezia da Villa-Viçosa.
Pavuna— Pequena povoação entre a capital e a serra d'Ara-
tanha, a 2 i/2 leguas da Fortaleza; pertence à freguezia de
Maranguape ; tem uma pequena capella e umas 20 casinhas.
Pedra-Branca—Povoação na serra de Santa Rita.— (Vide este
nome.)
Pedrinha4» — Pequena povoação na freguezia de Granja, a 13
leguas distante da cidade da Granja.
Pedrinhas — Porto ou ancoradouro na costa, no termo do
Aracaty.
Pedro Leitão — Riacho no municipio de Maria Pereira,
que lança-se 6 leguas abaixo da villa. no rio Banabuihú, depois
de 23 de curso/
Penunduba— Serra na freguezia da Granja, ao pé de Santo
Antonio do Olho d'Agua, com excellentes madeiras.
64 PIN
Perdição — Riachão na freguezia de Canindé, affluente do
Curú.
Pereiro — Vide Serra deste nome.
Pereiro — Villa e freguezia na serra deste nome ; foi creada a
freguezia e desmembrada da do Icó, por decreto de 11 de Ou
tubro de 1831, sob a invocação de SS. Cosme e Damião; e ele
vada ã villapor lei provincial de 29 de Outubro de 1842.
Forma um termo annexo ao Icó.
A população absoluta da freguezia e termo que é o mesmo,
andava em 1857 por 6,823 habitantes, sendo :
Homens Mulheres Total
Livres . . . 3,110 3,374 6,474
Escravos . . 185 164 349
3,285 3,538 6,823
No triennio de 55 a 57 o termo médio dos baptisamentos re
gulou por 450.
A freguezia elege 35 eleitores, e faz parte do 3o dislricto
eleitoral da provincia. Seus habitantes são agricolas' e criadores
na parte do sertão.
Em 1854 havia 54 fazendas de criar, em que se collectàrão
1,306 garrotes e 43 potros.
A villa que dista 10 a 12 leguas do Icó é pequena e tem uma
escola primaria para o sexo masculino.
Além de legumes exporta muito algodão para o Aracaty.
Pernambuquinho — Enseada na costa, perto da barra do
Aracaty-assú; nella fundeião barcos pequenos.
Piabas *— Riachão na freguezia de Santa Quiteria^ affluente do
rio de Groairas.
Picada — Serrota na freguezia de Santa Quiteria; é secca e
inculta.
Picão — Serrote de pedra altissimo na freguezia de Santa Qui
teria, o qual ás vezes nos annos invernosos arde por alguns dias
em seu cume, e faz uma luzerna que se avista a mais de 16
leguas.
Piedade — Serrota no municipio de Quixeramobim.
Pinda — Serrota secca no termo de Canindé.
QUI 68
I
Pirapora—Riacho que nasce da serra de Maranguape, e reunido
ao Gavião, outro ribeiro, engrossão o rio Maranguape. Suas aguas
limpidas, frescas e salubres, formando pequenas caxoeiras, são
justamente afamadas para banhos, e procuradas por todos que
visitão a villa de Maranguape.
Pireis — Riachão na freguezia de Santa Quiteria, afíluente do
Jacurutú.
Poço da Pedra—Povoação na freguezia de S. Matheus, com
uma escola publica primaria. %
Ponta das Almas—Na costa, pouco a léste da barra do Timo-
nha, na freguezia de Granja.
Porcos (Riacho dos) — Nasce das extremidades da seria do
Araripe : um de seus ramos principaes é o riacho Jardim, que
vem da fonte do Croata, no Jardim; o outro nasce do baixio das
Bestas; passa por Milagres e despeja no rio Salgado em Lavras.
Porteiras—Povoação pertencente ao municipio do Jardim, onde
ha feira aos sabbados, muito concorrida.
Tem uma casa de oração, e forma um distrieto policial. Os cri
mes são frequentes neste distrieto.
Porto do Barco—Monte na costa do Acaracú, junto ã barra
deste nome.
Priaoca—Serra que fica entre Aquiraz e Cascavel, a 5 leguas do
mar: nella plantão legumes.
Puijú—Rio no termo do Tauhà ; nasce na serra da Ibiapaba, entra
no Jaguaribe 4 leguas abaixo da villa do Tauhá com 22 de curso.
Pytagoary—Serrota, do grupo da Aratanha, a qual se destaca
por um pequeno valle ao norte, com meia legua de extensão,
muito cultivada de café. Este nome indica que os Pytagoarys
habitarão suas proximidades.
Q
Quinculé, ou Cumqué - Riachão que nasce na freguezia do
Saboeiro, serra do Flamengo, e despeja no Jaguaribe, abaixo da
villa da Telha reunido ao Trucú.
Quiiiciinqua—Serra no municipio de S. Matheus.—Vide Bri
gida, serra.
5
66 QUI
Quixatlá—Povoaçao pequena no termo da cidade de Quixeramo-
bim. Forma um districto, e tem uma cadeira primaria.
Qnixelò—Nome de antigos indios, que habitavão a margem do
Jaguaribe, no termo da villa da Telha. Chama-se ainda hoje com
este nome o terreno comprehendido entre os rios Trucú eFael,
alimentes do Jaguaribe. É notavel pela producção do tabaco
afamado desse lugar.
Quixeramobim—Rio affluente do Banabuihú ; nasce do mas-
0 siço de serras ao oéste da provincia nos termos de Quixeramobim
e Mombaça; recebe o Boa-Viagem, o Machado e varios outros
correntes que descem da serra de Santa Rita; banha a cidade de
Quixeramobim e 10 leguas abaixo engrossa o Banabuihú, depois
de um curso de mais de 30 leguas: rega o sertão mais rico
em pastagem e criação desta provincia .
Quixeramobíui— Comarca, termo, freguezia e cidade.
Comarca — Creada em 1833 comprehende hoje em sua
jurisdicção o termo de seu nome, eo annexo da villa da Caxoei-
ra; é de 1a entrancia : fica no centro da provincia a extremar
com o Piauhy ao oéste, com as comarcas de Inhamum, Icó, e
Aracaty a sudoeste, sul e suéste, com a de Baturité a léste,
com Imperatriz, Sobral e Ipú ao norte e noroéste.
Tem um juiz de direito, um juiz municipal e de orphãos,
um promotor, 7 officios de justiça, 5 escrivães, 7 districtos
de paz, 2 delegacias, 7 subdelegadas, 2 freguezias, 10 igrejas,
6 cadeiras primarias, e em 1887 sua população absoluta era de
20,801 , sendo :
Homens Mulheres Total
Livres. . . . 8,840 9,667' 18,507
Escravos. . . 1,114 1,180 2,294
9,954 11,847 20,801
Seu terreno é proprio para a criação, e um dos melhores, eo
mais rico da provincia em gados ; em 1854 contava 612 fazen
das, em que forão collectados i 1,366 garrotes e 1,704 potros.
Município e freguesia — Os limites são os mesmos com Santa
Quiteria e Ipú ao norte na distancia de 22 leguas, com Principe
Imperial (Piauhy ao norte), Maria Pereira, e Riacho do Sangue
ao sul, Canindé e Imperatriz a léste e nordéste : sua extensão,
REM 67
norte a sul pôde ser de 30 leguas sobre outras tantas de léste
aooéste, com a superficie approximada de 760 leguas quadradas;
têm as capellas filiaes de Sitia, Quixadá, e Boa-Viagem, que
são outras tantas povoações e districtos. Foi creada freguezia
por provisão do visitador Manoel de Jesus Maria de 15 de No
vembro de 1755, com a invocação de Santo Antonio de Padua ;
e villa por decreto de 13 de Junho de 1789.
Cidade —Foi elevada a cidade por lei provincial de 1857.
Acha-se collocada n'um sertão elevado sobre a margem do rio
de seu nome a 60 leguas ao oéste da Fortaleza, em 5o 11' 50"
de latitude sul ; tem mais de 400 casas de telha e 3 igrejas ; seu
clima é bastante calido no verão, porém muito saudavel : o calor
marca á sombra nas temperaturas maximas até 34o do centi
grado. Tem duas aulas primarias, uma para cada sexo. A po
pulação da freguezia em 1857 era de 14,249, sendo :
Homens Mulheres Total
Livres. . . . 6,020 6,780 12,800
Escravos. . . 720 729 1,449
6,740 7,509 14,249
Elege a freguezia 49 eleitores, e faz parte do 2o districto elei
toral: baptisàrão-se em 1859 1,460 meninos Em 1854 con
tava 389 fazendas de gado, em que forâo collectados 10,000
garrotes, e 2,300 potros.
Qulxossé ou Caxot ó— Povoação no termo e freguezia da
villa do Pereiro com uma capella filial á matriz da mesma fre
guezia.
R
Rapina —Lagôa entre as freguezias de Santa Cruz e Canindé,
onde se enconlrã ofosseis gigantescos de raças extinctas.
Ratos —Serrote, no termo e freguezia de Maranguape: planta-
se nelle algodão e legumes.
Redonda — Serrota na freguezia de Canindé.
Remedios — Rio na freguezia da Granja, ao norte desta, cida
de com um porto, em que entrão pequenas embarcações.
mi
Retiro-Grande (Poeta do) — Cabo no oceano, ao NO. de Ca-
juais, nalat. de 4" 37', e long. de 39o 51'.
Retiro-Pequeno (Ponta do) — Cabo no oceano, pouco
ao S. da Bahia de Cajuais na lat. de 4o 50', e long. de 39o 37'.
Riacluío— Rio que nasce da Serra-Grande, e despeja no Jaiba-
ra, no termo de Sobral.
Riacho de Guimarães— Pequeno povoado na freguezia. de
Santa Quiteria, distante da matriz 1 5 leguas, e de Sobral 5 : tem
uma pequena capella filial.
Riacho dos Porcos — Povoação a uma legua da villa de Mi
lagres, com uma capella filial a esta freguezia.
Riacho do Sangue — Extincta villa, creada em 1833, e
transferida para a Caxoeira em 1o de Agosto de 1850, no
outro tempo chamada povoação do Frade, situada na mar
gem do rio daquelle nome. Seu territorio é abundante de pas
tagens, e nelle se cria muito gado. Ha ali uma grande quanti
dade de açudes, que retêm a agua, o que suppre a sua falta
nas seccas que apparecem na provincia. Dista da capital 70
leguas ao SE. O orago da freguezia è Nossa Senhora da Concei
ção. — Vide Caxoeira.
Rio Acaracn-llirku — Na freguezia de Santa Anna, affluen-
ie.da margem esquerda do Acaracú.
Rio Rusil — Na freguezia de Santa Anna, affiuente da margem
esquerda do Acaracú.
Rio Cacimba (por outro nome Pdo-Cahido) — Na freguezia
de Santa Anna, affluente da margem direita do Acaracú.
Rio Caioca — Na freguezia de Santa Anna, affluente da mar
gem direita do Acaracú.
Rio Pacheco — Na freguezia de Santa Anna, affluente da mar
gem esquerda dq Acaracú.
Rio Rolas — Na freguezia de Santa Anna, affluente da mar
gem direita do Acaracú.
Rolas — Serrote, na freguezia de Santa Anna, comarca de
Sobral, notavel por uma caverna profunda que tem, e por
ajguns letreiros hieroglyphicos nas pedras.
SÃB 6*
Roinualdn **- Serrote entre o Cralo e Bafbàlhâ, que s&Wè d*
limites aos dous municipios.
Rosario — Povoação, uma légua ao norte de Milagres. — Vide
Riacho dos Porcos.
Rosario — Serra na freguezia de Sobral, ao sudoéste da Mé-
ruoca ; é secca, e pouco cultivada : liga-sé a Ibiapaba por um
cordão de serrotes seccos.
Rosario — Povoado, na freguezia de Milagres, sobre o rikcho
dos Porcos, distante da villa 1 legua, e 102 da capital.
Russas —Vide 5. Bernardo das Russas.
s
Sabiaguaha — Lagoa, na freguezia da Imperatriz, porto de
mar, com quasi uma legua de comprimento.
Saboeiro — Comarca, villa, e freguezia. Era uma câpella fi
lial de S. Matheus no sertão do Inhamum sobre a margem
do Jaguaribe,. a qual por lei provincial de 1881 foi elévàdà à
Villa , e matriz , transferida Uma e outra de S. MàfheUs ;
porém pela lei de 25 de Agosto de 1857 foi desmembrátía
daquella freguezia, de que é hoje tambem independente
quanto ao municipio por ter sido S. Matheus elevado nòvâ-
mente á villa em 1859.
Seu termo municipal comprehende a freguezia do Assaré,
e quatro districtos de paz. Por lei provincial de 1857 foi
creada comarca, desmembrada da do Icó comprehendendo os
termos da Telha e S. Matheus. O territorio da freguézià é secco
e pedregoso, mas proprio para criação de gados, dando iflàis
de 3,500 crias annuaes de vacciim e mais de 700 de cavalla? ;
é também proprio de cultura de legumes e algodão.
Pôde medir em seu maior comprimento 21 leguas sobre 2"0
de largura, e de superficie 180 quadradas.
Sua população em 1857 era de 5,358, sendo :
Homens Mnlheres Total
Livres. . . . 2,403 2,3á0 4,733
Éscravos . . < 314 311 625
5,398
70 SAN
Elege 24 eleitores, e forma um collegio pertencente ao
1* districto eleitoral.
Nesse mesmo anno forão baptisados 137 meninos. Tem um
batalhão de guarda nacional ; duas escolas primarias na villa,
uma para meninos, e outra para meninas.
Além da matriz tem 3 capellas flliaes, a do Bebedor, Poço
da Pedra e S. Nicoláo.
A villa fica na margem esquerda do Jaguaribe, tem poucas
casas, mas algumas elegantes, uma cadeia, e casa de camara.
Sacco da Velha — Lagoa, na freguezia da cidade do Aracaty,
muito piscosa.
Salgado — Rio ; é um dos braços principaes do Jaguaribe,
nasce do valle do Cariri, formado pelas muitas vertentes
do Araripe, sendo uma das principaes o Batateira, que rega
a cidade do Crato ; passa em Missão-Velha, recebe o riacho
dos Porcos, passa pela villa de Lavras, pela cidade do Icô,
e tres leguas abaixo entra no Jaguaribe depois de um curso
de mais de 50 leguas.
Sangue (Riacho do) — Corre por um sertão secco e pedregoso,
porém excellente para criação de gados; passa na povoação
do Frade, e na villa da Caxoeira, onde ha um açude de
pedra que lhe représa as aguas, e entra na margem esquerda
do Jaguaribe depois de um curso de 30 leguas.
Deve o nome a uma tragedia que teve lugar nas suas
margens entre os primeiros sesmeiros, de que resultarão al
gumas mortes. A freguezia deste nome. — Vide Caxoeira.
Santa Anna do Acaracú — Freguezia, na ribeira do rio
Acaracú, pertencente ao termo da villa do Acaracú, e á co
marca de Sobral ao sul, e Acaracú ao norte. A freguezia
desmembrada da de Sobral e da do Acaracú, foi creada por
lei provincial de 24 de Agosto de 1848 sob a invocação de
Santa Anna, limitando-se ao sul com a de Sobral, ao norte
com a da Barra do Acaracú, ao oéste com Granja, e a léste
com a Imperatriz ; tem de norte a sul 12 leguas sobre 13
desigual de léste a oéste, e uma superficie approximada de
140 leguas quadradas. É atravessada de sul a norte pelo rio
Acaracú, e seu terrreno é excellente para criação, de que
vivem parte de seus habitantes. Sua população absoluta an
dava em 1857 por 7,448, sendo :
SAN 71
Homens Mutheres Total*
Livres . .
Escravos .
3,024
624
3,100
700
6,124
1,324
3,648 3,800 7,448
Seus baptisamentos regulão annualmente por 350. Tinha mil
fogos, e em toda freguezia 975 casas. Elege 20 eleitores, faz
parle do collegio da villa do Acaracú, e do segundo districto
eleitoral da provincia. Forma districto de paz, e subde
legam ; tem mais Ires capellas filiaes , a da Conceição
da Meruoca , de S Manoe 1, e Mutaraba. Tem um ba
talhão de guarda nacional, e na povoação duas escolas pri
marias, uma para meninos, e outra para meninas. A povoação
é elegante, tem boas casas, 75 de telha, e uma boa igreja,
sita â margem oriental do Acaracú. Dista de Sobral 6 leguas
e 14 da villa do Acaracú, e mar. Por ella passa a estrada
do porto do Acaracú, para a cidade de Sobral. Em 1854
tinha 133 fazendas de criar, e forão collectados 2,850 gar
rotes, e 530 potros. Dista a matriz da capital da provincia
64 leguas pelos caminhos usuaes.
Santa Anna do Araripe—Vide Santa Anna do Brejo-
Grande.
Santa Anna do Brejo-Grande—Povoação no valle do
Cariri ao pé da serra do Araripe, 7 leguas da cidade do Crato, a
cujo termo pertence, e com uma capella filial á matriz do Assaré,
a cuja freguezia pertence. Foi antiga freguezia creada por lei pro
vincial de 20 de Agosto de 1838; mas depois passou a matriz pa
ra o Assaré (vide), que pertence à comarca do Saboeiro: ficou
pois Santa Anna formando um districto de paz, que no civei per
tence ao Crato, e no ecclesiastico e eleitoral ao Assaré, e por con
seguinte ao 1o districto eleitoral da capital, d'onde dista umas
cem leguas.
Seu territorio é bem regado, e proprio de plantação de que vi
vem seus habitantes: tambem chamão Santa Anna do Araripe.
Santa Barbara—Riacho no municipio de Maria Pereira : têm
15 leguas de curso, e é aííluente doBanabuihú.
Santa Cmz—Povoação na freguezia da barra do Acaracú, onde
ha uma capella, e uma escola primaria.
Santa Crua;— Villa e freguezia, parte na serra da Uruburetama,
e parte no sertão: foi creada freguezia, desmembrada da capital,
72 , SAN
Canindé, e Imperatriz, por lei provincial de 3 de Dezembro de
1842 com a invocação dè Nossa Senhora da Penha, porém sò
inaugurada em 1849: limita-se ao norte, e noroeste com a da
Imperatriz, ao oéste e sul com Canindé e Baturité, e a léste
com a Fortaleza: a parte montanhosa (na Uruburetama) é propria
para a cultura do algodão (d'onde exporta bastante para a
capital), legumes, e mandioca; no sertão cria-se gado. Tem um
batalhão de guarda nacional, uma capella filial na villa de S.
Francisco: sua população absoluta andava por 6,122 em 1857,
sendo :
Homens Mulheres Total
Livres . . . 22,873 3,095 3,968
Escravos . . 72 82 154
2,945 3,177 6,122
Seus baptisamentos são, termo médio, 320 por anno, e 65
casamentos. Elege 27 eleitores, forma um collegio pertencente
ao 2o districto eleitoral.
Tem duas cadeiras primarias, uma em S. Francisco, e outra
em Santa Cruz.
Foi creada villa por lei provincial de 14 de Agosto de 1849, e
extincta com a transferencia para a povoação de S. Francisco em
1859.
A povoação fica na serra da Uruburetama, no lado oriental, a
2 leguas da nova villa, a 5 da Imperatriz e a 27 da Fortaleza.
É muito pequena, decadente e quasi deserta ; porque os seus
habitantes têm-se passado para a nova villa de S. Francisco; tem
uma pequena igreja, que serve de matriz.—Vide 5. Francisco.
A freguezia tinha, em 1853, 95 fazendas de gado, em que se
collectàrão 1,530 garrotes, e 150 potros.
Santa Luzia—Serra no termo de S. Francisco, comarca da Im
peratriz.
Santa Luzia—Riacho no termo e freguezia da Fortaleza, o qual
nasce dos serrotes deste nome e engrossa o rio S. Gonçalo.
Santa Luzia—Serrotes no termo e freguezia da Fortaleza, a
10 leguas ao occidente da Fortaleza, d'onde nasce o ribeiro des
te nome.
Santa Luzia—Serrota na freguezia da Imperatriz, em que se
cultiva algodão.
SAN 73
Santa Quiteria — Villa e freguezia, termo annexo ao de
Sobral, a cuja comarca pertence, a 60 leguas ao oeste da capi
tal, no sertão bastante secco, conhecido antigamente pelo do Aca-
racú, cujos habitantes se occupâo na criação de gados.
O municipio tem os mesmos limites que a freguezia, a qual
extrema ao norte com a de Sobral, de que foi desmembrada em
grande parte pelos rios de Grairas e Acaracú, ao nordéste com
a freguezia da Imperatriz e Santa Cruz, pelas aguas do Grairas,
ao nascente com Canindé e ao sul com Quixeramobim, ao oéste
com a do Ipú (S. Gonçalo dos Cocos) pelo rio Acaracú e ribeirão
Feitosa, de que foi tambem desmembrada. Estende-se de norte
a sul 24 leguas sobre 15 de léste a oéste com a superficie appro-
xiuiada de 240 leguas quadradas. É atravessado pelo rio Jacu-
rutú, Grairas e Macacos, affluentes do Acaracú, que todos secção
na estação estival, e cria excellentemente gado vaccum e cavallar.
Foi creada freguezia e desmembrada das de Sobral e S. Gon
çalo dos Côcos, por decreto de 22 de Março de 1823, e villa por
lei provincial de 26 de Agosto de 1846.
A sua população em 1858 era de 8,927, sendo:
Homens Mulheres Total
Livres . . . 4,561 3,408 7,969
Escravos . . 460 498 958
5,021 3,906 8,927
Seus baptisados regulão, termo médio annual, por 525. Elege
15 eleitores, pertencentes ao collegio eleitoral de Sobral.
Em 1858 contava 142 fazendas de criar, com 30,000 cabeças
de gado vaccum, apanhando 12,000 crias, e 8,000 de cavallar
com 150 crias.
O municipio tem dous districlos de paz e policiaes, o de Santa
Quiteria e o da Barra do Macaco, onde existe uma capella filial.
— Vide Barra do Macaco.
A villa é pequena, tem uma igreja matriz não acabada, e uma
escola primaria de meninos.
Santa Rita— Povoação na serra do mesmo nome, 18 léguas
ao O. da cidade de Quixeramobim, e 5 de Maria Pereira, com
uma capella filial à matriz desta villa. É hoje um grande povoado
de mais de 200 casas, onde gyra muita actividade pela abundan-
dancia e cultura da serra.
74 SAO
Tem uma escola primaria, e forma um districto de paz e
subdelegada.
A povoação chama-se Pedra-Branca.
Santa Rosa— Pequena povoação á margem do rio Jaguaribe,
com uma capella filial da freguezia do Riacho do Sangue.
Santa Rosa — Riachão na freguezia de Santa Quiteria,
affluente do rio de Groairas.
Santo Amaro — Serrote na freguezia de Santa Quiteria ; ó
secco e baixo, com extensão de 2 a 3 leguas : chama-se tambem
dos Veados
Santo Antonio — Corrego na freguezia do Ipú, na Serra-
Grande, que forma com outros o rio Macambira.
Santo Antonio do Aracaty — Povoação pequena no termo
da Imperatriz, com uma capella filial áquella freguezia, sita no
sertão do Aracaty, regada pelo rio deste nome.
Santo Antonio «lo Iboassú — Povoação com uma capella
filial á matriz de Granja.
Seus habitantes são agricultores e criadores.
Santo Antonio do Jardim — Vide Jardim ( Santo
Antonio ).
Santo Antonio do Olho d'Agua — Povoado na freguezia
de Granja, com uma capella filial, e formando um districto de
paz e policial.
Dista da matriz 46 leguas.
Santo Antonio «lo Pitaguary — Pequeno povoado com um
cemiterio, ao pé da serra deste nome, na freguezia de Maran-
guape, de que dista 2 leguas.
S. Benedicto — Pequena povoação sobre a serra da Ibiapaba,
no termo de Villa-Viçosa, a cuja freguezia pertence com uma
capella filial ; forma um districto e tem uma escola primaria.
Foi uma das antigas aldêas dos indios Tapuyas, fundadas pelos
Jesuitas.
Seu territorio é muito fresco, e proprio para toda cultura,
principalmente legumes, canna e café.
S. Bento d'Amontada — Povoação, antiga séde da matriz
deste nome, hoje simples capella filial da freguezia da Imperatriz,
a que perlence.
S. Bernardo — Termo, freguezia, e cidade ; como termo in
SAO 75
dependente tem um juiz municipal e de orphãos; perten
ce á comarca do Aracaty, e tem os mesmos limites que
a freguezia : ao norte Cascavel e Aracaty, a léste a freguezia
do Apody no Rio-Grande do Norte, ao sul Páo dos Ferros, tam
bem do Rio-Grande, e Pereiro, e ao oeste Caxoeira e Baturité :
pôde contar 20 leguas de norte a sul sobre uma largura desi
gual de 12 a 16 com a super ficie approximada de 260 leguas
quadradas. Foi creada fre guezia por provisão de 1735 coma
invocação da Senhora do Rosario ; seu territorio é cortado pelo
rio Jaguaribe, terreno plano, aberto em varzeas immensas co
bertas de carnaúbaes : é proprio para plantar mandioca, legu
mes, algodão, e para criação de gados grossos, e especialmente
ovelhas, e cabras. Além da agricultura, e criação em que se
empregão, seus habitantes, de poucos annos a esta parte se têm
occupado em extrahir a cera da carnaúba, de que fazem ex
portação de muitas mil arrobas, e é hoje uma industria impor
tante. Sua população em 1858 era de 18,634 habitantes, sendo:
Homens Mulheres Total
Livres. . . . 8,272 7,497 15,769
Escravos . . . 1,339 1,526 2,865
9,611 9,023 18,634
Tem um batalhão de guarda nacional.
Seus baptisados, termo médio, andão por 833, e casa
mentos 116. Em 1852 tinha 248 fazendas de criar, em que
se collectárão 5,700 garrotes e 1,170 potros.
Elege 47 eleitores, e pertence ao Io districto eleitoral.
Além da matriz tem 6 capellas flliaes em S. João, Taboleiro
d'Area, Limoeiro, Morada-Nova, Livramento e S. Sebastião.
S. Bernardo de Russas em 1801 foi creada villa e elevada
a cidade em 1859 por lei provincial". Acha-se situada á margem
esquerda do riacho das Russas (que é um braço do Jaguaribe),
o qual meia legua abaixo se incorpora ao outro braço ; é dis
tante do Aracaty 10 leguas, do ícô 40, e 40 a sudoeste da cidade
da Fortaleza. E pequena para cidade, porém bem edificada, e
promettendo grande desenvolvimento. Tem uma boa igreja
matriz, e escola primaria
S. Bernardo — Povoado, na freguezia da Telha, 8 leguas
distante desta villa, e 68 da capital.
8. Caetano — Povoação, e capella na freguezia de Lavras ;
forma um districto policial.
76 SÀÕ
88. Cosme e Damião — Freguezia. — Vide Pereiro.
8. Felix — Corrego, na Serra-Grande, muito plantado, e po
voado ; corre para o Piauhy, e despeja no Inuçú.
8. Francisco — Rio, que nasce da Serra-Grandn, forma uma
linda quéda d'agua, corre pelo sertão da freguezia do Ipú e
despeja no rio Jatobá. Chama-se tambem Caxoeira.
8. Francisco — Villa, na freguezia de Santa Cruz, collo-
cada ao pé da serra da Úruburetama do lado meridional em am
terreno fertil, proprio de plantação, mas sujeito á falta d'agua
no rigor da secca. Foi creada villa em 1859, por transferencia
da de Santa Cruz. É pequena, e tem apenas uma casa de
oração ; porém é commerciante, porque recolhe-se ali todo o
algodão que produz a serra daquelle lado, e dali se exporta
para a capital em costas de animaes.
Tem uma escola primaria; o termo é annexo ao da Im
peratriz.
8. Francisco — Pequeno povoado e capella na freguezia do
Riacho do Sangue.
8. Francisco — Rio na freguezia do Riacho do Sangue, e
affluente do rio deste nome.
8. Francisco das Chagas — Vide Canindé.
8. Gonçalo — Rio no termo e freguezia da Fortaleza, que atra
vessa de norte a nordéste ; nasce da serra de Balurité, no lugar
chamado Boticario, cujo nome toma a principio, corre do occi-
dente até o serrote Santa Luzia, depois toma a direcção do
norte, e passa em sitios novos, onde recebe o ribeirão de Santa
Luzia; mais adiante, do lado occidental, o riacho Mocó, e depois
de um curso de mais de 20 leguas lança-se no mar, a pouca dis
tancia de Siupé, e a 14 leguas da Fortaleza. Só corre pelo in
verno, e tem de 5 a 6 braças de largura.
8. Gonçalo — Riacho no municipio de Maria Pereira, que com
22 leguas de curso lança-se no rio Banabuihú, 5 leguas abaixo da
villa de Maria Pereira.
8. Gonçalo — Freguezia, 70 leguas ao 0. da capital, sobre a
Serra Grande, em cujo territorio se cultiva mandioca, canna de
assucar e legumes para consumo. Tambem chamão a esta fre
guezia Serra dos Côcos ; a matriz passou para o Ipú (vide) , e
a antiga povoação de S. Gonçalo está quasi deserta.
8. Hilário Serra na freguezia da Viçosa ; é um dos pontos
do Ibiapaba mais septentrionaes.
77
$. João — Povoação no termo da cidade de S. Bernardo, na
margem direita do rio Jaguaribe, com uma capella dedicada a
S. João Baptista ; forma um districto de paz e de subdelegada.
S. JoSo do Príncipe — Vide Tauhd.
S. Joíto do Príncipe—Comarca , villa e freguezia, tambem
conhecida pelo nome delnhamuns, nas cabeceiras do rio Jagua
ribe, limite occidental da provincia ; n'um sertão secco, mas de
excellentes pastos para criação, e elevado, cortado em toda sua
extensão pelo Jaguaribe, que o atravessa de noroéste a suéste.
Como comarca desmembrada da de Quixeramobim, por lei pro
vincial de 25 de Setembro de 1836, comprehende dous termos
independentes, o do Inhamum e o de Maria Pereira, e estende-se
por mais âeíO leguas de norte a sul, entre as comarcas de Qui
xeramobim e* Saboeiro, e por mais de 30 entre a serra da Ibia
paba e Joanninha (extremas de Piauhy ao oeste) e as mesmas
comarcas de Quixeramobim e Saboeiro, nos termos de Caxoeira
e Telha, com a superficie de mais de 600 leguas quadradas, e
população absoluta, em 1857, de 32,365 habitantes. Tem um
juiz de direito, um promotor, dous juizes municipaes e de or-
phãos (dous termos), um promotor, cinco officios de justiça, tres
escrivães, oito districtos de paz e de subdelegadas, dous muni
cipios, tres freguezias e sete igrejas É comarca de primeira en-
trancia, tem cinco escolas primarias para o sexo masculino, e duas
para o feminino. Em 185 i tinha 612 fazendas de criar, em que
se collectárão 11 ,366 garrotes e 2,700 potros.
Como municipio comprehende as duas freguezias, de Arnei-
roz e S. João do Principe ; foi creada villa em 1802.
Como freguezia foi creada, sendo desmembrada da de Arneiroz
por decreto de 17 de Agosto de 1832, da qual em 1837 foi des
membrada a de Flores, e depois em 1850 supprimida e annexada
outra vez à de Inhamum.
A freguezia hoje estende-se deléste a oéste, desde a serra da
Boa-Vista até S. Thiago 30 leguas, sobre 20 de norte, em Belém,
ao sul em Marrecas.
Tem tres capellas filiaes, Marrecas, Flores e Cococy, que
formão outras tantas povoações e districtos.
A população absoluta da freguezia em 1857 era de 12,759
habitantes, sendo :
Homens Mulheres Total
Livres. . . . 5,689 5,742 11,431
Escravos ... 550 778 1,328
6,239 6,520 12,759
78 SAO
Seus bapfisados regulão, termo médio, annualmente por 473,
e 62 casamentos. A villa, situada sobre a margem do Tricy,
principal cabeceira do Jaguaribe, n'um terreno secco, é pe
quena, tem uma igreja matriz, casa da camara e cadeia. Dista
da capital 100 leguas pelos caminhos usuaes, e de Quixeramobim
40. Perto da villa ha um serrote celebre pelas muitas pedras fi
nas, amethystas, agathas, crystaes, e até diamantes. No seu terri
torio lia tambem uma mina de pedra-hume, e outra de arsenico.
A freguezia contava em 1856 164 fazendas de gado, em que se
collectárão 8,600 garrotes e 1,800 potros.
8. José — Povoação com uma capella filial á matriz de Sobral .
S. José do Olho d, Agua — Vide Acampe.
S. Manoel—Pequeno povoado com uma capella filial á fregue
zia de Santa Anna do Acaracú.
S. Matheus — Villa e freguezia sobre a margem do Jaguaribe,
a 84 leguas da capital : foi creada freguezia em 1745, com a in
vocação de Nossa Senhora do Carmo, e villa em 1833, extincta
em 1 851 , quando passarão a séde para o Saboeiro, e restaurada
por lei provincial de 1859.
Seus habitantes são criadores e plantadores As margens do
rio dão excellente fumo, mandioca e legumes. A freguezia tem os
mesmos limites que o municipio, que é annexo ao da Telha, e
pertence á comarca do Saboeiro.
Limita-seao norte como Saboeiro, ao oeste com Assaré, ao sul
com Lavras, a léste com Telha.
Sua população em 1857 andava por 1 1 ,464 , sendo :
Homens Mulheres Total
Livres. . . . 4,990 6,205 11,195
Escravos ... 109 158 267
5,099 6,363 11,462
Elege 26 eleitores, e forma um collegio pertencente ao 3o dis-
tricto eleitoral
Baptisão -se annualmente, termo médio, 500 meninos.
Lm 1854 havia 237 fazendas de criar, em que se collectárão
3,200 garrotes e 270 potros. A villa é pequena, situada sobre
a margem esquerda do Jaguaribe; tem uma escola primaria
para meninos.
S, P edro —Serra, ramo do Araripe, entre Missão-Velha e Mila
gres.
SER 79
Nesta serra está o districto, e povoação do mesmo nome. É
muito fertil.
D. Pedro -Povoação com eapella filial à freguezia de AJissão-
Velha, formando um districto policial do termo de Milagres na
comarca do Jardim: fica no valle do Cariri, na serra de S. Pedro.
S. Pedro do Ibiapina— Vide Ibiapina.
S. Sebastião—Povoado com uma capella filial á freguezia de
Russas.
S. Simão—Serrota na freguezia de Granja.
S. Tbiago —Lagoa no termo de S. João do Principe (Inhamumj,
notavel porque faz o divortium aquarum entre o Jaguaribe e
Poty; pois delia nasce o Tricy, cabeceira do Jaguaribe, e d'outro
lado um dos ramos do Poty, para o Piauhy.
S. Vicente Ferrer—Vide Lavras da Mangabeira.
Sapupara — Riacho que nasce do lado occidental da serra
d'Aratanha, passa pela povoação deste nome e vai engrossar o
rio Maranguape.
Sapupara — Povoado pequeno na freguezia de Maranguape,
2 leguas ao oeste dessa villa.
Sariema—Ribeirão no termo de Canindé, o qual nasce na serra
de Baturité, e engrossa o rio Canindé.
Serra do Anta — A 8 leguas ao suéste d'Aracaty, commu-
nicando-se com a do Apody. Em alguns cabeços chamão do
Arapuá.
Serra do Arroz ou do Arrozal — Á margem direita do
Jaguaribe, entre as freguezias do Riacho do Sangue e Icó.
Serra do Camará — No municipio do Pereiro, comarca do
Icó; é uma ramificação do Pereiro; é fertil e cultivada.
Serra dos Cariris-l^ovos É um ramo, ou continuação
do Araripe, que separa a provincia do Ceará da de Pernambuco ;
é plana e arenosa ; em sua assentada forma um plalô de 7 a 8
leguas de largura com uma extensão de 30, mais ou menos. Não
tem agua em cima, como a parte chamada Araripe, por ser de
terreno muito permeavel, onde as aguas se infillrão immediata-
menle. É notavel Ianto por sua planura, como por sua confi
guração de escarpamento, que se assemelha a uma muralha de
fortaleza. As aguas que correm para o lado de Pernambuco vao
80 SER
a S. Francisco, e as do lado do Ceará formão o Salgado (affluente
do Jaguaribe).
Sei ra dos Cavallo»—Na freguezia de Lavras.— Vide Serra
de S. Bento.
Serra do Góes — No termo de Lavras.— Vide Serra de
S. Bento.
Serra-Grande — É uma parte da Ibiapaba, que na comarca
do Ipú toma este nome.— Vide Ibiapaba.
Serra do Jaguaribe — Vide Serra do Apody.
Serra do Machado — Entre as freguezias de Quixera-
mobim, Canindé e Santa Quiteria, d'onde nasce o rio Curú ; é
coberta de mattos, e planta-se nella legumes e algodão.
Serra da Marianna — No termo de Canindé, d'onde nasce
o rio Choró. É secca, mas dá legumes e algodão.
Serra do Miindahú — É uma ponta do massiço da Urubu-
retama (vide) mais elevada, que fica a léste, e d'onde desce o
rio deste nome.
ierra-Mova — Na freguezia da Telha, entre esta e Maria Pe
reira ; é fresca e capaz de cultura.
Serra do Olho d'Agua. — No municipio de Lavras; é um
ramo da de S. Caetano, fresca e cultivada.
Serra do Pereiro — Tambem conhecida por serra dos
Santos Cosme e Damião, a léste do Icó, reunida á do Camará,
servindo de limites à provincia do Rio-Grande do Norte. É ex
tensa, fresca e cultivada, e o celleiro da cidade do Icó e sertões
vizinhos. Nella se acha grande parte da freguezia e termo da
villa do Pereiro, que é fundada sobre ella (vide).
Serra do* Pobres — Na freguezia do Riacho do Sangue ; è
pedregosa e secca.
Serra de Santa Maria — Na freguezia de Lavras.— Vide
Serra de S. Bento.
Serra de Santa Rita — Na parte mais Occidental, onde se
reúne um grupo de varios serrotes, que dão nascimento aos di
versos rios da provincia que correm para o Jaguaribe. É fertil,
bem cultivada, na freguezia de Maria Pereira, e nella eslá a
povoação da Pedra-Branca, chamada tambem de Santa Rita.
Serra de S. Bento — No municipio de Lavras; é fresca e
produz legumes, algodão e mandioca. Della se destacão diversos
80B 81
ramos, que tomão os nomes de serra dos Cavallos, de Santa Ma
ria, do Góes, todos cultivados.
Herra de S. Caetano — Na freguezia de Lavras; fresca e
cultivada em legumes e algodão.
Serra do Vento — No municipio de Maranguape ; serrota
secca ao oéste da serra de Maranguape.
Serra-Verde — Na freguezia da Imperatriz ; é inculta.
Sipó — Lagôa na freguezia da Telha.
Sitia — Rio, que nasce na serra do Estevão e lança-se no Bana-
buihú no lugar chamado Barra do Sitia, freguezia de Quixera-
mobim. — Vide Barra do Sitiá.
Siupé— Povoação e districto policial e de paz, pertencente á
freguezia e termo da cidade da Fortaleza, ao noroeste da mesma;
estende-se desde o rio Cauhipe pela costa até o rio Curú; seus habi
tantes pela maior parte plantão mandioca, e legumes, e pescão na
costa. A povoação fica na margem do lago (ou lagunas) chamado
Jaguaraçú, que faz o riacho Siupé na sua embocadura, onde forma
o pequeno porto, chamado Picem. Tem uma capella filial da
freguezia da Fortaleza, com a invocação da Senhora dos Pra
zeres; o povoado é insignificante e pobre.
Siupé — Pequeno rio, em cuja barra se acha a povoação do seu'
nome, e forma o pequeno porto do Picem a 7 leguas da Forta
leza.
Sohradinho — Povoação, na freguezia de Granja, a 30 leguas
desta cidade, perto da Amarração, junto a um grande lago sal
gado, d'onde se extrahe grande quantidade de sal para a
provincia do Piauhy.
Sobral — Comarca de 2a entrancia, termo, freguezia e cidade.
Comarca — Por Alv. de 27 de Junho de 1816 foi creada uma
vara de juiz defóra, e elevada a comarca em 6 de Março de 1833.
Comprehende hoje as villas do Acaracú, e Santa Quiteria, com
uma extensão de sul a norte de 45 leguas, desde as extremas
com Quixeramobim até ao mar, e de mais de 20 leguas de
largura de léste a oéste das extremas com a Imperatriz ás
comarcas do Ipú, Viçosa, e Granja, com uma superficie de mais
de 600 leguas quadradas, e população de 36,400 habitantes
em 1857.
Termo -— Tem annexo o de Santa Quiteria, e por limites os da
6
sou
propria freguezia: foi creada villa por ordem do capitao-ge-
neral de Pernambuco, de 5 de Julho de 1779.
Freguezia—A antiga povoação da Caiçara, filial da Fortaleza,
foi elevada a curato em 1712, e à freguezia sob a invocação da
Senhora da Conceição em 1773. Tem as capellas de S. José, Ara-
ticuns, e Lapa ao pé da Serra-Grande. Sua população (da freguezia
e municipio) andava, em 1857, por 17,286 habitantes, sendo :
Homens Mulheres Total
Livres . . 7,100 7,393 14,493
Escravos. 1,300 1,493 2,793
8,400 8,886 17,286
No triennio de 55 a 57, baptisárão-se, termo médio, annual-
mente 1,100 meninos. Os seus habitantes são, pela maior parte,
criadores ou commerciantes ; em 1854 contavão-se 244 fa
zendas de criar, em que se colleclárão perto de 5 mil garrotes, e
700 potros. Elege 60 eleitores, e pertence ao 2o districto elei-
da provincia. É em toda a sua extensão cortada pelo rio
toral Acaracú.
Cidade—Foi fundada a povoação da Caiçara em 1712, elevada
a villa em 1773, e a cidade, com o nome de Januaria, que de
pois foi mudado para o de Sobral, em 12 de Janeiro de 1841.
Está situada á margem esquerda do Acaracú, a tres leguas da
fertil serra da Meruoca, seu celleiro, e a 20 do porto do Acaracú.
Sobral passa por um dos mais bellos, importantes e ricos
povoados da provincia do Ceará.
Tem bonita casaria, tres igrejas, sendo a matriz um grande e
formoso templo, e a igreja do Menino-Deos um lindissimo e
rico templo. Seus habitantes, geralmente muitohospitaleiros e
civis, entretém bastante commercio com as praças de Pernam
buco e Maranhão pelo porto do Acaracú, por onde exportão
solas, couros, algodão, farinha e legumes. O calor ahi é in
tenso, na estação calmosa, e o lhermometro chega às vezes à
sombra a 34' do centigrado.
É cabeça do 2o districto eleitoral, pelo qual se elegem 3 de
putados geraes e 12 provinciaes. Tem uma aula de latim, 2
escolas primarias para meninos, e uma para meninas.
Sorôró — Riacho na freguezia da Imperatriz que corre do lado
septentrional da serra e entra no rio Mundahú.
Soure — Povoação a tres leguas e meia ao noroéste da capital,
TAB 83
antiga missão dos indios da Caucaia, administradapelos Jesuitas ;
foi elevada a vigararia a 5 de Fevereiro de 1759, e creada villa
em 15 de Outubro do mesmo anno pelo Alv. de 8 de Maio de
1758 : seu orago, bem como o da Capella actual, é Nossa Se
nhora dos Prazeres. A villa foi extincta pela resolução do con
selho do governo de 13 de Maio de 1833, ea freguezia por lei
provincial de 1835, incorporada à da Fortaleza. Forma hoje um
districto policial e de paz do termo da Fortaleza com uma ex
tensão de 1 3 leguas de norte a sul, e de 7 de léste a oeste; parte
de seu termo é aberto em varzeas cobertas de carnaúbaes, onde
se cria gados, e na serra e litoral planta-se ; é atravessada pelo
rio Ceará, cujo porto na parte oriental lhe serve de limites com
a capital, e pelo rio Cauhipe, que extrema com o districto de
Siupé ao noroéste ; sua população excede a 5 mil habitantes, e
tem uin batalhão de guarda nacional. A povoação está em deca
dencia, é pequena, tem uma escola pr maria, uma capella que
foi a extincta matriz ; a antiga casa da camara, que serve hoje de
casa de audiencia é o principal edificio.
Suentinga — Povoação, e districto da freguezia do Cascavel,
entre o Aracaty e Cascavel em terreno plano proprio para
criação e agricultura, atravessado pelo rio Pirangy, com al
gumas lagoas, sendo notavel a Salgada, onde sem communicar
com o mar quando sécca, crystallisa sal quasi igual ao das salinas
da praia. No seu districto tem-se encontrado grandes ossadas
fosseis de animaes antediluvianos.
Sussuanha — Corrego, na Serra-Grande, muito cultivado, e
povoado ; despeja no Macambira.
T
Tabajarra— Nação de indigenas, que habitava a serra da Ibia
paba : estão hoje civilisados, e confundidos com a massa geral
da população , existindo apenas algumas familias ainda não
mescladas nas povoações de S. Pedro e S. Benedicto (vide).
Tabocas — Corrego, na freguezia do Ipú, ua Serra-Grande,
muito plantado, e povoado ; forma com outros o rio Macambira.
Taboleiro-Alegre — Varzea pittoresca, e linda no termo
da Fortaleza, que fica entre os rios S. Gonçalo, e Curú, se
meada de cajueiros, e outras arvores copadas.
84 TAT
Taboleiro d'Areia — Povoação, no termo da cidade de
S. Bernardo, com uma capella filial á matriz da mesma cidade :
é cercada de areaes, e seus moradores são criadores. Forma um
districto de paz e de policia.
Tabuba — Lagôa, nas praias do municipio da Imperatriz.
Tajaçuoca — Lugar nas margens do rio Curú, no districto da
capital, onde se encontrão abundantes minas de salitre.
Tamatunduba — Córrego que nasce no serrote Taitinga, des
peja no Cocó, e serve de limites entre os districtos de Aquiraz e
Mecejana.
Tamboatá — Corrego, na Serra-Grande, freguezia do Ipú ;
banha a povoação de Campo-Grande, e com o Inuçú, e outros
forma o rio Macambira.
Tamboril — Povoação, no termo e freguezia do Ipú, á margem
do Acaracú : é um povoado crescido, e ha muitos annos que
por lei provincial foi elevado a villa, dependendo sua inaugu*
ração da edificação de casas da camara e cadeia.
Tanque do Meio — Lugarejo na freguezia do Acaracú, com
uma capellinha, perto da costa de Almofala.
Tapagy — Vide Itapagy, ponta na costa.
Tapera— Povoação na freguezia do Riacho do Sangue, com uma
capella filial. Tambem se chama Floresta.
Tapery — Lagôa , no districto de Mecejana, no caminho da
Pacatuba.
Tapuio — Pequeno rio que despeja no mar, entre as barras do
Camocim e Timonha.
Taquara — Pequeno povoado na freguezia de Sobral, distante
da cidade 7 leguas.
Taquary — Povoado na freguezia de Sobral, distante 10 leguas
desta cidade.
Taquary — Riacho que nasce da Serra-Grande, e despeja no
Jaibara, no termo de Sobral.
Tatajuba — Lugar no termo da villa de Santa Quiteria, onde
ha minas abundantes de salitre. Em 1800 o naturalista Dr.
Freijo, por ordem régia, estabeleceu ahi uma officina para refinar
o salitre, e funccionou tres annos, apurando umas 400 arrobas.
TEL 88
1
Tauhá — Villa.— Vide S. João do Príncipe.
Telha — Lagôa na freguezia deste nome.
Telha—Serrota entreas freguezias de Quixeramobime Santa Qui
teria ; secca, mas propria para algodão e legumes.
Telha — Villa, e freguezia na margem do Jaguaribe na ribeira
chamada Quixelô. Os limites da freguezia são os mesmos do
municipio, que forma um termo judiciario com os municipios
annexos deS. Matheus, Saboeiro, e no crime pertence â comarca
do Icó.
A freguezia desmembrada da de S. Matheus foi creada por
decreto de il de Outubro de 1831, e elevada a villa pela lei
provincial de 25 de Janeiro de 1853. Limita-se ao norte com a
freguezia do Riacho do Sangue (Caxoeira), pela ribeira do Ja
guaribe, riachos Cunhá-Cuthy, Fael e S. João; ao Sul com
S. Matheus na barra do Cangaty, e pelos riachos Sipó e
Aréré; a léste com o Icó pela estrada das Cajaseiras e Jaguaribe ;
a oeste com Maria Pereira pelo riacho Quinqui e Truçú, ao SO.
com o Saboeiro pelas fazendas Jatobá e Vertentes, e a LS. em
Lavras pela serra S. Bernardo. Tem deN. aS. 13 leguas sobre
20 L. a O. com 160 leguas quadradas approximadamente.
Seu terreno na margem do Jaguaribe é baixo, fresco e cheio
de lagoas piscosas, sendo notavel a do Aguatú, que tem mais de
legua, funda e cheia de aves aquaticas.
Seus habitantes plantão legumes, mandioca e fumo, que dá
excellente; e crião tambem bastante gado.
Sua população absoluta era de 10,220 em 1857, sendo :
Homens Mutheres Totat
Livres. . . 5,341 3,883 9,224
Escravos . 457 539 996
5,798 4,422 10,220
Seus baptisados em 1859 forão 683. Elege 45 eleitores, e faz
parte do 3° districto eleitoral. Em 1854 contava 135 fazendas de
gado, em que forão collectados 1 ,800 garrotes e 200 potros.
A villa é situada entre lagôas, e perto da margem do Jagua
ribe em uma bella planicie ; é pequena, mas de bella presença.
Sua igreja matriz é grande, porém não está acabada.
Tem duas escolas primarias, uma para meninos e outra para
meainas ; Jista da cidade ao Icó 10 leguas, e 4a capital 80. Em
Membro de 1860 liouye neUa um conflicto entre os partidos
86 TMJ
por occasião da eleição, de que resultârão 13 mortes e muitos
ferimentos.
Tibáo — Morro de arêa na costa da provincia, o qual lhe serve
de extrema com a do Rio-Grande do Norte.
Timbaúba—Lagôa nafregnezia do Crato.
Timonba — Rio que nasce da ponta septentrional da Ibiapaba,
passa pela Villa-Viçosa, e depois de um curso de 25 leguas
lança-se ao mar umas 20 leguas ao norte do Camocim (Granja).
Torre — Serrota na freguezia de Maranguape, quasi ao pé da
serra deBaturité, a cujo grupo pertence.
Torto — Serrota no termo de S. Matheus ; é secca e pouco
cultivada.
Trahiry — Pequeno rio que faz barra no oceano 30 leguas ao
norte da capital.
Trahiry — Districto policial e de paz, e povoação pertencente
á freguezia e termo da Fortaleza, ao norte da capital. O districto
estende-se do rio Curú, onde extrema com o de Siupé ao sul,
até ao rio Mundahú ao norte com 12 leguas de costa. 0 terreno é
todo agricola, proprio para cultura de mandioca, legumes e
cannas.
Seus habitantes são agricultores, que abastecem com farinha a
capital e*sertão da Imperatriz, e são tambem pescadores.
Neste districto ha porção de terra devoluta, que depois da lei
das terras varios individuos têm tomado.
A povoação é pequena, tem uma capella e uma escola pri
maria: fica perto da costa, na barra do rio de seu nome, que dá
entrada a barcaças.
Trapia — Serra no municipio de S. Matheus, em continuação de
outras ; é fresca e cultivada. — Vide Brigida.
Tricy — Rio no municipio de Tauhá, que nasce da lagôa San
tiago, uma das cabeceiras do Jaguaribe, passa na villa do
Tauhá, com 11 léguas de curso e junta-se ao Jaguaribe uma
legua abaixo da villa do Tauhâ.
Truçú — Serra nos termos do Inhamum e Saboeiro ; é a conti
nuação da cordilheira baixa, que nasce do platò que divide as
aguas do Ceará das de Piauhy, e cérca pelo nascente a co
marca do Inhamum.
Truçú — Riachão que nasce na freguezia do Saboeiro, na serra
do Flamengo, e despeja no Jaguaribe , abaixo da villa da Telha.
URU 87
Tuimrito — Povoação pouco acima da barrado Timonha, onde
entrão sumacas, ao noroeste da cidade da Granja.
Tubiba — Riachão, nafreguezia de Santa Quiteria , affluente do
rio Acaracú.
Tucuuduba — Povoado na freguezia do Acaracú, formando um
districto policial.
Tem uma cadeira primaria do sexo masculino.
u
Ubajarra — Monte ao pé da Serra-Grande, entre as freguezias
da Viçosa e Granja, notavel pela celebre caverna que tem, e
porque existe ahi uma mina de cobre e de prata, que foi an
tigamente explorada.
Ubatuba — Povoação na freguezia da Granja, distante desta
cidade 18 leguas.
Unaary — Povoação situada na extrema, entre esta provincia
e as do Rio-Grande do Norte e Parahyba, com uma capella
filial á matriz de S. Vicente das Lavras ; por ahi passa a estrada
que vai do Piauhy para o Recife e Parahyba : forma um districto
de paz e policial.
Umbuseiro —Riacho no termo do Tauhá ; nasce ao pé da Ser
ra-Grande, atravessa parte da freguezia de Arneiroz, entra na
do Saboeiro e despeja no Jaguaribe, meia legua abaixo da villa.
Umbuseiro — Serra no termo do Saboeiro, que corre do poente
ao nascente ; é uma ramificação da Ibiapaba.
Umputy — Lagôa na freguezia de Lavras, com mais de meia
legua de comprimento.
Uruahaú — Lagôa na freguezia do Cascavel, districto de Suca-
tinga, com mais de legua de extensão, á beirado mar, com que
não communica por causa de grandes morros de areêa ; é muito
piscosa.
Uruburetama (que quer dizer casa de urubus) — Serra, 18
léguas ao noroeste da cidade da Fortaleza, e a 6 do oceano, e
correndo parallela a este de léste a oéste na extensão de 16
léguas com a largura desigual de 4 a 10. É bastante alta, muito
88 VIÇ
desigual, cheia de cabeços e voltas; sua rocha é de gneis ò
granito. Sua altura, no ponto mais elevado, pôde chegara 400
metros, pois no pico Itacoatiarao barometro desce até 690 milli-
metros, e o thcrmometro ás 3 horas da tarde a 22o centígrados.
É fresca e pelo verão correm delia alguns riachos, sendo o mais
notavel o Mundahú, que desce até o sertão. É bastante fertil, e
nella se cultiva muito algodão, mandioca, legumes, alguma
canna e café. Sobre ella está a villa da Imperatriz e a extincta
villa de Santa Cruz, e aos seus subpés as povoações de S. Fran
cisco, Arraial e Itapipoca.— Vide Imperatriz.
V
Valentim — Serrota secca na freguezia da Imperatriz.
Várzea-Alegre — Povoação com umacapella dedicadaaS. Ray-
mundo Nonnato, filial da freguezia de Lavras, a que pertence.
Varzea-Grande — Serrote na freguezia do Canindé.
Varzea-Orande — Pequeno povoado na freguezia de Granja,
a 14 leguas dessa cidade.
Várzea do Timbaúba — Lagôa na freguezia de Arneiroz,
onde se encontrarão em excavações grandes fosseis de dimen
sões gigantescas.
Várzea da Vacca — Pequeno e miseravel povoado, na ex
trema desta provincia com a do Piauhy, na chapada da Ibia
paba, na freguezia do Assaré : dista da capital 1 40 leguas pelos
caminhos communs.
Venda— Pequeno povoado com uma capella do Menino-Deos,
filial da freguezia de Lavras, a que pertence.
Vento — Serra no termo de Balurité, fresca no cimo, e com al
gumas plantações de café.
Verde — Serrota fresca no termo de Baturité, plantada de café.
Vertentes (Serra das) — No sertão do Aracaty-assú, termo da
Imperatriz.
Viçosa (Villa) — Sobre a ponta septentrional da Serra-Grande
ou Ibiapaba, hoje tambem comarca de i* entrancia.
VIÇ 80
Tanto o termo da villa como o districto da comarca não se es
tendem além dos limites da freguezia*
Foi uma antiga missão dos indios Camussis, Anacás e Arariús,
da nação Tabajarra, catechisados e aldeados pelos Jesuitas, no
principio do século xvin, que fundârSo ali um convento e
igreja ainda hoje em ruinas. Foi creada freguezia em 1769, e
villa em 7 de Julho do mesmo anno.
Seu orago é Nossa Senhora d'Assumpção.
Limita-se ao sul com a antiga freguezia da serra dos Côcos
(hoje Ipú), a 17 léguas ; ao nascente com a de Granja, a 3 leguas ;
e ao poente com a de Piracuruca em Piauhy a 8 leguas. Tem 20
leguas de comprimento sobre 10 de largura, com 160 q. de su
perficie. Tem as capellas filiaes de S. Pedro da Biapina ou Ibia
pina e S. Benedicto. Como patrimonio da matriz, e sustento do
parocho, tem uma grande fazenda de gados na Tiaia, restos dos
Jesuitas. Foi creada comarca, e termo independente da Granja,
em 1839. Sua população absoluta em 1857 andava por 15,066
habitantes, sendo :
Homens Mulheres Total
Livres . . 7,200 7,601 14,801
Escravos . 155 110 265
7,355 7,711 15,066
Seus baptisados regulão annualmente por 900.
Seus habitantes, que occupão grande parte da serra fertil e
abundante, são agricolas, e no sertão criadores: em 1854
contava 31 fazendas de criar e collectava 480 garrotes e 10
potros.
Da serra exporta-se café, legumes, farinha, pelo porto do Ca
mocim da cidade da Granja.
Forma um collegio de 27 eleitores, pertencente ao 2o districto
eleitoral.
A villa está situada em meia serra, em um sitio agradavel e
saudavel, cujo clima passa pelo mais bello do Ceará.
Dista de Granja 12 leguas.
Neila residem os juizes de direito e municipal e o promotor da
comarca.
É a patria do celebre indio D. Antonio Felippe Camarão.
90 VIL
Villa-Nova de El-ltei — Antiga e hoje extincta na Serra-
Grande, creada no seculo passado, no lugar Campo-Grande,
onde forão aldeados os indios Tabajarras, que hoje desappare-
cêrão. Por lei de 1840 foi transferida a séde dessa villa para o
Ipú, e ficou reduzida a simples povoação, formando um districto
de paz.
É ainda bastante povoada, assentada em uma linda chapada,
fresca e cultivada, e seus habitantes são agricultores e nego
ciantes.— Vide Ipú.
MAPPA DEMONSTRATIVO
DA POSIÇÃO DAS CIDADES E VILLAS DA PROVÍNCIA DO CEARÁ
t da distancia em linha recta e petos caminhos usuaes de todos os povoados.
CIDADES ,
VILLAS
E POVOAÇÕES.
Acaraoú. . .
Acarape. . .
Almofala . .
Amarração .
Aquiraz. . .
Araeaty. . .
Araticúns . .
Arneiroz . .
Arraial . . .
Arronches. .
Assaré. . . .
Assumpção .
Aurora '. . .
Barbalha ....
Barra do Macaco
Barroquinha . .
Batateira ....
Baturité
Bebedor
Boassu
Boa Viagem. . .
Boa Vista ....
Bom Jesus. . . .
Brejo Grande. .
Burity
Burity dos Oleiros
Caiçara ....
Cajâseira . . .
Cajâseira . . .
Cajueiro. . . .
Campo Grande
Camocim . . .
Canabrava . .
Canindé. . . .
Capellinha da
Trindade . . .
Cascavel
Catinga de Góes
Caxaçó
Caxoeira ....
Cococy
Coité
Crato
Cruz
Cuncas
Emburanas .
Estevão. . .
4o 13'
4o 19
4» -n
70 14>
Villa
Pov.
Villa
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MUNICÍPIOS
A QUE
PERTENCEM.
Acaracú . .
Baturité . .
Acaracú . .
Granja. . .
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Aracaty . .
Viçosa. . .
Tauhá . . .
Imperatriz.
Fortaleza .
Saboeiro. .
Imperatriz.
Lavras. . .
Barbalha.
Santa Quiteri
Granja. .
Crato. . .
Baturité .
Saboeiro.
Granja. . .
Quixeramob
Caxoeira. .
Telha. . . .
Crato. . . .
Crato. . . .
Barbalha.
Araeaty .
Sobral. .
Barbalha.
Jardim. .
Ipú. . . .
Granja. .
Tauhá . .
Canindé .
Acaracú .
Cascavel.
Araeaty .
Pereiro. .
Caxoeira.
Tauhá . .
Milagres.
Crato . .
Acaracú .
Milagres.
Milagres.
Quixeramobim
COMARCAS
A QIE
PERTENCEM.
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Baturité .
Sobral. .
Granja. .
Fortaleza
Aracaty .
Viçosa. .
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Fortaleza
Saboeiro.
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Crato. . ,
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Crato. .
Baturité
Saboeiro
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Quixeramobim
Quixeramobim
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Crato
Crato
Aracaty .
Sobral . .
Crato. . . .
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Inhamum .
Baturité. .
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Aracaty . . .
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Crato
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Jardim
Jardim
Quixeramobim
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CIDADES ,
VILLAS
E POVOAÇÕES.
Frade
Gameleira.
Granja. . .
Guaiúba. .
Ibiapina. .
Iboassú . .
Icó
Imperatriz
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Itans. . . .
Jaguaribe-mirim
Jardim
Jiquy
Joaseiro
Jubaia
Juritinhanha . .
Lagòa Grande.
Lameiro . . .
Lapa
Lavras
Limoeiro . . .
Livramento. .
ranguape. .
Maria Pereira.
Marrecas . . .
Mecejana . . .
Meruoca. . . .
Milagres. . . .
Missão Nova .
Missão Velha .
Monte Alegre.
Morada Nova .
Mucuripe . . .
Mundahú . . .
Mutamba . . .
Pacatuba . . .
Pará
Parázinho. . .
Paripoeira . .
Passag.dasPedras
Pavuna ....
Pavuria ....
Pedra Branca.
Pedrinhas. . .
Penha
Pereiro ....
Poço da Pedra
Porteiras . . .
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MUNICÍPIOS
A QUE
PERTENCEM.
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Crato. .
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Russas.
Russas.
Maranguape
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Fortaleza .
Acaracú . .
Milagres. .
Barbalha. .
Barbalha. .
Crato. . . .
Russas. . .
Fortaleza .
Imperatriz.
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Maranguape
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COMARCAS
A QUE
PERTENCEM.
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147
CIDADES ,
VILLAS
E POVOAÇÕES.
Quixadá
Quixeramobim.
Riacho de
marães . .
Rosario . . .
Russas. . . .
Gui-
Saboeiro ....
Santa Arma. . .
Santa Cruz . . .
Santa Quiteria .
Santa Rosa . . . ,
S. Antonio . . . ,
S. Antonio de Pi-
taguary. . . .
S. Benedicto . . .
S. Bento
S. Bernardo. . . .
S. Gaetano . . .
S. Francisco . .
S. Francisco . . .
S. Gonçalo . . .
S. João
S. José
S. Manoel. . . .
S. Matheus . • . .
S. Nicoláo. . . .
S. Pedro
S. Sebastião. . . .
Sapupara
Sitiá
Siupé
Sobradinho. . . .
Sobral
Soure
Sucatinga
Taboleiro d'Arêa
Tamboril . .. . .
Tanque do Meio
Tapera
Taquara
Taquary
Tauhá
Telha
Trahiry ,
Tubarão
Tucunduba. . . ,
Umari .
Varzea Alegre. . .
Varzea de Vacca.
Varzea Grande. .
Venda
Viçosa
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MUNICÍPIOS
A QUE
PERTENCEM.
Quixeramobim
Quixeramobim
Santa Quiteria
Milagres. .
Russas. . .
Saboeiro. .
Acaracú . .
S. Francisco
Santa Quiteria
Caxoeira. .
Imperatriz.
Maranguape
Viçosa. . .
Imperatriz
Telha . .
Lavras. .
Caxoeira.
S. Francisco
Ipú. . .
Russas.
Sobral.
Acaracú
S. Matheus
Saboeiro
Milagres.
Russas.
Maranguape
Quixeramobim
Fortaleza
Granja. .
Sobral. .
Fortaleza
Cascavel .
Russas. .
Ipú. . . .
Acaracú .
Caxoeira.
Sobral. .
Sobral. .
Tauhá . .
Telha. . .
Fortateza
Granja. .
Acaracú .
Lavras.
Lavras. .
Saboeiro.
Granja. .
Lavras. .
Viçosa. .
COMARCAS
A QUE
PERTENCEM.
Quixeramobim
Quixeramobim
Sobral. . . .
Jardim. . . .
Aracati. . . .
Saboeiro. . .
Sobral. . . .
Imperatriz. .
Sobrat. . .
Quixeramobim
Imperatriz. . .
Fortaleza . . .
Viçosa . . . .
Imperatriz. . .
Icó
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Quixeramobim
Imperatriz.
Ipú
Aracaty . .
Sobral . . .
Acaracú . .
Saboeiro. .
Saboeiro. .
Jardim. . .
Aracaty . .
Fortaleza . .
Quixeramobim
Fortaleza . . .
Granja
Sobral
Fortaleza . . .
Fortateza . . .
Aracaty ....
Ipú
Acaracú. . . .
Quixeramobim
Sobral
Sobral
Inhamum . . .
Icó
Fortaleza . . .
Granja
Sobral
Icó.
Icó. . . .
Saboeiro.
Granja. .
Icó.
Viçosa.
Rio de Janeiro, 1861. Typ. Universal de Laemmert
Rua dos Inválidos, 61 B.
IESPECTIVA
ÉDES DAS FREGUEZIAS
ogroptjtca i)o coronel (Eonrnoo
2 Bilagres.
2 13 Missão Velha.
•
0 23 19 Pereiro,
h 41; 33 25 Quiseramobim.
'8 60 50 45 21 Sauta Quitéria.
18 48 44 25 24 40 Russas.
6 27 18 25 22 36 40 Sabociro.
t8 69 62 52 33 12 48 44 SobraP.
U 20 13 11 25 39 36 8 48
36 78 68 68 44 21 59 50 14
Telha.
56 Viçosa.
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STANFORD AUXILIARY LIBRARY
STANFORD, CALIFÓRNIA 94305-6004
(650) 723-9201
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DATE DUE
FEB^&gftolf
JAN 2 2.2$&<a|
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