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Cinquenta Tons CorporativosUma Metfora Empresarial
f|f|f|f|Sentido da Vida Parbola..........................................................................................02Apresentao..................................................................................................................04Introduo......................................................................................................................07
Captulo 1Etimologia do termo Trabalho.....................................................................................10A Psicodinmica do Trabalho..........................................................................................16Trabalho nos dias de Hoje: Uma reflexo ou Inflexo....................................................19
Captulo 2Estresse - Conceito..........................................................................................................27Tipos de Estresse.............................................................................................................29Causas e Consequncias..................................................................................................32
Captulo 3Sndrome de Burnout - Definio....................................................................................35Sintomas..........................................................................................................................38Burnout, Estresse e Depresso.........................................................................................41Estratgias de Preveno.................................................................................................43
Captulo 4Estudo de Caso Pesquisa de Campo.............................................................................46Descrio dos Objetivos..................................................................................................47Hipteses.........................................................................................................................48Metodologia ....................................................................................................................49Ferramenta de Coleta de Dados.......................................................................................5250 Tons Corporativos......................................................................................................54
Captulo 5Resultados........................................................................................................................56
Consideraes Finais ......................................................................................................73REFERNCIAS.............................................................................................................79
APNDICES
I - Carta de Apresentao da Ferramenta da Pesquisa.....................................................82
II Prefcio do e-book Brinde.....................................................................................83
III - Ferramenta de Coleta de Dados...............................................................................84
IV - Carta de Agradecimento da Pesquisa.......................................................................87
V Tabulao Quantitativa Completa ..........................................................................88
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fx|w wafx|w wafx|w wafx|w wa i|wai|wai|wai|wa cauacauacauacaua
"Um barco, no ancoradouro, est seguro.
Mas no para isso que os barcos so feitos."
(William Shedd)
As sandlias do discpulo fizeram um barulho especial nos degraus da escada de pedraque levavam aos pores do velho convento.
Era naquele local que vivia um homem muito sbio. O jovem empurrou a pesada portade madeira, entrou e demorou um pouco para acostumar os olhos com a poucaluminosidade.
Finalmente, ele localizou o ancio sentado atrs de uma enorme escrivaninha, tendo umcapuz a lhe cobrir parte do rosto. De forma estranha, apesar do escuro, ele faziaanotaes num grande livro, to velho quanto ele.
O discpulo se aproximou com respeito e perguntou ansioso pela resposta:
- Mestre, qual o sentido da vida?
O idoso monge permaneceu em silncio. Apenas apontou um pedao de pano, um trapogrosseiro no cho junto parede. Depois apontou seu indicador magro para o alto, parao vidro da janela, cheio de poeira e teias de aranha.
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Mais do que depressa, o discpulo pegou o pano, subiu em algumas prateleiras de umapesada estante forrada de livros. Conseguiu alcanar a vidraa, comeou a esfreg-la
com fora, retirando a sujeira que impedia a transparncia.
O sol inundou o aposento e iluminou com sua luz estranhos objetos, instrumentos raros,dezenas de papiros e pergaminhos com misteriosas anotaes.
Cheio de alegria, o jovem declarou:
- Entendi mestre. Devemos nos livrar de tudo aquilo que no permita o nossoaprendizado. Buscar retirar o p dos preconceitos e as teias das opinies que impedemque a luz do conhecimento nos atinja. S ento poderemos enxergar as coisas com maisnitidez.
Fez uma reverncia e saiu do aposento, a fim de comunicar aos seus amigos o queaprendera.
O velho monge, de rosto enrugado e ainda encoberto pelo largo capuz, sentiu os raiosquentes do sol a invadir o quarto com uma claridade a que se desacostumara. Viu odiscpulo se afastando, sorriu levemente e aprendeu com o discpulo que:
- Mais importante do que aquilo que algum mostra o que o outro enxerga. Afinal, eus queria que ele colocasse o pano no lugar de onde caiu.
Fonte:http://reflexoeseutopias.wordpress.com/2011/07/05/sentidodavida/
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TxxaTxxaTxxaTxxa
...Onde o que eu sou se afoga, meu fumo e minha ioga,
voc minha droga, paixo e carnaval, meu zen,meu bem, meu mal....
(Caetano Veloso)
Cinquenta Tons Corporativo Uma Metfora Empresarial pega carona no maior
hit literrio do momento Cinquenta Tons de Cinza1, para refletir como est
qualidade das relaes interpessoais nos ambientes organizacionais, onde a submisso,
tema da obra em destaque, um componente essencial que permeia o relacionamento
empregador x empregado.
possvel perceber que s vezes essa relao promove um duelo cruel entre o
prazer e o sofrimento; outra temtica tratada naquele best-seller, onde o prazer,
representado pela autorealizao, pelo status, pela segurana financeira, justifica o
sofrimento ao submeter-se s regras perversas como abuso de autoridade, beirando o
assdio moral; ambientes extremamente competitivos, metas intangveis ou desumanas.
1Capa da revista Veja em agosto/12, Cinquenta tons de cinza tem se tornado motivo de polmica. Classificado comoertico por alguns e obsceno por outros, o livro o maior fenmeno literrio depois de Harry Potter. De autoriada escritora britnica E. L. James, ultrapassou a marca de 100 000 exemplares vendidos no Brasil, em apenas duassemanas. Na histria, o casal protagonista vive um trrido romance. Mas o jogo que move os dois , no mnimo,perturbador: existe um contrato entre eles, o qual determina que Anastasia seja submissa na cama a Christian Grey,um jovem milionrio. O sadomasoquismo explorado pela autora e vem da o motivo para tanta curiosidade entre osleitores principalmente entre leitoras.Fonte:http://www.odiario.com/blogs/luoliveira/2012/10/01/cinquenta-tons-de-cinza-o-sucesso-da-literatura/
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Tudo isso personificado em colegas de trabalho desleais, lderes despreparados e
modelos de gesto retrgrados, maquiados por discursos modernos em nome da alta
performance competitiva, mas desconectados das melhores prticas humanistas.
Porm importante ressaltar que essas observaes no assumem tom
generalista; sabemos que existem empresas com gestores competentes e clima
organizacional bem salutar e atrativo. Outro fator a ser levado em considerao que o
sofrimento sempre fez parte da histria do Trabalho. No primeiro captulo, ao
abordarmos a etimologia da palavra Trabalho, apresentamos um resgate histrico onde
identificamos esse componente de maneira definitiva, ou seja, o sofrimento sempre
esteve rondando essa atividade milenar.
Na sequncia, ao perpetrar nos estudos do renomado Psiclogo Dr. Christophe
Dejours, iremos identificar que sua teoria sobre a Psicodinmica do Trabalho tambm
apresentou, como elemento do universo laboral, essa dualidade prazer e sofrimento.
Segundo suas concluses, o Trabalho pode ser fonte destes dois opostos e que h um
eterno prlio tentando eqalizar a manifestao equilibrada de ambos.
Alm dessa abordagem terica onde trataremos de outros referenciais
interessantes, apresentaremos os resultados da nossa dissertao de mestrado, onde
fizemos um estudo de caso para investigar a manifestao da Sndrome deBurnoutemambientes corporativos. Por meio dos resultados alcanados, na Pesquisa de Campo, foi
possvel constatar, com mais propriedade, a presena desse contraponto sofrimento x
prazer no universo corporativo. Os 50 Tons Corporativos esto representados nos
graus da Sndrome de Burnout, e sero mais detalhados no captulo que abordar a
ferramenta de pesquisa.
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Com esse livro, alm de promover o debate e a reflexo em torno da qualidade
do ambiente organizacional, pretendo compartilhar a rica experincia que tive ao
desenvolver minha dissertao de mestrado. Nesse exerccio pude constatar o poder das
redes sociais que participaram ativamente respondendo a ferramenta da pesquisa, o que
foi fundamental para o alcance dos objetivos propostos. Ao publicar este e-book
expresso toda a minha gratido aos profissionais que dedicaram uma pequena parte do
seu tempo contribuindo com essa jornada acadmica. Ainda nesse movimento de
agradecimento deixarei o formulrio da Pesquisa ativo por mais um tempo, agora com a
finalidade de oferecer uma ferramenta de autoconhecimento, uma vez que os
respondentes recebem ao final o resultado do seu Questionrio Preliminar de
Identificao daBurnoute um e-bookcomposto por textos e dicas de como identificar,
prevenir e tratar essa Sndrome. Caso tenham interesse de conhecer ou at mesmo
refazer o seu teste s acessar o link abaixo:
http://www.pedagogiacorporativa.com/pesquisas/?ind=k_g&val=k.070
Kathia de Castro Campos Tenor
Outubro de 2012
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\w\w\w\w
O ser humano capaz de adaptar-se ao meio ambiente desfavorvel,
mas esta adaptao no ocorre impunemente.
(Levi, 1971)
O Trabalho ocupa uma dimenso essencial na existncia humana, sendo
proeminente na concepo da identidade do cidado. O homem dedica boa parte do seu
tempo produtivo para esta atividade. Seu desejo em conquistar e manter um sobrenome
corporativo manifestado logo cedo na fase adulta.
Imbudo pelo sentimento de ser, pertencer a um ambiente corporativo, e tambm
pela necessidade de sobrevivncia em um mercado de trabalho cada vez mais recessivo,
o ser humano, algumas vezes, prioriza seu emprego em detrimento a sua qualidade de
vida. Por outro lado, os atuais modelos de gesto se configuram em valores distorcidos,
com nfase nas exigncias capitalistas e mercantilistas predatrias. Essa perigosa
equao promove vrios efeitos colaterais e um deles, o foco desta monografia, a
Sndrome deBurnout.
A Sndrome de Burnout tem sido mais pesquisada nos segmento da sade e
educao. Em ambientes organizacionais temos ouvido muito pouco sobre sua
manifestao. Partimos da premissa de que essa Sndrome tambm est presente nas
empresas. O desenvolvimento deste trabalho pretende apresentar a Sndrome de
Burnout ao mundo corporativo, com o objetivo de alertar seus habitantes sobre os
efeitos danosos desse mal.
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Primeiramente faremos um resgate histrico sobre a etimologia da palavra
Trabalho que em sua essncia conceitual j sugere sofrimento. Falaremos tambm sobre
a Psicodinmica do Trabalho utilizando a abordagem de Christophe Dejours,
retratando que a equao homem x trabalho sempre exigiu esforos para se manter
equilibrada. E para ilustrar com dados de realidade, cruzando a teoria com a prtica,
aplicaremos uma Pesquisa de Campo para investigar a nossa Premissa.
No temos a inteno de esgotar o tema, mas sim de fomentar esse debate de
maneira objetiva. Alm disso, a ideia promover a conscientizao entre os
profissionais que participarem da pesquisa, uma vez que ao final da pesquisa todos
receberam o resultado do seu Questionrio Preliminar de Identificao daBurnouto que
proporcionou a oportunidade de realizarem uma autoavaliao de seu estado emocional
em relao a sua vida profissional.
A ferramenta para coleta dos dados foi elaborada em 2 partes. A primeira parte
com questes visando definir o perfil socioeconmico do participante e a segunda parte
por questes que investigam alguns aspectos relacionados qualidade de vida e o
Questionrio Preliminar de Identificao da Burnoutelaborado e adaptado por Chafic
Jbeili, inspirado no Maslach Burnout Inventory MBI, contendo 20 itens.
A amostra deste estudo foi composta por integrantes de grupo profissionais daInternet de vrios segmentos, mas principalmente de comunidades virtuais ligadas a
Recursos Humanos. Os profissionais foram convidados a participar da pesquisa por
meio da publicao de um linkeletrnico e responderam a ferramenta por adeso
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Vrias literaturas nos do conta de que a Qualidade de vida no ambiente
organizacional est cada vez mais ameaada. Nunca se investiu tanto em discursos
sobre esse tema com to pouco retorno positivo sobre esses esforos. A crise de valores
por que passa nossa sociedade reflete diretamente nas bases estruturais do mundo
corporativo. O lado humano est cada vez ameaado pela poro capital. O sofrimento
no trabalho vem ganhado contornos definitivos e velados de maneira sorrateira. O
Estresse passou a fazer parte do ambiente empresarial de uma maneira to natural que
question-lo causa mais desconforto do que incorpor-lo.
Ao fomentarmos a reflexo sobre a qualidade do ambiente organizacional,
alertamos para o fato de que preciso olhar com mais ateno esse aspecto, sob pena de
termos que conviver com vrios efeitos transversais no meio empresarial.
Consideramos fundamental conscientizar os profissionais sobre o risco a
que eles esto expostos quando se submetem ao ambiente organizacional sem a devida
cautela ou a proteo necessria contra esse mal que vem assolando o universo
corporativo. Ao promover essa tomada de conscincia entre os profissionais ser mais
fcil o despertar das empresas para esse debate e a reboque incitar o mundo corporativo
para que reveja seus modelos de gesto.
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Va DMVa DMVa DMVa DM
X|z|a w x gaua{X|z|a w x gaua{X|z|a w x gaua{X|z|a w x gaua{Se os homens realmente amassem o trabalho,
eles pagariam em vez de requerer
o pagamento para faz-lo.
(Henry Mayhew)
(1812-1887)
Ao iniciarmos este captulo com a frase de Henry Mayhew2 no
pretendemos fazer apologia contra o trabalho. Nosso objetivo levantar elementos que
possam nos ajudar a entender melhor o porqu dessa atividade milenar trazer em sua
essncia sentimentos to contraditrios que vo de castigo a autorrealizao. Na
sequncia iremos embarcar em uma breve viagem, oferecendo elementos relevantes e
ilustrativos para compreendermos essa ambiguidade.
2 Henry Mayhew: jornalista e escritor que viveu em Londres no sculo XVII, autor do Livro LondonLabour and London Poor, (Londres Trabalho e Londres Pobre), onde retratou os efeitos daindustrializao britnica, por meio de gravuras de madeira executadas a partir de daguerretipos que um processo fotogrfico feito sem uma imagem negativa.Fonte: http://www.fotoclubef508.com/post.php?id=220
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A palavra trabalho geralmente est associada a algo que pesado, dolorido,
difcil. Por exemplo, quando queremos dizer que algo no fcil dizemos isso vai dar
trabalho, ou isso trabalhoso de mais. Outro costume em nossa linguagem coloquial
nos referimos ao momento de extrema dor quando a mulher est parindo como
Trabalho de parto. comum ouvirmos mes que ao reclamarem de seus filhos
utilizando a expresso esse menino me d um trabalho!!. Antigamente os pais
ameaavam os filhos adolescentes que no queriam estudar dizendo: se voc no
estudar vai ter que trabalhar, como se a opo trabalho fosse realmente o castigo
merecido para quem no quer estudar.
Ao fazermos um resgate etimolgico da palavra trabalho iremos
encontrar uma definio nada nobre para essa atividade humana. Durante nossa
pesquisa nos deparamos com vrios autores fazendo referncia a origem desse termo
com a palavra em latim tripalium, que era um instrumento de tortura. O estigma de
experincia dolorosa, padecimento, cativeiro, castigo por muito tempo acompanhou o a
palavra trabalho. (BUENO: 1988, p.25).
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Codo (19993) alm de considerar o termo tripalium3 nos apresenta outra
derivao. Segundo ele, a palavra trabalho pode ter sido originada do vocbulo latino
trabaculu , que significava trava ou canga de escravos. (CODO, 1993, p.86).
Canga: objeto de conteno para o transporte de comboios de africanos
capturados no interior da frica, na viagem para o litoral. Consistia em
uma forquilha numa extremidade que prendia o pescoo de um negro e
terminava na outra ponta que repousava sobre a escpula do escravo queseguia o primeiro e assim sucessivamente. (MOURA, 2004, P.81).
A fuso do conceito de castigo com o trabalho tem origem na tradio
judaico-crist, como est registrado no Antigo Testamento (punio do pecado original).
Na Bblia, em Gnisis, II, 19 est escrito: comers o teu po com o suor do teu rosto.
At que voltes terra de que foste tirado; porque s p, e em p te hs de tornar.
Na Grcia antiga eles utilizavam dois termos para designar trabalho:
ponos, que se refere penalidade, e ergon que significa criao. Eles estabeleciam
diferena entre trabalhar no sentido de penar, ponen, e trabalhar no sentido de criar
ergazomai.
3Tripalium era um instrumento feito de trs paus aguados, algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro, noqual os agricultores bateriam o trigo, as espigas de milho, para rasg-los, esfiap-los. A maioria dos dicionrios,contudo, registra tripalium apenas como instrumento de tortura, o que teria sido originalmente, ou se tornado depois.
Tripalium (do latim tardio "tri" (trs) e "palus" (pau) - literalmente, "trs paus") um instrumento romano de tortura,uma espcie de trip formado por trs estacas cravadas no cho na forma de uma pirmide, no qual eram supliciadosos escravos. Da derivou-se o verbo do latim vulgar tripaliare (ou trepaliare), que significava, inicialmente, torturaralgum no tripalium. comumente aceito, na comunidade lingustica, que esses termos vieram a dar origem, noportugus, s palavras "trabalho" e "trabalhar", embora no sentido original o "trabalhador" seria um carrasco, e no a"vtima", como hoje em dia.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tripalium
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possvel identificar que a contradio trabalho-ponos e trabalho-ergon
atravessou a histria e continua permeando a concepo moderna de trabalho. Se
pesquisarmos o conceito de trabalho em diferentes lnguas (portugus, latim, francs
alemo e outras) encontraremos em sua raiz sempre duas definies: esforo, fardo e
criao, realizao. (ALBORNOZ: 1988, P23).
Com o avano da civilizao o conceito de trabalho ganhou diversos
matizes. Pela tradio crist, com a reforma Protestante, o trabalho passou a ser visto
como um instrumento de salvao e como uma alternativa legtima de realizar a vontade
divina. Para as religies ocidentais ele, o trabalho, era visto como uma atividade que
promovia a harmonia dos homens com a natureza desenvolvendo o seu carter.
A trajetria do termo trabalho ganhou outras dimenses. Segundo
Sarmento, Bandeira e Dores (2000), a palavra trabalho utilizada com interpretaesdiferentes:
A palavra trabalho usada em acepes diversas, pois tanto pode referir-se a toda e qualquer atividade humana (inclusive a puramente mental ouintelectual), ou a atividade de natureza exclusivamente econmica. Numaacepo mais restrita, trabalho respeita essencialmente a todo o esfororealizado com o corpo, ou seja, ao trabalho braal ou manual. Porm, numsentido um pouco mais abrangente, o trabalho normalmente associado produo ou troca, ou seja, a uma atividade econmica, no qual a pessoaque executa a tarefa ou que oferece a sua atividade em troca de uma
remunerao designada de operrio, empregado ou trabalhador, e apessoa que aceita, dirige e paga o trabalho daquele como patro,empresrio ou empregador. (p.32).
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Fiel em nossa proposta de sermos breve nessa viagem histrica e
acreditando que os dados apresentados at presente momento j tenham sido suficiente
para delinear a gnese do termo trabalho, pularemos para a Idade Moderna, onde o
trabalho comea a ganhar outros contornos e a diferenciao entre trabalho
qualificado e o no qualificado, entre produtivo e o no-produtivo, enfatizando a
distino entre trabalho manual e o intelectual. Com surgimento e a consolidao
da burguesia, o desenvolvimento das fontes produtivas e a evoluo da cincia,
enfatizou-se a condenao do cio, santificou-se o trabalho e a produtividade. (KURZ:
1997,P.3).
O trabalho tornou-se uma atividade compulsiva e incessante; a servido
tornou-se liberdade e a liberdade, servido (KURZ:1997, p3). A mxima Tempo
Dinheiro ganha fora e o tempo livre vira sonho de consumo.
A lgica do trabalho permeou a cultura, o esporte e, at mesmo, a
intimidade. A maioria das aes humanas passa a ser desenvolvidas dentro o foco de
Business Intelligence4 , ou seja, tudo visto como uma possibilidade de ganho, no h
mais espao para atividades sem fins lucrativos.
44Inteligncia empresarial (em inglsBusiness Intelligence), refere-se ao processo de coleta,organizao, anlise, compartilhamento e monitoramento de informaes que oferecem suporte a gestode negcios.Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Intelig%C3%AAncia_empresarial
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Em linhas gerais o nosso objetivo neste primeiro momento era traar um
panorama bem sucinto sobre os alguns movimentos que o conceito do termo trabalho
passou e ainda passa. possvel identificar que o esforo da sociedade em humanizar o
trabalho no acabou de maneira eficaz com sofrimento, apenas alterou sua forma e
transferiu sua dimenso de fsica para mental. Hoje em dia esse sofrimento se apresenta
de forma velada, sem grandes alardes. Talvez resida a o fato de ser bem mais difcil
enfrentar as questes negativas radicadas em seu bojo. De posse dessa informao
poderemos entender um pouco mais esse rano de sofrimento que ainda permeia as
relaes de trabalho.
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T c|w||a w gaua{T c|w||a w gaua{T c|w||a w gaua{T c|w||a w gaua{
"A psicodinmica5 vai bem,
mas temos um paradoxo,
o trabalho vai mal".(Christophe Dejours)
A frase em epgrafe foi proferida por Christophe Dejours6, psiquiatra e
psicanalista francs, quando esteve no Brasil em 1980, para lanamento de seu Livro
sobre a Psicopatologia do Trabalho. Ela resume de maneira enftica a viso de que o
mundo laboral precisa repensar suas prticas.
As declaraes de Dejours abalaram o mundo corporativo e provocaram
discusses importantes em relao s prticas de gesto de pessoas. Dentre elas, a
questo sobre avaliao individual que tem como reflexo um grande impacto na sade
mental do trabalhador.
5Psicodinmica o estudo e teorizao sistemticos das foras psicolgicas que agem sobre ocomportamento humano, enfatizando a interao entre as motivaes consciente e subconsciente.[1] Oconceito original de "psicodinmica" foi desenvolvido porSigmund Freud.[2] Freud sugeriu que processos
psicolgicos so fluxos depsicoenergia num crebro complexo, estabelecendo uma "psicodinmica" nabase da energia psicolgica, que refere-se libido.Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicodin%C3%A2mica
6 Christophe Dejours um psiquiatra e psicanalista francs, nascido em 1949, diretor do laboratrio depsychologie du travail no Conservatoire national des arts et mtiers. Ele aborda a questo do ponto devista da psychodynamique ocupacional, privilegiando temas como as distncias que separam atarefa exigida da realizada, os mecanismos de defesa contra o sofrimento, o sofrimento tico e oreconhecimento da atividade do salariado.Fonte: Psychiatry on line Brazil http://www.polbr.med.br/ano09/fran1109.php
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A individualizao do desempenho isola o indivduo e o deixa mais frgil, uma
vez que no tem como contar com a solidariedade dos colegas. Destruindo a cooperao
que havia no passado. A incidncia de assdio moral, os adoecimentos mentais, e at
mesmo suicdios relacionados ao trabalho crescem. Por isso, o trabalho vai mal.
Dejours amplia os horizontes das prticas de gesto com sua nova denominao
nos anos 90: Psicodinmica do Trabalho. Na dcada de 80, ele se utiliza da
Psicopatologia do Trabalho para entender como os trabalhadores esto adoecendo em
uma organizao fundamentalmente taylorista7. Dejours ao desenvolver sua teoria da
Psicodinmica do Trabalho procura ressaltar as dimenses de sofrimento e prazer
inerentes da insero do homem no ambiente organizacional.
7Taylorismo uma concepo de produo, baseada em um mtodo cientfico de organizao dotrabalho, desenvolvida pelo engenheiro americano Frederick W. Taylor (1856-1915). Em 1911, Taylor
publicou Os princpios da administrao, obra na qual exps seu mtodo.A partir dessa concepo, o Taylorismo, o trabalho industrial foi fragmentado, pois cada trabalhador
passou a exercer uma atividade especfica no sistema industrial. A organizao foi hierarquizada esistematizada, e o tempo de produo passou a ser cronometrado.
Fonte: http://www.infoescola.com/administracao_/taylorismo/
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Segundo sua anlise o trabalho que pode ser fonte de sofrimento patognico e
desequilbrios, pode tambm ser construtor da sade mental. Neste exerccio ele prope
uma anlise no que diz respeito necessidade de contextualizar o intercmbio entre
sade mental e trabalho dentro da relao social. O norte dessa anlise deve levar em
considerao a normalidade e no a loucura, pois a maioria dos trabalhadores, a
despeito das presses que sofrem em seu ambiente de trabalho no descompensam
psiquicamente. (Dejours, 1999)
Perante as dificuldades que se apresentam nos ambientes organizacionais, os
indivduos podem criar estratgias coletivas defensivas, que por sua vez, tem a
possibilidade de alterar a percepo que eles tm da realidade geradora de sofrimento.
Para Dejours e Abdoucheli (1994), a estratgia defensiva uma conveno do grupo
que ameniza a tenso, minimizando o desprazer e, muitas vezes, gerando mais trabalho,
pois estas estratgias surgem devido s presses organizacionais do trabalho, contra as
quais so arquitetadas e que, para funcionarem, solicitam a participao de todos os
membros do coletivo.
Fica evidenciado, por meio dos seus estudos, que o trabalho mesmo gerando
sofrimento patognico e desequilbrios, pode tambm promover a sade mental. Essa
situao dialtica entre sofrimento e prazer no trabalho passa a ser o foco de estudo da
psicodinmica do trabalho. Para Dejours e Abdoucheli (1994) o sofrimento intrnseco
ao trabalho gera uma vivncia que se articula entre a sade e a doena, ou seja, umaexperincia intermediria entre estas duas dimenses. Portanto, a normalidade no
pressupe ausncia de sofrimento e sim o resultado das diversas estratgias utilizadas
pelos sujeitos para enfrentarem as situaes geradoras de sofrimento, transformando-as
em prazer, mantendo a estabilizao psquica e somtica. Tal sofrimento inerente ao
mundo do trabalho, isto , o encontro do homem, em sua trajetria individual e singular,
com o mundo corporativo.
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Os estudos nos apontam dois tipos de sofrimento que se originam no ambiente
organizacional: o sofrimento criativo e o sofrimento patognico. O primeiro se
manifesta quando o trabalhador consegue elaborar solues originais, que possam
favorecer a sua sade. O sofrimento patognico ocorre quando foram explorados todos
os recursos defensivos do indivduo, quando todas as fronteiras de liberdade na
transformao, gesto e aperfeioamento da organizao do seu trabalho j foram
utilizados sem sucesso, dando incio destruio e ao desequilbrio psquico do sujeito
e, conseqentemente, ao aparecimento da doena. Isso acontece quando no h nada
alm das presses fixas e rgidas, ocasionando a repetio e a frustrao, o medo, ou osentimento de impotncia. (Dejours, 1999) Diante dessa situao de desconforto no h
vazo da energia no exerccio do trabalho e ocorre um acmulo no aparelho psquico,
promovendo uma sensao de desprazer e tenso.
Quando o sofrimento patognico se instala pode ocorrer o aparecimento de
doenas. Essas doenas so somatizaes que surgem quando as defesas individuais so
necessrias para lutar contra a doena mental e aliviar o sofrimento. Desta forma, o
sofrimento , antes de tudo, manifestado no corpo, comprometido no mundo e nas
relaes com o outro (Dejours, 1999). Muitas vezes as condies ofertadas pelo mundo
corporativo provocam no trabalhador uma posio psicolgica desgastante, promovendo
conflito com os valores do trabalho bem feito, o senso de responsabilidade e a tica
profissional.
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Bem, essas foram algumas das contribuies que a abordagem da Psicodinmica
do Trabalho fez e continua a fazer para melhorar ou at conscientizar o mundo do
trabalho. Nossa inteno ao trazer esse tema em tela era oferecer subsdios relevantes
para apoiar nosso trabalho e anlise dos dados levantados em nossa pesquisa.
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"... e sem o seu trabalho um homem no tem honra
e sem a sua honra se morre, se mata...".
(Gonzaguinha)
(1945-1991)
Aps a Segunda Guerra Mundial, durante trs dcadas aproximadamente, houve
um crescimento econmico nas sociedades industrializadas, o avano tecnolgico e
cientfico melhorou consideravelmente as condies de vida das pessoas. Assistimos a
evoluo da humanidade caminhar com passos largos no campo da cincia e tecnologia,
atingindo patamares sem precedentes na histria da civilizao. Porm nas ltimas
dcadas, estamos sentindo mais de perto o processo da mundializao do capital, um
dos efeitos da Globalizao8.
8 Globalizao: O processo de globalizao um fenmeno do modelo econmico capitalista, o qualconsiste na mundializao do espao geogrfico por meio da interligao econmica, poltica, social ecultural em mbito planetrio. Porm, esse processo ocorre em diferentes escalas e possuemconsequncias distintas entre os pases, sendo as naes ricas as principais beneficiadas pela globalizao,
pois, entre outros fatores, elas expandem seu mercado consumidor por intermdio de suas empresastransnacionais. Fonte: http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/o-que-globalizacao.htm
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Nem os pases do primeiro mundo conseguiram sair ilesos dessa crise
generalizada. Os governos contraram dvidas astronmicas e o reflexo desse caos
econmico respinga de maneira direta no mercado de trabalho que assume
caractersticas de recesso. Poucos pases fogem dessa condio crtica, a maioria est
enfrentando a crise do desemprego e a consequente degradao social.
O mercado de trabalho no Brasil, na dcada de 90 sofre consequncia da
reestruturao produtiva e, principalmente, os efeitos das polticas neoliberais que
inserem nosso pas na dependncia direta com o FMI9 e o Banco Mundial. Esse efeito
de submisso foi mais evidenciado no governo de Fernando Collor (abertura da
economia) que, conforme Druck (1999), representou uma vitria de implementao das
polticas neoliberais no Brasil. A promoo de circulo vicioso do neoliberalismo, na
economia mundializada, provocou no mercado de trabalho brasileiro um processo
estrutural de desemprego e de desigualdade social. Druck (200) resume bem esse
panorama ao afirmar que:
....pode-se afirmar, por exemplo, que ampliou-se, nos anos noventa, o
grau e a abrangncia da precarizao do mercado de trabalho brasileiro
quer porque aumentou a proporo de pessoas ocupadas em atividades
desprotegidas, que no tem acesso aos direitos sociais trabalhistas bsicos,
quer porque ampliou-se a presena de outras formas de ocupao,
distintas de assalariamento, que se caracterizam por terem em geral,
piores condies de trabalho.(DRUCK,2000, p.24)
A fotografia do Brasil nos anos 90 revela um pas marcado pela precariedade dos
vnculos empregatcios, pela insegurana instalada at nos postos de trabalho mais
avanados, considerados setores de ponta. Instaura desta maneira um processo de
desestabilizao dos estveis.
9FMI: Fundo Monetrio Internacional (FMI) uma organizao internacional que pretende asseguraro bom funcionamento do sistema financeiro mundial pelo monitoramento das taxas de cmbio e da
balana de pagamentos, atravs de assistncia tcnica e financeira. Sua criao ocorreu pouco antes dofinal da segunda guerra mundial, em julho de 1944, e sua sede em Washington, DC, Estados Unidos.Atualmente conta com mais de 187 naes.
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Podemos observar nesta dcada que h um crescimento do desemprego
estrutural10 e um aumento da informalidade, que se configura como uma alternativa para
minimizar os efeitos dos altos ndices de desempregos, absorvendo, desta forma, o
excedente de mo-de-obra gerado pela prpria modernizao da indstria.
Santos (2000), em seu Livro O Avesso da Maldio do Gnisis, relata o
surgimento do termo desempregado. Segundo ele:
At o sculo XVIII, o termo desempregado no existia. Na Europa falava-
se de pobres, indigentes, mendigos, para designar os indivduos que nopodiam sobreviver seno como o suporte do seguro privado ou pblico.
Esses termos no se referiam falta de emprego, mas de recursos. No
sculo XIX, surge, ento, a primeira noo de desemprego que representa
toda privao involuntria e passageira de trabalho. Ao longo desse sculo,
a ociosidade era tida como perigosa. O trabalho era um dever mais que
um direito: quem no trabalhava era considerado um deliquente. A
assistncia e as instituies pblicas separavam: o pobre permanente os
degredados, mendigos, vagabundos profissionais e os pobres de ocasio
os desempregados. O desempregado passou a ser ento um pobre vlido
cujo direito ao trabalho era legitimado pela Revoluo Industrial. Diante
disso, o trabalhador se separa do pobre e o desempregado surge no sentido
reverso do trabalho. (SANTOS, 2000, p.50)
Conforme Maurice Comte (1995), somente a partir de 1925, o Bureau
Internacional do trabalho BIT, em uma conferncia Internacional, defini o termodesemprego:
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fundo_Monet%C3%A1rio_Internacional10Desemprego Estrutural: uma forma particularmente grave e generalizada de desemprego que ocorre
pelo desequilbrio entre a oferta e a procura de competncias de trabalho numa dada economia. causadopelo fato da fora de trabalho disponvel no possuir as competncias que as organizaes procuram.Uma vez que as pessoas desempregadas necessitam dispender tempo e esforo para se ajustarem snecessidades do mercado de trabalho, o desemprego estrutural pode manter-se durante um perodo longo
de tempo.Fonte:http://www.portal-gestao.com/slideshow/management/item/6545-o-que-%C3%A9-o-desemprego-estrutural
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O desemprego a situao de todo trabalhador que, podendo e querendo
ocupar um emprego submetido a contrato de trabalho, encontra-se semtrabalho e na impossibilidade de, em consequncia do estado do mercado
de trabalho, ser ocupado num tal emprego. (COMTE, 1995. pg. 100)
Agora em pleno XXI nossa sociedade est assistindo uma redefinio radical do
mercado de trabalho, em funo desse processo de globalizao, da reestruturao
produtiva e das polticas neoliberais. Entre os resultados desse processo se destaca as
altas taxas de desemprego, aumento da concentrao de riqueza, crescimento dadesigualdade e, principalmente, a crescente precarizao do trabalho com o incremento
de atividades no regulamentadas e do trabalho informal. (Dedecca: Baltar. 1997).
Desta forma se instala um processo de fragilizao da prpria sociabilidade do
trabalho (Alves, 2000), formando indivduos menos arraigados famlia, a uma classe,
etc. Essa nova estruturao do mundo do trabalho com sua essncia pautada na
flexibilidade, exige cada vez mais trabalhos flexveis e vida flexvel, alterando a noo
de tempo e de espao dos indivduos, conduzindo a uma racionalizao do tempo e da
vida (Sennett, 2000, p.25), produzindo mecanismos de gesto de incertezas constantes e
a uma situao de vulnerabilidade de massa, caracterizando uma nova questo
social (Castel, 1998). E como resultado desse cenrio temos um processo de
transformao da classe operria, ampliando-se o seu conceito, expresso na formulao
classe-que-vive-do-trabalho, que congrega os mais diversos segmentos de
trabalhadores em condies fragmentadas e heterogneas, tornando cada vez mais
difcil ao coletiva (Antunes, 1999).
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No incio deste sculo h uma nova reconfigurao das formas tradicionais de
explorao e de acumulao do capital. Essa nova realidade traz como tipo ideal de
operrio um ser mais polivalente, autnomo e flexvel, com uma ideologia pautada na
ideia de integrao do operrio com as novas demandas da indstria como, por
exemplo, adoo do PRL11 (Planos de Participao nos Lucros e Resultados), que no
fundo no passam de mais uma forma de controle e explorao da fora de trabalho
maior autonomia etc. e, por outro lado, aumentam os ganhos (empresariais) com a
chamada flexplorao , termo cunhado por Bourdieu (1998) que traduz uma nova
gesto do trabalho, pautada em uma realidade de extrema insegurana e instabilidade,
levando os trabalhadores a um estado de submisso a explorao e ao capital,
impulsionados pelo medo do desemprego. Toda essa situao, segundo Bourdieu
(1998), caracteriza a gesto racional da insegurana, evidenciando condies frgeis
de insero em forma de trabalho altamente precarizados. Tanto no setor privado, como
no pblico temos um crescimento das posies temporrias nas organizaes e a
instalao de novas formas de alienao.
A precariedade est hoje em toda parte (...). A precariedade torna o
futuro incerto, impede qualquer antecipao racional e o mnimo de
crena e de esperana no futuro que preciso para se revoltar, sobretudo
a coletividade. (BOUDIEU, 1998, p.120).
11Programa de Participao nos Lucros e Resultados um tipo de remunerao varivel, umaferramenta, bastante utilizada pelas empresas, mundialmente, que auxilia no cumprimento das estratgiasdas organizaes. Tambm conhecido como PLR, esse programa visa o alinhamento das estratgias
organizacionais com as atitudes da pessoas dentro do ambiente de trabalho, pois s ser feita adistribuio dos lucros aos funcionrios casos algumas metas pr-estabelecidas sejam cumpridas.Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_de_Participa%C3%A7%C3%A3o_nos_Lucros_e_Resultados
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Na essncia desse processo, tem-se a mundializao da economia que, para
Antunes (1999), contribuiu para alteraes qualitativas na forma de ser do trabalho,
acarretando uma reduo do capital varivel e um crescimento do capital constante, uma
substituio do trabalho vivo (do trabalhador) pelo trabalho morto (pela mquina).
Diante disso, temos uma reduo quantitativa do nmero de operrios tradicionais e no
aspecto qualitativo, o trabalhador se qualifica em alguns ramos e desqualifica-se em
tantos outros.
Para encerrar este captulo quero abordar o conceito da Sndrome Subjetiva do
Desemprego SSD definido por Santos (2000). Em sua pesquisa brasileira realizada
com indivduos desempregados o professor Joo Bosco Feitosa dos Santos utilizou-se
do conceito de sndrome subjetiva ps-traumtica12 de Dejours (1992), para propor um
novo conceito referente ao desemprego na contemporaneidade. Essa Sndrome
constituda por uma coletnea de problemas funcionais que tomam conta daqueles que
perdem seus empregos provocando insegurana, incertezas quanto ao futuro, medo,
vergonha, culpa, desgaste, desnimo e desalento.
Em verdade, todas essas concepes dejourianas sobre o mundo do
trabalho servem de fonte para minha busca de compor um conceito de
uma sndrome subjetiva do desemprego - SSD, que se alastra no mundo
moderno. (SANTOS. 2000, p.317)
possvel afirmar com segurana que diante desse cenrio o fantasma do
desemprego ronda o trabalhador ameaando a todo o momento quem est colocado no
mercado. Para evitar essa maldio o trabalhador acaba por submeter s condies de
insalubridade emocional cedendo s presses e se desrespeitando enquanto indivduo.
12 Sndrome Subjetiva Ps-Traumtica: caracterizada por uma gama de problemas funcionais, ouseja, sem causa orgnica, que persistem aps um acidente e/ou patologia ocupacional. Muitas vezes estessintomas subjetivos retardam a volta ao trabalho, uma vez que provocam medo e sofrimento ao indivduo,
reportando-o situao desagradveis do ambiente de trabalho. Fonte: http://www.lume.ufrgs.br
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Va EMVa EMVa EMVa EMVx| wx XxxVx| wx XxxVx| wx XxxVx| wx Xxx
Nossa ansiedade no esvazia o sofrimento de amanh,
mas apenas a fora do hoje.
(C. H. Spurgeon13)
(1834-1892)
Derivado da Fsica e Arquitetura, o termo stress, que em sua origem define a
fora aplicada a um objeto com a inteno de deform-lo ou romp-lo, na Psicologia ele
assume contornos semelhantes s que direcionado a resistncia emocional e no
material. Sempre esteve presente na humanidade, desde a idade das cavernas, onde os
homens primitivos experimentavam esse fenmeno em situao de perigo de vida e para
sobreviver tinha que lutar contra o perigo ou fugir dele.
Etimologicamente o termo stress uma palavra originada do latim stringere.
Que foi amplamente utilizada durante o sculo XVII para traduzir Adversidade ou
Aflio, (Silva, 2005, p. 13). Esse conceito adotado por Rossi:
Estresse uma palavra derivada do latim, que foi popularmente usada
durante o sculo XVII para representar adversidade ou aflio. Em
fins do sculo XVIII, seu uso evoluiu para denotar fofoca, presso ou
esforo, exercida primeiramente pela prpria pessoa, seu organismo e
mente.(ROSSI, 1996, p.19)
13Charles Haddon Spurgeon, comumente referido como C. H. Spurgeon, foi um pregador batista reformadobritnico. Converteu-se ao cristianismo em 6 de janeiro de 1850, aos quinze anos de idade. Aos dezesseis, pregou seuprimeiro sermo; no ano seguinte tornou-se pastor de uma igreja batista em Waterbeach, Condado de Cambridgeshire(Inglaterra). Desde o incio do ministrio, seu talento para a exposio dos textos bblicos foi considerado
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No incio do sculo XX, adotando vrios significados, foi intensamente
pesquisado pelas reas de medicina e biologia, que investigaram seus efeitos na sade
fsica e mental dos indivduos, na sequncia foi adotado tambm pela psicologia.
O mdico austraco Hans Selye, na dcada de 1930, considerado o pai da
estressologia, observando pacientes identificou que todos, independente do tipo de
suas respectivas doenas, sinalizavam sintomas comuns e gerais, tais como: perda de
peso e apetite, cansao, astenia. A esses sintomas o mdico chamou de Sndrome do
estar enfermo. Para aprofundar seus estudos desenvolveu vrios experimentos com
ratazanas de laboratrio. Esses experimentos consistiam em provocar intensos
exerccios fsicos nas cobaias para observar suas reaes. Como resultado de observao
dessas pesquisas atestou o aumento dos hormnios supra-renais (ACTH, adrenalina e
noradrenalina), a atrofia do sistema linftico e a presena de lceras gstricas. Para o
conjunto dessas alteraes orgnicas o doutor Selye denominou de estresse biolgico.
(SELYE, 1995).
A evoluo das pesquisas do doutor Hans Selye comprovou que no s agentesfsicos nocivos atuando diretamente sobre o organismo animal so gatilhos para instalar
o estresse, como, alm disso, no caso do homem, as convenes sociais, as ameaas
inerentes ao seu habitat exigem um alto grau de capacidade de adaptao e,
cosequentemente, estimulam os sintomas do estresse. Selye descreveu uma reao
adaptiva nica e geral do corpo quando submetido agentes estressores e definiu como
sndrome de adaptao geral. Esta sndrome acontece em trs fases:
extraordinrio. E sua excelncia na pregao nas Escrituras Bblicas lhe deu o ttulo de O Prncipe dos Pregadores eO ltimo dos Puritanos
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1-reao de alarme: onde ocorre a ativao do sistema nervoso simptico deixando o
corpo pronto para enfrentar o desafio. Quando o organismo entra em contato com o
agente estressor (briga, perda de pessoa querida, assalto, entre outros), percebe a
situao e responde atravs de reaes fisiolgicas como acelerao dos batimentos
cardacos e aumento da presso arterial, e psicolgicos, como euforia e tenso. Uma vez
o agente estressor sendo eliminado, o organismo volta ao estado anterior e as respostas
do organismo quela situao diminuem.
2 - resistncia: caso o agente estressor no seja eliminado, o stress chega fase da
resistncia, que constitui a tentativa do organismo de se adaptar situao. H um gasto
de energia do organismo para se manter nesse estado e, conseqentemente, desgaste de
energia do organismo. a fase em que o corpo, ainda que num grau menos intenso,
mantm ativados seus recursos disponveis para o enfretamento da circunstncia;
3- exausto: que acontece quando h uma exigncia prolongada de manter-se ativado osistema de defesa. Nesta fase o organismo entra em exausto e torna-se vulnervel,ocorre uma queda na capacidade de pensar, de lembrar e de agir. Atingindo o sistema
imunolgico. (SELYE, 1995).
O conceito de estresse tem sido foco de estudos e pesquisas de vrios estudiosos
ao longo desses anos e vem assumindo vrias nuances em seu conceito. Para Myres
(1999), psiclogo, entende que a situao de estresse est diretamente ligada ao modo
de interpretao de cada indivduo.
O modo como nos sentimos estressados depende da maneira como
avaliamos os eventos. Uma pessoa sozinha numa casa pode ignorar os
rangidos e no experimentar qualquer estresse; outra pode desconfiar da
presena de um intruso e ficar alarmada. Uma pessoa pode encarar um
novo emprego como um desafio bem vindo; outra pode consider-lo como
um risco de fracasso. (MYERS, 1999, P.365)
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J o doutor Khorol (1975), mdico sovitico, retomando as questes definidas
por Selye, acredita que a capacidade de adaptao provavelmente a mais relevante.
Ele considera que o estresse fruto da reao do indivduo perante a qualquer alterao,
seja ela agradvel ou desagradvel. O conceito defendido pelo doutor Khorol assume a
seguinte definio:
Apesar de os desequilbrios possveis apresentarem uma gama variada, os
sistemas do nosso organismo, como indica Selye, reagem em todos os casos
de maneira idntica: observa-se uma hiperatividade na substncia
cortical, nas glndulas suprarrenais e uma atrofia do timo (glndula
endcrina). Esta reao do organismo geral. Em cada caso concreto
difere apenas quanto a intensidade que proporcional amplitude do
desequilbrio, sempre e quando os sistemas de adaptao funcionem
normalmente. (KHOROL, 1975, p. 6)
Perscrutando uma forma de delimitar a relevncia da dimenso psicolgica na
recuperao de cardiopatas, a doutora Corte (1998) se apoiou na definio de sndrome
geral de adaptao aos agentes estressores decorrentes das trs fases (alarme,
resistncia e esgotamento), elaborada pelo doutor Selye, identificando as doenas de
adaptao:
Aps estas fases surgem as chamadas doenas de adaptao como a hipertenso,
lcera pptica, leses miocrdias, etc. (...) Cannon relaciona o primeiro estgio da
reao estgio de choque, marcado por uma descarga adrenrgica caracterizada
por taquicardia, hemoconcentrao, oliguria, hiperglicemia, leucopenia e, aps,
leucocitose. A seguir, no segundo estgio de contrachoque, as reaes hormonais e
neurovegetativas se transformam devido hiperatividade do crtex suprarrenal.
No terceiro estgio, o de esgotamento, ocorre falha de mecanismos adaptativos e
as alteraes da primeira fase retornam levando o indivduo doena. (CORTE,
1988).
Aps os estudos pioneiros do doutor Hans Seley sobre estresse, tivemos uma
avalanche de pesquisadores que procuraram, dentro de suas linhas de pesquisa e de seu
referencial terico desvendar, conceituar e entender melhor todo universo que gira emtorno desse fenmeno. Em linhas gerais podemos admitir que o estresse seja
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essencialmente um grau de desgaste no corpo e da mente, que pode atingir nveis
degenerativos. Impresses de estar nervoso, agitado, neurastnico ou debilitado podem
ser percepes de aspectos subjetivos de estresse. Contudo, estresse no implica
necessariamente uma alterao mrbida: a vida normal tambm acarreta desgaste na
mquina do corpo. O estresse pode ter at valor teraputico, como o caso no esporte e
no trabalho, exercidos moderadamente. Assim, uma partida de tnis ou um beijo
apaixonado podem produzir considervel estresse sem causar danos ao indivduo.
g| wx Xxxg| wx Xxxg| wx Xxxg| wx Xxx
Conforme j dissemos as pesquisas sobre estresse mostraram que ele no s
negativo. Quando positivo, ocorre o aumento da adrenalina (um dos hormnios do
estresse), melhora o desempenho fsico e intelectual, e nos auxilia a superar limites para
cumprir metas e realizao de algo desafiador. Mas quando negativo, promove um nvel
excessivo de adrenalina que pode desequilibrar todo o nosso funcionamento, em nvel
corporal, fsico ou emocional. A pesquisadora Ana Maria Rossi atribuiu a seguinte
definio:
Existem dois tipos de estresse. O negativo (distress), que causado pelas
frustraes e problemas dirios, e o positivo (eustress), causados pelas
coisas excitantes que acontecem em nosso quotidiano, como, por exemplo,
promoo no trabalho, gravidez, compra de uma casa. Embora esses dois
tipos de estresse provoquem reaes emocionais completamente diferentes,
fisiologicamente s respostas so idnticas. ROSSI (1994, p.27)
Em outras palavras podemos admitir que o estresse pode ser tanto positivo como
negativo dependendo de cada pessoa. Quando ele percebido como desafio, pode
melhorar nossas atitudes, mas se ele provocar emoes negativas pode nos prejudicar e
at promover doenas.
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Vaa x Vx|aVaa x Vx|aVaa x Vx|aVaa x Vx|a indiscutvel que o acmulo de presses afeta o sistema de imunidade do
indivduo. Portanto, importante determinar a causa do stress para que possa ser
debelado corretamente. Para isso importante que o indivduo saiba diferenciar o que
est sob seu controle e o que no est, aprendendo a controlar o que for razovel,
tentando administrar da melhor forma as causas de estresse. Conforme a brilhante
ponderao a seguir:
O stress uma consequncia inevitvel da vida, mas h alguns estresses
em relao aos quais, voc pode fazer algo e outros, voc no pode
esperar, evitar ou controlar. O truque aprender a distinguir entre os dois
de forma que voc no desperdice seu tempo e talento. ROSSI (2007, P.
35).
Quando essa diferenciao no ocorre satisfatoriamente podemos ter algumas
causas desagradveis como aponta Fontana (1991).
Diminuem os interesses e o entusiasmo no tem mais vontade de fazer nada,
geralmente ficam depressivos.
Cresce o uso de drogas tornam-se dependentes qumicos, como um modo de
se refugiarem dos problemas. Rompem-se os padres de sono so comuns as insnias, por no conseguirem
se desligar dos problemas.
Aumenta o cinismo pessoas sem pudor, indiferentes ao sofrimento alheio.
Ignoram-se novas informaes - ignoram o que as outras pessoas tm a lhe
dizer.
Responsabilidade transferida para os outros nunca se culpam pelos seus atos,
sempre colocam a culpa em outras pessoas.
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Resoluo de problemas superficialmente no procuram ir a fundo para
resolver os seus problemas, no os encarando.
Decrscimo da concentrao e ateno no conseguem se concentrar
facilmente, e quaisquer coisas os tiram ateno.
Aumentam os ndices de erros por no conseguir se concentrar cometem
erros com mais freqncia na realizao de algumas atividades.
Aumentam as iluses e distrbios de pensamento a mente torna-se
perturbada, alguns acabam at vendo coisas onde no tem.
E como consequncia desse acmulo de estresse, segundo o mesmo autor os
indivduos considerados estressados assumem caractersticas comportamentais
diferenciadas, tais como: (Fontana, 1991).
Estilo de falar agressivo so pessoas que falam alto e muitas vezes com
estupidez e grosseria.
Apressado so pessoas que tem pressa para fazer tudo, comem correndo,
falam rpido, sempre esto atrasados para algo.
Entediado so pessoas chateadas, sentem um desgosto profundo, que faz que
se olhe com repugnncia s pessoas, as coisas ou os fatos.
Polifsico passa por muitas fases, para cada situao se mostra uma pessoa
com personalidades diferentes.
Egosta trata apenas de coisas que so de seu interesse.
No observador no presta ateno nas coisas, no costuma observar o queesta ao seu redor.
Sente-se desafiado acha problemas em tudo o que vai fazer e nas pessoas, ou
seja, tudo que esta ao seu redor lhe oferece risco.
Durante nossa pesquisa pudemos verificar que o stress no trabalho vem
determinando os rumos da administrao empresarial dos tempos modernos, vimos que
a cada dia que passa, aumenta as exigncias sobre o trabalhador, exigindo cada vez maisde sua competncia.
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Infelizmente a sade fica sempre em segundo plano nesse mundo to conturbado
e competitivo. O mais preocupante que o estresse acaba sendo mais um componente
desse universo e tratado como lugar comum. Com conclui Rossi em sua colocao:
(..) na vida diria dos profissionais, a sobrecarga de estresse aceita
como rotina. Alguns acreditam inclusive que desempenham melhor sua
atividade quando a situao de crise. ROSSI (1994, p. 39),
O agravante dessa situao concluir que os profissionais j esto acomodados
com as causas do stress, isto por que seu organismo chegou ao seu limite, ento eles vo
levando esta situao at quando conseguirem aguentar. Nesse sentido, entendemos que
o desgaste profissional e emocional que os trabalhadores se submetem diariamente
poder gerar algum tipo de doena. Os modelos expostos no ambiente de trabalho so
responsveis por diversos fatores, como: agentes estressantes de natureza diversas
(fsica, biolgica, mecnica, social, etc.), conjunto de caractersticas pessoais (tipos de
personalidade, modos de reao ao stress etc.), um conjunto de conseqncias
relacionado sade do indivduo (doenas cardiovasculares, perturbaes psicolgicas
etc.) e da organizao (absentesmo, acidentes, produtividade, desempenho etc.).
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Va FMVa FMVa FMVa FM
fwx wxfwx wxfwx wxfwx wxUUUU Wxy||Wxy||Wxy||Wxy||
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereo
Que essa tenso que me corri por dentro
seja um dia recompensada
Porque metade de mim o que eu penso,
mas a outra metade um vulco.
(Osvaldo Montenegro)
Como pudemos constatar nos primeiros captulos o trabalho parece ser fonte de
tenses e frustraes constituindo no s a principal fonte de rendimento, mas tambm
fonte de problemas com consequncias nefastas para a sade do indivduo, ao nvel
fsico, mental e social. Uma dessas consequncias desastrosas tem sido a Sndrome de
Burnouttema desse nosso captulo.
OBurnout, expresso inglesa para designar aquilo que deixou de funcionar porexausto de energia, constitui atualmente um dos grandes problemas psicossociais,
despertando interesse e preocupao por parte da comunidade cientfica e das empresas,
devido severidade das suas consequncias, quer ao nvel individual, quer ao nvel
organizacional.
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O burnout, expresso inglesa para designar aquilo que deixou de funcionar por
exausto de energia. um termo psicolgico que descreve um estado de exausto,
sendo uma composio de burn (queimar) e out (fora), ou seja, traduzindo para o
portugus significa perda de energia ou queimar para fora, fazendo a pessoa
adquirir esse tipo de stress tendo reaes fsicas e emocionais, passando a apresentar um
tipo de comportamento agressivo e irritadio. De fato, o burnoutsendo um estado de
esgotamento, decepo e perda do interesse pelo trabalho, produz sofrimento no
indivduo e tem consequncias sobre o seu estado de sade e o seu desempenho, pois
passam a existir alteraes pessoais e organizacionais. O Burnout um estado maisavanado do stress, encarado como um stress ocupacional crnico. (SILVA, 2005).
Como descrevem os autores Rossi, Perrew e Sauter (2007):
Ao contrrio das reaes agudas ao stress, que se desenvolvem em
resposta a incidentes crticos especficos, o burnout uma reao
cumulativa a estressores ocupacionais contnuos. No burnout, a nfase tem
sido colocada mais no processo de eroso psicolgica e nas conseqncias
psicolgicas e sociais desta exposio crnica, e no apenas nas fsicas.
Rossi, Perrew e Sauter (2007, p.42).
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O Burnout a maneira encontrada de enfrentar, mesmo que de forma
inadequada, a cronificao do estresse ocupacional. Sobrevm quando falham outras
estratgias para lidar com o estresse. Introduzido na psicologia cientfica pelas doutoras
Cristina Maslach e Susana Jackson em 1981, a sndrome de Burnout definida como
um conceito multidimensional caracterizado essencialmente por trs aspectos: (Frana e
Rodrigues, 1997)
1. Exausto Emocional: falta de energia, sentimento de esgotamento afetivo. Ocorre
quando a pessoa percebe nela mesmo a impresso de que no dispe de recursos
suficientes para dar aos outros. Surgem sintomas de cansao, irritabilidade, propenso a
acidentes, sinais de depresso, sinais de ansiedade, uso abusivo de lcool, cigarros ou
outras drogas, surgimento de doenas, principalmente daquelas denominadas de
adaptao ou psicossomticas.
2. Despersonalizao: Estabelecimento de relaes interpessoais de forma fria,
caracterizando insensibilidade emocional. Corresponde ao desenvolvimento por parte
do profissional de atitudes negativas e insensveis em relao s pessoas com as quais
trabalha tratando-as como objetos.
3. Baixa realizao pessoal: Auto-avaliao negativa, falta de motivao para o
trabalho. H um sentimento de descontentamento pessoal, o labor perde o sentido e
passa a ser um fardo. Sensao de ausncia de prazer de viver, de tristeza que afeta os
pensamentos, sentimentos e o comportamento social.
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f|af|af|af|a
Vrios so os sintomas atribudos sndrome. Estes podem ser divididos, em 4
categorias, fsicos, psquicos, comportamentais e defensivos, que podem ser apreciadas
no quadro a seguir:
Resumo esquemtico da Sintomatologia doBurnout
Benevides -Pereira (2002), pg. 44.
Devemos levar em considerao que as causas e os sintomas no so universais,
e dependem das caractersticas de cada indivduo e das circunstncias em que este se
encontra. Outro fator importante que o grau e as manifestaes tambm so diferentes.(Benevides - Pereira, 2001, pg.34).
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importante ressaltar que nem todos que esto com a sndrome apresentaro
todos estes sintomas e estes podem se expressar de forma diferente em momentos
diferentes na mesma pessoa.
Resumo Esquemtico dos Mediadores, Facilitadores e/ou
Desencadeadores da Sndrome deBurnout.
Adaptado de Benevides-Pereira, 2002, pg. 69.
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importante destacar que a maneira como estas caractersticas se combinam
entre si, podem vir a postergar ou facilitar o processo de burnout. Por exemplo, uma
pessoa com alto nvel de resilincia14, em uma organizao com caractersticas
predisponentes ao estresse ocupacional, pode vir a resistir um maior tempo quando
comparada a outro colega de trabalho.
No entanto, atravs do tempo, ou diante do aumento dos fatores negativos na
instituio, ou vindo a sofrer dificuldades em nvel pessoal, este equilbrio pode se
romper. Muitas vezes, um agente estressor, pode ser incuo para uma pessoa e
extremamente pernicioso para outra. Pior, o mesmo elemento gerador de estresse pode
ser assaz lesivo em um determinado momento e totalmente neutro em outro,
dependendo dos processos de vida que esto sendo vivenciados, o que implica em uma
dimenso complexa e muitas vezes difcil de ser determinada.
14Resilincia um conceito oriundo da fsica, que se refere propriedade de que so dotados algunsmateriais, de acumular energia quando exigidos ou submetidos a estresse sem ocorrer ruptura. Atualmenteresilincia utilizado no mundo dos negcios para caracterizar pessoas que tm a capacidade de retornarao seu equilbrio emocional aps sofrer grandes presses ou estresse, ou seja, so dotadas de habilidadesque lhes permitem lidar com problemas sob presso ou estresse mantendo o equilbrio.Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Resilincia
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U?U?U?U? Xxx x WxxAXxx x WxxAXxx x WxxAXxx x WxxAA Sndrome de burnout tem sido comparada por alguns autores depresso e
estresse O estresse considerado um termo genrico que se refere aos processos
temporrios de adaptao, acompanhado por sintomas mentais e fsicos.
Por outro lado o burnoutpode ser entendido como um estado final de falha na
adaptao que resulta do desequilibro, a longo prazo, de um estresse laboral intenso.Incluindo ainda o desenvolvimento de atitudes e comportamentos disfuncionais para
com os receptores dos servios ou cuidados, o emprego e a organizao. Salientamos
que o estresse no obrigatoriamente acompanhado por tais atitudes e comportamentos.
(Mendes, 1996; Queirs 1997).
Com relao depresso, alguns estudos que apontam para a existncia de
correlaes significativas entre os dois conceitos. possvel identificar que os
indivduos com elevados nveis de burnout tero tendncia a desenvolver
sintomatologia depressiva. Pode ainda afirmar-se que tem repercusses negativas a
nvel sociofamiliar.
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Contudo outros consideram que a sintomatologia difere. Os doentes depressivos
so geralmente oprimidos por letargia e apatia e assaltados por sentimentos de culpa,
enquanto as vtimas de burnout apresentam as suas queixas com muito mais vigor;
sentem-se desapontados e agredidos. Tambm contrariamente depresso, o burnout
tende a relacionar-se com a profisso e a situaes especficas, alterando todas as
esferas da vida do indivduo (Gomes, 1996).
Portanto, no devemos considerar depresso, estresse e burnout como trs
conceitos sinnimos. Embora a exausto emocional denote uma sobreposio com a
depresso, a realizao pessoal e a despersonalizao no se encontram includas na sua
sintomatologia tpica.
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XXXXaz|a wx cxxaz|a wx cxxaz|a wx cxxaz|a wx cxxA primeira medida para evitar a sndrome de Burnout conhecer suas
manifestaes, os seus agentes deflagradores e os mediadores. Outras formas de
preveno e que podem ser agrupadas em duas categorias: estratgias individuais, e
estratgicas organizacionais. (Frana e Rodrigues, 1997)
As estratgias individuais referem-se formao e capacitao profissional, ou
seja, tornar-se sempre competente no trabalho, estabelecer parmetros, objetivos,
participar de programas de combate ao stress. Alm dessas possibilidades destacamos
algumas atitudes salutares tais como:
1 Adotar hbitos de vida saudveis;
2 Ter uma alimentao balanceada e em horrios regulares, no pulando refeies;
3 Ter 8 horas dirias de sono ou mais, sendo que a necessidade pessoal de descansovaria de pessoa para pessoa;
4 Praticar exerccios fsicos regulares, de preferncia exerccios aerbicos e ao ar livre;
5 Utilizar o tempo livre para atividades prazerosas e Desenvolver talentos pessoais;
6 Aprender a dizer NO! Respeitar os prprios Limites;
7 Administrar o tempo. Distribuir as atividades dirias de forma compatvel com arealidade, levando em considerao no s as relativas ao trabalho, mas tambm as
dedicadas s questes e cuidados pessoais e de lazer;
8 Ter amigos: Investir em amizades uma atitude salutar.
9 Ser mais flexvel: Algumas vezes no vale a pena o estresse da discusso.
10 Neutralizar os agentes estressores.
11 Relaxar. Utilizar tcnicas de relaxamento que ajudam no controle psicofisiolgicodos agentes estressores, permitindo um distanciamento necessrio;
12 Psicoterapia pessoal. Esse suporte deve ser considerado em qualquer estgio, masprincipalmente quando a sndrome j est instalada.
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importante ressaltar que a sndrome de burnout no traz conseqncias
nocivas apenas para o indivduo que a padece. Com a perda na qualidade do trabalho
executado, as constantes faltas, as atitudes negativas para com os que o cercam, assim
como outras caractersticas peculiares, estas acabam por atingir tambm os que
dependem dos servios deste profissional, os colegas de trabalho e a instituio. Os
transtornos devido rotatividade, o absentesmo, os afastamentos por doena alm dos
custos com a contratao e treinamento de novos empregados, oneram a folha de
pagamento, alm da queda de produtividade e de qualidade que acabam por denegrir a
imagem da empresa. Portanto necessrio que as empresas invistam em estratgias
organizacionais para prevenir a instalao da Sndrome de Burnout. Dentre as
possibilidades de aes nesse sentido destacamos:
a) aumentar a variedade de rotinas, para evitar a monotonia;
b) prevenir o excesso de horas extras;
c) dar melhor suporte social s pessoas;
d) melhorar as condies sociais e fsicas de trabalho;
e) investir no aperfeioamento profissional e pessoal dos trabalhadores.
Ao finalizarmos este captulo queremos deixar claro que no h aqui a pretenso
de exaurir as ponderaes possveis relativas sndrome de burnout. Nossa inteno
alm de buscar fundamentao para pesquisa de campo deflagrar a reflexo e
discusso a respeito de um transtorno to presente nos dias atuais e, no entanto s vezes
to ignorado entre ns.
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imperativo avaliar que, pelo desconhecimento alguns profissionais que esto
sofrendo as conseqncias da sndrome geralmente sentem-se incompreendidos e at
mesmo culpados, fracassados, como se no fossem fortes o suficiente para fazer frente
s situaes e houvessem sucumbido, no conseguindo enfrentar as vicissitudes de uma
situao organizacional perversa, o que s vem a intensificar os sintomas. Na sndrome
de burnout, diferentemente do estresse e da depresso, o contexto laboral possui
determinao importante e decisiva no processo. Portanto, cabem a todos os
profissionais comprometidos com a sade do trabalhador, e em especial as reas de
Recursos Humanos, difundir e alertar o mundo corporativo sobre as causas e sintomas
presentes nesta sndrome, a fim de impedir a promoo e proliferao desse flagelo
emocional silencioso e desastroso.
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Va GMVa GMVa GMVa GMXw wx VaXw wx VaXw wx VaXw wx Va cx|a wx Vacx|a wx Vacx|a wx Vacx|a wx Va
Se realmente entendermos o problema, a resposta vir dele,
porque a resposta no est separada do problema.
(Krishmamurti)
(1895-1986)
Compartilhamos com o filsofo indiano Krishnamurit15 em sua linha de
pensamento, expressada na frase que iniciamos este captulo. Tambm entendemos que
h uma relao simbitica16 entre o problema e a soluo. Acreditamos que se
aprofundarmos nosso conhecimento no problema estaremos no caminho correto para
descobrir a soluo. Essa mxima norteou a escolha do tema desse trabalho em funoda minha experincia profissional acumulada nesses anos de dedicao em minha rea
de atuao.
15Jiddu Krishnamurti: foi um filsofo, escritor, e educador indiano. (...) ressaltou a necessidade de uma revoluo na psique decada ser humano e enfatizou que tal revoluo no poderia ser levada a cabo por nenhuma entidade externa seja religiosa, poltica ousocial. Uma revoluo que s poderia ocorrer atravs do autoconhecimento e da prtica correta da meditao ao homem liberto detoda e qualquer forma de autoridade. Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Jiddu_Krishnamurti
16Simbitica ou simbiose a relao interespecfica (de espcies diferentes) que ocorre entre dois ou mais organismos deespcies diferentes, de forma mutuamente vantajosa. Fonte:http://www.infoescola.com/relacoes-ecologicas/simbiose/
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Durante meus 25 anos de vivncia no segmento de Recursos Humanos pude
perceber que o quadro funcional vem passando por uma srie de desgastes e que esse
fato no tem sido debatido de maneira eficaz. Por meio desse estudo quero fomentar a
reflexo sobre a qualidade do ambiente organizacional, alertando para o fato de que
preciso olhar com mais ateno esse aspecto, sob pena de termos que conviver com
vrios efeitos colaterais no ambiente organizacional.
Todo esse trabalho tem o direcionamento de conscientizar os profissionais
sobre o risco a que eles esto expostos quando se submetem ao ambiente organizacional
sem a devida cautela ou a proteo necessria contra esse mal que vem assolando o
universo corporativo. Ao promover essa tomada de conscincia entre os profissionais
ser mais fcil o despertar das empresas para esse debate e a reboque incitar o mundo
corporativo para que reveja seus modelos de gesto.
Wx| w u}x|Wx| w u}x|Wx| w u}x|Wx| w u}x|:a) Objetivo Geral: Identificar o ndice de manifestao da Sndrome deBurnoutemambiente Corporativo. E quais os segmentos profissionais mais afetados.
b) Objetivos Especficos:
Promover a sensibilizao e o debate sobre a Sndrome de Burnout entre os
profissionais de Recursos Humanos; Oferecer uma ferramenta de autoconhecimento para os participantes da
pesquisa e um e-book sobre a Sndrome de Burnout;
Identificar quais os fatores mais crticos das caractersticas psicofsicas emrelao ao trabalho sinalizado pelos participantes no Questionrio Preliminarde Identificao da Burnout
Apresentar alternativas para administrar e minimizar os efeitos desastrososdessa Sndrome no mbito pessoal e organizacional.
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[|xx[|xx[|xx[|xxO homem pode acreditar no impossvel,
mas nunca pode acreditar no improvvel.
(Oscar Wilde)
(1854-1900)
Oscar Wilde17 quando provoca com esse trocadilho, em epgrafe, entre oimpossvel18e improvvel19, nos convida a refletir sobre a oposio limiar entre essas
duas palavras. Ao buscarmos o significado desses termos identificamos uma sutil
diferena. Embora ambos queiram expressar a perspectiva desfavorvel de que algo
venha a ocorrer, o conceito do termo improvvelse diferencia quando em seu descritivo
encontramos a frase que no se pode provar ou evidenciar20 fazendo referncia
necessidade de comprovao de algo em que se desconfia ser verdade.
A formulao da nossa hiptese de que a Sndrome de Burnoutfaz parte do
mundo corporativo foi permeada exatamente pelo desafio de comprovar essa
possibilidade acreditando em sua probabilidade.
As primeiras notcias que tivemos acesso em torno do tema Sndrome de
Burnoutsempre deixaram claro que haviam mais pesquisas focadas na rea da sade e
educao. Diante desse fato, entendemos que uma investigao no mundo corporativo,seria bem oportuna para averiguar o grau de manifestao dessa doena ocupacional,
em um universo que assume, cada vez mais, contornos estressantes, descompensando a
sade dos trabalhadores que o compe.
17OscarWilde: Oscar Fingall O'Flahertie Wills Wilde, um dos maiores escritores de lngua inglesa do sculo 19, tornou-se clebrepela sua obra e pela sua personalidade. Sofisticado, inteligente, dndi, adepto do esteticismo (da "arte pela arte"), escreveu contos("O Crime de Lord Arthur Saville"), teatro ("O Leque de Lady Windermere"), ensaios ("A alma do homem sob o socialismo"), eromances ("O Retrato de Dorian Gray"). (...) Fonte: http://educacao.uol.com.br/biografias/oscar-wilde.jhtm
18 Impossvel: Significa que algo no acontecer, no d para realizar. Fonte: http://www.achando.info/impossivel
19 Improvvel: Que no tem probabilidades de se realizar. Que no se pode provar ou evidenciar. Fonte: http://www.achando.info/improvavel
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`xwz|a`xwz|a`xwz|a`xwz|aO segredo no correr atrs das borboletas...
cuidar do jardim para que elas
venham at voc. "
(Mario Quintana)
(1906-1994)
Nos primrdios dos nossos estudos em torno desse trabalho, antes mesmo da
formulao do pr-projeto, havamos concebido a ideia de aplicar a pesquisa de campo
dentro de uma empresa atravs da rea de Recursos Humanos. Porm, depois de
algumas investidas sem sucesso, inferimos que as reas de Recursos Humanos
consultadas, no estavam preparadas para chancelar um tema to controverso como esse
sem se preocupar com suas consequncias, que de alguma forma, poderia denunciar
falhas no modelo de gesto adotado. Outra perspectiva que nos ocorreu era a
possibilidade dos participantes ficarem pouco vontade para responder uma pesquisa,
com esse mote de investigao, promovida pela rea de Recursos Humanos de sua
prpria empresa.
Quando nos conscientizamos de que a pesquisa no poderia ser aplicada dentro
de uma empresa e que a alternativa mais vivel, naquele momento, seria a publicao na
internet, nossa metodologia foi pautada por cuidados adicionais com o objetivo de que
toda ao, em torno da pesquisa de campo, fosse estruturada de maneira bem atrativa,
pois a adeso dos participantes teria que ser conquistada de maneira definitiva, sob pena
de comprometer seriamente o alcance do nosso objetivo acadmico.
20Grifos nossos.
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Tanto a aplicao da ferramenta de coleta de dados como o processo de
tabulao dos resultados foi digitalizado por um web-designer21, contratado
especialmente para nos fornecer o apoio tecnolgico durante todo o processo. Sob nossa
orientao esse profissional digitalizou o material da pesquisa, criou os relatrios
gerenciais para tabulao e tratamento dos dados parametrizados conforme os critrios
que sero detalhados no prximo Captulo, onde abordaremos com mais profundidade a
Ferramenta da pesquisa de campo. O acesso pesquisa era feito por meio de um link22
eletrnico que foi publicado em mais de 120 grupos de debates informais doLinkedin23,
pertinentes ao segmento de Recursos Humanos.
O texto de publicao do Link, por restries tcnicas, tinha que conter no
mximo 200 caracteres, nosso desafio era redigir essa chamada de maneira bem
atrativa para estimular a participao dos internautas 24. Optamos por um formato em
tease25 para anuncivamos o convite. Nesse breve texto provocvamos a discusso do
tema com uma manchete intrigante, e na sequncia um convite expresso para
participao da pesquisa com o objetivo de que o internauta averiguasse se ele j estava
apresentando os sintomas dessa Sndrome. Alm disso, oferecamos o resultado do
Questionrio Preliminar de Identificao da Burnout e um e-book de brinde. Segue,
abaixo, a transcrio do texto padro:
21web design pode ser visto como uma extenso da prtica do design, onde o foco do projeto a criao de web sites e documentos
disponveis no ambiente da World, Wide e Web (internet). Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Web_design
22 A palavra inglesa linkentrou na lngua portuguesa por via de redes de computadores (em especial a Internet), servindo de forma curta para designar as hiperligaes do
hipertexto. O seu significado "atalho", "caminho" ou "ligao". Atravs dos links possvel produzir documentos no lineares interconectados com outros documentos ou
arquivos a partir de palavras, imagens ou outros objetos.Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Link
23LinkedIn uma rede de negcios fundada em Dezembro de 2002 e lanada em 5 de Maio de 2003. comparvel a redes derelacionamentos, e principalmente utilizada por profissionais. Em Novembro de 2007, tinha mais de 16 milhes de usuriosregistrados, abrangendo 150 indstrias e mais de 400 regies econmicas (como classificado pelo servio). Em 3 de Novembro de2011, Linkedin possua mais de 135 milhes de usurios registrados em mais de 200 pases e territrios. O site est disponvel emingls, francs, alemo, italiano, portugus, espanhol, romano, russo, turco e japons. A relatou que Linkedin possua, mensalmente,21,4 milhes de visitantes nicos nos Estados Unidos e 47,6 milhes pelo mundo. Em Junho de 2011, Linkedin tinha 33,9 milhesde visitantes nicos, e cresceu 63% em comparao ao ano anterior, ultrapassando o. Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Linkedin24 Internauta entende-se o usurio de Internet, aquele que navega na Internet.Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_do_Internauta
25 O teaser (em ingls "aquele que provoca" (provocante), do verbo tease, "provocar") uma tcnica usada em marketing para chamar a ateno.
Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Teaser
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Cuidado!! Quando o stress vira esgotamento abre a porta para a Sndrome deBurnout. As empresas precisam repensar seus modelos de gesto urgentemente!!!
Sndrome de Burnout j faz parte do mundo corporativo. Saiba como voc estnessa fotografia, acesse o link abaixo, participe da pesquisa e receba o seuresultado e um e-book sobre esse tema como brinde.
Link: http://www.pedagogiacorporativa.com/pesquisas/?ind=k_g&val=k.033
A tabulao parcial26 da Pesquisa sobre esse tema revelou 72% dos profissionaisesto apresentando grau 2 e 3 numa escala de 0 a 4. A faixa etria de 67% estoentre 30 a 40 anos.
Quando o participante clicava no link, era direcionado para a Carta deApresentao (Apndice I)e as demais etapas da Pesquisa. Essa Carta de Apresentao
constava um release sobre o propsito da Pesquisa, uma breve descrio do conceito
sobre a Sndrome deBurnoute as orientaes quanto ao seu preenchimento. Ao final o
participante recebia uma mensagem (Apndice IV) constando o resultado pertinente a
sua performance em relao aos sintomas da Sndrome e tambm um linkpara acessar
seu brinde, um e-book sobre o tema em tela com contedo relativos a formas de
identificao, controle e tratamento dessa doena ocupacional. No prefcio do e-book
redigimos um texto (Apndice II) de agradecimento para aqueles que fizeram parte
dessa ao acadmica.
Nossa inteno era manter a pesquisa no ar por apenas dois meses, mas fomos
surpreendidos por uma repercusso to positiva que optamos por deix-la mais alguns
dias ativa. Porm, como o nosso prazo para concluso desta monografia j estava
finalizamos definimos como data de corte o dia 09/07/12, para efetuarmos a tabulao
dos dados, uma vez que, j havamos atingido e superado nossa meta de 500
participantes e estvamos com um total de 512. Conforme mencionado anteriormente, o
tratamento dos dados foi gerado a partir dos relatrios gerenciais fornecidos pelo
sistema criado especialmente para essa pesquisa e sero abordados nos prximos
captulos.
26 Essa tabulao parcial era fruto do tratamento dos dados referente ao perodo em que publicamos a ferramenta para sua validao. E o interessante que esse
percentual de 72 % se manteve constante at o perodo de corte que estabelecemos para iniciarmos a tabulao oficial da pesquisa.
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Yxaxa wx Vxa wx WawYxaxa wx Vxa wx WawYxaxa wx Vxa wx WawYxaxa wx Vxa wx WawNo se pode administrar
o que no se pode medir"
(Morris A. Cohen)
(2002)
A ferramenta (Apndice III) de pesquisa foi estruturada em duas partes: a
primeira com dados cadastrais genricos e a segunda composta por 03 questes
objetivas que investigam alguns aspectos sobre hbitos relacionados sade dos
participantes. Compondo a 2 parte temos o Questionrio Preliminar de Identificao
da Burnout, elaborado e adaptado pelo Professor Chafic Jbeili27, inspirado noMaslach
Burnout Inventory MBI, contendo 20 itens.
O MBI Maslach Burnout Inventory o instrumento de avaliao da
Sndrome de Burnoutmais utilizado mundialmente nos estudos sobre essa Sndrome.
Ele foi elaborado porMaslach & Jackson e sua a primeira edio foi editada em 1981
(Carlotto, 2004). Trata-se de um questionrio autoinforme (autopreenchimento),
contendo 20 afirmaes, que devem ser respondidas atravs de uma escala do tipo
Likert28, (sob a forma de afirmae
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