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O Assédio Moral entre Alunos

Marcelo da Rocha Carvalho

Psicoterapeuta Comportamental e Cognitivo, Especialista pela USP, Professor Convidado da Pós-Graduação em Terapia Comportamental e Cognitiva pela FMUSP/AMBAN/HC. Especialista em Terapia Racional Emotiva Comportamental

pelo Albert Ellis Institute.

marcelodarocha@globo.com

Dos 6 aos 18 anos – permanecem no mínimo ¼ da vida na escola.

A escola é o eixo em torno do qual ocorre o desenvolvimento e o crescimento cognitivo, emocional, interpessoal e de personalidade.

Maioria das crises estão associadas ou são detectadas na escola.

Há necessidade de instrumentalização para o pessoal da escola.

Bullying não é fácil de definir:conceituação

Algumas vezes envolve bater, empurrar ou chutar. Mas ameaças, gozações e zombarias são mais comuns e podem causar grandes danos.

Bullying é uma violência continuada, física ou mental, praticada por um indivíduo ou grupo, diretamente contra um outro indivíduo que não é capaz de se defender por si só, na situação atual.

Bullying é uma forma de agressão que ocorre nas escolas, caracterizada pelas ações de dominação de um indivíduo (bully) sobre outro (vítima), através de repetido comportamento agressivo.

Bullying

Bullying são atos repetidos de intimidação, deliberados, de um indivíduo mais forte contra outro mais fraco, objetivando dominação. Pode ser físico (com ou sem contato), verbal, emocional, racista ou sexual.

Bullying é uma forma de abuso de poder, de crianças contra crianças.

Características

As técnicas de tortura...

• Os primeiros trabalhos sobre bullying nas escolas vieram dos países nórdicos, a partir dos anos 60, por Dan Olweus, na Noruega, e Heinz Leymann, na Suécia.

História dos Estudos sobre Bullying

•Bullying-Bully-Bullied (victim/target)•Agression in School: Bullies and Whipping Boys - Dan Olweus, 1978 (Scapegoat - Bode Expiatório)•Mobbing in the School(anos 60)•Mobbing in the Worplace(anos 80)•Bullying in the School

Nomenclatura

Indicadores de pessoas alvo de Bullying

Demonstrar falta de vontade de ir à escola. Sentir-se mal perto da hora de sair de casa. Pedir para trocar de escola. Revelar medo de ir ou voltar da escola. Pedir sempre para ser levado à escola. Mudar freqüentemente o trajeto entre a casa e a escola. Apresentar baixo rendimento escolar. Voltar da escola, repetidamente, com roupas ou livros

rasgados. Chegar muitas vezes em casa com machucados

inexplicáveis.

Indicadores de pessoas alvo de Bullying

 

Tornar-se uma pessoa fechada, arredia. Parecer angustiado, ansioso, deprimido. Apresentar manifestações de baixa auto-estima. Ter pesadelos freqüentes, chegando a gritar "socorro"

ou "me deixa" durante o sono. "Perder", repetidas vezes, seus pertences, seu dinheiro. Pedir sempre mais dinheiro ou tirar dinheiro da

família. Evitar falar sobre o que está acontecendo, ou dar

desculpas pouco convincentes para tudo. Tentar ou cometer suicídio.

•Bullying na escola é muito mais comum do que pensam professores e pais.•Bullying não é um problema novo, mas a sua extensão só começou a ser pesquisada e divulgado nos últimos anos.

A Escola

Escola e o Bullying

Escola e o Bullying

Escola e o Bullying

Internet e o BullyingVeja.com.br

Respeito Social

Incômodo atual

Modificação do Comportamento

“O ponto de vista da relação na modificação do comportamento implica também em que nenhuma modificação significativa permanente no comportamento social pode ser obtida, a não ser que uma relação social seja firmemente estabelecida.”

Albert Bandura

O que é o Bullying?

É a intimidação física ou psicológica que ocorre de forma repetitiva por um longo período, normalmente em ambiente educacional.

O Bullying pode ser um comportamento aberto: ridicularizar, humilhar, bater ou roubar, sendo mais visível nos meninos.

Mas pode ser também encoberto: espalhando rumores ou mentiras e causando exclusão, quase sempre silenciosa. Estes comportamentos são mais freqüentes nas meninas.

Quem faz o Bullying?

Crianças que aparentam forte senso de autoestima.

Que gostam de se sentir poderosos e no controle, procurando ser um modelo social de força e destaque para o grupo.

Motivos para que essas crianças se tornem agressores crônicos,

autores de Bullying. Porque foram mal acostumadas e por isso esperam que todo

mundo faça todas as suas vontades e atenda sempre às suas ordens. Gostam de experimentar a sensação de poder. Não se sentem bem com outras crianças, tendo dificuldade de

relacionamento. Sentem-se inseguras e inadequadas. Sofrem intimidações ou são tratados como bodes expiatórios em

suas casas. Já foram vítimas de algum tipo de abuso. São freqüentemente humilhadas pelos adultos. Vivem sob constante e intensa pressão para que tenham sucesso

em suas atividades.

Negação e problema

Características dos incitadores

Provem de casas onde a punição física está presente ou em constante ameaça.

Seus cuidadores ou responsáveis são distantes e não demonstram adequadamente emoções positivas(carinho).

São desafiadoras quanto as figuras de autoridade e constantemente testam e desobedecem regras.

Quem são as vítimas?

São crianças ou adolescentes inseguros, com baixas habilidades sociais, que procuram isolamento à integração e demonstram baixa estima.

Tem dificuldade para se defender e lidar com retalições.

Tendência a ser mais vulneráveis fisicamente que seus pares ou com dificuldades destacáveis(uma miopia importante, p.ex.).

Mais sobre as vítimas…

Apresentam cuidadores ou responsáveis superprotetores e não estimulam sua independência.

Estes acreditam que os adultos são ineficientes para intervir em seus problemas com as pessoas de sua idade. Acreditam também que é vergonhoso pedir ajuda.

Como os adultos lidam com o Bullying?

Eles vem como inofensivo e passageiro, onde todos passam por isso enquanto crianças ou adolescentes.

Alguns acreditam que é uma forma de aprender a ser mais forte no grupo social e perder a “inocência” da educação do seio familiar(pois o mundo é cruel).

Adultos também acreditam que crianças e jovens devem reslver entre si, sem a intervenção deles.

Implicações no longo prazo do Bullying

Estatísticas destacam a grande possibilidade dos encitadores de bullying para problemas legais ou criminais, abuso do álcool e drogas, controle da raiva, dificuldades sociais e transtornos de personalidade antissocial na vida adulta.

Mas principalmente há uma grande dificuldade na manutenção de relacionamentos interpessoais.

Implicações no longo prazo para quem sofre de Bullying

Problemas com autoestima, desamparo, depressão, ansiedade social, Transtorno do Corpo Dismórfico, Transtornos Alimentares e mesmo características de TEPT na vida adulta.

Percebem a escola como um lugar inseguro, são propensas a perder mais aulas que seus pares, à problemas escolares, aumentam seus comportamentos de fuga e esquiva(perdendo aprendizagem de estratégias sociais) e seus resultados escolares são impactados negativamente.

Suicídio.

Controlar o Bullying nas escolas não é fácil.

Professores precisam tempo, paciência e habilidade para lidar com crianças envolvidas em Bullying e sua famílias. Neste contexto, é fundamental que haja suporte adequado para

os professores, especialmente aqueles novos na profissão.

O que orientar ao pai que tem um filho que é agressivo?

Se você for informado de que seu(sua) filho(a) é um(a) autor(a) de Bullying, converse com ele(a) e:

Saiba que ele(a) está precisando de ajuda. Não tente ignorar a situação, nem procure fazer de conta que está

tudo bem. Procure manter a calma e controlar sua própria agressividade ao

falar com ele(a). Mostre que a violência deve ser sempre evitada. Não o(a) agrida, nem o(a) intimide; isso só iria tornar a situação

ainda pior. Mostre que você sabe o que está acontecendo, mas procure

demonstrar que você o(a) ama, apesar de não aprovar esse seu comportamento.

O que orientar ao pai que tem um filho que é agressivo?

Converse com ele(a): procure saber porque ele(a) está agindo assim e o que poderia ser feito para ajudá-lo(a).

Garanta a ele(a) que você quer ajudá-lo(a) e que vai buscar alguma maneira de fazer isso.

Tente identificar algum problema atual que possa estar desencadeando esse tipo de comportamento. Nesse caso, ajude-o(a) a sair disso.

Com o consentimento dele, entre em contato com a escola; converse com professores, funcionários e amigos que possam ajudá-lo(a) a compreender a situação.

Dê orientações e limites firmes, capazes de ajudá-lo(a) a controlar seu comportamento.

O que orientar ao pai que tem um filho que é agressivo?

Procure auxiliá-lo(a) a encontrar meios não agressivos para expressar suas insatisfações.

Encoraje-o(a) a pedir desculpas ao colega que ele(a) agrediu, seja pessoalmente ou por carta.

Tente descobrir alguma coisa positiva em que ele(a) se destaque e que venha a melhorar sua auto-estima.

Procure criar situações em que ele(a) possa se sair bem, elogiando-o(a) sempre que isso ocorrer.

ABRANGÊNCIA DO PROBLEMA com o Suicídio

Suicídio – terceira causa de morte em adolescentes com mais de 15anos (Blumenthal, 1990) e quarta causa entre adolescentes de 14 anos ou menos.

Os índices de co-morbidades entre transtornos de abuso de substâncias, transtornos de humor e de comportamento, semelhante aos de adultos (Kandel et al, 1999).

Exposição a violência – desenvolvimento de comportamentos anti-sociais (Schwab-Stone e cols., 1999).

Problemas associados ao desenvolvimento escolar podem estar relacionado a psicopatologias não identificadas.

Os pais enquanto cientistas do comportamento

Não há resposta imediata para tudo.

Não sabendo o que fazer apenas não reforce.

Observar é tudo!

“as palavras são de prata e o silêncio é de ouro.”

Seu objetivo é melhorar seu filho e as trocas com o ambiente.

Princípios básicos

Não reforçar o inadequado.

Procurar comportamentos adequados para serem reforçados: competição de estruturas de comportamentos, a mudança de paradigma.

A criança como a responsável por sua punição.

Criar o encadeamento das respostas.

Treino da assertividade

Dizer não sem culpa.

Apoio incondicional aos direitos pessoais.

Assertividade: falar de forma apropriada a resolver um problema ou impasse, respeitando a si e ao outro, sem se comportar de forma passiva, nem tão pouco agressiva.

Treino de Habilidades Sociais

Bibliografia

Bandura, Albert – Modificação do Comportamento. Interamericana, Rio de Janeiro, 1979.

Krumboltz, J. e Krumboltz, H. – Modificação do Comportamento Infantil. EPU, São Paulo, 1977.

Bibliografia

Hawton, K. e col – “Terapia Cognitiva-Comportamental dos Transtornos Psiquiátrico – um guia prático”, Martins Fontes, 1997;

Lipp, M. E. N. & Malagris, L. E. N. (2001) O stress emocional e seu tratamento. In.: Rangé, B. (Org.) Psicoterapias Comportamentais e Cognitivas: um diálogo com a psiquiatria, Artmed.

Seligman, M. – “Aprenda a ser Otimista”. Nova Era e Record, 1992.

Seligman, M. – “Desamparo: sobre depressão, desenvolvimento e morte”. Hucitec-Edusp, 1977.

marcelodarocha@globo.com