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8/17/2019 120876509 Introducao Ao Candomble
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Deuses africanos no Brasil:uma apresentação do candomblé
Ricardo P. AragãoCoordenador do Núcleo gbé Ape!o "rile dé #frica $ Brasil
I: Religiões populares no Brasil
O catolicismo tem sido historicamente a religião majoritária do Brasil,
cabendo a outras fés o lugar de religiões minoritárias, mas nem por isso sem
importância no quadro das religiões e da cultura, sobretudo no século atual. Neste
segundo grupo estão as chamadas religiões afrobrasileiras! , as quais até os anos
!"#$ poderiam ser inclu%das na categoria das religiões étnicas, religiões de
preser&a'ão de patrim(nios culturais dos antigos escra&os africanos e seus
descendentes. )stas religiões formaramse em diferentes áreas do Brasil com
diferentes ritos e nomes locais deri&ados de tradi'ões africanas di&ersas*
candomblé na Bahia+, ang( em -ernambuco e lagoas#, tambor de mina no
/aranhão e -ará0, batuque no 1io 2rande do 3ul4 e macumba no 1io de 5aneiro6.
organi7a'ão das religiões negras no Brasil deuse bastante recentemente.
8ma &e7 que as 9ltimas le&as de africanos tra7idos para o No&o /undo durante o
per%odo final da escra&idão :9ltimas décadas do século !"; foram fiadas
sobretudo nas cidades e em ocupa'ões urbanas, os africanos desse per%odo
puderam &i&er no Brasil em maior contato uns com os outros, f%sico e
! Bastide, !"<4= >arneiro, !"#6.+ 1odrigues, !"#4= Bastide, !"<?.# /otta, !"?+= -into, !"#4.0 3. @erretti, !"?6= /. @erretti, !"?4= )duardo, !"0?.4 Aerso&its, !"0#= >orrCa, !""+= Oro, !""0.6 Bastide, !"<4= -randi, !""!a..
!
!
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socialmente, com maior mobilidade e, de certo modo, liberdade de mo&imentos,
num processo de intera'ão que não conheceram antes. )ste fato propiciou
condi'ões sociais fa&orá&eis para a sobre&i&Cncia de algumas religiões africanas,
com a forma'ão de grupos de culto organi7ados.
-or outro lado, no final do século passado, foram introdu7idas no -a%s
algumas denomina'ões protestantes européias e norteamericanas. )ssas religiões
floresceram, assim como espiritismo ardecista francCs aqui chegado também no
final do século passado, mas o catolicismo continuou sendo a preferCncia de mais
de "$D da popula'ão brasileira até os anos !"4$, embora na região mais
industriali7ada do pa%s, o 3udeste, a porcentagem de catElicos tenha sido menor,
com um incremento mais rápido no n9mero de protestantes, ardecistas e tambémseguidores da umbanda, religião afrobrasileira emergida nos anos !"#$ nas áreas
mais urbani7adas do -a%s, e que, a despeito de suas origens negras, nunca se
mostrou como religião &oltada para a preser&a'ão das marcas africanas originais.
O quadro religioso no Brasil de hoje caracteri7ase por processo de
con&ersão compleo e dinâmico, com a incorpora'ão e mesmo cria'ão de algumas
no&as religiões, Fs &e7es com a passagem do con&erso por &árias possibilidades de
adesão. Os grupos de religiões mais importantes em termos de n9meros deseguidores hoje são* o catolicismo, em suas ambas &ersões de religião tradicional e
reno&ada= os e&angélicos, que apresentam m9ltiplas facetas entre histEricos e
pentecostais, agora também se oferecendo numa no&a e inusitada &ersão, o
neopentecostalismo :1olim, !"?4= /ariano, !""4;= os esp%ritas ardecistas, e um
di&erso conjunto de religiões afrobrasileiras. )ntre os catElicos reno&ados
sobressaemse as >omunidades )clesiais de Base :-ierucci, !"?#; e o no&o
/o&imento de 1eno&a'ão >arismática :-randi, !""!b;, mo&imentos que se opõemdoutrinariamente* as >)Bs mais preocupadas com questões de justi'a social e
mais en&ol&idas na pol%tica, os carismáticos mais interessados no indi&%duo e
conser&adoramente a&essos a temas de consciCncia social. )stimati&as recentes
indicam a presen'a de <4D de catElicos :os carismáticos são 0D e os das >)Bs,
+
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+D da popula'ão;, !#D de e&angélicos :#D histEricos e !$D pentecostais;, 0D de
ardecistas e !,4D de afrobrasileiros :-ierucci G -randi, !""4;.
Hessas religiões, a umbanda tem sido reiteradamente identificada como
sendo a religião brasileira por ecelCncia, pois, nascida no Brasil, ela resulta doencontro de tradi'ões africanas, esp%ritas e catElicas :>amargo, !"6!= >oncone,
!"?<= Orti7, !"<?;. >omo religião uni&ersal, isto é, dirigida a todos, a umbanda
sempre procurou legitimarse pelo apagamento de fei'ões herdadas do candomblé,
sua matri7 negra, especialmente os tra'os referidos a modelos de comportamento e
mentalidade que denotam a origem tribal e depois escra&a, mantendo contudo
estas marcas na constitui'ão do panteão. >omparado ao do candomblé, seu
processo de inicia'ão é muito mais simples e menos oneroso e seus rituais e&itame dispensam sacrif%cio de sangue. Os esp%ritos de caboclos e pretos&elhos
manifestamse nos corpos dos iniciados durante as cerim(nias de transe para
dan'ar e sobretudo orientar e curar aqueles que procuram por ajuda religiosa para
a solu'ão de seus males. umbanda absor&eu do ardecismo algo de seu apego Fs
&irtudes da caridade e do altru%smo, assim fa7endose mais ocidental que as
demais religiões do espectro afrobrasileiro, mas nunca completou este processo
de ocidentali7a'ão, ficando a meio caminho entre ser religião ética, preocupadacom a orienta'ão moral da conduta, e religião mágica, &oltada para a estrita
manipula'ão do mundo.
Hesde o in%cio as religiões afrobrasileiras se formaram em sincretismo com
o catolicismo, e em grau menor com religiões ind%genas. O culto catElico aos
santos, numa dimensão popular polite%sta, ajustouse como uma lu&a ao culto dos
panteões africanos :Ialente, !"<<= 3. @erretti, !""4;. >om a umbanda,
acrescentaramse F &ertente africana as contribui'ões do ardecismo francCs,especialmente a idéia de comunica'ão com os esp%ritos dos mortos atra&és do
transe, com a finalidade de se praticar a caridade entre os dois mundos, pois os
mortos de&em ajudar os &i&os sofredores, assim como os &i&os de&em ajudar os
mortos a encontrar, sempre pela prática da caridade, o caminho da pa7 eterna,
#
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segundo a doutrina de Jardec. umbanda perdeu parte de suas ra%7es africanas,
mas se espraiou por todas a regiões do -a%s, sem limites de classe, ra'a, cor :&er
>ap%tulo KK;. /as não interferiu na identidade do candomblé, do qual se descolou,
conquistando sua autonomia. /as o candomblé também mudou. té +$ ou #$
anos atrás, o candomblé era religião de negros e mulatos, confinado sobretudo na
Bahia e -ernambuco, e de redu7idos grupos de descendentes de escra&os
cristali7ados aqui e ali em distintas regiões do -a%s. No rastro da umbanda, a partir
dos anos !"6$, o candomblé passou a se oferecer como religião também para
segmentos da popula'ão de origem nãoafricana.
II: Candomblé nos dias de hoje
-or &olta de !"4$, a umbanda já tinha se consolidado como religião abertas
a todos, não importando as distin'ões de ra'a, origem social, étnica e geográfica.
-or ter a umbanda desen&ol&ido sua prEpria &isão de mundo, bricolage européia
africanaind%gena, s%mbolo das prEprias origens brasileiras, ela pode se apresentar
como fonte de transcendCncia capa7 de substituir o &elho catolicismo ou então
juntarse a ele como &e%culo de reno&a'ão do sentido religioso da &ida. Hepois de
&er consolidados os seus mais centrais aspectos, ainda no 1io de 5aneiro e 3ão-aulo, a umbanda espalhouse por todo o -a%s, podendo ser também agora
encontrada &icejando na rgentina, no 8ruguai e outros -a%ses latinoamericanos,
além de -ortugal :Oro, !""#= @rigerio G >aro77i, !""#= -i Augarte, !""#= -randi,
!""!c= -olla)lt7, !""#= -ordeus, !""4;.
Hurante os anos !"6$, alguma coisa surpreendente come'ou a acontecer.
>om a larga migra'ão do Nordeste em busca das grandes cidades industriali7adas
no 3udeste, o candomblé come'ou a penetrar o bem estabelecido territErio daumbanda, e &elhos umbandistas come'aram e se iniciar no candomblé, muitos
deles abandonando os ritos da umbanda para se estabelecer como pais e mãesde
santo das modalidades mais tradicionais de culto aos oriás. Neste mo&imento, a
umbanda é remetida de no&o ao candomblé, sua &elha e L&erdadeiraL rai7 original,
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considerada pelos no&os seguidores como sendo mais misteriosa, mais forte, mais
poderosa que sua moderna e embranquecida descendente.
Nesse per%odo da histEria brasileira, as &elhas tradi'ões até então
preser&adas na Bahia e outros pontos do -a%s encontraram ecelentes condi'õesecon(micas para se reprodu7irem e se multiplicarem mais ao sul= o alto custo dos
ritos deiou de ser um constrangimento que as pudesse conter. ) mais, nesse
per%odo, importantes mo&imentos de classe média busca&am por aquilo que
poderia ser tomado como as ra%7es originais da cultura brasileira. Kntelectuais,
poetas, estudantes, escritores e artistas participaram desta empreitada, que tantas
&e7es foi bater F porta das &elhas casas de candomblé da Bahia. Kr a 3al&ador
para se ter o destino lido nos b97ios pelas mãesdesanto tornouse um must paramuitos, uma necessidade que preenchia o &a7io aberto por um estilo de &ida
moderno e seculari7ado tão enfaticamente constitu%do com as mudan'as sociais
que demarca&am o jeito de &i&er nas cidades industriali7adas do 3udeste, estilo de
&ida já, quem sabeM, ei&ado de tantas desilusões.
O candomblé encontrou condi'ões sociais, econ(micas e culturais muito
fa&orá&eis para o seu renascimento num no&o territErio, em que a presen'a de
institui'ões de origem negra até então pouco conta&am. Nos no&os terreiros deoriás que foram se criando então, entretanto, podiam ser encontrados pobres de
todas as origens étnicas e raciais. )les se interessaram pelo candomblé. ) os
terreiros cresceram Fs centenas.
O termo candomblé designe &ários ritos com diferentes Cnfases culturais,
aos quais os seguidores dão o nome de Lna'õesL :ima, !"?0;. Basicamente, as
culturas africanas que foram as principais fontes culturais para as atuais Lna'õesL
de candomblé &ieram da área cultural banto :onde hoje estão os pa%ses da ngola,
>ongo, 2abão, aire e /o'ambique; e da região sudanesa do 2olfo da 2uiné, que
contribuiu com os iorubás e os ePCfons, circunscritos aos atuais territErio da
Nigéria e Benin. /as estas origens na &erdade se interpenetram tanto no Brasil
como na origem africana.
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Na chamada Lna'ãoL queto, na Bahia, predominam os oriás e ritos de
inicia'ão de origem iorubá. Quando se fala em candomblé, geralmente a referCncia
é o candomblé queto e seus antigos terreiros são os mais conhecidos* a >asa
Branca do )ngenho Ielho, o candomblé do laeto, o é Op( fonjá e o
2antois. s mãesdesanto de maior prest%gio e de &isibilidade que ultrapassou de
muitos as portas dos candomblé tCm sido destas casas, como -ulquéria e
/enininha, ambas do 2antois, Olga, do laeto, e ninha, 3enhora e 3tella, do
Op( fonjá. O candomblé queto tem tido grande influCncia sobre outras Lna'õesL,
que tCm incorporado muitas de suas prática rituais. 3ua l%ngua ritual deri&a do
iorubá, mas o significado das pala&ras em grande parte se perdeu atra&és do
tempo, sendo hoje muito dif%cil tradu7ir os &ersos das cantigas sagradas e
imposs%&el manter con&ersa'ão na l%ngua do candomblé. lém do queto, as
seguintes Lna'õesL também são do tronco iorubá :ou nag(, como os po&os
iorubanos são também denominados;* efã e ijeá na Bahia, nag( ou eba em
-ernambuco, oiEijeá ou batuque de na'ão no 1io 2rande do 3ul, minanag( no
/aranhão, e a quase etinta Lna'ãoL ambá de lagoas e -ernambuco.
Lna'ãoL angola, de origem banto, adotou o panteão dos oriás iorubás
:embora os chame pelos nomes de seus esquecidos inquices, di&indades bantos R&er neo;, assim como incorporou muitas das práticas iniciáticas da na'ão queto.
3ua linguagem ritual, também intradu7%&el, originouse predominantemente das
l%nguas quimbundo e quicongo. Nesta Lna'ãoL, tem fundamental importância o
culto dos caboclos, que são esp%ritos de %ndios, considerados pelos antigos
africanos como sendo os &erdadeiros ancestrais brasileiros, portanto os que são
dignos de culto no no&o territErio a que foram confinados pela escra&idão. O
candomblé de caboclo é uma modalidade do angola centrado no culto eclusi&o
dos antepassados ind%genas :3antos, !""+= /. @erretti, !""0;. @oram
pro&a&elmente o candomblé angola e o de caboclo que deram origem F umbanda.
Aá outras na'ões menores de origem banto, como a congo e a cambinda, hoje
quase inteiramente absor&idas pela na'ão angola.
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na'ão jejemahin, do estado da Bahia, e a jejemina, do /aranhão,
deri&aram suas tradi'ões e l%ngua ritual do ePCfon, ou jejes, como já eram
chamados pelos nag(s, e suas entidades centrais são os &oduns. s tradi'ões
rituais jejes foram muito importantes na forma'ão dos candomblés com
predominância iorubá.
%niciação no candomblé &ueto
O sacerdEcio e organi7a'ão dos ritos para o culto dos oriás são compleos,
com todo um aprendi7ado que administra os padrões culturais de transe, pelo qual
os deuses se manifestam no corpo de seus iniciados durante as cerim(nias para
serem admirados, lou&ados, cultuados. Os iniciados, filhos e filhasdesanto :ia(,
em linguagem ritual;, também são popularmente denominados Lca&alos dosdeusesL uma &e7 que o transe consiste basicamente em mecanismo pelo qual cada
filho ou filha se deia ca&algar pela di&indade, que se apropria do corpo e da
mente do iniciado, num modelo de transe inconsciente bem diferente daquele do
ardecismo, em que o médium, mesmo em transe, de&e sempre permanecer atento
F presen'a do esp%rito. O processo de se transformar num Lca&aloL é uma estrada
longa, dif%cil e cara, cujos estágios na Lna'ãoL queto podem ser assim sumariados*
-ara come'ar, a mãedesanto de&e determinar, atra&és do jogo de b97ios,
qual é o oriá dono da cabe'a daquele indi&%duo :Braga, !"??;. )le ou ela recebe
então um fio de contas sacrali7ado, cujas cores simboli7am o seu oriá :&er
neo;, dandose in%cio a um longo aprendi7ado que acompanhará o mesmo por
toda a &ida. primeira cerim(nia pri&ada a que a no&i'a :abiã; é submetida
consiste num sacrif%cio &oti&o F sua prEpria cabe'a :ebori;, para que a cabe'a
possa se fortalecer e estar preparada para algum dia receber o oriá no transe de
possessão. -ara se iniciar como ca&alo dos deuses, a abiã precisa juntar dinheiro
suficiente para cobrir os gastos com as oferendas :animais e ampla &ariedade de
alimentos e objetos;, roupas cerimoniais, utens%lios e adornos rituais e demais
despesas suas, da fam%liadesanto, e e&entualmente de sua prEpria fam%lia durante
<
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o per%odo de reclusão iniciática em que não estará, e&identemente, dispon%&el para
o trabalho no mundo profano.
>omo parte da inicia'ão, a no&i'a permanece em reclusão no terreiro por
um n9mero em torno de +! dias. Na fase final da reclusão, uma representa'ãomaterial do oriá do iniciado :assentamento ou ibáoriá; é la&ada com um
preparado de folhas sagradas trituradas :amassi;. cabe'a da no&i'a é raspada e
pintada, assim preparada para receber o oriá no curso do sacrif%cio então
oferecido :or(;. Hependendo do oriá, alguns dos animais seguintes podem ser
oferecidos* cabritos, o&elhas, pombas, galinhas, galos, caramujos. O sangue é
derramado sobre a cabe'a da no&i'a, no assentamento do oriá e no chão do
terreiro, criando este sacrif%cio um la'o sagrado entre a no&i'a, o seu oriá e acomunidade de culto, da qual a mãedesanto é a cabe'a. Hurante a etapa das
cerim(nias iniciáticas em que a no&i'a é apresentada pela primeira &e7 F
comunidade, seu oriá grita seu nome, fa7endose assim reconhecer por todos,
completandose a inicia'ão como ia( :iniciada jo&em que LrecebeL oriá;. O oriá
está pronto para ser festejado e para isso é &estido e paramentado, e le&ado para
junto dos atabaques, para dan'ar, dan'ar e dan'ar.
No candomblé sempre estão presentes o ritmo dos tambores, os cantos, adan'a e a comida :/otta, !""!;. 8ma festa de lou&or aos oriás :toque; sempre se
encerra com um grande banquete comunitário :ajeum, que significa L&amos
comerL;, preparado com carne dos animais sacrificados. O no&o filho ou filhade
santo de&erá oferecer sacrif%cios e cerim(nias festi&as ao final do primeiro,
terceiro e sétimo ano de sua inicia'ão. No sétimo ani&ersário, recebe o grau de
senioridade :eb(mi, que significa Lmeu irmão mais &elhoL;, estando ritualmente
autori7ado a abrir sua prEpria casa de culto. >erim(nias sacrificiais são tambémoferecidas em outras etapas da &ida, como no &igésimo primeiro ani&ersário de
inicia'ão. Quando o eb(mi morre, rituais f9nebres :aeC; são reali7ados pela
comunidade para que o oriá fiado na cabe'a durante a primeira fase da inicia'ão
possa desligarse do corpo e retornar ao mundo paralelo dos deuses :orum; e para
?
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que o esp%rito da pessoa morta :egum; libertese daquele corpo, para renascer um
dia e poder de no&o go7ar dos pra7eres deste mundo.
Ritual e ética
O candomblé opera em um conteto ético no qual a no'ão judáicocristã de
pecado não fa7 sentido. diferen'a entre o bem e o mal depende basicamente da
rela'ão entre o seguidor e seu deus pessoal, o oriá. Não há um sistema de
moralidade referido ao bemestar da coleti&idade humana, pautandose o que é
certo ou errado na rela'ão entre cada indi&%duo e seu oriá particular. Cnfase do
candomblé está no rito e na inicia'ão, que, como se &iu bre&emente, é quase
interminá&el, gradual e secreta.
O culto demanda sacrif%cio de sangue animal, oferta de alimentos e &ários
ingredientes. carne dos animais abatidos nos sacrif%cios &oti&os é comida pelos
membros da comunidade religiosa, enquanto o sangue e certas partes dos animais,
como patas e cabe'a, Ergãos internos e costelas, são oferecidas aos oriás.
3omente iniciados tCm acesso a estas cerim(nias, condu7idas em espa'os
pri&ati&os denominados quartosdesanto. 8ma &e7 que o aprendi7ado religioso
sempre se dá longe dos olhos do p9blico, a religião acaba por se recobrir de uma
aura de sombras e mistérios, embora todas as dan'as, que são o ponto alto das
celebra'ões, ocorram sempre no barracão, que é o espa'o aberto ao p9blico. s
celebra'ões de barracão, os toques, consistem numa seqSCncia de dan'as, em que,
um por um, são honrados todos os oriás, cada um se manifestando no corpo de
seus filhos e filhas, sendo &estidos com roupas de cores espec%ficas, usando nas
mãos ferramentas e objetos particulares a cada um deles, epressandose em gestos
e passos que reprodu7em simbolicamente cenas de suas biografias m%ticas. )ssa
seqSCncia de m9sica e dan'a, sempre ao som dos tambores :chamados rum, rumpi
e lé; é designada irC, que em iorubá significa L&amos dan'arL. O lado p9blico do
candomblé é sempre festi&o, bonito, esplendoroso, esteticamente eagerado para
os padrões europeus e etro&ertido.
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-ara o grande p9blico, desatento para o dif%cil lado da inicia'ão, o
candomblé é &isto como um grande palco em que se reprodu7em tradi'ões afro
brasileiras igualmente presentes, em menor grau, em outras esferas da cultura,
como a m9sica e a escola de samba. -ara o não iniciado, dificilmente se concebe
que a cerim(nia de celebra'ão no candomblé seja algo mais que um eterno dan'ar
dos deuses africanos.
'eguidores e clientes
O candomblé atende a uma grande demanda por ser&i'os mágicoreligiosos
de uma larga clientela que não necessariamente toma parte em qualquer aspecto
das ati&idades do culto. Os clientes procuram a mãe ou paidesanto para o jogo de
b97ios, o oráculo do candomblé, atra&és do qual problemas são des&endados eoferendas são prescritas para sua solu'ão. O cliente paga pelo jogo de b97ios e
pelo sacrif%cio propiciatErio :ebE; e&entualmente recomendado. O cliente em geral
fica sabendo qual é o oriá dono de sua cabe'a e pode mesmo comparecer Fs
festas em que se fa7 a celebra'ão de seu oriá, podendo colaborar com algum
dinheiro no preparo das festi&idades, embora não sele nenhum compromisso com a
religião. O cliente sabe quase nada sobre o processo iniciático e nunca toma parte
nele. )ntretanto, ele tem uma dupla importância* antes de mais nada, sua demanda por ser&i'os ajuda a legitimar o terreiro e o grupo religioso em termos sociais.
3egundo, é da clientela que pro&ém, na maioria dos terreiros, uma substancial
parte dos fundos necessários para as despesas com as ati&idades sacrificiais.
>omumente, sacerdotes e sacerdotisas do candomblé que adquirem alto grau de
prest%gio na sociedade inclusi&a gostam de nomear, entre seus clientes, figuras
importantes dos mais di&ersos segmentos da sociedade.
He&otos das religiões afrobrasileiras podem cultuar também outras
entidades que não os oriás africanos, como os caboclos :esp%ritos de %ndios
brasileiros; e encantados :humanos que teriam &i&ido em outras épocas e outros
pa%ses;. Hurante o transe ritual, os caboclos con&ersam com seus seguidores e
amigos, oferecendo conselhos e fErmulas mágicas para o tratamento de todos os
!$
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tipos de problemas. organi7a'ão dos panteões de di&indades africanas nos
terreiros &aria de acordo com cada na'ão de candomblé :3antos, !""+= /. @erretti,
!""#;. >aboclos e pretos&elhos :esp%ritos de escra&os; são centrais na umbanda,
em que estas entidades tCm papel mais importante no cotidiano da religião do que
os prEprios oriás.
III: Comportamento humano como herança dos orixás
3egundo o candomblé, cada pessoa pertence a um deus determinado, que é o
senhor de sua cabe'a e mente e de quem herda caracter%sticas f%sicas e de
personalidade. T prerrogati&a religiosa do pai ou mãedesanto descobrir esta
origem m%tica atra&és do jogo de b97ios. )sse conhecimento é absolutamente
imperati&o no processo de inicia'ão de no&os de&otos e mesmo para se fa7erem pre&isões do futuro para os clientes e resol&er seus problemas. )mbora na Ufrica
haja registro de culto a cerca de 0$$ oriás, apenas duas de7enas deles
sobre&i&eram no Brasil. cada um destes cabe o papel de reger e controlar for'as
da nature7a e aspectos do mundo, da sociedade e da pessoa humana. >ada um tem
suas prEprias caracter%sticas, elementos naturais, cores simbElicas, &estuário,
m9sicas, alimentos, bebidas, além de se caracteri7ar por Cnfase em certos tra'os de
personalidade, desejos, defeitos, etc. :&er neo;. Nenhum oriá é nem
inteiramente bom, nem inteiramente mau. No'ões ocidentais de bem e mal estãoausentes da religião dos oriás no Brasil. ) os de&otos acreditam que os homens e
mulheres herdam muitos dos atributos de personalidade de seus oriás, de modo
que em muitas situa'ões a conduta de alguém pode ser espelhada em passagens
m%ticas que relatam as a&enturas dos oriás. Ksto e&identemente legitima, aos olhos
da comunidade de culto, tanto as reali7a'ões como as faltas de cada um.
Iejamos abre&iadamente algumas das caracter%sticas de personalidade mais
usualmente atribu%das aos oriás por seus seguidores<*
(u R Heus mensageiro, di&indade trickster , o trapaceiro. )m qualquercerim(nia é sempre o primeiro a ser homenageado, para se e&itar que se enrai&e'a
< >onforme pesquisa reali7ada em 6$ terreiros paulistas de candomblé, sobretudo em trCs deles em que otrabalho de campo foi mais demorado* o KlC é Ossaim HarC, de -ai Hoda Braga de Ossaim, em-irituba, o KlC é Vemojá Oruoré Ogum, de -ai rmando Iallado de Ogum, em Ktape&i, e o KleeuiPWato, de /ãe 3andra /edeiros )pega de Xang(, em 2uararema :-randi, !""!a;. Os estereEtiposaqui apresentados são em grande parte coincidentes com aqueles colhidos em 3al&ador, no 1io de5aneiro, e mesmo na Ufrica, conforme épine, !"?!= ugras, !"?#= Ierger, !"?4a.
!!
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e atrapalhe o ritual. 2uardião das encru7ilhadas e das portas da rua. 3increti7ado
com o Hiabo catElico. 3eus s%mbolos são um porrete fálico e tridentes de ferro. Os
seguidores acreditam que as pessoas consagradas a )u são inteligentes, seW,
rápidas, carnais, licenciosas, quentes, erEticas e sujas. @ilhos de )u gostam de
comer e beber em demasia. Não se de&e confiar nunca num filho ou numa filha de)u. )les são os melhores, mas eles decidem quando o querem ser. Não são dados
ao casamento, gostam de andar so7inhos pelas ruas, bebendo e obser&ando os
outros para apanhálos despre&enidos. He&ese pagar a )u com dinheiro, comida,
aten'ão sempre que se precise de um fa&or dele. >omo o pai, filhos de )u nunca
fa7em nada sem paga. sauda'ão a )u é LaroyêY
"gum ) Heus da guerra, do ferro, da metalurgia e da tecnologia.
3increti7ado com 3anto nt(nio e 3ão 5orge. T o oriá que tem o poder de abrir os
caminhos, facilitando &iagens e progressos na &ida. Os estereEtipos mostram osfilhos de Ogum como teimosos, apaionados e com certa frie7a racional. )les são
muito trabalhadores, especialmente moldados para o trabalho manual e para as
ati&idades técnicas. )mbora eles usualmente fa'am qualquer coisa por um amigo,
os filhos e filhas de Ogum não sabem amar sem machucar* despeda'am cora'ões.
creditase que sejam muito bem dotados seualmente, tanto quanto os filhos de
)u, irmão de Ogum. )mbora eles possam ter muitos interesses, os filhos de
Ogum preferem as coisas práticas, detestando qualquer trabalho intelectual. )les
dão bons guerreiros, policiais, soldados, mecânicos, técnicos. 3auda'ão* OgunhêY
"(*ssi R Heus da ca'a. 3increti7ado com 3ão 5orge e 3ão 3ebastião. Oriá
da fartura. 3eus filhos são elegantes, graciosos, eretas, curiosos e solitários.
)mbora dCem bons pais e boas mães, tCm sempre dificuldade com o ser amado.
3ão amigá&eis, pacientes e muitas &e7es ingCnuos. Os filhos de OEssi tCm
aparCncia jo&ial e parece que estão sempre F procura de alguma coisa. Não
conseguem ser monogâmicos. ZCm de ca'ar noite e dia. -or isso são considerados
irresponsá&eis. He fato, eles se sentem li&res para quebrar qualquer compromisso
que não lhes agrade mais. Hificilmente eles se sentem obrigados a comparecer a
um encontro marcado, quando outra coisa mais interessante cru7a o seu caminho.Okê arôY
"baluai+ ou "mulu R Heus da &ar%ola, das pragas e doen'as. T relacionado
com todo o tipo de mal f%sico e suas curas. ssociado aos cemitérios, solos e
subsolos. 3increti7ado com 3ão á7aro e 3ão 1oque. 3eus filhos aparentam um
aspecto deprimido. 3ão negati&os, pessimistas, inspirando pena. )les parecem
!+
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pouco amigos, mas é porque são t%midos e en&ergonhados. 3eja amigo de um deles
e &ocC descobrirá que tudo o que eles precisam para ser as melhores pessoas do
mundo é de um pouco de aten'ão e uma pitada de amor. Quando en&elhecem,
alguns se tornam sábios, outros parecem completos idiotas. T que apenas querem
ficar so7inhos. AtotôY
,ang- R Heus do tro&ão e da justi'a. 3increti7ado com 3ão 5er(nimo. 3eus
filhos se dão bem em ati&idades e assuntos que en&ol&em justi'a, negEcios e
burocracia. 3entem que nasceram para ser reis e rainhas, mas usualmente acabam
se comportando como plebeus. 3ão teimosos, resolutos e glutões= gananciosos por
dinheiro, comida e poder. 8ma pessoa de Xang( gosta de se mostrar com muitos
amantes, embora não sejam reconhecidos como pessoas capa7es de grandes
proe7as seuais. Ii&em para lutar e para en&ol&er as pessoas que o cercam na sua
prEpria e interminá&el guerra pessoal. 2ostam de criar suas fam%lias, protegendoseus rebentos além do usual. -or isso são muito bons amigos e ecelentes pais.
Kaô kabiesileY
"(um R Heusa da água doce, do ouro, da fertilidade e do amor.
3increti7ada com Nossa 3enhora das >andeias. 3enhora da &aidade, ela foi a
esposa fa&orita de Xang(. Os filhos e filhas de Oum são pessoas atrati&as,
sedutoras, manhosas e insinuantes. )las sabem como manobrar os seus amores=
são boas na feiti'aria e na pre&isão do futuro. doram adi&inhar segredos e
mistérios. 3ão orgulhosas da bele7a que pensam ter por direito natural. -odem sermuito &aidosas, atre&idas e arrogantes. Hi7em que sabem tudo do amor, do namoro
e do casamento, mas tCm muita dificuldade em criar seus filhos adequadamente,
muitas &e7es até se esquecendo que eles eistem. Não gostam da pobre7a e nem da
solidão. 3auda'ão* Ora yeyê ôY
%ansã ou "i R Heusa dos raios, dos &entos e das tempestades. T a esposa
de Xang( que o acompanha na guerra. Oriá guerreira que le&a a alma dos mortos
ao outro mundo. 3increti7ada com 3anta Bárbara. 3eus filhos e filhas são mais
dotados para a prática do seo do que para o culti&o do amor. Heusa do erotismo,
ela é uma espécie de entidade feminista. s pessoas de Kansã são brilhantes,
con&ersadoras, espalhafatosas, bocudas e corajosas. Hetestam fa7er pequenos
ser&i'os em fa&or dos outros, pois sentem que isso contraria sua majestade. )las
podem dar a &ida pela pessoa amada, mas jamais perdoam uma trai'ão. EparreiY
!#
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%eman! R Heusa dos grandes rios, dos mares, dos oceanos. >ultuada no
Brasil como mãe de muitos oriás. 3increti7ada com Nossa 3enhora da >oncei'ão.
@reqSentemente representada por uma sereia, sua estátua pode ser &ista em quase
todas as cidades ao longo da costa brasileira. )la é a grande mãe, dos oriás e do
Brasil, a quem protege como padroeira, sendo igualmente Nossa 3enhora da>oncei'ão parecida. Os filhos e filhas de Kemanjá tornamse bons pais e boas
mães. -rotegem seus filhos como leões. 3eu maior defeito é falar demais= são
incapa7es de guardar um segredo. 2ostam muito do trabalho e de derrotar a
pobre7a. @isicamente são pessoas pouco atraentes, mulheres de bustos eagerados,
e sua presen'a entre outras pessoas é sempre pálida. 3auda'ão* OdoyáY
"(al R Heus da cria'ão. 3increti7ado com 5esus >risto. 3eus seguidores
&estemse de branco Fs setasfeiras. T sempre o 9ltimo a ser lou&ado durante as
cerim(nias religiosos afrobrasileiras= é re&erenciado pelos demais oriás. >omocriador, ele modelou os primeiros seres humanos. Quando se re&ela no transe,
apresentase de duas formas* o &elho Oalufã, cansado e encur&ado, mo&endose
&agarosamente, quase incapa7 de dan'ar= o jo&em Oaguiã, dan'ando rápido
como o guerreiro. -or ter in&entado o pilão para preparar o inhame como seu prato
fa&orito, Oaguiã é considerado o criador da cultura material. o in&és de
sacrif%cio de sangue de animais quentes, Oalá prefere o sangue frio dos caracEis.
Os filhos de Oalá gostam do poder, do trabalho criati&o, apreciam ser bem
tratados e mostramse mandões e determinados na rela'ão com os outros. 3ão
melhores no amor do que no seo, gostam muito de aprender e de ensinar, mas
nunca ensinam a li'ão completamente. 3ão calados e chatos. 2ostam de desafios,
são muito bons amigos e muito bons ad&ersários aos que se atre&em a se opor a
eles. -o&o de Oalá nunca desiste. Epa BabáY
LZal pai, tal filho.L ssim, cada oriá tem um tipo m%tico que é
religiosamente atribu%do aos seus descendentes, seus filhos e filhas. tra&és demitos, a religião fornece padrões de comportamento que modelam, refor'am e
legitimam o comportamento dos fiéis :Ierger, !"4<, !"?4b;.
He fato, o seguidor do candomblé pode simplesmente tomar os atributos do
seu oriá como se fossem os seus prEprios e tentar se parecer com ele, ou
!0
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reconhecer atra&és dos atributos da di&indade bases que justificam sua conduta.
Os padrões apresentados pelos mitos dos oriás podem assim ser usados como
modelo a ser seguido, ou como &alida'ão social para um modo de conduta já
presente. 8m iniciado pode, ao familiari7arse com seus estereEtipos m%ticos,
identificarse com eles e refor'ar certos comportamento, ou simplesmente chamar
a aten'ão dos demais para este ou aquele tra'o que sela sua identidade m%tica.
/udar ou não o comportamento não é importante= o que conta é sentirse prEimo
do modelo di&ino.
lém de seu oriá dono da cabe'a, acreditase que cada pessoa tem um
segundo oriá, que atua como uma di&indade associada :juntE; que complementa o
primeiro. Hi7se, por eemplo* Lsou filho de Oalá e KemanjáL. 2eralmente, se o primeiro é masculino, o segundo é feminino, e &ice&ersa, como se cada um ti&esse
pai e mãe. segunda di&indade tem papel importante na defini'ão do
comportamento, permitindo operase com combina'ões muito ricas. >omo cada
oriá particular da pessoa deri&a de uma qualidade do oriá geral, que pode ser o
oriá em idade jo&em ou já idoso, ou o oriá em tempo de pa7 ou de guerra, como
rei ou como s9dito etc. etc., a &aria'ões que ser&em como modelos são quase
inesgotá&eis.[s &e7es, quando certas caracter%sticas incontestes de um oriá não se
ajustam a uma pessoa tida como seu filho, não é incomum nos meios do
candomblé du&idarse daquela filia'ão, suspeitandose que aquele iniciado está
com o Lsanto erradoL, ou seja, mal identificado pela mãe ou paidesanto
responsá&el pela inicia'ão. Neste caso, o &erdadeiro oriá tem que ser descoberto
e o processo de inicia'ão reordenado. -ode acontecer também a suspeita de que o
santo está certo, mas que certas passagens m%ticas de sua biografia, queeplicariam aqueles comportamentos, estão perdidas. No candomblé sempre se
tem a idéia de que parte do conhecimento m%tico e ritual foi perdido na
transposi'ão da Ufrica para o Brasil, e de que em algum lugar eiste uma &erdade
perdida, um conhecimento esquecido, uma re&ela'ão escondida. -odese mudar de
!4
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sacrif%cio, e coagidos por procedimentos mágicos que fa7em com que os homens
&enham a se tornar, pelo conhecimento que estes acabam tendo dos deuses todos,
mais fortes do que os prEprios deusesL :\eber, !"6", &.+* "$";. )sses deuses, que
são tantos, e nem mesmo se conhecem entre si, mas que são conhecidos pelo
sacerdotefeiticeiro, que pode, inclusi&e, jogar um contra o outro para obter
fa&ores para os homens, esses deuses nunca chegam a ser potCncias éticas que
eigem e recompensam o bem e castigam o mal= eles estão preocupados com a sua
prEpria sobre&i&Cncia e, para isso, com o cuidado de seus adeptos particulares.
Ha% as religiões mágicas não se caracteri7arem pela eistCncia de um pacto
geral de luta do bem contra o mal. Nelas, o sacerdEcio e o cumprimento de
prescri'ões rituais tCm finalidade meramente utilitária de manipula'ão do mundonatural e não natural, de eerc%cio de poder sobre for'as e entidades sobrenaturais
maléficas e demon%acas, de ataque e defesa em rela'ão F a'ão do outro, que é
sempre um inimigo potencial, um oponente. Não há uma teodicéia capa7 de
nuclear a religião e nem desen&ol&er especula'ões éticas sobre a ordem cEsmica,
mesmo porque a religião R no caso do candomblé R já se desen&ol&eu como uma
colcha de retalhos, fragmentos cuja unidade &em sendo ainda buscada por alguns
de seus adeptos que se põem esta questão da eplica'ão da ordem cEsmica, aindaque num plano que precede o encontro de um fim transcendente, e que se ampara
numa etnografia que relati&isa as culturas e legitima como igualmente
uniorgani7adoras do cosmo as diferentes formas de religião. -or eemplo, 5uana
dos 3antos, em Os nagô e a morte :!"?6;, parte de uma base emp%rica oferecida
por suas pesquisas no Brasil e na Ufrica, e com uma reinterpreta'ão apoiada na
etnografia, cria, no papel, uma religião que não se pode encontrar nem no Brasil
nem na Ufrica, propondo para cada dimensão ritual da religião que ela reconstitui
significados que procuram dar Fs partes o sentido de um todo, dandose F religião
uma forma acabada que ela não tem.
>reio não ser dif%cil imaginar que o candomblé, de fato, comporta
elementos desses dois grandes tipos de religião, mas no conjunto se aproima mais
!<
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das religiões mágicas e rituais, e, como religião de ser&i'o, chega praticamente a
se colar no tipo estrito de religião mágica. O prEprio mo&imento recente de
abandono do sincretismo catElico le&a a um certo es&a7iamento aiolEgico,
es&a7iamento de uma ética, ainda que tCnue, partilhada em comunidades de
candomblé antigas, emprestada do catolicismo, ou imposta por ele, uma &e7 que
as questões de moralidade foram um terreno que o catolicismo dominador reser&ou
para si e para seu controle no curso da forma'ão das religiões negras no Brasil.
Neste mo&imento, entretanto, o candomblé não pode mais &oltar F tribo original
nem ao modelo de justi'a tradicional do ancestral, o egungun, para regrar a
conduta na &ida cotidiana. ) nem precisa disto, pois não é mais no grupo fechado
que está hoje sua for'a e sua importância como religião.
He todo modo, foi eatamente o desprendimento do candomblé de suas de
amarras étnicas originais que o transformou numa religião para todos, ainda que
sendo :ou tal&e7 porque; uma religião aética, permitindo também a oferta de
ser&i'os mágicos para uma popula'ão fora do grupo de culto, que está habituada a
compor, com base em muitos fragmentos de origens diferentes, formas pri&adas, Fs
&e7es até pessoais, de interpreta'ão do mundo e de inter&en'ão nele por meios
objeti&os e subjeti&os e cujo acesso está codificado numa rela'ão de troca, numarela'ão comercial para um tipo de consumo imediato, di&ersificado e
particulari7á&el que é contraposto ao consumo massificado que a sociedade
pressupõe e obriga. )stou me referindo especialmente a indi&%duos de classe média
que usam eperimentar cEdigos com os quais não mantCm &%nculos e
compromissos duradouros, e que o fa7em por sua li&re escolha, podendo contar
com um repertErio tanto mais &ariado quanto poss%&el.
V: Uma religio para os exclu!do
Os cultos dos oriás no Brasil, dos quais ecluo em grande parte a
umbanda, pela dimensão ardecistacatElica que compõe seu plano de moralidade,
mas nos quais incluo as formas do candomblé baiano, do ang( pernambucano,
!?
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batuque ga9cho, tambordemina do Nordeste ocidental etc., tCm sido, pelo menos
desde os anos #$, e ininterruptamente, &erdadeiros redutos homosseuais, de
homosseuais de classe social inferior. >om ece'ão de 1uth andes, em seu
escrito de !"0$ :andes, !"6<;, até bem pouco tempo os pesquisadores que
erigiram a literatura cient%fica sobre o candomblé sempre esconderam este fato, ou
ao menos o rele&aram como tra'o de algum terreiro Lculturalmente decadenteL.
Ora, o homosseualismo está presente mesmo nas casas mais tradicionais do pa%s,
não &iu quem não quis :sobre estudos contemporâneos, &er bibliografia em
Zeieira, !"?<;.
O homosseual, sobretudo o homem, sempre foi obrigado a publici7ar a sua
intimidade como 9nico meio de encontrar parceria seual, e, ao publici7ar suaintimidade, obriga&ase a desempenhar um papel social que não pusesse em risco a
sua busca de parceiro, isto é, que não pusesse em risco o parceiro potencial, um
papel que o mostra&a como o de fora, o diferente, o não inclu%do, mas que ainda
assim não chega&a a oferecer qualquer risco de Lcontamina'ãoL do parceiro, que
para efeito p9blico não chega&a nunca a mudar de papel seual. 3ua diferen'a o
obrigou a desen&ol&er padrões de conduta que o identificasse facilmente* para ser
homosseual era preciso mostrarse homosseual. -ois nenhuma institui'ão socialno Brasil, afora o candomblé, jamais aceitou o homosseual como uma categoria
que não precisa necessariamente esconderse, anulandoo enquanto tal. 3E com os
mo&imentos gaW de origem norteamericana, a partir dos anos 6$, é que se buscou
quebrar a idéia de que o homosseual tinha que LparecerL diferente, num jogo que
&alori7ou a semelhan'a e que, tal&e7, tenha dado suporte para a guetifica'ão e
Lforma'ão demográficaL dos hoje denominados Lgrupos de riscoL da KH3.
)sta aceita'ão de um grupo tão problemático para outras institui'ões,religiosas ou não, também demonstra a aceita'ão que o candomblé tem deste
mundo, mesmo quando, no etremo, tratase do mundo da rua, do cais do porto,
dos meretr%cios e portas de cadeia. 2rand%ssima e eemplar é a capacidade do
candomblé de juntar os santos aos pecadores, o maculado ao limpo, o feio ao
!"
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bonito. 3e concordarmos que as maiores concentra'ões relati&as de homosseuais
e bisseuais ocorrem nas grandes cidades, onde podem refugiarse no anonimato e
na indiferen'a que os grandes centros oferecem :além de oferecerem locais e
institui'ões de publici7a'ão, que na cidade grande podem funcionar como espa'os
fechados, isto é, p9blicos porém pri&ati7ados;, encontramos uma ra7ão a mais para
o sucesso do candomblé em 3ão -aulo R a possibilidade de fa7er parte de um
grupo religioso, isto é, &oltado para o eerc%cio da fé, mas que ao mesmo tempo é
l9dico, refor'ador da personalidade, capa7 de apro&eitar os talentos estéticos
indi&iduais e, por que nãoM, um nada despre7%&el meio de mobilidade social e
acumula'ão de prest%gio, coisas muito pouco ou nada acess%&eis aos homosseuais
em nossa sociedade. inda mais quando se é pobre, pardo, migrante, pouco
escolari7ado. O candomblé é assim, de fato, uma religião apetrechada para
oferecer estratégias de &ida que as ciCncias sociais jamais imaginaram.
)sta rela'ão entre sacerdEcio e homosseualidade não é prerrogati&a nem
do candomblé e nem de nossa ci&ili7a'ão. /as o que fa7 do candomblé uma
religião tão singular é o fato de que todos os seus adeptos de&em eercer
necessariamente algum tipo de cargo sacerdotal. ) qualquer que seja o cargo
sacerdotal ocupado, ninguém precisa esconder ou disfar'ar suas preferCnciasseuais. o contrário, pode até usar o cargo para legitimar a preferCncia, como se
usa o oriá para eplicar a diferen'a. -ara melhor entendermos isso tudo,
entretanto, ter%amos também que não deiar esquecido o fato de contarmos
inclusi&e com &ariantes de uma sociabilidade, jeitos de ser e de &i&er, &i&enciadas
por grande parte da popula'ão brasileira mais pobre :que de todo lugar do pa%s &ai
se juntando nas periferias metropolitanas;, hoje não importando muito mais sua
origem de cor, mas que é resultante também do nosso recente passado escra&ista,
que amputa&a normas de conduta, suprimia institui'ões familiares e aleija&a até
mesmo as religiões das popula'ões escra&as. Honde fica e&ident%ssimo ser o
candomblé uma religião brasileira muito mais que a simples reprodu'ão de cultos
africanos aos oriás como eistiram e como eistem alémmar. >onsidero bastante
significati&o o fato de o culto aos oriás, no Brasil, ter se LdescoladoL do culto dos
+$
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antepassados, os egunguns a que já me referi :os quais aqui ganharam um culto F
parte nos candomblés de egungun;. Na Ufrica, eles não eram apenas partes de um
mesmo uni&erso religioso* o oriá era cultuado para 7elar pela fam%lia e pelo
indi&%duo, o antepassado era cultuado para cuidar da comunidade como um todo.
O antepassado garantia a regra, o oriá garantia a for'a sagrada agindo sobre a
nature7a.
/as se o candomblé libera o indi&%duo, ele libera também o mundo. )le não
tem uma mensagem para o mundo, não saberia o que fa7er com ele se lhe fosse
dado transformálo, não é uma religião da pala&ra, nunca será sal&acionista. T
sem d9&ida uma religião para a metrEpole, mas somente para uma parte dela,
como é destino das outras religiões hoje. O candomblé pode ser a religião ou amagia daquele que já se fartou da transcendCncia despeda'ada pelo consumo da
ra7ão, da ciCncia e da tecnologia e que se encontrou desacreditado do sentido de
um mundo inteiramente desencantado R e o candomblé será a% uma religião aética
para uma sociedade pEsética. /as também pode ser a religião e a magia daquele
que sequer chegou a eperimentar a supera'ão das condi'ões de &ida cal'adas por
uma certa sociabilidade do sal&ese quem puder, onde o outro não conta e, quando
conta, conta ou como opressor ou como &%tima potencial, como inimigo, comoindesejá&el, como o que torna demasiado pesado o fardo de &i&er num mundo que
parece ser por demais desordenado R e o candomblé poderá ser então uma
religião aética para uma sociedade préética.
VI: "acerdotes e #eiticeiros
No candomblé, a inicia'ão significa fa7er parte dos quadros sacerdotais,
que são basicamente de duas nature7as :dos que entram em transe e dos que não;,organi7ados hierarquicamente e que pressupõem um tipo de mobilidade ex opere
operato. Zodo ia( que passar por suas obriga'ões pode chegar a paidesanto ou
mãedesanto, independentemente de seu comportamento na &ida cotidiana, isto é,
fora dos limites impostos pelas obriga'ões rituais do de&oto para com seu deus e
+!
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alheio aos de&eres de lealdade para com o seu iniciador, o qual, entretanto, pode
ser substitu%do por outro atra&és de ado'ão ritual, sempre que ocorrer, por um
moti&o ou outro, quebra p9blica desta rela'ão de lealdade e dependCncia.
3er pai ou mãedesanto não é aspira'ão de todos os iniciados, nem jamais pode ser em se tratando da categoria dos eb(mis não rodantes :equedes e ogãs;.
)ntretanto, é perspecti&a muito importante para boa parcela dos adeptos.
-ro&enientes, em geral, de classes sociais baias :e agora não importa mais se são
brancos ou se negros; &ir a ser um paidesanto representa para os iniciados a
possibilidade de eercer uma profissão que, nascida como ocupa'ão &oltada para
os estratos baios e de origem negra, passou recentemente, ao compor os quadros
dos ser&i'os de oferta generali7ada a todos os seguimentos sociais, a rei&indicar o status de uma profissão de classe média, como já ocorreu com outras ati&idades
profissionais e em outros contetos sociais :AobsbaPn, !"?0* +"";. O paidesanto
não é mais a figura escondida, perseguida, despre7ada. )le tem &isibilidade na
sociedade e transita o tempo todo nos meios de classe média, que o buscam em seu
terreiro e, assim fa7endo, tiramno do anonimato.
o mostrarse em p9blico, o paidesanto &Cse obrigado a ostentar
s%mbolos que epressem a sua profissão. Não contando com cabedal intelectualadquirido na escola R o que é decisi&o na identidade de classe média da maioria
das profissões não proletárias, ainda que simbolicamente R o pai e a mãedesanto
fa7emse perceber por um estilo de &estuário e um ecesso de jEias ou outros
enfeites le&ados no pesco'o, na cabe'a, na cintura e nos pulsos, que dão a
impressão de serem originalmente africanos ou de origem africana, mas cuja
Ltradi'ãoL não tem mais que meio século. )le e ela fa7emse diferentes e, quanto
mais diferentes, melhor. 8m outro LsinalL de prest%gio amealhado com freqSCncia por sacerdotes do candomblé, bem como da umbanda, são as medalhas e
comendas concedidas por in9meras sociedades medalh%sticas de finalidade
autopromocional, e que ser&em para substituir, Fs &e7es com &antagens, os
diplomas e graus uni&ersitários. Zudo isto fa7 parte de um processo de mobilidade
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social que está ao alcance de pessoas que, por suas origens sociais, dificilmente
encontrariam outro canal de ascensão social. mobilidade e a &isibilidade social
que sua profissão agora pressupõe são importantes para conferir ao paidesanto
uma presen'a &oltada para fora do terreiro, que lhe garanta um fluo de clientes
cujo pagamento por ser&i'os mágicos permite a constitui'ão de um fundo
econ(mico que facilita, no m%nimo materialmente, a sua reali7a'ão como l%der
religioso de seu grupo de adeptos, numa religião em que o dispCndio material é
muito grande e decididamente muito significati&o.
)ste paidesanto e esta mãedesanto são sacerdotes de uma religião em
que as tensões entre magia e prática religiosa estão descartadas. -odese
finalmente ser, ao mesmo tempo, o sacerdote e o feiticeiro, numa situa'ão socialem que cada um destes papéis refor'ará o outro. ) numa sociedade em que cada
um deles estará orientado, preferencialmente, para grupos, e até mesmo classes
sociais, diferentes.
o se reali7ar como institui'ão legitimada de prática mágica, o candomblé
na metrEpole fa7 parte publicamente do jogo de m9ltiplos aspectos atra&és do qual
cada grupo ou cada pessoa, indi&idualmente, é capa7 de construir sua prEpria fonte
de eplica'ão, de transcendCncia e de inter&en'ão no mundo. capacidade de semanter como religião aética, que o candomblé demonstra ter, permitelhe &antajosa
fleibilidade em rela'ão Fs outras religiões éticas e a abertura para um mercado
religioso de consumo ad hoc, por parte dos clientes não religiosos, que as
religiões de con&ersão em geral não tCm. racionali7a'ão do jogo de b97ios e do
ebE :ao se apresentarem como menos sacrali7ados do que na &erdade o são;, o
atendimento pri&ati&o e com hora marcada, o anonimato do ser&i'o, a eplicita'ão
do pagamento monetário na rela'ão de troca, a presen'a do paidesanto nummercado p9blico regido por regras de eficiCncia e competCncia profissional, bem
como suas prEprias regras aéticas no plano do grupo religioso, fa7em desta religião
tribal de deuses africanos uma religião para a metrEpole, onde o indi&%duo é cada
&e7 mais um bricoleur .
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Nesta sociedade metropolitana R no rastro das transforma'ões sociais de
âmbito mundial dos 9ltimos cinqSenta anos R a constru'ão de sistemas de
significados depende cada &e7 mais da &ontade de grupos e indi&%duos. Neste
mo&imento, os temas religiosos rele&antes, como afirma ucmann, podem ser
selecionados a partir de diferentes preferCncias particulares. No limite, cada
indi&%duo pode ter o seu particular e pessoal modelo de religiosidade independente
dos grandes sistemas religiosos totali7adores que marcaram, até bem pouco, a
histEria da humanidade.
Os deuses tribais africanos adotados na metrEpole não são mais os deuses
da tribo. 3ão deuses de uma ci&ili7a'ão em que o sentido da religião e da magia
passou a depender, sobretudo, do estilo de subjeti&idade que o homem, em grupoou solitariamente, escolhe para si.
VII: $ religio dos orixás na sociedade contempor%nea
O candomblé, tal como eiste hoje nos grandes centros urbanos do Brasil, é
capa7 de oferecer a seus seguidores algo diferente daquilo que a religião dos
oriás, em tempos mais antigos, podia certamente propiciar, quando sua presen'a
significa&a para o escra&o a liga'ão afeti&a e mágica ao mundo africano do qualfora arrancado pela escra&idão. Quando o candomblé se organi7ou no Nordeste, no
século !", ele permitia ao iniciado a reconstru'ão simbElica, atra&és do terreiro, da
sua comunidade tribal africana perdida. -rimeiro ele é o elo com o mundo original.
)le representa&a, assim, o mecanismo atra&és do qual o negro africano e brasileiro
podia distanciarse culturalmente do mundo dominado pelo opressor branco. O
negro podia contar com um mundo negro, fonte de uma Ufrica simbElica, mantido
&i&o pela &ida religiosa dos terreiros, como meio de resistCncia ao mundo branco,que era o mundo do trabalho, do sofrimento, da escra&idão, da miséria. Bastide
mostrou como a habilidade do negro, durante o per%odo colonial, de &i&er em dois
diferentes mundos ao mesmo tempo era importante para e&itar tensões e resol&er
conflitos dif%ceis de suportar sob a condi'ão escra&a :Bastide, !"<4;. ogo, o
+0
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mesmo negro que reconstruiu a Ufrica nos candomblés, reconheceu a necessidade
de ser, sentirse e se mostrar brasileiro, como 9nica possibilidade de
sobre&i&Cncia, e percebeu que para ser brasileiro era absolutamente imperati&o ser
catElico, mesmo que se fosse também de oriá. O sincretismo se funda neste jogo
de constru'ão de identidade. O candomblé nasce catElico quando o negro precisa
ser também brasileiro.
Quando o candomblé, a partir dos anos !"6$, deslancha a caminho de se
tornar religião uni&ersal, afrouase seu foco nas diferen'as raciais e ele &ai
deiando para trás seu significado essencial de mecanismo de resistCncia cultural,
embora continue a pro&er esse mecanismo a muitas popula'ões negras que &i&em
de certo modo econ(mica e culturalmente isoladas em regiões tradicionais doBrasil. s no&as condi'ões de &ida na sociedade brasileira industriali7ada fa7em
mudar radicalmente o sentido sociolEgico do candomblé. 3e até poucas décadas
atrás ele significa&a uma rea'ão F segrega'ão racial numa sociedade tradicional,
em que as estruturas sociais tinham mais o aspecto de estamentos que de classes,
agora ele tem o sentido de escolha pessoal, li&re, intencional* alguém adere ao
candomblé não pelo fato de ser negro, mas porque sente que o candomblé pode
fa7er sua &ida mais fácil de ser &i&ida, porque então tal&e7 se possa ser mais feli7,não importa se se é branco ou negro?. )&identemente, embora o processo de
escolha religiosa possa ter conseqSCncias sociais significati&as para a sociedade
como um todo R na medida que com a escolha certas religiões podem ser mais
refor'adas e neste sentido ter aumentada sua influCncia na sociedade R qualquer
eficácia da religião no que di7 respeito F esfera %ntima sE pode ser a&aliada pelo
indi&%duo que a ela se con&erte.
O desatar de la'os étnicos que, no curso da 9ltimas trCs décadas, temtransformado o candomblé numa religião para todos, também propiciou um nada
? LOs negros ]ainda hoje^ marcam maior presen'a nas religiões afrobrasileiras, onde somam, entre pardos e pretos, 0+,<D. 3ua presen'a relati&a sobe ainda mais no candomblé, originariamente a grandefonte de identidade negra, em que chegam a 46,?D R a 9nica modalidade religiosa em que o negro é amaioria dos fiéis. /as há muito branco nas afrobrasileiras :4!,+D; e mesmo no candomblé, em querepresentam #","D.L )m n9meros absolutos, os maiores contingentes negros são, e&identemente,catElicos e em segundo lugar, e&angélicos :-randi, !""4;.
+4
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despre7%&el alargamento da oferta de ser&i'os mágicos para a popula'ão eterior
aos grupos de culto. 8ma clientela já acostumada a compor &isões de mundo
particulares a partir de fragmentos originários de diferentes métodos e fontes de
interpreta'ão da &ida. O candomblé oferece s%mbolos e sentidos hoje muito
&alori7ados pela m9sica, literatura, artes em geral, os quais podem ser fartamente
usados pela clientela na composi'ão dessa &isão de mundo caleidoscEpica, sem
nenhum compromisso religioso. O cliente de classe média que &ai aos candomblés
para jogar b97ios e fa7er ebEs é o bricoleur que também tem procurado muitas
outras fontes não racionais de sentido para a &ida e de cura para males de toda
nature7a. >ertamente o candomblé deste cliente é bem diferente do candomblé do
iniciado, mas nenhum deles contradi7 o sentido do outro.
O candomblé é uma religião que tem no centro o rito, as fErmulas de
repeti'ão, pouco importando as diferen'as entre o bem e o mal no sentido cristão.
O candomblé administra a rela'ão entre cada oriá e o ser humano que dele
descende, e&itando, atra&és da oferenda, os desequil%brios desta rela'ão que podem
pro&ocar a doen'a, a morte, as perdas materiais, o abandono afeti&o, os
sofrimentos do corpo e da alma e toda sorte de conflito que le&a F infelicidade.
>omo religião em que não eiste a pala&ra no sentido ético, nem a conseqSente prega'ão moral, o candomblé :juntamente com a umbanda, que contudo tem seu
aspecto de religião aética atenuado pela incorpora'ão de &irtudes teologais do
ardecismo, como a caridade; é sem d9&ida uma alternati&a religiosa importante
também para grupos sociais que &i&em numa sociedade como a nossa, em que a
ética, os cEdigos morais e os padrões de comportamento estritos podem ter pouco,
&ariado e até mesmo nenhum &alor.
O candomblé é uma religião que afirma o mundo, reorgani7a seus &alores etambém re&este de estima muitas das coisa que outras religiões consideram más*
por eemplo, o dinheiro, os pra7eres :inclusi&e os da carne;, o sucesso, a
domina'ão e o poder. O iniciado não tem que internali7ar &alores diferentes
daqueles do mundo em que ele &i&e. )le aprende os ritos que tornam a &ida neste
+6
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mundo mais fácil e segura, mundo pleno de possibilidades de bemestar e pra7er.
O seguidor do candomblé propicia os deuses na constante procura do melhor
equil%brio poss%&el :ainda que temporário; entre aquilo que ele é e tem e aquilo que
ele gostaria de ser e ter. Nessa procura, é fundamental que o iniciado confie
cegamente em sua mãedesanto. 2uiado por ela, este fiel aprende, ano apEs ano,
a repetir cada uma das fErmula iniciáticas necessárias F manipula'ão da for'a
sagrada da nature7a, o aé. Não se pode ser do candomblé sem constantemente
refa7er o rito, como não se pode ser e&angélico sem constantemente eaminar a
prEpria consciCncia F procura da culpa que delata a presen'a das paiões que
precisam ser eorci7adas. O bom e&angélico, para se sal&ar da dana'ão eterna,
precisa aniquilar seus desejos mais escondidos= o bom filhodesanto precisa
reali7ar todos os seus desejos para que o aé, a for'a sagrada de seu oriá, de
quem é continuidade, possa se epandir e se tornar mais forte. ceitando o mundo
como ele é, o candomblé aceita a humanidade, situandoa no centro do uni&erso,
apresentandose como religião especialmente dotada para a sociedade narcisista e
ego%sta em que &i&emos.
-orque o candomblé não distingue entre o bem e o mal do modo como
aprendemos com o cristianismo, ele tende a atrair também toda sorte de indi&%duosque tCm sido socialmente marcados e marginali7ados por outras institui'ões
religiosas e não religiosas. Ksto mostra como o candomblé aceita o mundo, mesmo
quando ele é o mundo da rua, da prostitui'ão, dos que já cru7aram as portas da
prisão. O candomblé não discrimina o bandido, a ad9ltera, o tra&esti e todo tipo
de rejeitado social. /as se o candomblé libera o indi&%duo, ele também libera o
mundo* não tem para este nenhuma mensagem de mudan'a= não deseja
transformálo em outra coisa, como se propõem, por eemplo, os catElicos que
seguem a Zeologia da iberta'ão, sempre interessados em substituir este mundo
por outro mais justo. O candomblé se preocupa sobretudo com aspectos muito
concretos da &ida* doen'a, dor, desemprego, deslealdade, falta de dinheiro, comida
e abrigo R mas sempre tratando dos problemas caso a caso, indi&%duo a indi&%duo,
pois não se trabalha aqui com a no'ão de interesses coleti&os, mas sempre com a
+<
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de destino indi&idual. O candomblé também pode ser a religião ou a magia
daquele que já se fartou dos sentidos dados pela ra7ão, ciCncia e tecnologia, e que
deiou de acreditar no sentido de um mundo totalmente desencantado, que deiou
para trás a magia, em nome da eficácia do secular pensamento moderno. Zal&e7 o
candomblé possa ser a religião daquele que não consegue atinar com o senso de
justi'a social suficiente para resol&er muitos dos problemas que cada indi&%duo
enfrenta no curso de sua &ida pelo mundo desencantado.
O candomblé também oferece a seus iniciados e simpati7antes uma
particular possibilidade de pra7eres estéticos, que se esparrama pelas mais
diferentes esfera da arte e da di&ersão, da m9sica F co7inha, do artesanato F escola
de samba, além da fascina'ão do prEprio jogo de b97ios, o portão de entrada parao riqu%ssimo uni&erso cultural dos oriás. O candomblé ensina, sobretudo, que
antes de se lou&arem os deuses, é imperati&o lou&ar a prEpria cabe'a= ninguém
terá um deus forte se não esti&er bem consigo mesmo, como ensina o dito tantas
&e7es repetidos nos candomblés* LOri buruu ossi oriáL, ou L>abe'a ruim não
tem oriáL. -ara os que se con&ertem, isso fa7 uma grande diferen'a em termos de
autoestima.
Na nossa sociedade das grandes metrEpoles, se a constru'ão de sentidosdepende cada &e7 mais do desejo de grupos e indi&%duos que podem escolher esta
ou aquela religião, ou fragmentos delas, a rele&ância dos temas religiosos
igualmente pode ser atribu%da de acordo com preferCncias pri&adas. religião é
agora matéria de preferCncia, de tal sorte que até mesmo escolher não ter religião
alguma é inteiramente aceitá&el socialmente. ssim, os deuses africanos
apropriados pelas metrEpoles da mérica do 3ul não são mais deuses da tribo,
impostos aos que nela nascem. )les são deuses numa ci&ili7a'ão em que osindi&%duos são li&res para escolhClos ou não, continuar fielmente nos seus cultos
ou simplesmente abandonálos. O candomblé pode também significar a
possibilidade daquele que é pobre e socialmente marginali7ado ter o seu deus
pessoal que ele alimenta, &este e ao qual dá &ida para que possa ser honrado e
+?
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homenageado por toda uma comunidade de culto. Quando a filhadesanto se
deia ca&algar pelo seu oriá, a ela se abre como palco o barracão em festa, para o
que tal&e7 seja a 9nica possibilidade na sua pobre &ida de eperimentar uma
apresenta'ão solo, de estar no centro das aten'ões, quando seu oriá, paramentado
com as melhores roupas e ferramentas de fantasia, há de ser admirado e aclamado
por todos os presentes, qui'á in&ejado por muitos. ) por toda a noite o ca&alo dos
deuses há de dan'ar, dan'ar e dan'ar. Ninguém jamais &iu um oriá tão bonito
como o seu.
+"
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$nexo: $tributos básicos dos orixás no candomblé
:Na'ão queto;
Orixá Atribuição 'e(o lemento Natural Patronagem)u oriá mensageiro, guardião
das encru7ilhadas e daentrada das casas
/ minério de ferro comunica'ão,transforma'ão, potCnciaseual
Ogum oriá da metalurgia, daagricultura e da guerra
/ ferro forjado estradas abertas,ocupa'ões manuais,soldados e pol%cia
OEssi ouOdé
oriá da ca'a :fauna; / florestas fartura de alimentos
Ossaim oriá da &egeta'ão :flora; / folhas eficácia dos remédios e damedicina
OumarC oriá do arco%ris / e @:andrEgino;
chu&a e condi'õesatmosféricas
rique7a que pro&ém dascolheitas :chu&a;
ObaluaiC ouOmulu
oriá da &ar%ola, pragas edoen'as
/ terra, solo cura de doen'as f%sicas
Xang( oriá do tro&ão / tro&ão e pedras:pedra de raio;
go&erno, justi'a,tribunais,ocupa'ões burocrática
Oiá ou Kansã oriá do relâmpago,dona dos esp%ritos dosmortos
@ relâmpagos, raios,&ento tempestade
sensualidade, amor carnal,desastres atmosféricos
Obá oriá dos rios @ rios trabalho doméstico e o poder da mulher
Oum oriá da água doce e dosmetais preciosos
@ rios, lagoas ecachoeiras
amor, ouro, fertilidade,gesta'ão, &aidade
ogun)dé oriás dos rios que corremnas florestas
/ ou @:alternadamente;
rios e florestas o mesmo que Oum eOEssi, seus pais
)uá oriá das fontes @ nascentes e riachos harmonia domésticaKemanjá oriá das grandes águas, do
mar @ mar, grandes rios maternidade, fam%lia,
sa9de mental Nanã oriá da lama do fundo das
águas@ lama, pântanos educa'ão, senioridade e
morteOaguiã:Oalá5o&em;
oriá da cria'ão :cria'ão dacultura material;
/ ar cultura material,sobre&i&Cncia
Oalufã:OaláIelho;
oriá da cria'ão :cria'ão dahumanidade;
/ e @:princ%pio da>ria'ão;
ar o sopro da &ida
#$
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Orixá Representação material/0etic1e/Assentamento
lementom2tico
Cores das roupas Cores das contas
)u laterita enterrada e garfos deferro em alguidar de barro
fogo e terra &ermelho e preto &ermelho e preto:alternadas;
Ogum instrumentos agr%colas de ferro
em miniatura em alguidar de barro
terra a7ul escuro,
&erde e branco
a7ul escuro ou &erde
OEssi ouOdé
pequeno arcoeflecha demetal :ofá; em alguidar de
barro
terra a7ul turquesa e &erde a7ul turquesa
Ossaim feie de seis setas de ferrocom folhas e um pássaro nocentro, em alguidar de barro
terra &erde e branco &erde e branco:alternadas;
OumarC duas cobras de metalentrela'adas
água amarelo, &erde e preto amarelo, &erde e preto,ou b97ios
ObaluaiC ouOmulu
cuscu7eiro de barro comlan'as de ferro
terra &ermelho, branco e preto, com capu7 de palha
&ermelho, branco e preto
Xang( pedra em uma gamela fogo &ermelho, marrom e branco
&ermelho e branco:alternadas;
Oiá ou Kansã seio de rio em sopeira ar, água efogo marrom e &ermelhoescuro ou branco marrom ou &ermelhoescuroObá seio de rio em sopeira de
lou'aágua &ermelho e dourado &ermelho e amarelo
transl9cidoOum seio de rio em sopeira de
lou'aágua amarelo ou dourado
com pouco de a7ulamarelo transl9cido
ogun)dé ofá de metal e seios de rioem alguidar de barro
água e terra dourado e a7ulturquesa
dourado transl9cido eturquesa :alternadas;
)uá cobra de ferro e seios emsopeira de lou'a
água &ermelho e amarelo b97ios
Kemanjá seio do mar em sopeira delou'a
água a7ul claro, branco,&erde claro
de &idro sE incolor, oucom a7ul ou &erdetransl9cidosalternadamente
Nanã seios e b97ios em sopeira água p9rpura, a7ul e branco brancas rajadas de a7ul
cobalto
Oaguiã:Oalá5o&em;
pequeno pilão de prata ouestanho e seio em sopeira delou'a branca
ar branco :com umm%nimo de a7ul real;
branco e a7ul real
Oalufã:OaláIelho;
c%rculo de prata ou estanho eseio em sopeira de lou'a
branca
ar branco branco
#!
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Orixá "b!etos rituais 5abus dos fil1os 'incretismo/ Correspond+ncia3anto catElico Iodum 5eje Knquice Banto
)u :chamadoBara no
batuque do 1io2rande do 3ul;
ogE* bastão comformato fálico
carregar objetosna cabe'a
Hiabo )legbaraBara)leguá
Bombogiralu&iá
Ogum espada embebedarse 3anto nt(nio3ão 5orge 2unHo'u Kncáci1oimucumbeOEssi ouOdé
ofá* arcoeflea demetal= eru* espantamosca de rabo deca&alo
comer mel 3ão 5orge3ão 3ebastião
7acá 2ongobira/utacalombo
Ossaim lan'a e trCs caba'ascontendo as folhassagradas
assobiar 3anto Onofre gué >atendC
OumarC espada e cobras demetal
rastejar 3ão Bartolomeu HãBessém
ngor(
ObaluaiC ouOmulu
aará* cetro feitode fibras das folhasdo dende7eiro com
b97ios
ir a funerais 3ão á7aro3ão 1oque
cEssi3apatáXapanã
>afunã>a&ungo
Xang( oé* machadoduplo=ere* chocalho demetal
contato commortos ecemitérios= &estirse de &ermelho
3ão 5er(nimo3ão 5oão BadéQue&ios( á7i
Oiá ou Kansã espada e eru:espantamosca;
comer carneiro ouo&elha, comerabEbora
3anta Bárbara 3ob( /atambaBumburucema
Obá espada e escudocircular
comer cogumelos=usar brincos
3anta 5oanaH_rc
Oum abebC* leque demetal amarelo=espada
comer peie deescamas
Nossa 3enhoradas >andeias
7iritobosse Na&C Na&e7uarina
3ambaQuissambo
ogun)dé ofá e abebC usar roupamarrom ou&ermelha
3ão /iguelrcanjo
Bosso 5ara
)uá espada e chocalhode matéria &egetal=esfera
comer a&esfCmeas
3anta 9cia )uá
Kemanjá abano de metal branco e espada
comer caranguejo=matar camundongo ou barata
Nossa 3enhorada >oncei'ão
bC HandalundaQuissembe
Nanã ibiri* cetro emforma de arco, defibras das folhas dodende7eiro com
b97ios
usar facas demetal
3antana Nanã
Oaguiã:Oalá5o&em;
mão de pilão de prata ou de material branco
comida comdendC= &inho de
palma= usar roupacolorida Fs setas
feiras
5esus :/enino;
Oalufã:OaláIelho;
opaor(* cajado prateado com pingentesrepresentando acria'ão do mundo
comida comdendC= &inho de
palma= usar roupacolorida Fs setasfeiras
5esus:>rucificado ou1edentor;
i'á ambi
##
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@)11)ZZK, 3érgio @igueiredo. ?uerebentan de @omadonu* etnogra"ia da &asa das -inas. 3ãou%s, )ditora da 8ni&ersidade @ederal do /aranhão, !"?6.
$ )epensando o sincretismo* estudo sobre a &asa das -inas. 3ão -aulo e 3ão u%s, )duspG @-)/, !""4.
@ONZ)N)), lui7io. Exu. 1io de 5aneiro, )spiritualista, s.d. ]literartura religiosa^
@1)KZ3, BWron Zorres de. O 0ogo dos b89ios. "a.ed. 1io de 5aneiro, )ditora )co, s.d.]literatura religiosa^
@1K2)1KO, lejandro G >1OK, /ar%a 5ulia. Las religiones afrobrasileas en rgentinaL. #n* O1O, ri -edro :org;. As religi6es a"ro(brasileiras no &one Sul . >adernos dentropologia , n !$. -orto legre, 8@123, !""#.
@1V, -eter G AO\), 2arW Nigel. Huas respostas F afli'ão* 8mbanda e pentecostalismo. 1ebatee cr+tica, no. 6* <4"0, !"<4.
2)3ON, 5udith. A )ecitation o" #"a% Oracle o" the 4oruba. NeP Vor, 2rossman-ublishers, !"<#.
A3)NB2, >arlos . G 3KI, Nelson do Ialle. Notas sobre desigualdade racial e pol%ticano Brasil. Estudos A"ro(Asiáticos, 1io de 5aneiro, n +4* !0!!6$, de7embro de !""#.
#4
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http://slidepdf.com/reader/full/120876509-introducao-ao-candomble 36/41
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KHO\8, ). Bolaji. Olodumare* od in 4oruba Belie" . )sse, ongman Nigeria, l"?+.
NH)3, 1uth. A cidade das mulheres$ 1io de 5aneiro, >i&ili7a'ão Brasileira, !"6<.
T-KN), >laude. Os estereEtipos da personalidade no candomblé nag(. #n* /O81, >arlos)ugCnio /arcondes de :org.;. Ol7orisa* Escritos sobre a religi.o dos orixás. 3ão -aulo,gora, !"?!.
T-KN), >laude. nálise formal do panteão nag(. #n* /O81, >arlos )ugCnio /arcondes de:org.;. Bandeira de Alairá* Outros escritos sobre a religi.o dos orixás. 3ão -aulo, Nobel,!"?+.
)KZ), @ábio. Zradi'ões e práticas religiosas negroafricanas na região de 3ão -aulo. #n*&ulturas a"ricanas :Hocumento da 1eunião de -eritos sobre s sobre&i&Cncias dastradi'ões religiosas africanas nas >ara%bas e na mérica atina. 3ão u%s do /aranhão,!"?4;. 3ão u%s, 8N)3>O, !"?6.
K/, Iicente. =angô. 1ecife, >entro de >ultura froBrasileiro e 5ornal do >omércio, !"#<.
K/, Ii&aldo da >osta. O conceito de Lna'ãoL dos candomblés da Bahia. A"ro(sia. 3al&ador,no. !+* 64"$, !"<6.
````. A "am+lia(de(santo nos candombl,s 0e0e(nagôs da Bahia* :m estudo de rela/6es intra( grupais. 3al&ador, >urso de -Es2radua'ão em >iCncias Aumanas da 8@Ba, !"<<.
````. Os obás de Xang(. #n* /O81, >arlos )ugCnio /arcondes de :org.;. Ol7orisa* Escritos sobre a religi.o dos orixás. 3ão -aulo, gora, !"?!.
````. Na'õesdecandomblé. #n* Encontro de na/6es de candombl,. 3al&ador, >entro de )studosfrosiáticos da 8@Ba e Kanamá, !"?0.
8>3, 5.Olumide. <he )eligion o" the 4orubas. agos, >./.3. Booshop, !"0?.
8>J/NN, Zhomas. 3ocial 1econstruction of Zranscendence. Seculari9ation and )eligion*
<he !ersisting <ension$ ausanne, >onference Knternationale de 3ociologie des 1eligions: !"eme. >onference, Zubingen, !"?<;, !"?<.
/>AHO, /aria das Hores >ampos :!""0;. Ades.o religiosa e seus e"eitos na es"era pri'ada* um estudo comparati'o dos carismáticos e pentecostais do )io de Caneiro. 1io de5aneiro, K8-)15, tese de doutorado em 3ociologia.
/22K), V&onne. -edo do "eiti/o* )ela/6es entre magia e poder no Brasil . 1io de 5aneiro,rqui&o Nacional, !""+.
/1KNO, 1icardo. 5eopentecostalismo* os pentecostais est.o mudando. Hisserta'ão demestrado em sociologia. 3ão -aulo, @@>A83-, !""4.
/1KNO, 1icardo G -K)18>>K, nt(nio @lá&io :!""+;. O en&ol&imento dos pentecostais naelei'ão de >ollor. 5o'os Estudos &ebrap, 3ão -aulo, n #0, no&embro. pp. "+!$6.
/O)NK, 2ilberto. -aghi e -essia del Brasile. 1oma, Bul7oni )ditore, !""#.
/8-OK,. La g,omancie D lanciene &ôte des Escla'es. -aris, Knstitut d_)thnologie,!"6!.
/>J)NK), -.1. O culto aos orisa entre os Woruba* lgumas notas marginais relati&as a suacosmologia e a seus conceitos de di&indade. #n* /O81, >arlos )ugCnio /arcondes de:org.;. &andombl, des'endando identidades. 3ão -aulo, )/\ )ditores, !"?<.
#6
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/)NHON, nt(nio 2ou&Ca. 8m panorama do protestantismo atual. Kn* andim, eilah :org;,Sinais dos tempos* tradi/6es religiosas no Brasil$ 1io de 5aneiro, K3)1, !"?".
/)V)1, /arlWse. -aria !adilha e toda sua ;uadrilha* de amante de um rei de &astela a !omba(ira de :mbanda. 3ão -aulo, Huas >idades, !""#.
/OKN, N... !ontos cantados e riscados dos Exus e !omba ira. #a. ed. 1io de 5aneiro,
)ditora )spiritualista, s.d. ]literartura religiosa^/OZZ, 1oberto. 1enda, emprego, nutri'ão e religião. &iência F tr7pico. 1ecife, 4:+;* !+!!4#,
!"<<.
````. &idade e de'o/.o. 1ecife, )di'ões -irata, !"?$.
````. Bandeira de lairá* festa de Xang(3ão 5oão e problemas do sincretismo. #n* /O81,>arlos )ugCnio /arcondes de :org.;. Bandeira de Alairá* Outros escritos sobre a religi.odos orixás. 3ão -aulo, Nobel, !"?+.
```` :org;. Os a"ro(brasileiros* anais do ### &ongresso A"ro(Brasileiro. 1ecife, /assangana,!"?4.
````. >omida, fam%lia, dan'a e transe* 3ugestões para o estudo do ang(. )e'ista de
Antropologia, 3ão -aulo, n +4* !0<!4<, !"?+. ````. Ed0, bal,* Alguns aspectos do sacri"+cio no xangô pernambucano. Zese de concurso para
professor titular de antropologia. 1ecife, 8@-e, !""!.
/O81, >arlos )ugCnio /arcondes de. >andomblé, ang(, tambordemina, batuque, pará e babassuC* Bibliografia pré&ia. #n* /O81, >arlos )ugCnio /arcondes de :org.;. Bandeirade Alairá* Outros escritos sobre a religi.o dos orixás. 3ão -aulo, Nobel, !"?+.
/O81, >arlos )ugCnio /arcondes de. Oriás, &oduns, inquices, caboclos, encantados e loas*Bibliografia complementar. #n* /O81, >arlos )ugCnio /arcondes de :org.;. &andombl,des'endando identidades. 3ão -aulo, )/\ )ditores, !"?<.
/O81, >arlos )ugCnio /arcondes de. religião dos oriás, &oduns e inquices no Brasil, >uba,)stados 8nidos, 2ranada, Aaiti, 1ep9blica Hominicana, ZrinidadZobago, ngola, Benin e Nigéria* Bibliografia complementar. #n* /O81, >arlos )ugCnio /arcondes de :org.;. -eu sinal está no teu corpo* Escritos sobre a religi.o dos orixás. 3ão -aulo, )dicon e)dusp, !"?".
/O81, 1oberto. <ia &iata e a pe;uena "rica no )io de Caneiro. 1io de 5aneiro, @unarte,!"?#.
N)21O, %sias Nogueira. O pentecostalismo no Brasil. SE1O& , &. !+, col. !!$<!!!#, maio!"?$.
````. 8mbanda* entre a cru7 e a encru7ilhada. <empo social% re'ista de sociologia da :S! . 3ão-aulo, &ol. 4, nos. ! e +, pp.!!#!++, !"?0.
NO28)K1, OracW, -reconceito racial de marca e preconceito racial de origem. #n* B3ZKH),
1oger G @)1NNH)3, @lorestan :orgs.;, )ela/6es raciais entre negros e brancos em S.o !aulo. 3ão -aulo, nhembi e 8nesco, !"44.
O58OBU, BablaP(. O 'erdadeiro 0ogo de b89ios. 0a. ed. 1io de 5aneiro, )ditora )co,s.d. ]literatura religiosa^
O/O8BU, Babaloriá. -aria -olambo na sombra e na lu9. 4a. ed. 1io de 5aneiro, -allas,!""$. ]literartura religiosa^
#<
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O1O, ri -edro. Ls religiões afrobrasileiras* religiões de eporta'ãoL. Kn* O1O, ri -edro :org;. As religi6es a"ro(brasileiras no &one Sul . >adernos de ntropologia , n !$. -orto legre,8@123, !""#.
`````. As religi6es a"ro(brasileiras do )io rande do Sul . -orto legre, )ditora da8ni&ersidade8@123, !""0.
O1ZK, 1enato. A morte branca do "eiticeiro negro. -etrEpolis, Io7es, !"<?.-)/B)1ZON, 5ohn. )shu)legbara* Zhe Voruba Zricster 2od. A"rican Arts, KX:!;* +$+<,
!"<4.
-)1)K1, 5oão Baptista Borges. spectos do comportamento pol%tico do negro em 3ão -aulo.&iência e &ultura, 3ão -aulo, &ol. #0, n !$, pp. !+?6!+"0, !"?+ :a;.
````. -arâmetros ideolEgicos de projeto pol%tico de negros em 3ão -aulo. )e'ista do #nstituto de Estudos Brasileiros, 3ão -aulo, n +0, pp. 4#6!, !"?+ :b;.
````. )ncontros com -iinguinha. L@olhetimL, >olha de S$!aulo, !$ de julho de !"?#.
-K A821Z), 1en7o. Las religiones afrobrasileas en el 8ruguaWL. Kn* O1O, ri -edro :org;. As religi6es a"ro(brasileiras no &one Sul . >adernos de ntropologia , n !$. -orto legre,
8@123, !""# :a;. ````. Las religiones afrobrasileas en el 8ruguaWL. Kn* O1O, ri -edro, org. As religi6es a"ro(
brasileiras no &one Sul . >adernos de ntropologia , n !$. -orto legre, 8@123, !""#:b;.
-K)18>>K, nt(nio @lá&io. 1emocracia% igre0a e 'oto* o en'ol'imento dos padres de par7;uiana elei/.o de GHIJ. 3ão -aulo, 83-, tese de doutorado em 3ociologia, !"?0.
````. 1epresentantes de Heus em Bras%lia* a bancada e&angélica na >onstituinte. #n* &iências sociais ho0e% GHIH. 3ão -aulo, Iértice e N-O>3, !"?".
-K)18>>K, nt(nio @lá&io de Oli&eira, >/12O, >andido -rocopio @erreira de e 3O8,Beatri7 /uni7 de. >omunidades eclesiais de base. #n* 3KN2)1, -aul e B1NZ, Iin%cius>aldeira :orgs.;. S.o !aulo* O po'o em mo'imento. 0a. ed. -etrEpolis, Io7es, !"?#.
-K)18>>K, nt(nio @lá&io G -1NHK, 1eginaldo. 1eligiões e &oto* a elei'ão presidencial de!""0$ Opini.o p8blica, >ampinas, &. #, n !, pp. +$00, maio de !""4.
-KNZO, ltair. 1icionário da umbanda. 1io de 5aneiro, )ditora )co, !"<!.
-KNZO, 1oquette :org;. Estudos A"ro(Brasileiros. 1io de 5aneiro, riel, !"#4.
-OJ)Z, ngelina. :mbanda en ene9uela. >aracas, @ondo )ditorial cta >ientifica,!""#.
-O1H)83 5r., Ksmael. A magia do trabalho* -acumba cearense e "estas de possess.o$@ortale7a, 3ecretaria da >ultura e Hesporto do )stado do >eará, !""#.
````. Lisboa de caso com a umbanda. Zrabalho apresentado no 2Z 1eligião e sociedade, no XKX
)ncontro nual da N-O>3. 3ão -aulo, N-O>3, !""4.-O1Z82, @ernandes. O 0ogo de b89ios. 1io de 5aneiro, Zecnoprint, !"?6 ]literatura
religiosa^.
-1NHK, 1eginaldo. &atolicismo e "am+lia* trans"orma/.o de uma ideologia. 3ão -aulo,>)B1- e Brasiliense., !"<4.
````. O trabalhador por conta pr7pria sob o capital . 3ão -aulo, 3%mbolo, !"<<.
#?
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````. Os candombl,s de S.o !aulo* a 'elha magia na metr7pole no'a. 3ão -aulo, Aucitec e)dusp, !""!. :a;
````. >idade em transe* religiões populares no Brasil no fim do século da ra7ão. )e'ista :S! , 3ão-aulo, n !!, outde7, pp* 64<$, !""! :b;.
````. darrum e empanadas* uma &isita Fs religiões afrobrasileiras em Buenos ires. Estudos
A"ro(Asiáticos, 1io de 5aneiro, n +!, p. !4<!64, de7. !""! :c;. ````. -erto da magia, longe da pol%tica. 5o'os Estudos &ebrap, 3ão -aulo, n #0, no&embro, pp.
?!"!, !""+.
````. &ittD in transe* culti di possessione nella metropoli brasiliana. 1oma, )di7ioni cta, !""#.
-1NHK, 1eginaldo e -K)18>>K, nt(nio @lá&io de Oli&eira. ssim como não era no princ%pio*religião e ruptura na obra de -rocopio >amargo. 5o'os estudos &ebrap. 3ão -aulo, no. !<*+"#4, maio, !"?<.
1OH1K28)3, 1aimundo Nina. O animismo "etichista dos negros bahianos. +a. ed. 1io de5aneiro, >i&ili7a'ão Brasileira, !"#4.
Q8)K1O, /aria Ksaura -ereira de. &ultura% sociedade rural% sociedade urbana no Brasil$ 3ão
-aulo, Z> e )dusp, !"<?.Q8)1KNO, /anuel. &ostumes a"ricanos no Brasil$ 1io de 5aneiro, >i&ili7a'ão Brasileira, !"#?.
````. A ra/a a"ricana. 3al&ador, -rogresso, !"44.
1/O3, rthur. O "olclore negro do Brasil$ 1io de 5aneiro, >asa do )studante do Brasil, !"#4.
````. #ntrodu/.o D antropologia brasileira. + &ols. 1io de 5aneiro, )di'ões da >.).B., !"0#.
1KB)K1O, >armen. 1eligiosidade do %ndio brasileiro no candomblé da Bahia* KnfluCncias africanase européias. A"ro(sia, 3al&ador, no. !0* 6$?$, de7embro, !"?#.
1KB)K1O, 5osé. O 0ogo de b89ios. 0a. ed. 1io de 5aneiro, -olo /ágico, !"?4 ]literaturareligiosa^.
````. Eu% -aria !adilha. 1io de 5aneiro, -allas, !""!. ]literartura religiosa^1KB)K1O, 1ené. &ultos a"ro(brasileiros do )eci"e* :m estudo de a0ustamento social . 1ecife,
Knstituto 5oaquim Nabuco, !"4+.
1KO, 5oão do :-aulo Barreto;. As religi6es no )io. 1io de 5aneiro, A.2arnier, !"$6.
1OH1K28)3, 1aimundo Nina. O animismo "etichista dos negros bahianos. +a. ed. 1io de5aneiro, >i&ili7a'ão Brasileira, !"#4.
````. Os a"ricanos no Brasil . 0a. ed. 3ão -aulo, Nacional, !"<6.
1OK/, @rancisco >artao. !entecostais no Brasil* :ma interpreta/.o s7cio(religiosa.-etrEpolis, Io7es, !"?4.
3N>AK3, -ierre. s tramas sicréticas da histEria. )e'ista Brasileira de &iências Sociais. 3ão-aulo, n +?, pp. !+#!#$, junho de !""4.
3NZO3, Heoscoredes /aimiliano dos :/estre Hidi;. Mist7ria de um terreiro nagô. +a. ed.aumentada. 3ão -aulo, /a imonade, !"??.
3NZO3, 5ocelio Zeles. O caboclo no candomblé. !adê, 3al&ador, no. !* !!+!, julho, !"?".
````. O dono da terra* A presen/a do caboclo nos candombl,s baianos. Zese de /estrado emntropologia. 3ão -aulo, 8ni&ersidade de 3ão -aulo, !""+.
#"
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3NZO3, 5uana )lbein dos. Os nagô e a morte. 0a. ed. -etrEpolis, Io7es, !"?6.
3>A)ZZKNK, Zeresinha Bernardo. A mulher no candombl, e na umbanda. Hisserta'ão demestrado em ntropologia :mimeo;. 3ão -aulo, -ontif%cia 8ni&ersidade >atElica de 3ão-aulo, !"?6.
3>A\1>, ilia /orit7 :!""#;. O espetáculo das ra/as. 3ão -aulo, >ompanhia das etras.
3)2ZO, 1ita aura. A >olk <heory o" !ersonality <ypes* ods and their Symbolic )epresentation by -embers o" the Sango &ult in )eci"e% Bra9il . ntropologW -hH Zhesis:mimeo;. Belfast, Zhe Queen_s 8ni&ersitW, !"?0.
3)NN)ZZ, 1ichard. O decl+nio do homem p8blico* As tiranias da intimidade. 3ão -aulo,>ompanhia das etras, !"??.
3KI, Ornato 5ose da. Er'as% ra+9es a"ricanas. 1io de 5aneiro, edi'ão do autor, caia postal<.$06, !"??.
3JKH/O1), Zhomas ). )8 biracial &s. Brasil multirracial* o contraste ainda é &álidoM 5o'os Estudos &ebrap, 3ão -aulo, n #0, no&embro, pp. 0"6+, !""+.
3O8, Beatri7 /uni7 de. A experiência da sal'a/.o* !entecostais em S.o !aulo. 3ão -aulo,
Huas >idades, !"6".3O8, aura /ello e. O diabo e a terra de Santa &ru9. 3ão -aulo, >ompanhia das etras,
!"?6.
3O8, Nelson 1osário de :!""#;. A igre0a cat7lica progressista e a produ/.o do militante. 3ão-aulo, 83-, disserta'ão de mestrado em sociologia.
3-1Z, @rancisco. A dan/a dos orixás. 3ão -aulo, Aerder, !"<$.
Z)KX)K1, /aria ina eão. orogun* identidades seuais e poder no candomblé. #n* /O81,>arlos )ugCnio /arcondes de :org.;. &andombl, des'endando identidades. 3ão -aulo,)/\ )ditores, !"?<.
ZAO/3, Jeith. )eligion and the 1ecline o" -agic$ NeP Vor e ondon, -enguin, !"?4.
Z1KNHH), iana. Exu% poder e perigo. 3ão -aulo, cone, !"?4.
Z1KNHH)3)11, Ordep 5. 5a trilha das crian/as* Os erês num terreiro angola. Hisserta'ãode mestrado em ntropologia 3ocial :mimeo;. Bras%lia, 8ni&ersidade de Bras%lia, !"<?.
I)NZ), \aldemar. Sincretismo religioso a"ro(brasileiro. #a. ed. 3ão -aulo, Nacional, !"<<.
I1NH, 5orge lberto. O destino re'elado no 0ôgo de b89ios . 1io de 5aneiro,)ditora )co, s.d. ]literatura religiosa^
I)AO, V&one /aggie l&es. uerra de orixás* :m estudo de ritual e con"lito. 1io de 5aneiro,ahar, !"<4.
I)12)1, -ierre @. 5otes sur le culte des orisha et 'odun D Bahia% la Baie de <ous les Saints%au Br,sil et D lancienne &ôte des Escla'es en A"ri;ue. Haar, K.@..N, !"4<.
I)12)1, -ierre @. Notion de personne et lignée familiale che7 les Voruba. #n* >N13. La notionde persone en A"ri;ue noire. -aris, >entre National de la 1echerche 3cientific, !"<#.
I)12)1, -ierre @. Lendas a"ricanas dos orixás. 3al&ador, >orrupio, !"?4 :a;.
I)12)1, -ierre @. Orixás* 1euses iorubás na "rica e no 5o'o -undo. +a. ed. 3ão -aulo,>orrupio e >%rculo do i&ro, !"?4 :b;.
0$
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http://slidepdf.com/reader/full/120876509-introducao-ao-candomble 41/41
\K3, 1oW. NeP 1eligions and the -otential for \ord 1e)nchantment* 1eligion as \aW ofife, -reference and >ommoditW. Seculari9ation and )eligion* <he !ersisting <ension$ausanne, >onference Knternationale de 3ociologie des 1eligions : !"eme. >onference,Zubingen, !"?<;, !"?<.
\11)N, Honald. terapia esp%rita no 1io de 5aneiro. )eligi.o e sociedade, 1io de 5aneiro,!!:#;* 46?#, de7embro, !"?0.
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K)2)1, 5ean. O poder a"ricano. 3ão -aulo, Hifusão )uropéia, !"<+.
0!
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